29 novembro, 2008

CÔNJUGES CRISTÃOS QUE APESAR DE SE AMAREM, BRIGAM. PODE ISSO?

discutindo-relacao-170308 Evidentemente, haverá, apesar de minha simplicidade à essa resposta, quem fique pasmo. E ela é: Pode! Sim, pessoas que se amam profundamente e são plenamente côncias de sua fé em Deus também brigam!

"Como assim?" - diria aquele que é mais apegado à letra do que ao Espírito, que vivifica a letra - "não pode brigar um casal nascido de novo em Cristo!"

Eu diria: "Mera ilusão". Não só os casais evangélicos brigam e se ferem, magoando-se mutuamente, como também os pastores e reverendos brigam com suas esposas e , não raro, ficam semanas sem falarem com elas!

Afinal, reverendos e pastores não são anjos e, tanto eles, como cada um de nós, cristãos; apesar de termos a experiência de uma nova vida em Cristo, continuamos a sermos humanos e ainda (como já escrevi aqui em outro post) trazemos em nós a velha natureza adâmica.

Portanto, seria legalista demais exigir que homens e mulheres, por mais santos que sejam, passassem da categoria humana para a categoria angelical; e não tivessem discórdias, às vezes, entre si.

A vida conjugal também tem as suas pressões que, aliás, não são pequenas, principalmente quando vêem os filhos e as despesas aumentam.

Casais cristãos também se estressam e se decepcionam. Dizem coisas erradas, nos momentos errados e tudo isso faz parte do aprendizado e da vida em comum.

O importante é que haja sempre a disposição em perdoar e que o perdão seja sincero.

Não estou sancionando aqui (quem seria eu para tal?) o desenvolvimento de uma personalidade belicosa nem defendendo as discussões frequentes. "No que depender de vós, tende paz uns com os outros", ensinou-nos o apóstolo Paulo.

Portanto, sejamos honestos também nessa questão. Jesus sempre combateu, sem titubear, a hipocrisia. Se queremos ter em nós o caráter Dele, devemos refletir seriamente sobre o que aqui foi dito.

Toni Ayres

24 novembro, 2008

ESPOSAS SOLITÁRIAS DE MARIDOS VICIADOS EM PORNOGRAFIA

Tenho ficado impressionado pelo número cada vez maior de mulheres que se queixa de solidão, entendida aqui como solidão sexual, em virtude de seu maridos serem viciados na pornografia da Internet.

E o que causa um impacto ainda maior é saber que muitos desses maridos são cristão evangélicos, bons pais de família e profissionalmente realizados.

Num país como o Brasil, sabe-se que 95% dos homens apreciam revistas de mulheres nuas e entram em contato com algum tipo de pornografia.

Uma parte desse contingente (e aqui, o assunto não diz respeito apenas ao universo masculino, mas inclui as mulheres também) justifica a utilização dessa pornografia como uma espécie de "preliminar" para incrementar seu relacionamento sexual com o cônjuge.

No entanto, com o passar do tempo, muitos deles viciam-se nos sites e filmes pornográficos e começam a negligenciar a esposa, preferindo satisfazer suas pulsões mediante a prática da masturbação.

É óbvio que tais indivíduos estão, imaturamente, "compensando" suas frustrações; ou por não se sentirem mais atraídos pelo corpo de suas esposas (que obviamente não podem competir com atrizes pornográficas); ou, por não as amarem mais mesmo e não terem a coragem de assumir isso.

POR QUE PORNOGRAFIA E MASTURBAÇÃO CONSTITUEM IMATURIDADE?

Porque quando um homem de fato ama sua mulher, ele a deseja. Ela lhe basta e lhe satisfaz sexualmente. O sexo que ele faz com ela é prazeroso, tendo ela um corpinho de "miss" ou estrias e celulite.

Seu amor não está condicionado apenas à estética, mas vai muito mais além, incluindo amizade, companheirismo e cuidado pela satisfação de suas necessidades.

