30 junho, 2010

ENTRE A PSICANÁLISE E O CRISTIANISMO. VALE A PENA ISSO?

pensadores Desde que me tornei um psicanalista e, antes disso, quando era ainda um estudante, pude perceber que, a despeito de ser considerada uma ciência, a Psicanálise está longe de ser uma panacéia para entender e explicar todo o intricado processo que envolve o ser humano e seus problemas.

Na verdade, a Psicanálise é muito pequena diante do mistério da vida física; quanto mais se se  tratar daquela que consideramos a vida espiritual. Freud debateu-se com ela a vida toda, que não foi curta (viveu entre 1856 e 1939) e reformulou muitas vezes suas teorias, dadas  as inúmeras incertezas que pairavam sempre em seu espírito.

Digo isso porque, infelizmente, venho percebendo que alguns cristãos, ao descobrirem a Psicanálise, (mesmo a grosso modo) ficaram por ela tão fascinados que, aparentemente, tornaram-se céticos em sua fé; ou ateus como o seu descobridor (Freud).

Ora, essa fascinação pode ser entendida, uma vez que, lidando com o inconsciente, a Psicanálise lida também com o recalcado ou com o reprimido. Quando ela logra tornar consciente os conteúdos mentais inconscientes, promove como consequência, a liberação dos recalques e das repressões – o que, via de regra, é positivo, desde que a pessoa em questão saiba aceitar a sua nova realidade com equilíbrio e maturidade; e não com a mentalidade daquele que “achou o tesouro” no fim do arco-íris.

Creio que é exatamente nesse ponto onde mora a raiz do problema pois, por uma “falha piedosa”,a igreja chamada “evangélica” exagerou negativamente a ênfase na sua herança puritana, fazendo com que crianças e novos convertidos do século XX fossem doutrinados e vivessem uma vida de acordo com o modelo calvinista pós-medieval; o que provocou um surto de repressão de proporções endêmicas, não mais possível de ser suportado em pleno mundo pós-moderno da primeira década do século XXI.

Ora, com a popularização da Psicanálise, da Psicologia e da própria Psiquiatria (que foram os saberes nos quais os cristãos emocionalmente doentes foram buscar ajuda), os recalques vieram à tona como uma panela de pressão que explodiu; o que fez com que muitos deles se voltassem contra as suas igrejas. O passo seguinte foi rejeitar a Bíblia e seus ensinamentos e o abraçar da Psicanálise como a “ciência que promoveu a minha emancipação”.

É claro que essa atitude é um equívoco, uma vez que o indivíduo “liberto” das amarras da repressão religiosa reprime toda a sua vida anterior, caindo numa armadilha e trocando seis por meia dúzia, sem perceber. Ninguém pode ser feliz dessa maneira.

É preciso que essas pessoas repensem o que estão fazendo para, como diz Caio Fábio, “não abandonarem o Jesus ressurreto”, e não se deixarem enganar.

Freud descobriu a Psicanálise. E daí? Ela é só mais uma linha epistemológica.

Também a Psicologia Profunda de Carl G. Jung; a Epistemologia Genética, de Jean Piaget; a Psicologia do Desenvolvimento Individual, de Alfred Adler; a Fenomenologia, de Martin Heidegger; a Psicologia Existencial, de Rollo May e a Logoterapia, de Viktor Frankl, entre muitas, são algumas outras vertentes espistêmicas.

Não vale a pena trocar Jesus Cristo por nenhuma delas.

NEle, sob cujo poder todas as coisas permanecem.

Antônio Ayres

16 junho, 2010

O Grande Equívoco de Alguns Blogueiros Cristãos

nodios Francis Schaeffer afirmou em um de seus livros que “o dia em que o Cristianismo se tornasse amigo do mundo, ele deixaria de existir“. Foram proféticas, essas suas palavras.

Não porque o Cristianismo deixou de existir na História. Mas porque deixou de existir no coração de muitos cristãos atuais, nominais e, supostamente, sábios demais para aceitar as verdades bíblicas “arcaicas” no mundo pós-moderno e permeado de filosofia, no qual vivemos.

Uma das características deste mundo pós-moderno é o acesso à informação e a facilidade através da qual as pessoas influenciam umas às outras, da mesma forma que são influenciadas.

Mas aqui, infelizmente, passou a valer o cômico ditado: “macaco que nunca come mel, quando come, se lambuza”.

Muitos de nós, evangélicos adultos, fomos criados dentro de uma igreja que, em alguns casos, apesar do amor e da comunhão genuína que gozávamos nela ; precisávamos seguir uma “doutrina” ascética implacável que nos impedia de conhecer “o mundo” (não aquele ao qual Schaeffer se referiu, mas outro muito mais inocente!).

Sem o saber, vivemos o lado mais duro e legalista do Calvinismo, do Puritanismo e do Pietismo dos primeiros séculos da Reforma Protestante, seja para provar a nós mesmo e à igreja, a nossa eleição; seja para mostrar a graça da qual havíamos sido alvos.

