31 agosto, 2010

DESABAFO DE UM SERVO

conversao Quando me converti, ainda menino, aceitei as delícias de minha fé assim como o bebê recebe o leite do seio materno. Deliciei-me com o meu novo nascimento, apeguei-me a meu Pai, aprendi com seu Filho, devorei a Sua Palavra.

Fui adolescente, jovem e sempre mantive a comunhão com o meu Senhor. Estudei muitas matérias, passei por muitas escolas, fiz cursos de especialização e mestrado,tornei-me maduro.

Conheci Marx, Freud, Nietzsche, Saramago e muitos, muitos outros nomes que poderiam ter usurpado minha fé. Mas, nunca pude encontrar um livro como a Bíblia nem um homem que pudesse substituir Jesus Cristo de Nazaré.

Repugna-me, agora, ver a apostasia rondando o coração de jovens e velhos cristãos. Pessoas que um dia alegraram-se cantando louvores da Harpa Cristã, do Cantor Cristão e do Salmos e Hinos agora sofismando, estribados em teorias que encantam com acenos de “insights” e taxando o remanescente que ainda crê como ortodoxo, fundamentalista e ingênuo.

Chegam a tratar Deus como alguém que está no inconsciente; e não nos Céus. Esqueceram-se do profeta Isaías, que diz: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera” (Is. 64.4).

Não souberam mesclar o antigo com o novo e caíram numa armadilha. Por essa razão e por se acharem sábios acabaram por desdenhar a fé e embruteceram a própria alma.

Passaram a viver na “sociedade elitizada” dos sábios desde mundo, que, segundo o apóstolo Paulo, não são mesmo muitos desse tipo que foram chamados por Deus.

Teminando este post, faço coro com as palavras de Rollo May: “Nenhuma sociedade sobreviveria muito tempo sem vitalidade, ou sem as antigas formas, sem mudanças e estabilidade, sem religião profética que ataca as instituições existentes e aquela que as protege” (O Homem à Procura de Si Mesmo, pg 156).

Desejo continuar a minha jornada com o coração renovado, com a Bíblia e com Jesus Cristo, como meu Senhor.

N’Ele, que me deu a salvação,

Antônio Ayres

21 agosto, 2010

A VERDADEIRA CORAGEM

rafale As pessoas costumam associar coragem com atos heróicos, bravuras e correr risco de vida.

Embora essa versão de coragem seja a mais conhecida; do ponto de vista psicanalítico ela pode não ser verdadeira. Ou, mais do que isso, pode ser o contrário do que aparenta ser.

Para se ter uma idéia, terapeutas constataram que soldados da última grande guerra mundial que eram capazes de realizar arriscadas missões, com potenciais perigos de total destruição, somente o faziam para compensar a própria ansiedade.

Em outras palavras: eles burlavam o medo interior, exteriorizando um ato de bravura.

A coragem verdadeira, assim como vista pelos terapeutas, é aquela força interior que o indivíduo precisa ter para dar cada passo que o afasta da multidão, da massa, que, simbolicamente, significa o útero materno.

Tornar-se independente como pessoa, então, significa sentir as dores do próprio nascimento.

Essa coragem é que impele as pessoas a deixarem de ser seguidoras ou imitadoras de outrem e de encontrarem o próprio rumo na vida, com integridade às suas mais íntimas convicções.

É, portanto, um estado interior, sem o qual ninguém consegue crescer emocionalmente.

No entanto, por mais incrível que possa parecer, às vezes é mais fácil desempenhar o papel de mártir e ser impetuosamente “heróico” numa façanha por todos admirada, do que traçar o próprio rumo firme e paciente, em direção à liberdade pessoal .

Não é preciso ir muito adiante para se perceber que, num mundo em que líderes (principalmente os religiosos) são imitados até nos trejeitos e na maneira de se vestir, há cada vez mais a necessidade de verdadeiros heróis e heroínas.

Antônio Ayres

02 agosto, 2010

BUSCA POR AUTENTICACÃO - OBJETIVO DE TODO SER HUMANO

Neste exato momento, quando você está começando a ler estas linhas, milhões de pessoas, em todos os lugares do planeta, de alguma forma, estão procurando, desesperadamente, autenticar-se.

O homem deste século parece estar convencido de que não existe tempo a ser gasto com aquilo que não é relevante.Por essa razão busca, por diferentes caminhos, uma forma de encontrar relevância. 

É a essa procura pertinaz por relevância que, neste livro chamamos busca por autenticação.

Ser alguém, ser reconhecido como alguém, sentir-se importante, possuir alguma forma de status é, equivocadamente visto como autenticidade.

As pessoas confundem-se mais uma vez, em sua busca pela relevância e autenticação.

A confusão parece ser o destino daqueles que fecham os olhos para o fato de que suas lutas frenéticas para “subir na vida” são nada mais do que as neuroses obsessivas de quem quer obter sucesso, a qualquer preço.

Uma vez mais, enxergam-se os meios como os fins e deixa-se a vida passar, sem perceber que o tempo não tem volta e que ser apenas uma engrenagem na máquina do progresso de hoje pode significar o erro percebido tarde demais, amanhã.

Não é possível mais continuar a viver o “ser” como “ter”; e o “viver” como “acontecer”.A verdade é que só se autentica quem aprende com a vida e dela retira cada uma de suas preciosas lições.

E como a vida não nos é entregue pronta, mas constitui um mapa em branco, no qual cada um de nós traçará os seus próprios caminhos, devemos ter discernimento.

Isso, dito de outra forma, significa reconhecer que viver é um processo, no qual passamos por muitas e diversificadas experiências até que atinjamos a maturidade.

Sobre essas experiências, que são gradativas e acontecem desde o momento da concepção até o momento da morte, é que estaremos falando, neste livro.

Se soubermos o script dos eventos mais ou menos pontuais que acontecem na construção de nossos caminhos, então estaremos no rumo certo para o entendimento da vida.

Em outras palavras: estaremos aptos para nos autenticarmos de maneira plena, soberana e feliz.Um objetivo que, sem dúvida, se mostra desejável a todos nós.


Nota: O texto acima faz parte de meu livro Entre a infância e a maturidade - o homem à procura de si mesmo, disponível para leitura on-line. Se desejar lê-lo em sua totalidade, por favor, clique aqui.

Antônio Ayres 

22 julho, 2010

Escrevendo pelas novas regras do ACORDO ORTOGRÁFICO

Nós, blogueiros cristãos, como todos os outros escritores de jornais, de revistas, de livros, etc, somos também, mesmo que não queiramos, propagadores de "nossa gramática" e de "nosso estilo" de escrever.

Como todo mundo, não somos perfeitos; portanto, também damos os nossos "foras" em termos de Língua Portuguesa.

No entanto, se quisermos melhorar a nossa forma de escrever, será bom nos interarmos das mudanças motivadas pelo novo ACORDO ORTOGRÁFICO, já vigente no Brasil e nos demais países que têm o português como língua oficial.

Este post é uma dica. Se você quiser saber rapidamente como grafar, sem errar, uma palavra, consulte o site ACORDO ORTOGRÁFICO, no link:




Afinal do contas, não custa nada uma mãozinha, não é mesmo?

Antônio Ayres

20 julho, 2010

Recomendacão para quem precisa revisar textos

revisão de texto

Aqui está uma ecelente sugestão para pessoas que precisam de revisão profissional para seus textos.

Confira o site: http://www.revisaodetexto.com/

16 julho, 2010

Falta de desejo sexual

casal preocupado Matéria exibida pelo Uol Saúde no dia 12 último informa que 70% das mulheres atendidas no setor de ginecologia do Hospital das Clínicas de São Paulo sofrem de perda do desejo sexual (libido).

A  ginecologista Elsa Gay, do Hospital das Clínicas, citada na matéria, diz que em 90% dessas mulheres, a falta de desejo deve-se a fatores psicológicos; e não orgânicos.