Quando isso não ocorre e há a necessidade compulsiva de de fantasias, masturbação e pornografia, esse homem é imaturo, encontra-se sexualmente regredido e, embora possa ser maduro nos negócios ou nas decisões de trabalho; sexualmente, parte de seu seu caráter está ainda infantilizada.

QUAL É A SAÍDA, ENTÃO?

Sem dúvida, em primeiro lugar, uma conversa franca e honesta entre os parceiros,
na qual, sem hipocrisias e sem ofensas tudo deve ser dito: as frustrações confessadas, os descontentamento esclarecidos, os gostos e preferências compartilhados e as fraquezas trazidas à luz. Isso, em geral, costuma surtir efeito.

Caso o problema persista, o passo seguinte seria obter a ajuda de um conselheiro idôneo e competente ou mesmo a procura por uma psicoterapia de casal que, em muito casos, é realmente a solução ideal para reconduzir as coisas aos trilhos.

Finalmente, se ficar evidente que a causa do problema é o amor que se acabou; por mais contundente que isso possa parecer, a solução seria mesmo a separação formal, pois a infidelidade maior, em tal circunstância, seria carregar sobre as próprias costas e colocar sobre as costas do outro o jugo de uma convivência estéril e sem amor.

Toni Ayres

NOVA EDIÇÃO DE LIVRO

Graças a Deus, acaba de sair, agora em Novembro de 2008, a 4ª edição de meu livro Prática Pedagógica Competente, publicado pela editora Vozes, Petrópolis, RJ.

O livro, lançado em dezembro de 2004, teve sua 2ª edição em 2006 e 3ª edição também em 2008 (início do ano).

Alegro-me po
r ver que o livro é vendido também em Portugal. Mas, tenho observado nos sites de livrarias daquele país, que lá chamam-me António Tadeu Ayres, enquanto aqui no Brasil, sou Antônio Tadeu Ayres.


António ou Antônio, o importante é que o livro, ao que parece, tem encontrado leitores que me prestigiam, tanto aqui como lá.

A eles, toda
a minha gratidão.


Toni Ayres

22 novembro, 2008

A CAPITU CONSCIENTE DE UM MACHADO DE ASSIS INCONSCIENTE

Desde que o livro Dom Casmurro, de Machado de Assis, foi lançado, no ano de 1900 e até os dias atuais, persiste a grande pergunta que tem mobilizado literatos de todas as gerações desde então: Seria Capitu culpada ou inocente pela acusação de adultério, que lhe é impingida pelo seu marido e narrador do livro, Bentinho, o Casmurro que dá título à obra.

A grande curiosidade que os estudiosos têm, além dessa (da culpa ou inocência de Capitu) é a de saber se Machado teve a intenção deliberada de deixar o leitor nessa dúvida, que realmente parece uma sinuca de bico, não apenas para aqueles de fala portuguesa, como também para os demais, visto que a obra se tornou mundialmente conhecida, exatamente por essa questão.

Em minha modesta condição de psicanalista ( e não de literato, portanto), ocorre-me aqui deixar registrado a declaração que Freud fez, em uma de suas conferências, realizada em 1914: a de que uma das grandes feridas narcísicas da humanidade é a de tomar conhecimento de que a razão humana não é norteada pelo consciente, e sim pelo inconsciente.

Em outras palavras: desde o advento da psicanálise, sabe-se que o que guia, o que dirige, o que é decisivo para as deliberações que o homem faz na vida, embora lhe pareça planejado e calculado, possui, na verdade, motivações inconscientes.

Isto posto, após uma cuidadosa releitura de Dom Casmurro, a mim me parece que Machado de Assis, por tudo aquilo que faz transparecer nas linhas e nas entrelinhas do livro, teve a intenção “consciente” de colocar Capitu no banco dos réus.

