Há cerca de três anos, li um livro de um cirurgião plástico que me surpreendeu pela honestidade. Obviamente, não quero dizer com isso que os demais profissionais clínicos dessa área sejam desonestos.
Mas o tal cirurgião (infelizmente, não me recordo o seu nome) relata, em seu livro, que, muitas vezes, recusou pacientes; ou por achar a cirurgia desnecessária; ou por ter a certeza de que, por mais perfeito que fosse o resultado, nunca estaria à altura do perfeccionismo da paciente.
É justamente este ponto que revela uma importante constatação: geralmente, por trás do perfeccionismo, esconde-se uma personalidade de base depressiva e esse eminente cirurgião sabia, por experiência própria, que uma pessoa deprimida sempre se achará feia, por mais linda que ela seja, esteticamente falando.
UM SINAL DE ALERTA
Escrevi os parágrafos acima, a fim de que eles sirvam como um sinal de alerta para todo(a)s aquele(a)s que têm uma tendência para o perfeccionismo.
Pessoas vítimas desse sentimento escravizam-se, tornam-se em tudo metódicas, sofrem muito e fazem seus parceiros e familiares também sofrer.
Esquecem-se ou simplesmente não conseguem enxergar que, mais importantes do que os fatos, são as maneiras pelas quais os enxergamos.
CONCLUSÃO
Se você que lê esta postagem percebe que está sendo muito rigoroso(a) com prazos, horários, arrumação da casa ou escritório; ou sendo metódico(a) demais até nos momentos de intimidade com seu/sua parceiro(a) ou nas horas de lazer com a família; saiba que já soou a sirene de alarme.
É hora de buscar ajuda para mudar de atitude. Hoje em dia existem tratamentos muito eficientes que combinam medicamentos com psicoterapia, extremamente eficazes, para produzir, à curto prazo, uma excepcional melhora na qualidade de vida.
Não espere mais. Procure, sem demora, um profissional competente.
Tony Ayres