Duas outras razões, citadas pela médica, são: o uso de antidepressivos e a perda da auto-estima.

Diante dessa situação e pensando no bem-estar dessas mulheres, pessoalmente,  sugiro as seguintes medidas:

  1. Problemas psicológicos como inibição, estresse e o temor exagerado devem ser tratados com a ajuda de um psicoterapeuta. Uma psicoterapia de apoio costuma dar excelentes resultados nesses casos.
  2. A perda da auto-estima precisa merecer uma atenção especial e muita sensibilidade por parte do parceiro, conversa franca e elogios sinceros além, de claro, ajuda psicoterapêutica.
  3. O uso de antidepressivos é inevitável se se quiser debelar a depressão. No entanto, os antidepressivos que causam diminuição da libido são os de perfil serotonérgico ( que regulam a recaptação da serotonina). Esse problema pode ser contornado com a administração conjunta de um outro antidepressivo de perfil noradrenérgico (que regula a recaptação de noradrenalina, uma antagonista da serotonina) diminuindo sensivelmente o efeito colateral de perda do desejo.

A vida sexual de um casal não é, com certeza, a área de maior importância dentre todas as que compõem uma relação duradoura, mas sem dúvida deve ser saudável para que o relacionamento seja satisfatório e feliz.

Por isso, deve ser cuidada com carinho.

Antônio Ayres

13 julho, 2010

Estou sofrendo de Síndrome de Pânico. Pode me ajudar?

depression-saidaonline “Estou passando por alguns incomodos...Sei que são problemas de ordem psicologico, tanto que sei que preciso de ajuda. Os médicos dizem que pode ser Sindrome do Panico, ou Ansiedade...Sinto muitos sintomas e eles nunca aparecem nos exames.

Estou sofrendo demais com isso, pois estou deixando de fazer muitas coisas, e um medo enorme me consome, de nunca conseguir realizar nada que gostaria. Sabe que até os meus blogs não estou conseguindo mexer e atualizar direito...Fora as obras da igreja, que tanto amo, estou me sentindo incapacitada de tudo...
Gostaria de saber um pouco sobre a terapia. O tempo de duração em média, de um tratamento?

Hoje algumas pessoas da igreja estiveram em casa para orar por mim, e o pastor me revelou que estou com medo, e que isso que está me atrapalhando, isso, é bem verdade!...Sei que a oração é importante, mas na sua opinião, eu preciso procurar ajuda psicológica?

Tive uma época que uma neurologista me receitou Amitriptilina, e eu tomei, e por meses me senti bem melhor, mas depois de uns meses, que parei de tomar, estou sentindo tudo novamente, e parece que está pior.

Gostaria de saber sua opinião. Li um texto seu aqui, que diz que uma coisa é a parte espiritual, e outra é a parte psicológica. Que estados de depressão por exemplo, está até catalogado em situação médica. E que nós cristãos temos que saber discernir sobre isso.

Entendi, que no meu caso, mesmo estando na igreja, orando, perseverando, ainda assim sinto esses problemas, e de 2 meses pra cá, já não estou suportando a mim mesma. E fora que minha família está ficando preocupada.

Preciso viver, preciso trabalhar, e fazer a obra, e esse medo está me atrapalhando.

Grande Abraço!

E que a Paz de Cristo esteja contigo!”

“Y”

RESPOSTA

Querida “Y”

Você me pede para que eu lhe fale sobre terapia e sua duração. Bem, a psicoterapia pode durar apenas alguns meses até alguns anos, dependendo do problema; do profissional em questão e da linha que adota (psicanalítica, junguiana, cognitico-comportamental, etc). No entanto, no seu caso, parece-me que não seja uma questão de psicoterapia, pelo menos, a princípio.

Quero lhe dizer que a síndrome do pânico e a fobia que você sente são comorbidades ("doenças da mesma família") da depressão, tanto que o remédio que você tomou, a amitriptilina, é um antidepressivo.

Portanto, o que você precisa fazer, neste momento, não é procurar um psicólogo ou mesmo um neurologista, como você já fez. O médico indicado para você é  o psiquiatra,

A depressão ( com ou sem síndrome de pânico, fobia social, etc) é uma doença e precisa de tratamento medicamentoso para eliminar os sintomas, Eventualmente, você até pode fazer uma psicoterapia depois.

Peço-lhe que marque uma consulta com um psiquiatra com urgência. Provavelmente, ele lhe receitará um antidepressivo mais moderno do que a amitriptilina associado a um ansilítico. Isso, com certeza, fará com que os seus sintomas desapareçam e você volte a ter uma vida normal e alegre. Mas é preciso tomar o remédio continuamente e não "´por um tempo" apenas.

Eu sei que o transtorno de pânico traz muito sofrimento, mas o tratamento é eficaz e, realmente, devolve a você a alegria de viver. E isso nada tem a ver com a sua vida espiritual.

Portanto, vá ao psiquiatra, tome a medicação que ele lhe prescrever e louve a Deus por existir um tratamento medicamentoso que lhe fará bem.
Espero ter ajudado!

Um abraço.

Antônio

11 julho, 2010

Um Brasil Que Retrocede à Escravidão

BrasaoRepFundoBranco Passada a Copa do Mundo, os brasileiros voltam-se, agora, para as eleições. Os dois candidatos com mais chances de serem eleitos já foram multados diversas vezes por propaganda política antecipada. Quando se iniciar o prazo legal, teremos outra vez, um mar de propaganda tentando, ad nausaum, conquistar o eleitorado com divulgação de pavimentações de estradas, construções de hospitais, inaugurações de conjuntos habitacionais, suposstas melhorias nos setores de saúde, educação, transportes e por aí o um corolário de feitos.

Ninguém menciona o número de velhinhos que morrem nas filas do INSS, a terrível falta de médicos e de estrutura nos hospitais públicos, a imensa dificuldade em se marcar uma consulta com um especialista, a escola pública sucateada e com professores adoecendo por estresse e excesso de trabalho, as cidades e estradas destruídas por inundações e centenas de outras barbáries semelhantes.

O que dizer dos pobres aposentados e de todos os que ainda irão se aposentar? (todo mundo!). O governo foi mudando as leis e o que que temos agora? Aposentadoria com 35 anos de contribuição e idade mínima de 65 anos, se homem; e de 30 anos de contribuição, 60 anos de idade, se mulher. E ainda dizem que vai piorar!

O fato é que muitas pessoas que estão chegando agora à época da aposentadoria já cumpriram uma carga de 45, 47 e até 50 anos de trabalho!

Ou seja, retrocedemos para um estado pior do que o século dezenove. A época da escravisão.

Em 1884 foi apresentada à Assembléia Nacional a proposta da chamada Lei do Sexagenário. A pressão dos senhores de escravos foi tão grande que tal lei só foi aprovada em 28 de setembro de 1885, depois de ser mudada: o escravo somente podia ser liberto aos 65 anos, exatamente como agora.

As alegações do governo atual são de que o déficit da Previdência é muito grande e que não existe dinheiro para mudar essa situação. Ora, todos sabemos que isso é um embuste. E o dinheiro do saldo da balança de pagamentos? E o dinheiro dos impostos que pagamos? E o dinheiro que paga os salários milionários dos políticos corruptos por esse Brasil afora?. E as gigantescas descobertas de jazidas de petróleo nas camadas do pré-sal? E o dinheiro que engorda, vergonhosamente, os bancos e os banqueiros?

Dinheiro existe. Basta apenas coragem política para uma realocação de verbas decente.

Isso exige, porém, valorizar as pessoas mais do que as coisas. Pessoas são mais importante que coisas.

No tempo em que a Lei do Sexagenário foi promulgada, um escravo de 30 anos valia 900 mil réis. No entanto, um de sessenta, valia apenas 200 mil réis, dada à sua fragilidade física, exaurida por décadas de trabalho. Ambos, no entanto, eram considerados “coisas”.