Para mim, sempre foi a intenção do autor mostrar a traição da personagem. Mas, como tudo em sua obra foge aos padrões e lugares comuns, Machado construiu de forma espantosamente criativa todo o enredo do romance. A dúvida que restou, desde então, a meu ver, sempre foi por conta dos leitores, e não do autor.

Acontece que, conforme dissemos acima, de acordo com a psicanálise o homem apenas tem a ilusão de que faz as coisas conscientemente. Suas reais motivações, no entanto, estão no inconsciente.

Portanto, a despeito de toda a sua genialidade, nem mesmo Machado de Assis fugiu à essa regra. Ele, obviamente, pensou que planejou conscientemente o romance. Mas, como em todos os mortais, suas motivações, ao escrever Dom Casmurro, foram inconscientes.

Assim sendo, mesmo que não quisesse, Machado transferiu para o personagem Bentinho, muito de suas dúvidas, temores, ambiguidades e incoerências. O que, na verdadade nos permite ficar sabendo que, mesmo aquilo que o escritor Machado de Assis não diria em hipótese alguma, acaba dizendo pela boca (ou pena) de Bentinho.

Ora, excusado seria dizer que essas mesmas dúvidas, temores, ambiguidades e incoerências também estão presentes no imaginário de todos nós, leitores de sua obra. O que faz-nos concluir que a “consciência” inconsciente de Machado, ao planejar e escrever o livro, desperta em cada um de nós a dúvida in-consciente sobre Capitu ser ou não culpada.

Finalizando este pequeno artigo a mais sobre uma polêmica secular, resta dizer, para não fugir aos propósito de tudo aquilo que escrevo neste site: Que pena que Bentinho não tenha tido a grandeza necessária para perdoar Capitu.

Teríamos tido um livro talvez menos polêmico e muito menos famoso. Mas um livro cuja leitura o leitor terminaria edificado. Um livro em que os personagens principais não acabariam vivendo tânatos - pulsão de morte; e sim eros - pulsão de vida.

Tenho visto casamentos em que a traição de um dos cônjuges quebrou mesmo para sempre a taça de cristal. Mas também tenho visto outros, onde ocorrem o arrependimento de um e o perdão de outro.

Nestes, além da taça se cristal ser reconstruída de uma forma muito mais bonita, o vinho que se serve nela é de qualidade muito superior.


Toni Ayres

20 novembro, 2008

A CRISE DOS 40 ANOS

Este artigo é, ao mesmo tempo, uma constatação e um alerta.

Quem de nós já não se surpreendeu
, ao tomar conhecimento de que um casal bem afinado, sempre alegre e jovial, de repente se separa, lá pela casa dos 40 anos de idade, às vezes, aparentemente, sem qualquer motivo que justifique atitude tão radical?


Infelizmente, a nossa cultura
não criou nenhuma escola que prepare o ser humano para a segunda metade da vida, assim como criou as que o preparam para a primeira.


É, na realidade, de improviso, que o homem e a mulher se dão conta de que já são "quarentões" e de que é impossível viver a tarde da existência (maturidade) de acordo com os mesmos programas que viveram a manhã (juventude).

É nessa fase (normalmente entre os 40 e 45 anos de idade)
que o homem e a mulher fazem um balanço da própria vida e nesse balanço chegam à conclusão de que, apesar das numerosas conquistas familiares, sociais e profissionais; muito daquilo que poderiam ter vivido, permanece irrealizado. Isso faz parte da experiência humana e atinge pessoas de todos os tipos de formação.


Ocorrem, então, verdadeiros terremotos interiores:
depressões, incertezas, medo do futuro, insatisfação com o presente, vontade de mudança, falta de perspectiva, terror da velhice, desejo inconsciente de retorno à juventude; o que leva o indivíduo a vivenciar, em muitos casos, aquilo que chamamos de "segunda adolescência". Aqui, começa a advertência a que nos referimos, no princípio.


