31 agosto, 2010

DESABAFO DE UM SERVO

conversao Quando me converti, ainda menino, aceitei as delícias de minha fé assim como o bebê recebe o leite do seio materno. Deliciei-me com o meu novo nascimento, apeguei-me a meu Pai, aprendi com seu Filho, devorei a Sua Palavra.

Fui adolescente, jovem e sempre mantive a comunhão com o meu Senhor. Estudei muitas matérias, passei por muitas escolas, fiz cursos de especialização e mestrado,tornei-me maduro.

Conheci Marx, Freud, Nietzsche, Saramago e muitos, muitos outros nomes que poderiam ter usurpado minha fé. Mas, nunca pude encontrar um livro como a Bíblia nem um homem que pudesse substituir Jesus Cristo de Nazaré.

Repugna-me, agora, ver a apostasia rondando o coração de jovens e velhos cristãos. Pessoas que um dia alegraram-se cantando louvores da Harpa Cristã, do Cantor Cristão e do Salmos e Hinos agora sofismando, estribados em teorias que encantam com acenos de “insights” e taxando o remanescente que ainda crê como ortodoxo, fundamentalista e ingênuo.

Chegam a tratar Deus como alguém que está no inconsciente; e não nos Céus. Esqueceram-se do profeta Isaías, que diz: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera” (Is. 64.4).

Não souberam mesclar o antigo com o novo e caíram numa armadilha. Por essa razão e por se acharem sábios acabaram por desdenhar a fé e embruteceram a própria alma.

Passaram a viver na “sociedade elitizada” dos sábios desde mundo, que, segundo o apóstolo Paulo, não são mesmo muitos desse tipo que foram chamados por Deus.

Teminando este post, faço coro com as palavras de Rollo May: “Nenhuma sociedade sobreviveria muito tempo sem vitalidade, ou sem as antigas formas, sem mudanças e estabilidade, sem religião profética que ataca as instituições existentes e aquela que as protege” (O Homem à Procura de Si Mesmo, pg 156).

Desejo continuar a minha jornada com o coração renovado, com a Bíblia e com Jesus Cristo, como meu Senhor.

N’Ele, que me deu a salvação,

Antônio Ayres

21 agosto, 2010

A VERDADEIRA CORAGEM

rafale As pessoas costumam associar coragem com atos heróicos, bravuras e correr risco de vida.

Embora essa versão de coragem seja a mais conhecida; do ponto de vista psicanalítico ela pode não ser verdadeira. Ou, mais do que isso, pode ser o contrário do que aparenta ser.

Para se ter uma idéia, terapeutas constataram que soldados da última grande guerra mundial que eram capazes de realizar arriscadas missões, com potenciais perigos de total destruição, somente o faziam para compensar a própria ansiedade.

Em outras palavras: eles burlavam o medo interior, exteriorizando um ato de bravura.

A coragem verdadeira, assim como vista pelos terapeutas, é aquela força interior que o indivíduo precisa ter para dar cada passo que o afasta da multidão, da massa, que, simbolicamente, significa o útero materno.

Tornar-se independente como pessoa, então, significa sentir as dores do próprio nascimento.

Essa coragem é que impele as pessoas a deixarem de ser seguidoras ou imitadoras de outrem e de encontrarem o próprio rumo na vida, com integridade às suas mais íntimas convicções.

É, portanto, um estado interior, sem o qual ninguém consegue crescer emocionalmente.

No entanto, por mais incrível que possa parecer, às vezes é mais fácil desempenhar o papel de mártir e ser impetuosamente “heróico” numa façanha por todos admirada, do que traçar o próprio rumo firme e paciente, em direção à liberdade pessoal .

Não é preciso ir muito adiante para se perceber que, num mundo em que líderes (principalmente os religiosos) são imitados até nos trejeitos e na maneira de se vestir, há cada vez mais a necessidade de verdadeiros heróis e heroínas.

Antônio Ayres

02 agosto, 2010

BUSCA POR AUTENTICACÃO - OBJETIVO DE TODO SER HUMANO

Neste exato momento, quando você está começando a ler estas linhas, milhões de pessoas, em todos os lugares do planeta, de alguma forma, estão procurando, desesperadamente, autenticar-se.

O homem deste século parece estar convencido de que não existe tempo a ser gasto com aquilo que não é relevante.Por essa razão busca, por diferentes caminhos, uma forma de encontrar relevância. 

É a essa procura pertinaz por relevância que, neste livro chamamos busca por autenticação.

Ser alguém, ser reconhecido como alguém, sentir-se importante, possuir alguma forma de status é, equivocadamente visto como autenticidade.

As pessoas confundem-se mais uma vez, em sua busca pela relevância e autenticação.

A confusão parece ser o destino daqueles que fecham os olhos para o fato de que suas lutas frenéticas para “subir na vida” são nada mais do que as neuroses obsessivas de quem quer obter sucesso, a qualquer preço.

Uma vez mais, enxergam-se os meios como os fins e deixa-se a vida passar, sem perceber que o tempo não tem volta e que ser apenas uma engrenagem na máquina do progresso de hoje pode significar o erro percebido tarde demais, amanhã.

Não é possível mais continuar a viver o “ser” como “ter”; e o “viver” como “acontecer”.A verdade é que só se autentica quem aprende com a vida e dela retira cada uma de suas preciosas lições.

E como a vida não nos é entregue pronta, mas constitui um mapa em branco, no qual cada um de nós traçará os seus próprios caminhos, devemos ter discernimento.

Isso, dito de outra forma, significa reconhecer que viver é um processo, no qual passamos por muitas e diversificadas experiências até que atinjamos a maturidade.

Sobre essas experiências, que são gradativas e acontecem desde o momento da concepção até o momento da morte, é que estaremos falando, neste livro.

Se soubermos o script dos eventos mais ou menos pontuais que acontecem na construção de nossos caminhos, então estaremos no rumo certo para o entendimento da vida.

Em outras palavras: estaremos aptos para nos autenticarmos de maneira plena, soberana e feliz.Um objetivo que, sem dúvida, se mostra desejável a todos nós.


Nota: O texto acima faz parte de meu livro Entre a infância e a maturidade - o homem à procura de si mesmo, disponível para leitura on-line. Se desejar lê-lo em sua totalidade, por favor, clique aqui.

Antônio Ayres