Hoje, os aposentados estão sendo considerados menos do que “coisas”, pois também chegam à aposentadoria frágeis. Cartas “fora do baralho”.

Infelizmente.

O Brasil tem que mudar e valorizar os seus idosos!

Pense nisso, antes de votar!

Antônio T. Ayres

05 julho, 2010

Meu Marido Me Trata Como Irmã

 

mulher-triste-436 “Tenho 43 anos e vivo com meu ex marido,por ter me traido, pedi a separaçao e ele concordou, apos 8 meses voltou pra casa e nao para mim.A nossa convivencia é razoavel, porem ele nao quer casar e jamais quis filhos comigo, alegando que já tem 2 do primeiro casamento e eu tenho uma.Ele me trata como sua irma ou mae, menos como mulher,cansei de orar, de conversar e quero que ele vá embora. Estou errada?”

Anônima

RESPOSTA

Prezada Anônima

Sua situação é muito parecida com outras que conheço. Você é uma mulher ainda jovem, com uma decepção muito forte não curada e com o coração anelando por felicidade, o que é perfeitamente compreensível e legítimo.

Alguns homens “apaixonam-se” por outra mulher, saem de casa e, após algum tempo, descobrem que as refeições na hora certa, a roupa lavada e passada e a segurança de um teto conhecido não se encontra com qualquer uma nem em qualquer lugar. Então “decidem” voltar para casa porque isso lhes é conveniente.

Algumas vezes, há um arrependimento genuíno e eles passam a valorizar mais a esposa.

Em outros, infelizmente, a casa fica sendo apenas uma pensão. Não dão mais importância à antiga companheira, têm o coração fora do lar, evitam assumir responsabilidades, não cumprem com suas obrigações de marido e pai. Ficam porque lhes é vantajoso e cômodo; apenas isso.

Como seria dispensável de dizer, quem vive o problema real é você.

Portanto, somente você pode avaliar com justeza qual situação se aplica a seu companheiro.

O ideal é que haja sempre a compreensão, o perdão, o reconhecimento e uma atitude de mudança.

Se isso não for possível, sem dúvida, você não está errada em procurar honestamente a felicidade.

Boa sorte!

Antônio

30 junho, 2010

ENTRE A PSICANÁLISE E O CRISTIANISMO. VALE A PENA ISSO?

pensadores Desde que me tornei um psicanalista e, antes disso, quando era ainda um estudante, pude perceber que, a despeito de ser considerada uma ciência, a Psicanálise está longe de ser uma panacéia para entender e explicar todo o intricado processo que envolve o ser humano e seus problemas.

Na verdade, a Psicanálise é muito pequena diante do mistério da vida física; quanto mais se se  tratar daquela que consideramos a vida espiritual. Freud debateu-se com ela a vida toda, que não foi curta (viveu entre 1856 e 1939) e reformulou muitas vezes suas teorias, dadas  as inúmeras incertezas que pairavam sempre em seu espírito.

Digo isso porque, infelizmente, venho percebendo que alguns cristãos, ao descobrirem a Psicanálise, (mesmo a grosso modo) ficaram por ela tão fascinados que, aparentemente, tornaram-se céticos em sua fé; ou ateus como o seu descobridor (Freud).

Ora, essa fascinação pode ser entendida, uma vez que, lidando com o inconsciente, a Psicanálise lida também com o recalcado ou com o reprimido. Quando ela logra tornar consciente os conteúdos mentais inconscientes, promove como consequência, a liberação dos recalques e das repressões – o que, via de regra, é positivo, desde que a pessoa em questão saiba aceitar a sua nova realidade com equilíbrio e maturidade; e não com a mentalidade daquele que “achou o tesouro” no fim do arco-íris.

Creio que é exatamente nesse ponto onde mora a raiz do problema pois, por uma “falha piedosa”,a igreja chamada “evangélica” exagerou negativamente a ênfase na sua herança puritana, fazendo com que crianças e novos convertidos do século XX fossem doutrinados e vivessem uma vida de acordo com o modelo calvinista pós-medieval; o que provocou um surto de repressão de proporções endêmicas, não mais possível de ser suportado em pleno mundo pós-moderno da primeira década do século XXI.

Ora, com a popularização da Psicanálise, da Psicologia e da própria Psiquiatria (que foram os saberes nos quais os cristãos emocionalmente doentes foram buscar ajuda), os recalques vieram à tona como uma panela de pressão que explodiu; o que fez com que muitos deles se voltassem contra as suas igrejas. O passo seguinte foi rejeitar a Bíblia e seus ensinamentos e o abraçar da Psicanálise como a “ciência que promoveu a minha emancipação”.

É claro que essa atitude é um equívoco, uma vez que o indivíduo “liberto” das amarras da repressão religiosa reprime toda a sua vida anterior, caindo numa armadilha e trocando seis por meia dúzia, sem perceber. Ninguém pode ser feliz dessa maneira.

É preciso que essas pessoas repensem o que estão fazendo para, como diz Caio Fábio, “não abandonarem o Jesus ressurreto”, e não se deixarem enganar.

Freud descobriu a Psicanálise. E daí? Ela é só mais uma linha epistemológica.

Também a Psicologia Profunda de Carl G. Jung; a Epistemologia Genética, de Jean Piaget; a Psicologia do Desenvolvimento Individual, de Alfred Adler; a Fenomenologia, de Martin Heidegger; a Psicologia Existencial, de Rollo May e a Logoterapia, de Viktor Frankl, entre muitas, são algumas outras vertentes espistêmicas.

Não vale a pena trocar Jesus Cristo por nenhuma delas.

NEle, sob cujo poder todas as coisas permanecem.

Antônio Ayres

16 junho, 2010

O Grande Equívoco de Alguns Blogueiros Cristãos

nodios Francis Schaeffer afirmou em um de seus livros que “o dia em que o Cristianismo se tornasse amigo do mundo, ele deixaria de existir“. Foram proféticas, essas suas palavras.

Não porque o Cristianismo deixou de existir na História. Mas porque deixou de existir no coração de muitos cristãos atuais, nominais e, supostamente, sábios demais para aceitar as verdades bíblicas “arcaicas” no mundo pós-moderno e permeado de filosofia, no qual vivemos.

Uma das características deste mundo pós-moderno é o acesso à informação e a facilidade através da qual as pessoas influenciam umas às outras, da mesma forma que são influenciadas.

Mas aqui, infelizmente, passou a valer o cômico ditado: “macaco que nunca come mel, quando come, se lambuza”.

Muitos de nós, evangélicos adultos, fomos criados dentro de uma igreja que, em alguns casos, apesar do amor e da comunhão genuína que gozávamos nela ; precisávamos seguir uma “doutrina” ascética implacável que nos impedia de conhecer “o mundo” (não aquele ao qual Schaeffer se referiu, mas outro muito mais inocente!).

Sem o saber, vivemos o lado mais duro e legalista do Calvinismo, do Puritanismo e do Pietismo dos primeiros séculos da Reforma Protestante, seja para provar a nós mesmo e à igreja, a nossa eleição; seja para mostrar a graça da qual havíamos sido alvos.

Resultado: crescendo num cenário no qual não era mais possível carregarmos uma ética ascética tão pesada, fomos à luta: estudamos, lemos livros, adestramo-nos teologicamente, fomos beber nas fontes da ciência e da filosofia; saímos da ignorância e da inocência que nos caracterizavam. Tornamo-nos adultos, afinal. E nos emancipamos da autoridade da igreja.

Mas, para nossa tristeza, alguns cresceram demais, tornaram-se demasiadamente grandes em seus “insights” e em suas “descobertas”.

Descobriram Nietzsche, Marx, Focault,Sartre, Freud...E, ao invés de seguirem o conselho de Protágoras: in medium virtus, ou seja, a virtude está no meio, passaram para o extremo oposto: descreram.

E, supondo que estavam trocando o dogmatismo legalista, no qual foram criados, pela visão cristã equilibrada e libertadora; trocaram, na realidade, a ortodoxia pelo liberacionismo, a fé pela apostasia.