Nesse período é que mais comumente
ocorrem as separações, mudanças bruscas de profissões, procura de um novo estilo de vida, verdadeiras guinadas de 360º! O aconselhamento ou o acompanhamento psicoterápico poderia ajudar muito, nesses momentos!


Isso por que
, apesar do tsunâmi representado pela crise dos quarenta anos, a crise passa, assim como passaram as da primeira adolescência!


Normalmente ocorre, então, uma calmaria, uma profunda
modificação da alma; o caráter infantil que se interpôs no meio do caminho da existência vai desaparecendo, o homem e a mulher vão gradualmente retornando ao seu eixo.


Equilibrados, mais amenos
, mais dóceis, mais "escolados" pela vida, estão mais maduros agora, para enfrentar os anos de maturidade por vir.


No entanto, por falta de instrução adequada
, de aconselhamento sábio (como já dissemos), muitos deixaram-se levar pela "crise dos 40 anos" e agora sofrem conseqüências, as mais diversas: sentimentos de culpa, incerteza, ambigüidade, incoerência, arrependimento, etc.


Se esse for o seu caso, nosso propósito
é animá-lo para que deixe toda negatividade de lado. Ainda que você esteja descasado(a), por ter-lhe faltado sabedoria ou discernimento, próprios da chamada "crise dos 40 anos", sua vida não está perdida e o Criador tem a maravilhosa bondade em transformar nossas experiências de erro e fracasso (desde que reconhecidos) em esplêndidas experiências de felicidade!


Abra-se para uma experiência nova
e madura num novo relacionamento.


Aproveite suas lições do passado
. Lembre-se do que a Bíblia fala: "... Eis que faço novas todas as coisas..."

Toni Ayres

11 novembro, 2008

O TRAUMA DE UM CASAMENTO TERMINADO E O MEDO DE SER FELIZ NOVAMENTE

Não é conveniente permitir que uma ferida fique aberta, incomodando, e com o risco de infeccionar, só para que a pessoa que a tem não sinta mais dor por ter de mexer nela.

Melhor é enfrentar a dor de frente, expondo a ferida ainda mais, realizando a assepsia necessária, para só então, suturá-la e permitir que haja uma cicatrização natural.

A metáfora da "ferida aberta" utilizada acima, infelizmente tem uma aplicação prática muito real na vida de muitas pessoas divorciadas que, em virtude de terem sofrido demais com o término de seu casamento, estão literalmente paralisadas de medo: medo de arriscar-se a ser feliz novamente num possível novo relacionamento.

Convém que façamos aqui um esclarecimento: esse medo mórbido sobre o qual estamos falando nada tem a ver com o processo natural de luto, que acontece em toda separação.

O divórcio é um processo doloroso e a perda da outra pessoa inicia um período de luto. Depois da morte física, propriamente dita, ele é o segundo fator mais estressante na vida do ser humano, e a experiência do luto, quase que necessariamente, faz parte dele.

Durante esse período de luto, que leva em média, entre um e dois anos para terminar, toda sorte de sentimentos negativos e contraditórios são experienciados: culpa, raiva, rancor, autodepreciação, inconformismo, desejo de vingança, indiferença forjada, instabilidade emocional, extrema irritação, falta de perspectiva, etc. Esses sentimentos, como que pintam a vida da pessoa de um cinza-chumbo tão pesado que parece que a tempestade nunca terá fim.

No entanto, decorrido os primeiros meses, ao final do primeiro ano e início do segundo, a situação já não é tão negra. Há mágoas, obviamente, mas o tempo tem o condão de suavizá-las. Se tudo der certo, o arco-íris em breve surgirá e o sol voltará a brilhar, trazendo um horizonte novo à vida da pessoa.

É quando se inicia de fato, a oportunidade de um recomeço, de um refazer a vida de uma forma mais feliz. É a chance que se abre para um novo amor, para uma nova perspectiva, para com uma nova e excitante expectativa, cheia de esperanças. Esse é o processo normal.