Resultado: crescendo num cenário no qual não era mais possível carregarmos uma ética ascética tão pesada, fomos à luta: estudamos, lemos livros, adestramo-nos teologicamente, fomos beber nas fontes da ciência e da filosofia; saímos da ignorância e da inocência que nos caracterizavam. Tornamo-nos adultos, afinal. E nos emancipamos da autoridade da igreja.

Mas, para nossa tristeza, alguns cresceram demais, tornaram-se demasiadamente grandes em seus “insights” e em suas “descobertas”.

Descobriram Nietzsche, Marx, Focault,Sartre, Freud...E, ao invés de seguirem o conselho de Protágoras: in medium virtus, ou seja, a virtude está no meio, passaram para o extremo oposto: descreram.

E, supondo que estavam trocando o dogmatismo legalista, no qual foram criados, pela visão cristã equilibrada e libertadora; trocaram, na realidade, a ortodoxia pelo liberacionismo, a fé pela apostasia.

Sim, tornaram-se apóstatas do século XXI.

Ora, se colocam Nietzsche e Freud como iguais  ou superiores a Jesus de Nazaré; se tratam o Filho de Deus como um visionário judeu comum que nunca ressuscitou e se desdenham da Revelação contida nas Escrituras, afirmando que a Bíblia não é a Palavra autoritativa de Deus, só se pode dizer que apostataram.

Ouviram palavras que lhes causaram “comichões nos ouvidos” e “não suportaram a sã doutrina”, como  biblicamente já há muito tempo fora previsto. E, como a porca lavada, prosseguem se revolvendo no despojadouro.

Fosse isso apenas, o que infelizmente já é um grande mal para as suas próprias existências, esse mal seria menor.

Mas as suas “grandes sacadas” não podem ficar encobertas. Então usam a blogosfera cristã para fazer provocações. Os “grandes sábios” recém emancipados tripudiam, com seus posts em seus blogs, o nome de Cristo e seus pequeninos seguidores.

Não se atemorizam mais com as palavras de Jesus de que, aqueles que fizessem desviar a um de seus pequeninos, seria melhor serem jogados ao mar com uma pedra de moinho atada ao pescoço.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

O ascetismo que vivemos em nossa infância não justifica a apostasia.

A fé que vence o mundo, a carne e o diabo tem que ser aquela que suporta conhecer Nietzsche até o âmago, sem medo nem ressentimento. Mas que continua a saber que Jesus Cristo é o Filho do Deus Vivo, que ressuscitou ao terceiro dia.

E que continua sendo o único mediador entre Deus e os homens.

Soli Deo Gloria

Antônio Ayres

15 junho, 2010

As Pessoas Continuam A Se Casar

casamento1 O casamento, nos tempos modernos, está em crise. As estatísticas mostram um aumento assustador do número de divórcios. Há, entre os brasileiros, o conhecido jargão sobre esse rito de passagem: “Quem está dentro quer sair; quem está fora quer entrar”.

O mundo mudou tanto nas últimas décadas que, na atualidade, pouquíssimos casamentos chegam a durar 10 anos. Parece-nos que, a continuar como estão indo as coisas, em breve não se comemorará mais as bodas de prata.

Apesar de todos os problemas e responsabilidades que o casamento acarreta, no entanto, ninguém (ou quase ninguém) deseja ficar solteiro (a). Isso, sem dúvida, é positivo pois, sem família (com pai e mãe) as crianças não podem ser criadas emocionalmente saudáveis.

É preciso, portanto, que as pessoas sejam mais tolerantes, conscientizem-se de que uma relação a dois não pode ser vivida com eterna paixão, mas deve ser construída a cada dia de cada mês de cada ano.

E olha que os evangélicos precisam, mais do que os outros, aprender essa verdade. Nada adianta “vigiar e orar” se não se der a devida atenção ao cônjuge e à família.

Quando fez a Reforma Protestante, uma das coisas contra as quais Lutero se insurgiu foi contra considerar o casamento como um sacramento.

No entanto, a Igreja protestante considera o casamento civil como legítimo, também perante Deus.

Esperemos e contribuamos para que o casamento volte a ter o valor que merece ter. Somente dessa forma será também legítimo o desejo de querer casar.

Antônio Ayres

07 junho, 2010

SAIBA SE VOCÊ SOFRE DE DISTIMIA

DISTIMIA A distimia caracteriza o indivíduo que possui uma tristeza ou um  mau humor constantes. De uma forma mais clara, os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado, além de outros sintomas em geral, sempre presentes.

Pelos padrões psiquiátricos americanos são necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo para os adultos e um ano para as crianças sendo que para elas o humor, com mais frequência, é irritável ao invés de depressivo.

Para se fazer o diagnóstico diferencial  da distimia é necessário  excluir fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania (estado leve de exaltação do humor), assim como a depressão maior.

Causas externas podem também anular o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas. Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período superior a dois meses sem os sintomas depressivos.