Sim, tornaram-se apóstatas do século XXI.

Ora, se colocam Nietzsche e Freud como iguais  ou superiores a Jesus de Nazaré; se tratam o Filho de Deus como um visionário judeu comum que nunca ressuscitou e se desdenham da Revelação contida nas Escrituras, afirmando que a Bíblia não é a Palavra autoritativa de Deus, só se pode dizer que apostataram.

Ouviram palavras que lhes causaram “comichões nos ouvidos” e “não suportaram a sã doutrina”, como  biblicamente já há muito tempo fora previsto. E, como a porca lavada, prosseguem se revolvendo no despojadouro.

Fosse isso apenas, o que infelizmente já é um grande mal para as suas próprias existências, esse mal seria menor.

Mas as suas “grandes sacadas” não podem ficar encobertas. Então usam a blogosfera cristã para fazer provocações. Os “grandes sábios” recém emancipados tripudiam, com seus posts em seus blogs, o nome de Cristo e seus pequeninos seguidores.

Não se atemorizam mais com as palavras de Jesus de que, aqueles que fizessem desviar a um de seus pequeninos, seria melhor serem jogados ao mar com uma pedra de moinho atada ao pescoço.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

O ascetismo que vivemos em nossa infância não justifica a apostasia.

A fé que vence o mundo, a carne e o diabo tem que ser aquela que suporta conhecer Nietzsche até o âmago, sem medo nem ressentimento. Mas que continua a saber que Jesus Cristo é o Filho do Deus Vivo, que ressuscitou ao terceiro dia.

E que continua sendo o único mediador entre Deus e os homens.

Soli Deo Gloria

Antônio Ayres

15 junho, 2010

As Pessoas Continuam A Se Casar

casamento1 O casamento, nos tempos modernos, está em crise. As estatísticas mostram um aumento assustador do número de divórcios. Há, entre os brasileiros, o conhecido jargão sobre esse rito de passagem: “Quem está dentro quer sair; quem está fora quer entrar”.

O mundo mudou tanto nas últimas décadas que, na atualidade, pouquíssimos casamentos chegam a durar 10 anos. Parece-nos que, a continuar como estão indo as coisas, em breve não se comemorará mais as bodas de prata.

Apesar de todos os problemas e responsabilidades que o casamento acarreta, no entanto, ninguém (ou quase ninguém) deseja ficar solteiro (a). Isso, sem dúvida, é positivo pois, sem família (com pai e mãe) as crianças não podem ser criadas emocionalmente saudáveis.

É preciso, portanto, que as pessoas sejam mais tolerantes, conscientizem-se de que uma relação a dois não pode ser vivida com eterna paixão, mas deve ser construída a cada dia de cada mês de cada ano.

E olha que os evangélicos precisam, mais do que os outros, aprender essa verdade. Nada adianta “vigiar e orar” se não se der a devida atenção ao cônjuge e à família.

Quando fez a Reforma Protestante, uma das coisas contra as quais Lutero se insurgiu foi contra considerar o casamento como um sacramento.

No entanto, a Igreja protestante considera o casamento civil como legítimo, também perante Deus.

Esperemos e contribuamos para que o casamento volte a ter o valor que merece ter. Somente dessa forma será também legítimo o desejo de querer casar.

Antônio Ayres

07 junho, 2010

SAIBA SE VOCÊ SOFRE DE DISTIMIA

DISTIMIA A distimia caracteriza o indivíduo que possui uma tristeza ou um  mau humor constantes. De uma forma mais clara, os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado, além de outros sintomas em geral, sempre presentes.

Pelos padrões psiquiátricos americanos são necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo para os adultos e um ano para as crianças sendo que para elas o humor, com mais frequência, é irritável ao invés de depressivo.

Para se fazer o diagnóstico diferencial  da distimia é necessário  excluir fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania (estado leve de exaltação do humor), assim como a depressão maior.

Causas externas podem também anular o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas. Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período superior a dois meses sem os sintomas depressivos.

Além disso, para preencher o diagnóstico de depressão os pacientes, afora os  sentimentos de tristeza prolongados precisam apresentar dois dos seguintes sintomas:

  • Falta de apetite ou apetite em excesso
  • Insônia ou hipersonia
  • Falta de energia ou fadiga
  • Baixa da auto-estima
  • Dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões
  • Sentimento de falta de esperança

Outras Características

Estudos têm demonstrado que os sentimentos de inadequação e de desconforto são  muito comuns, a generalizada perda de prazer (anedonia) ou interesse também, e o isolamento social manifestado por querer ficar só em casa, sem receber visitas ou atender ao telefone nas fases piores são constantes.

Os pacientes reconhecem sua inconveniência quanto à rejeição social, contudo não são capazes de se controlar. Usualmente os parentes exigem deles uma mudança positiva, mas isso não é possível para quem está deprimido, a não ser com o uso de medicação adequada.

A irritabilidade contudo e impaciência são sintomas muito comuns e incomodam ao próprio paciente. A capacidade laborativa fica prejudicada bem como a agilidade mental. Assim como na depressão, na distimia também há alteração do apetite, do sono e também da psicomotricidade.

O fato de uma pessoa ter distimia não impede que ela desenvolva depressão: nesses casos denominamos a ocorrência de depressão dupla e quando acontece o paciente procura o psiquiatra.

Como a distimia não é suficiente para impedir o rendimento, apenas prejudicando-o, as pessoas não costumam ir ao médico, mas quando não conseguem fazer mais nada direito, vão ao médico e descobrem que têm distimia também.

Os pacientes que sofreram de distimia desde a infância ou adolescência tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte do seu jeito de ser e por isso não procuram um médico, afinal, conseguem viver quase normalmente.

Tratamento
Embora o tratamento com antidepressivos tricíclicos nunca se mostrarasse satisfatório, as novas gerações de antidepressivos (ISRS’s), no entanto, vem apresentando melhores resultados no uso prolongado. Também, antipressivos atípicos são uma boa perspesctiva.

Usa-se, atualmente, a fluoxetina, a paroxetina, a sertralina e a mirtazapina.

Antônio T. Ayres

02 junho, 2010

Conselhos a Uma Jovem Esposa, Cujo Marido é Dependente Químico (2ª ed.)

Prezada "X"
Disse-lhe que a existência de amor faz grande diferença porque quem ama suporta sacrifícios; e, se você decidir permanecer casada, esteja preparada para uma vida de sacrifícios.
Infelizmente, seu esposo tem percorrido todo o conhecido caminho do verdadeiro dependente químico: primeiro dá mostras de recuperação; passa um período relativamente longo sem a droga, fazendo todos acreditarem que está liberto; depois tem uma "recaída"; afasta-se da igreja (se é cristão); promete que não acontecerá mais; tem nova recaída; começa a precisar de dinheiro e, na ausência dele, começa também a vender objetos de uso pessoal ou furtados a fim de manter o vício e assim por diante.
A tendência é, a partir de agora, ter recidivas cada vez mais freqüentes, até que venha a perder o trabalho e a isolar-se de quem queira ajudá-lo.
Agora, NUNCA imagine que Deus seja um ser vingativo e castigador, que a esteja "punindo" por ter-se casado com tal pessoa. Tampouco fique pensando que Ele a "castigará" mais, se você se separar de seu marido.
Essas são idéias que os homens, erroneamente, ensinam acerca de Deus. Ele é amor e deseja que tenhamos liberdade e saúde emocional. Jesus veio proclamar liberdade aos oprimidos e liberdade aos cativos.
Você precisa também saber que o drogado é uma pessoa que sofre de um vazio existencial tão grande que nenhuma coisa: nem Deus, nem mulher, nem filhos, nem família, nem trabalho, NADA, para ele, tem mais importância do que a droga.
Por outro lado, as pessoas que o amam (como é o seu caso), muitas vezes passam a sofrer daquilo que é chamado de "co-dependência" afetiva. Ou seja, é possível que você, inconscientemente, "precise" de alguém como seu esposo para sentir-se "útil".
Agora, reflita: Você acha que alguém que falta ao trabalho para drogar-se, que "some" de casa quando lhe é conveniente; que sonega informações, que utiliza o dinheiro do casal e do trabalho para comprar drogas e que vende o que for preciso para sustentar a sua dependência, AMA você?
É preciso que você tenha consciência de que somente um milagre de Deus pode libertar o seu esposo, se ele não procurar ajuda especializada numa instituição, como lhe disse.
Pense, reflita, ore e consulte não apenas o seu coração, mas também a sua inteligência.
Não posso decidir por você. Tampouco qualquer outra pessoa poderá fazer isso. Deus lhe deu o livre arbítrio e você deverá fazer uso dele para decidir.
Apenas tenha em mente que o seu futuro sempre dependerá de suas escolhas presentes. Você é a autora de seu próprio destino.
Espero não tê-la magoado com a minha sinceridade.