Mas, não é dele que estamos nos ocupando. Falamos de pessoas que, divorciadas há sete, oito, dez ou mais anos, não conseguem envolver-se emocionalmente o suficiente para apostar tudo numa nova relação. É para essas pessoas que estamos escrevendo.

Se você é uma delas, ou conhece alguém que age dessa maneira, procure refletir no que iremos dizer. Essas pessoas, como que "cristalizaram" ou "fossilizaram" suas emoções. Encontraram mil desculpas para não se envolverem emocionalmente e sofrem muito com isso!

Estão na situação do asno que morreu de fome bem no meio de dois montes de feno, por não ser capaz de decidir qual dos dois iria comer!

De um lado, desejam ardentemente, ser felizes. De outro, deixam-se boicotar pelo próprio medo e acabam fugindo da felicidade. Criam toda sorte de mecanismos de defesa, sob os quais escondem o seu temor.

Algumas se tornam extremamente exigentes: "Só se permitirão envolver-se com alguém socialmente influente; economicamente bem colocado; educacionalmente com formação acadêmica, etc, etc".

Outras chegam a ser cruéis e frias em suas avaliações: A marca, o modelo e o ano do carro do pretendente; seu(s) possível(eis) apartamento(s) de alto padrão, casa de campo, casa de praia, gordo salário e outras coisas como essas, passam a ser a meta a ser alcançada.

Psicanaliticamente falando, está claro que tais pessoas estão simplesmente dificultando as coisas, com o objetivo inconsciente de evitar o temido envolvimento, utilizando-se de expedientes que são apenas "máscaras" que escondem o medo irracional de se envolverem emocionalmente e de "correrem o risco" de serem felizes!

Apenas para lembrar uma passagem bíblica que poria por terra todas essas "pretensas" exigências descabidas, bastaria lembrar I Tm. 6.7-9: "O que foi que trouxemos para o mundo? Nada! E o que é que vamos levar do mundo? Nada! Portanto, se temos comida e roupas, fiquemos contentes com isso. Porém os que querem ficar ricos caem em pecado, ao serem tentados, e ficam presos na armadilha de muitos desejos tolos, que fazem mal e levam as pessoas a se afundarem na desgraça e na destruição".

É preciso, então, que os processos de "cristalização" e de "fossilização" das emoções comecem a desfazer-se. Quem sabe a leitura deste artigo não seja uma primeira fagulha para permitir que isso aconteça?

A você, meu/minha querido (a) leitor (a) que sabe que se encontra na situação que descrevemos, e entende que, para ser feliz é preciso sair dela, lançamos-lhe um desafio: Sob a direção de Cristo, Senhor de nossas vidas, assuma com coragem, o destino de suas próprias decisões. Dê a si mesmo (a) a chance de voltar a ser feliz!

Encerrando este artigo, para a sua reflexão, deixamos o riquíssimo texto, que muito tem a ver com o que aqui tem sido abordado. Receba-o como um presente!

Arriscar é Viver

"Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.
Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar a expor seu eu verdadeiro.
Amar é arriscar-se a não ser amado.
Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.
Viver é arriscar-se a morrer.
Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.
Tentar é arriscar-se a falhar.
Mas...é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...
Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.
Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.
Mas assim não podem aprender, sentir, crescer,
mudar, viver...Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;
Abrem mão de sua liberdade. Só a pessoa que se arrisca é livre...
Arriscar-se é perder o pé por algum tempo?. Não arriscar é
perder a vida..."

(Soren Kierkegaard)

E, não se esqueça: ao contrário do que muitos preferem acreditar, a vida não é uma esfera indestrutível de aço. A vida é uma tênue e frágil bolha de sabão, que pode se arrebentar e sumir a qualquer momento. Convém arriscar-se a ser feliz...antes que a bolha de sabão já não exista.

Que tal pensar um pouco nisso?

Toni Ayres

A DIFERENÇA DE IDADES PODE IMPEDIR UM RELACIONAMENTO FELIZ?