Além disso, para preencher o diagnóstico de depressão os pacientes, afora os  sentimentos de tristeza prolongados precisam apresentar dois dos seguintes sintomas:

  • Falta de apetite ou apetite em excesso
  • Insônia ou hipersonia
  • Falta de energia ou fadiga
  • Baixa da auto-estima
  • Dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões
  • Sentimento de falta de esperança

Outras Características

Estudos têm demonstrado que os sentimentos de inadequação e de desconforto são  muito comuns, a generalizada perda de prazer (anedonia) ou interesse também, e o isolamento social manifestado por querer ficar só em casa, sem receber visitas ou atender ao telefone nas fases piores são constantes.

Os pacientes reconhecem sua inconveniência quanto à rejeição social, contudo não são capazes de se controlar. Usualmente os parentes exigem deles uma mudança positiva, mas isso não é possível para quem está deprimido, a não ser com o uso de medicação adequada.

A irritabilidade contudo e impaciência são sintomas muito comuns e incomodam ao próprio paciente. A capacidade laborativa fica prejudicada bem como a agilidade mental. Assim como na depressão, na distimia também há alteração do apetite, do sono e também da psicomotricidade.

O fato de uma pessoa ter distimia não impede que ela desenvolva depressão: nesses casos denominamos a ocorrência de depressão dupla e quando acontece o paciente procura o psiquiatra.

Como a distimia não é suficiente para impedir o rendimento, apenas prejudicando-o, as pessoas não costumam ir ao médico, mas quando não conseguem fazer mais nada direito, vão ao médico e descobrem que têm distimia também.

Os pacientes que sofreram de distimia desde a infância ou adolescência tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte do seu jeito de ser e por isso não procuram um médico, afinal, conseguem viver quase normalmente.

Tratamento
Embora o tratamento com antidepressivos tricíclicos nunca se mostrarasse satisfatório, as novas gerações de antidepressivos (ISRS’s), no entanto, vem apresentando melhores resultados no uso prolongado. Também, antipressivos atípicos são uma boa perspesctiva.

Usa-se, atualmente, a fluoxetina, a paroxetina, a sertralina e a mirtazapina.

Antônio T. Ayres

02 junho, 2010

Conselhos a Uma Jovem Esposa, Cujo Marido é Dependente Químico (2ª ed.)

Prezada "X"
Disse-lhe que a existência de amor faz grande diferença porque quem ama suporta sacrifícios; e, se você decidir permanecer casada, esteja preparada para uma vida de sacrifícios.
Infelizmente, seu esposo tem percorrido todo o conhecido caminho do verdadeiro dependente químico: primeiro dá mostras de recuperação; passa um período relativamente longo sem a droga, fazendo todos acreditarem que está liberto; depois tem uma "recaída"; afasta-se da igreja (se é cristão); promete que não acontecerá mais; tem nova recaída; começa a precisar de dinheiro e, na ausência dele, começa também a vender objetos de uso pessoal ou furtados a fim de manter o vício e assim por diante.
A tendência é, a partir de agora, ter recidivas cada vez mais freqüentes, até que venha a perder o trabalho e a isolar-se de quem queira ajudá-lo.
Agora, NUNCA imagine que Deus seja um ser vingativo e castigador, que a esteja "punindo" por ter-se casado com tal pessoa. Tampouco fique pensando que Ele a "castigará" mais, se você se separar de seu marido.
Essas são idéias que os homens, erroneamente, ensinam acerca de Deus. Ele é amor e deseja que tenhamos liberdade e saúde emocional. Jesus veio proclamar liberdade aos oprimidos e liberdade aos cativos.
Você precisa também saber que o drogado é uma pessoa que sofre de um vazio existencial tão grande que nenhuma coisa: nem Deus, nem mulher, nem filhos, nem família, nem trabalho, NADA, para ele, tem mais importância do que a droga.
Por outro lado, as pessoas que o amam (como é o seu caso), muitas vezes passam a sofrer daquilo que é chamado de "co-dependência" afetiva. Ou seja, é possível que você, inconscientemente, "precise" de alguém como seu esposo para sentir-se "útil".
Agora, reflita: Você acha que alguém que falta ao trabalho para drogar-se, que "some" de casa quando lhe é conveniente; que sonega informações, que utiliza o dinheiro do casal e do trabalho para comprar drogas e que vende o que for preciso para sustentar a sua dependência, AMA você?
É preciso que você tenha consciência de que somente um milagre de Deus pode libertar o seu esposo, se ele não procurar ajuda especializada numa instituição, como lhe disse.
Pense, reflita, ore e consulte não apenas o seu coração, mas também a sua inteligência.
Não posso decidir por você. Tampouco qualquer outra pessoa poderá fazer isso. Deus lhe deu o livre arbítrio e você deverá fazer uso dele para decidir.
Apenas tenha em mente que o seu futuro sempre dependerá de suas escolhas presentes. Você é a autora de seu próprio destino.
Espero não tê-la magoado com a minha sinceridade.

Oro a Deus para que você tenha paz e total dependência Dele para decidir com sabedoria e sensatez.
Em Cristo,
Tony Ayres