Oro a Deus para que você tenha paz e total dependência Dele para decidir com sabedoria e sensatez.
Em Cristo,
Tony Ayres

24 maio, 2010

A CORRUPÇÃO DA REFORMA PROTESTANTE

LUTEROFILME Os quatro livros considerados mais relevantes no século XX foram: A interpretação dos sonhos, de Sigmund Freud; Tractatus logico-philosophicus, de Lwdwig Wittgenstein; Origens do totalitarismo, de Hannah Arendt e A ética protestante e o espírito do capitalismo, de Max Weber.

Neste último, Weber, um dos mais respeitados nomes da Sociologia, além da defesa de uma incontestável tese sobre o capitalismo ocidental; traça, como pano de fundo, para a sua argumentação, um importante resumo da História da Igreja,no qual podemos encontrar, com um pouco de reflexão, possíveis explicações para o fenômeno da exploração da fé, principalmente pelos evangelistas da TV; com os quais tantas vezes a blogosfera cristã tem se preocupado.

Weber explica o fenômeno da Reforma Protestante, a partir de Lutero, Calvino, Armínio e, mais tarde, de John Wesley (entre muitos outros), como um movimento que tranformou os países por ele alcançado; a partir da mudança da ascese.

Dessa perspectiva, Weber explica, com detalhes, que a antiga ascese monástica, exercida "fora do mundo", nos mosteiros, pelos monges; passou a ser exercida "no mundo" pelos reformadores e seus discípulos.

Em outras palavras, nos séculos que se seguiram à Reforma, o movimento calvinista e os demais ramos do protestantismo que dele saíram (como o pietismo e o metodismo, por exemplo) adotaram um estilo de vida no qual, embora a salvação fosse enxergada como resultado da Graça e não das obras; os eleitos deveriam também glorificar a Deus através de seus dons (ou de "suas "chamadas") seculares.

O resultado disso acabou sendo um cristanismo sincero, mas bastante utilitarista, uma vez que o ganho do salário, através de um trabalho honesto e bem realizado; e o lucro (com o consequente acúmulo de riquezas) consolidaram uma ética sancionada pela Igreja, que, em última instância, era um "sinal vísivel" da eleição.

Dessa forma, os cristãos reformados, como "escolhidos", utilizavam o mundo para evangelização e testemunho - atividade que incluía o trabalho e o aumento de riquezas para a glória de Deus; ao mesmo tempo em que não viviviam "para o mundo e seus prazeres".

O dinheiro não era, então, utilizado para a "satisfação da carne"; e sim, para a evangelização e as obras sociais que, de fato, com John Wesley, por exemplo, arrancou a Inglaterra de uma situação de pobreza moral e material, tranformando completamente, pela ética,  o destino de milhões de pessoas.

 AS MUDANÇAS

Com o passar dos anos, entretanto, com a morte daqueles  líderes do passado, com o advento da Revolução Industrial e com o surgimento de uma nova burguesia protestante cada vez mais emergente, certas mudanças foram acontecendo.

A principal delas, com certeza, foi o arrefecimento da antiga perspectiva que, aos poucos, introduziu uma nova ética, a qual passou a valorizar tanto a vida terrena quanto a vida eterna.

Obviamente, essa mudança nada teria de incomum, pois nunca foi o propósito bíblico a desvalorização da vida neste mundo. O que passar daí é que pode se tornar uma exceção perigosa, que é o que colocamos, a seguir:

O ERRO

A exceção perigosa, à qual nos referimos, consolidou-se num erro: ir paulatinamente pervertendo a visão da Graça, valorizando cada vez menos a ética dos reformadores e supervalorizando o dinheiro, as bênçãos e as riquezas, como fazem determinadas facções, erroneamente denominadas de "protestantes", na atualidade e, de maneira arrogante e indisfarçavel, os chamados "missionários", "bispos" e "pastores" que, infelizmente, hoje pregam "um outro evangelho", na TV.

Tony Ayres

13 maio, 2010

ARMINOCEUS E CALVINOCEUS: O GRANDE DEBATE

ARMINIOCALVINOE  reunindo-se em assembléia os calvinoceus para tratar dos assuntos referentes à salvação eterna, após longos e exaustivos debates, deliberaram entre si que a sua doutrina, embora extensa, deveria, para efeito de divulgação, ser resumida nos seguintes pontos: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos.

Os arminoceus, por sua vez, que não concordavam com os calvinoceus, reuniram-se também em assembléia e, com igual ardor debateram a sua doutrina que, por aclamação geral e também para efeito de divulgação, foi resumida nos seguintes pontos: vontade livre, eleição condicional, expiação universal, graça resistível e possibilidade de queda da graça.

Os calvinoceus, assim como os arminoceus mandaram escrever em grandes pergaminhos a doutrina de suas leis e, com base nos escritos desses pergaminhos têm discutido através dos séculos, reivindicando cada grupo, de per si, a verdade de seus ensinamentos.

O povo simples, desprovido dos grandes pensamentos, tanto calvinoceus como arminoceus, não conseguindo entender a elevada linguagem de seus formosos pergaminhos, excluídos, portanto, das suas discussões, resolveu ficar com a leitura do Novo Testamento e com os ensinamentos simples de Jesus e de seus discípulos.

Esse povo simples, como era de seu costume, e para a sua meditação diária,  escolheu, aleatoriamente, dois versículos na Bíblia Sagrada, que viessem consolar e alegrar seus corações.

Esses versículos escolhidos, foram, pela ordem, os que se seguem:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3.16).

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rom. 5.18).

Esse povo feliz passou a se reunir e a louvar ao Senhor com alegria, visto que, em ambos os seus textos áureos está incluída a palavra “todo”, Logo, ninguém ficou excluído ou marginalizado.

Portanto, esquecendo-se dos pergaminhos dos calvinoceus e dos arminoceus, este povo simples escolheu, para edificação, o Novo Testamento, que contém os ensinamentos simples de Jesus e de seus discípulos, até os dias de hoje.

Ensaio ficcional de Tony Ayres

10 maio, 2010

O PERIGO DA LEITURA SEM DISCERNIMENTO

livros para comer Adquirir o hábito da leitura é uma das maiores riquezas que uma pessoa pode decidir ter na vida. Os livros são os tesouros que descortinam o mundo para o homem, tornam-no sábio, ensinam-lhe a prudência, o equilíbrio e, principalmente, a modéstia - a virtude que sempre acompanha a verdadeira sabedoria.

No entanto, nisso tudo existe um perigo que, infelizmente, tem se tornado cada vez mais próximo e feito cada vez mais vítimas.

Falamos da leitura, sem o necessário discernimento.

Na verdade, atrás de toda retórica existe uma ideologia, o que significa que, por trás de toda mensagem escrita existe (claramente, ou nas entrelinhas) um objetivo do escritor.