Entramos, ao abordar este assunto, num tema ao mesmo tempo muito controvertido e muito atual. Até há algum tempo atrás, se uma mulher se casasse com um homem mais novo, por exemplo, isso seria algo quase que inaceitável pela sociedade, que polemizava a situação "ad nauseam".

Hoje, no entanto, principalmente depois que conhecidas apresentadoras e atrizes da TV assumiram um relacionamento com homens muito mais novos do que elas, a situação mudou radicalmente. Namorar ou até mesmo se casar com alguém bem mais jovem virou moda. (Não é à toa, que, em se tratando da capacidade de influenciar pessoas que a mídia tem, a televisão é considerada o quarto poder, ao lado do Exército, da Marinha e da Aeronáutica)!

No entanto, simplesmente criticar essa atitude, sem maiores preocupações seria, obviamente, preconceito de nossa parte. É preciso refletir sobre essa questão de uma maneira sensata, sóbria e equilibrada. Como cristãos, somos conclamados a viver uma nova vida, mas nesse "nova" não está implícito o direito de agirmos como juízes de outras pessoas. Podemos, no máximo, exprimir, sem forçar a barra, a nossa opinião.

O PENSAMENTO PAULINO

No que se refere ao casamento, o apóstolo Paulo nunca escondeu a sua opinião pessoal de que era preferível para os cristãos que permanecessem celibatários. No entanto, admitia, é claro, a união conjugal. Veja o que ele diz:

"Você tem esposa? Então não procure se separar dela. Você é solteiro? Então não procure esposa. Porém se você se casa, não comete pecado. E se a moça solteira se casa, também não comete pecado. Mas eu gostaria de livrá-los dos problemas que vocês terão na vida de casados" (I Cor. 7.27-28). "Eu quero livrá-los das preocupações. O solteiro se interessa pelas coisas do Senhor, porque quer agradá-lo" (I Cor. 7.32).

No mesmo capítulo, no verso 39, ele diz: "A mulher não está livre enquanto o seu marido vive. Caso o marido morra, ela fica livre para se casar com quem quiser. Mas, deve ser casamento cristão. Porém, ela será mais feliz se ficar como está. Esta é minha opinião, e penso que eu também tenho o Espírito de Deus".

CASAR-SE COM MENOS OU MAIS IDADE

O leitor mais atento deve ter notado que, no texto de Paulo acima, grifamos as expressões: "moça solteira" e "com quem quiser". Existe uma razão para isso. Analisando o contexto, percebe-se que, no primeiro caso, o apóstolo está se referindo a pessoas mais novas (os jovens, que, como é natural nesta época da vida, desejam casar-se e constituir família). A palavra "moça" deixa muito claro isso.

No segundo caso, quando Paulo está falando sobre o vínculo matrimonial, ensina às mulheres que este termina, com a morte do marido. E então diz que, ocorrendo essa hipótese, a mulher fica livre para casar-se "com quem quiser", desde que o casamento seja cristão.

Refletindo um pouco sobre essa expressão ("com quem quiser") claro está que, desde que o novo cônjuge seja cristão, não existe nenhuma restrição em relação à idade. Esse novo relacionamento pode, obviamente ser com uma pessoa mais nova, mais velha ou da mesma idade. Certamente que a experiência de vida e a maturidade devem ser os árbitros nessa questão. Afinal de contas, existe um ditado popular que diz que "cada um sabe onde o sapato aperta". Isso, na vida cotidiana dos seres humanos é uma verdade que não pode ser ignorada.

O MUNDO REAL QUE PRECISA SER LEVADO EM CONTA

Existem, na vida de todas as pessoas (inclusive as cristãs evangélicas), um mundo real e um mundo da fantasia. Psicanaliticamente falando, diríamos que há um "mundo consciente" e um "mundo inconsciente". Infelizmente, a maior parte dos erros cometidos pelas pessoas, ocorre, porque elas estão sendo guiadas pelo seu "mundo inconsciente". Daí, a necessidade que vimos, na escrita deste artigo.