Em outras palavras, a leitura jamais pode ser simplesmente "deglutida", sem que o leitor a submeta a um filtro crítico que deve ser a sua salvaguarda. Do contrário, irá "ingerir" e "digerir" muita coisa que não presta e, o que é pior, irá assimilar o que não deseja.

Mas por que razão escrevo isso?

Porque tenho percebido  que a teologia "liberal" que alguns procuraram estudar roubou-lhes o discernimento e a capacidade de separar o joio do trigo (em se tratando de literatura). Da leitura dos teólogos liberais para a leitura de Nietzsche, Marx e Sartre, entre tantos outros, foi apenas um passo.

Evidentemente, nada tenho de pessoal contra esses escritores. Afinal, eu mesmo, os leio e alguns deles fazem parte de minha pequena biblioteca. O que me entristece é que esses autores têm sido lido e assimilados, sem o filtro crítico a que me referi.

O resultado foi a produção de um tipo de cristão que não crê mais na inspiração da Palavra, na deidade de Jesus e na existência da vida eterna. Compraram a ideologia ateísta e perderam a fé.

Fizeram como o sacerdote que foi enviado para converter um corretor de seguros, enfermo na cama.

O sacerdote não conseguiu converter o corretor, mas, em compensação, voltou para casa com uma boa apólice de seguro.

Não desejo estender-me mais sobre o assunto neste post, mas espero, sinceramente, que os que o lerem, considerem o que aqui foi exposto.

Tony Ayres

03 maio, 2010

A ESCOLHA ENTRE DOIS JUDEUS: FREUD OU JESUS?

SigmundFreud Quando Sigmund Freud inicia o seu livro O mal estar na civilização, faz referência à fé, descrita por seu amigo correspondente cristão como um “sentimento oceânico” que invade todo o ser; e confessa, logo a seguir, que ele mesmo (Freud) jamais conseguiu experimentar semelhante sentimento.

Pois bem, com esse pretexto, o pai da Psicanálise desenvolveu toda uma argumentação, utilzando o método científico, a fim de, afinal, “provar” que aquilo que chamamos de fé nada mais é do que o preenchimento de um sentimento que  visa “acobertar” o nosso desamparo existencial.

Em outras palavras: Para Freud, Deus estaria para o homem de fé adulto, assim como o pai está para o seu filhinho; ou seja, assim como o pai humano protege e cuida de seu filho pequeno, o homem também deu um jeito de “criar” um super pai cósmico (Deus) para protegê-lo e ser por ele cuidado.

Quem lê o livro logo nota que o argumento principal de Freud é o de que homem algum nasce com esse “sentimento oceânico”, que seria, na verdade, desenvolvido a partir de um ego “rudimentar” no qual se instalaria todo o conteúdo ideacional, que seria nada menos do que a fé ou o sentimento religioso.

É claro que nós,cristãos, teríamos inúmeros argumentos contra a posição de Freud. Um deles é o de que, quando Jesus disse a Nicodemos que “importa nascer de novo”, Ele já estava deixando claro, com essas palavras aquilo que Freud tanto se esforçou para provar; ou seja: o homem não nasce mesmo com o “sentimento oceânico”.

Para senti-lo ele precisa nascer novamente “da água e do Espírito”, segundo as palavras de Jesus a Nicodemos, em João, 3. No entanto, como Freud era ateu, com certeza ele não se convenceria com um  argumento puramente bíblico, assim como fazem todos os ateus.

UM ARGUMENTO CIENTÍFICO

Para darmos apenas um argumento considerado científico, basta entrarmos um pouco no mundo dos linguistas, mais especificamente, nas idéias de Noam Chomnsky, para quem  o ser humano também não nasce falando, aprende a falar depois

Segundo a linha do pensamento de Chomnsky, o homem não nasce falando, mas nasce com a capacidade de falar.

Semelhantemente, podemos também afirmar que o homem não nasce crendo, mas nasce com a capacidade de crer.

Como se vê, às vezes as pessoas se perdem e se confundem por coisas tão simples e banais, desnecessariamente.

Portanto, que conheçamos Sócrates, Platão, Kant, Nietzche e Proust.

Mas que continuemos firmes na Rocha, que é Jesus.

Tony Ayres

27 abril, 2010

UM CONSELHO AOS AMIGOS BLOGUEIROS CRISTÃOS

enoch "Meus queridos amigos. Eu estava fazendo todo o possível para escrever a vocês a respeito da salvação que temos em comum. Então senti que era necessário escrever agora para animá-los a combater a favor da fé que, uma vez por todas, Deus deu ao seu povo. Porque alguns homens incrédulos, sem serem notados, entraram no meio de nossa gente. Eles modificam a mensagem a respeito da graça de nosso Deus, e fazem isto a fim de arranjarem uma desculpa para as suas vidas imorais. E também rejeitam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor. Há muito tempo que as Escrituras Sagradas anunciaram a condenação que eles já receberam.

Embora vocês conheçam tudo isto, quero lembrar que o Senhor salvou o povo de Israel tirando-o da terra do Egito, mas depois destruiu a todos os que não creram. Lembrem-se dos anjos que não ficaram dentro dos limites de sua própria autoridade, mas abandonararam o lugar onde moravam: eles estão amarrados com correntes eternas, lá embaixo na escuridão, onde Deus os está guardando para aquele grande Dia em que serão condenados. Lembrem-se dos moradores de Sodoma e Gomorra e das cidades vizinhas, que agiram como aqueles anjos e cometeram imoralidades e perversão sexual - eles sofreram o castigo do fogo eterno, e o exemplo deles é um aviso claro a todos.

Assim, estes homens agem do mesmo modo: Eles têm visões que os fazem pecar contra seus próprios corpos. Desprezam a autoridade de Deus e insultam os seres angélicos. Nem mesmo Miguel, o anjo chefe, fez isto. Na discussão que teve com o Diabo, para saber quem ia ficar com o corpo de Moisés, Miguel não se atreveu a condenar o Diabo com insultos, mas apenas disse: "Que o Senhor o repreenda". Mas estes homens xingam aquilo que não entendem. E as coisas que eles conhecem por instinto, como os animais, são estas que os destroem. Ai deles! Seguem o mesmo caminho de Caim. Por causa de dinheiro, eles se entregam ao mesmo erro de Balaão. E como Coré se revoltou e foi destruído, eles também se revoltaram e foram destruídos.

A presença deles, com suas vergonhosas bebedeiras, nas refeições de amizade de vocês é um verdadeiro escândalo. Eles cuidam somente de si mesmos. São como nuvens levadas pelo vento, que não trazem nenhuma chuva. São como árvores que, mesmo no outono, não produzem nenhuma fruta. São como árvores que foram arrancadas pela raiz e estão completamente mortas. São como as ondas bravas do mar, jogando para cima a espuma de suas ações vergonhosas. São como as estrelas sem rumo, a quem Deus reservou para sempre, um lugar na mais profunda escuridão.

Pois foi Enoque, o sétimo descendente direto de Adão, que há muito tempo profetizou isto a respeito deles: "Olhem! O Senhor virá com muitos milhares dos seus anjos para julgar a todos. Virá a fim de condenar a todos os incrédulos, por todas as más ações que praticaram, e por todas as palavras terríveis que eles disseram contra Deus!"

Estes homens estão sempre resmungando e acusando os outros. Eles seguem o seu próprio desejo, vivem se gabando, e bajulam os outros, porque são interesseiros.

Mas, vocês, meus amigos, lembrem-se do que foi profetizado pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Eles disseram: "Quando chegarem os últimos tempos, aparecerão homens que vão zombar de vocês, homens que seguem os seus próprios desejos de incrédulos" São esses que causam divisões, pois são dominados pelos seus desejos naturais, e não têm o Espírito de Deus. Porém vocês, meus amigos, continuem a progredir na fé que têm, que é a fé mais santa que existe. Orem no poder do Espírito Santo. E continuem no amor de Deus, esperando que nosso Senhor Jesus Cristo, em sua misericórdia, dê a vocês a vida eterna.

Tenham pena dos que têm dúvidas, salvem e tirem essa gente do fogo. Tenham pena também dos outros. Sim, tenham dó, e medo também, mas odeiam até as suas roupas manchadas pelos seus desejos pecaminosos.

A Deus que podem evitar que vocês caiam, e que pode apresentá-los perfeitos e alegres na sua gloriosa presença, ao único Deus nosso Salvador, sejam dados, por meio de Jesus Cristo nosso Senhor, a glória, a grandeza, o poder e a autoridade, desde todos os tempos, agora e para sempre! Amém.

Judas

carta de Judas, dos versos 3 a 25

22 abril, 2010

O CUMPRIMENTO DA PROFECIA DE UM ATEU: NIETZCHE. AS PEDRAS ESTÃO CLAMANDO

tvpreacher Não há como deixar de perceber que navegar pelos blogs evangélicos tem se tornado uma tarrefa árdua, que às vezes entristece a alma e faz murchar o espírito. Há muito, ficaram para trás os tempos em que neles se podia ler mensagens e reflexões edificantes.

Os tempos são outros e o que existe agora é um clamor generalizado, à vista dos descalabros que falsos pastores e evangelistas de televisão têm cometido, de uma forma cada vez mais arrojada, cada vez mais aviltante, em suas investidas, já não mais veladas, mas francamente escancaradas, em busca de grandes somas de dinheiro.

Não é possível mais manter silêncio e ficar de braços cruzados, enquanto nossos crédulos irmãozinhos se tornam inocentes úteis e massa de manobra nas mãos desses homens ímpios, travestidos de santos e profetas, que assomam à tela da TV, para tão somente devorar a carne, a lã e a pele das ovelhas de Cristo, porquanto eles mesmos (os profetas da TV), de Cristo já não têm nada; nem nas atitudes, nem nas obras.

Se a Bíblia que eles pregam é a mesma que eu leio, e se eles lêem nela a vida exemplar, a obra redentora e a Revelação de Jesus Cristo que eu e você conseguimos ler, então, a única conclusão a que se pode chegar é que eles jã não crêm nem em Jesus e nem em sua Revelação. Caso contrário, de modo algum fariam o que estão fazendo, com extrema desfaçatez.

Apelo para a consciência de todo o cristão que lê e que entende a mensagem deste post para que entre numa cruzada educativa, a fim de tirar esses pobres irmãozinhos que dão dinheiro para essa gente; de sua crédula alienação, demonstrando a eles que tais homens não são santos nem profetas: são ilusionistas pérfidos, exploradores da fé e saqueadores de pessoas crédulas, mas faltas de entendimento.

Custa acreditar, mas ninguém menos do que o filósofo ateu Nietzsche, um aberto oponente do Cristianismo, foi quem escreveu no aforisma de número 45 -  que trata sobre o  criminoso e o que lhe é afim, em seu livro "O crepúsculo dos ídolos", a seguinte "profecia":

"Aproxima-se o tempo - eu prometo -  em que o sacerdote será considerado como o tipo mais baixo, como o nosso chandala, como a espécie de homem mais mentirosa, mais indecente..." (F. Nietzsche)

Quem lê, entenda.

Tony Ayres

20 abril, 2010

AS DESCOBERTAS CIENTÍFICAS PODEM DESTRUIR A FÉ?

FÉECIÊNCIAJá algumas vezes tenho discutido, neste blog, a necessidade que as pessoas de  fé têm de conhecer, sem temores, "o outro lado da moeda", para que a sua fé realmente possa ser provada e aprovada.

Pessoas que têm medo de ler e ver coisas que possam "afastá-las" da fé; em seu íntimo, temem que essa fé esteja respaldada em solo de areia, e por essa razão, podem se "DESVIAR".

Por essa razão, os evangélicos inventaram a monocultura, com eventos gospel, feiras gospel acampamentos gospel, filmes gospel, escolas gospel, músicas gospel - tudo isso, refletindo um medo obssessivo de estar "fazendo coisas do mundo" e de "cair em tentação" por causa das coisas do mundo.

Pura perda de tempo e falta de reflexão, pois hoje sabemos, sem sombra de dúvida, que as denominações fundamendalistas e legalistas são "celeiros de pecado", uma vez que ferem a essencialidade do ser humano, impondo jugos que apenas "têm a aparência de santidade", mas são ineficazes contra o pecado.

É preciso sair da redoma gospel, reconhecer o mundo com os seus cientistas, a sua filosofia, aprofundar os estudos, conhecer a história, as artes e, principalmente, o modo de pensar pós-moderno.

Esse pensamento pós-moderno lembra-nos de que todos os sistemas de conhecimento ( inclusive o evangélico) são construções sociais.

Isso significa que os nossos pressupostos culturais, juntamente com as políticas de poder, têm muito a ver com o que decidimos aceitar como verdade.

Em outras palavras, queremos dizer com isso que construímos a verdade mais do que simplesmente a descobrimos.

UM EXEMPLO, PARA ILUSTRAR

Os estudantes dos bons seminários, por exemplo, sabem que no mundo pó-moderno, a ciência, mais do que nunca, levantou questões importantes, utilizando o seu próprio instrumental científico, para melhor conhecer o mundo teológico.

Uma das questões descobertas pela ciência é exatamente sobre a origem e a história da Bíblia. Os cientistas, comparando os manuscritos mais antigos, descobriram diferenças, contradições, adiçoes e supressões.

O trabalho deles revelou que escolhas arbitrárias e, algumas vezes, políticas, foram feitas para incluir alguns livros na Bíblia e excluir outros - o que significa que o Cânon Sagrado que hoje temos, não é o mesmo que os crentes de outros séculos tiveram.

Esse é um problema para o qual os teólogos simplesmente não têm uma resposta para dizer: "Isso não foi assim".

CONCLUSÃO

O que desejamos colocar como conclusão é mais ou menos o seguinte: E daí? Vou negar a descoberta científica para não negar a minha fé? Ou vou dizer que o que os cientistas descobriram é obra do diabo?

Por outro lado, vou aceitar a descoberta científica e apostatar da minha fé, porque me sentirei "enganado"?

De maneira nenhuma, pois a minha fé em Cristo é capaz de resistir a verdade científica, sem negá-la.

Mas também não deixarei de crer em minha Bíblia, apenas porque na letra, ela pode ser diferente hoje do que foi ontem.

A imagem salvadora que ela me revela transcende a tudo isso e eu, em Cristo, sou capaz do "prosseguir para o alvo" sem me sentir um menininho confuso e sem ser cético em relação às descobertas da ciência.

O mundo pós-moderno confronta, de fato, muito mais a nossa fé.

Mas não podemos enfiar a cabeça na terra, como o avestruz, para não saber o que se passa ao nosso redor.

"Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece" (Fp. 4.13)

Tony Ayres

16 abril, 2010

PAIS AUSENTES, FILHO INTELIGENTE

GIFTCRIANÇAOs pais de Alexandre estavam eufóricos porque, algo há   muito esperado tinha acontecido.

Depois de algumas semanas de espera, Dr. Bernardo (o pai) havia sido designado para ocupar uma importante função governamental no exterior.

Júlia (a mãe) aproveitou o momento e lembrou o marido que, há meses, ele havia prometido a ela trocar o seu carro por um modelo novo importado, que ela gostou muito.

O marido lhe telefonara, pela manhã, combinando a ida à concessionária,o que de fato fizeram.

Agora,chegavam em casa com um imponente automóvel zero quilômetro.

Mas, em sua alegria, de repente, bateu-lhes um sentimento de culpa. E Alexandre, ficaria de fora daquela comemoração?

Decidiram passar numa conceituada loja de brinquedos e escolheram para o menino, um dos mais caros: uma espécie de robô que andava, virava para a direita e a esquerda, e piscava muitas luzes, tudo isso, ao comando da voz.

Além disso, o  robô era também um “transformer” – transformava-se num disco voador e emitia uma brilhante luz azulada.