No início dele, fizemos referência "à moda", hoje vigente na sociedade, notoriamente entre mulheres famosas da televisão, de estarem assumindo um relacionamento estável ou se casando com homens que poderiam ser seus filhos. Será que essas pessoas poderiam servir como modelos para a Igreja de Cristo, assim como estão sendo para a sociedade como um todo?

Creio que o texto de Romanos 2.2 serviria como uma resposta adequada à essa pergunta: "Não vivam como vivem as pessoas deste mundo, mas deixem que Deus os transforme por uma completa mudança de suas mentes. Assim vocês conhecerão a vontade de Deus que é boa, perfeita e agradável a ele".

O QUE NOS ENSINA A BIOLOGIA?

O estudo sistemático dos fatores biológicos, que intervêm nas diversas etapas da vida do ser humano, comprova algumas verdades que não devem ser desconsideradas.

Uma delas é que, em função da maior complexidade do organismo feminino (afinal é a mulher que foi "programada" para a gestação), ela não apenas possui uma série de órgãos que o homem não tem (útero, trompas, ovários, etc); como também, tem uma diversidade hormonal extremamente significativa. Isso a leva a passar por problemas que não afligem os homens: TPM (tensão pré-menstrual, menstruação, instabilidade emocional, maior propensão para problemas com a tireóide, etc). Isso, sem mencionar os outros que se acrescentarão, na época da menopausa.

Esses fatores, combinados com o fato de que é a mulher que carrega dentro de si por nove meses o filho, a cada nova gravidez; e que é quem realmente dá à luz a eles (isso interfere extremamente em seu metabolismo) acaba redundando num fato: geralmente os sinais da idade se apresentam mais cedo para ela! Em outras palavras (cirurgias plásticas e reposições hormonais à parte) a mulher envelhece mais cedo que os homens. É claro que existem exceções, mas geralmente as coisas acontecem assim.

Por essa razão, artigos médicos têm sugerido que, para amenizar os problemas que poderão advir dessas diferenças, seria (idealmente falando) recomendável que houvesse uma diferença entre quatro e seis anos entre o homem e a mulher. Colocando com mais clareza: o casal ideal seria aquele em que o homem seria entre 4 e 6 anos mais velho do que a mulher.

O QUE NOS ENSINA A PSICOLOGIA?

Dissemos em um outro artigo que, após a puberdade, por volta dos dezessete ou dezoito anos de idade, uma moça é muito mais madura do que um rapaz. Mas isso nem sempre é assim e, mesmo que fosse, essa não é uma situação que costuma perdurar para sempre.

Psicologicamente falando, tanto o homem quanto à mulher podem ser imaturos ou maduros, em qualquer época da vida. Julgamos que é nesse ponto que se concentra a maior importância de nossa reflexão. Por esse motivo, aconselhamos que, além de pensar bastante sobre tudo o que já dissemos até aqui, você que tenciona ou não descarta a possibilidade de envolvimento emocional com outra pessoa com grande diferença de idade, considere também os seguintes aspectos:

1.O relacionamento entre pessoas com diferenças de idade tem um grau de complexidade maior. Casais assim costumam ser vítimas de críticas, preconceitos e ironias.

2.Os riscos de uma relação desfavorável, nesse tipo de casamento, geralmente advêm de conflitos provenientes das fases diferentes da vida dos cônjuges. Desníveis educacionais, motivacionais e de idéias em geral podem levar a conflitos.

3.Nunca é demais lembrar que, quando não existe amor, as motivações para o relacionamento entre mulheres mais velhas e homens mais novos podem ser contra-indicadas, por razões, às vezes, excusas: O homem em questão pode estar à procura de facilidades financeiras e a mulher pode estar vivendo uma dificuldade em aceitar o seu processo natural de envelhecimento.