Designação confirmada, carro importado na garagem e o brinquedo à tiracolo, pai e mãe atravessaram o jardim e entraram em casa, onde Alexandre estava sentado junto a algumas revistas infantis, ao lado da empregada.

O Dr. Bernardo e dona Júlia cumprimentaram ligeiramente a empregada e, fazendo muitas festas, entregaram o bonito pacote com o novo presente ao filho.

Depois, com muita expectativa, observaram o menino desfazer os laços e desembrulhar o presente.

Boquiabertos de espanto, nem conseguiram responder, quando o menino,dirigindo-se a eles,  lhes disse:

- Obrigado papai, obrigado mamãe, vocês são muito bondosos.

E, colocando o robô de lado, começou a brincar, alegremente, com a caixa onde ele viera embalado.”

“Chamando uma criança, colocou-a no meio deles, e disse: “Eu lhes asseguro que, a não ser que vocês se convertam e se tornem como crianças, jamais entrarão no Reino dos céus” (Mt. 18. 2-3 NIV)

Tony Ayres

12 abril, 2010

O QUE PRETENDEU NIETZCHE DIZER COM A EXPRESSÃO “DEUS ESTA MORTO”?

NIETZSCHE Pretendemos, através deste post, esclarecer o sentido da expressão cunhada pelo filósofo F. Nietzsche (1844-1900), “Deus está morto”.

Quando Nietzsche fala, através do personagem de seu livro mais famoso, Zaratustra, que “Deus está morto”, a expressão não deve ser considerada literalmente.

O que Niestzsche pretendia dizer com essa expressão é que a religião tornara-se niilista, isto é, sem nenhum significado, uma vez que se deturpara e, por essa razão, não se prestava mais para elevar o ser humano; e sim, era usada para distanciá-lo de seu crescimento como pessoa.

Em seu tempo, guiada por líderes religiosos considerados pouco éticos, a fé religiosa transformara-se apenas em ressentimento, visto que, com o objetivo de satisfazer à sede de poder de seus líderes, era por eles manipulada, através de uma intensa repressão sexual.

O homem havia se mecanizado pelas novas tecnologias a tal ponto que podia ser confundido como uma engrenagem a mais das máquinas que faziam a revolução industrial.

Por outro lado, essas novas tecnologias despertavam nele apenas o desejo de acúmulo de dinheiro para a vivência de uma existência fútil e sem significado.

A religião tornara-se, então, vazia, utilitarista e dogmática, nada podendo acrescentar à vida desprovida de significação.

Quando Nietzsche utilizou, então, a expressão “Deus está morto”, embora usasse de extrema e ácida ironia, na verdade, ele desejava chamar drasticamente a atenção, para a vacuidade da fé nas pessoas que ele considerou terem o “sentimento de rebanho”.

Creio que o que dissemos, acima, lança um pouco de luz sobre a questão, além de, quem sabe, poder desfazer certos “mal-entendidos”, que, na verdade, chegam a ser manipuladores.

E, mostrar também, que desde a época do filósofo, as coisas não mudaram muito…

Tony Ayres

11 abril, 2010

AVISO AOS NAVEGANTES: OPORTUNIDADE DE EMPREGO PARA PADRE E PASTOR DA ASSEMBLÉIA DE DEUS

soldadoemoração A Marinha do Brasil abre inscrições, nesta segunda-feira, dia 12 de abril, para concursos em diversos cargos.

Entre eles, para o quadro de capelões navais do corpo auxiliar são duas vagas, uma para sacerdote da Igreja Católica Apostólica Romana  e uma para pastor da Igreja Assembléia de Deus.

A prova está marcada para o dia 12 de junho.

Leia mais a respeito no site da Globo.com, clicandono  AQUI.

Boa Sorte!

Tony Ayres

09 abril, 2010

A CASA DO GÊNIO

genio-pq Gênios são aqueles seres míticos que, segundo as lendas, vivem em garrafas. As garrafas são as casas dos gênios e também as suas prisões. Os gênios não podem sair de casa quando querem. Dependem sempre de uma outra pessoa.

Dizem que alguns gênios podem ficar séculos sem sair de casa. Isso, se não tiverem alguém que ache a garrafa onde vivem.

Mas,quando alguém os encontra e os tira da garrafa, soltando a rolha, eles ficam tão agradecidos, que concedem ao seu novo “amo” três desejos.

Esses três desejos podem variar desde simples e humildes pedidos até tesouros valiosíssimos de ouro e pedras preciosas.

Podem também ser uma viagem ao redor do mundo ou conhecer as muralhas da China.

Às vezes, os gênios têm uma aparência terrível. Mas costumam ser brincalhões e camaradas. Estão sempre à disposição do amo, até que o terceiro desejo seja por ele realizado.

No entanto, são tão fiéis que, se o amo pedir como um dos desejos que o gênio fique para sempre com ele, o gênio obedecerá,sem questionar.

Por isso, as pessoas sonham ter o mesmo destino do Aladim, da lâmpada maravilhosa. Vivem a vida tentando encontrar o gênio da garrafa.

Só que como gênios só existem nas lendas e como lendas só existem no imaginário, o jeito é realizar os desejos de outra forma: trabalhando duro e cumprindo as metas.

Tony Ayres

06 abril, 2010

RIO DE JANEIRO: GLAMOUR E MISÉRIA

RIOCONTRASTE Lembro-me da época que tinha apenas sete ou oito anos de idade, quando uma de minhas irmãs, mais atenta às coisas que ultrapassam os acontecimentos do  mundo, além dos pequenos limites de uma cidadezinha do interior; com as páginas da revista Manchete abertas, mostrava as cenas terríveis dos desmoranamentos causados pela chuva, na cidade do Rio de Janeiro, exclamava:

"É castigo divino por causa da indecência do carnaval!"

Hoje, algumas décadas depois do dia em que esse comentário foi feito dentro de minha casa, lembro-me de dezenas de outras vezes que desmoronamentos, alagamentos e inundações se repetiram ao longo dos anos, na mesma cidade do Rio de Janeiro, que possui o mais famoso carnaval do planeta; e posso dizer:

"O mundo se modernizou, o Rio de Janeiro cresceu; será até sede da Copa do Mundo e das Olimpíadas;mas os desmoronamentos e inundações continuam. Todavia, isso não é castigo divino, é o resultado das ações do próprio homem!"

Quantos governos, quantas eleições, quanta corrupção, quanto desperdício de dinheiro público, quantos equívocos aconteceram no Rio de Janeiro, desde a minha época de garoto! E o tempo passou, ninguém parece ter percebido.

A população se contenta em ver o Maracanã lotado, em dias de Flamengo versus Fluminense. Parece que as autoridades se deslumbram com os desfiles das escolas de samba na Marquês do Sapucaí, parece que o Brasil todo estufa o peito de orgulho, ao ver Madonna, a musa pop internacional hospedando-se no Rio, por onde passam também dezenas de famosos do mundo artístico internacional.

Impera durante a maior parte do tempo nessa cidade despatenarlizada, aquilo que foi denominado por Freud, como Princípio de Prazer .

Ninguém parece notar, a não ser quando a natureza se revolta contra a contínua agressão que tem sofrido, provocando inundações que solapam casas e roubam vidas humanas; ou quando a dengue se torna endêmica e incontrolável; ou quando o tráfico recrudesce nos morros, onde os seus moradores e agentes são mais vítimas do que réus; que existe um outro princípio; o Princípio da Realidade.

Enquanto todos nós, não cariocas somente; mas todos os brasileiros, em uníssono, não fizermos claro para os governos que o Rio de Janeiro não é apenas a cidade maravilhosa e a sede da Rede Globo; mas uma cidade doída e sofrida, que precisa ser imediatamente cuidada e amparada por atos de homens públicos de pulso e de ação, ela continuará sendo para o Brasil e o mundo apenas o grande Big Brother Brasil.

Tony Ayres