4.Embora muitos não concordem, a verdade é que é um fato comprovado pela psicanálise que o homem pode estar procurando na mulher mais velha, uma mãe; e a mulher pode estar procurando nele um filho. Isso, configuraria, a nível inconsciente, um "incesto", com implicações psicológicas inadequadas.

5.O mais novo pode estar buscando no outro uma pessoa para se relacionar que tenha mais cultura, maturidade e sabedoria. A ausência de um amor autêntico, neste caso, teria conseqüências desastrosas.

6.Seres humanos têm necessidade de afeto. Isso se traduz naquele desejo saudável de se envolver amorosamente e ser correspondido. No entanto, ao conseguir essa correspondência, outras emoções podem surgir: paixão, apego e alegria. Todavia, quando a paixão permite que se abra um espaço para a realidade, a seguinte pergunta pode ser inevitável: "como posso ser capaz de amar uma pessoa tão mais velha que eu?"

7. Ao entrar nesse tipo de relação, os envolvidos devem ter a consciência de que ela está unindo pessoas com momentos de vida diferentes. Por essa razão, é preciso avaliar todas as prioridades e estar disposto(a) a fazer concessões. Quando a diferença de idade é muito grande, sempre ocorrerá alguma perda.

CONCLUSÃO

É possível que o leitor que nos acompanhou até aqui tenha imaginado que a nossa conclusão pudesse ser diferente da que estamos apresentando. Pessoalmente, sabemos das dificuldades por que passam os cristãos (as mulheres, em especial) em encontrar um companheiro digno, para a vida.

Portanto, relembrando a expressão de Paulo, utilizada neste artigo de que as mulheres estão livres para casarem-se "com quem quiser", desde que o casamento seja de acordo com os preceitos cristãos, pensamos que esse "com quem quiser" abarca pessoas de qualquer idade, inclusive mais novas, se for o caso.

Dificuldades na relação existem sempre, com diferenças de idade ou não. Por outro lado, é certo que idade não é sinônimo de maturidade nem garante o conhecimento do sexo oposto. A solução que vislumbramos, portanto, ao se conviver com um parceiro com uma diferença grande ou pequena de idade é simplesmente admirá-lo, aceitá-lo e amá-lo por tudo o que é e representa. O resto é o resto.

Para finalizar esta reflexão, colocamos esta citação, de Guy de Maupassant: "Quando duas pessoas se amam, nada é mais imperativo e delicioso para elas do que dar; dar sempre e tudo: os próprios pensamentos, a própria vida, o próprio corpo e tudo o que se tem; e sentir a doação e arriscar tudo a fim de ser capaz de dar mais, ainda mais"

Nunca se esqueça, contudo, de que não escrevemos este artigo meramente por escrever. Se você o leu com cuidado, terá percebido que ele pode ser revelador. Portanto, tenha sempre em vista que, nesta questão da idade, como em qualquer outra na vida, equilíbrio, sensatez e sobriedade não farão falta a ninguém.

Toni Ayres

NUNCA É TARDE DEMAIS PARA AMAR


Você quer ficar sabendo o nome de um dos males que assolam milhões de pessoas em todo o mundo? Ele é grafado com sete letras: S-O-L-I-D-Ã-O. Por causa desse mal, pessoas têm errado em suas trajetórias na vida; homens de bem têm se transformado em mendigos de rua; belas mulheres têm murchado como as flores não regadas e milionários têm dado cabo da própria vida.

Por essa razão também, entendemos a magnitude das palavras do Criador quando, ao dizer; "...Não é bom que o homem esteja só..." (Gn.2.18), logo entrou em ação, ao criar a mulher para servir de companheira a Adão.

Quando o apóstolo Paulo escreve aos coríntios: "A mulher não está livre enquanto o seu marido vive. Caso o marido morra, ela fica livre para se casar com quem quiser. Mas deve ser casamento cristão" (I Cor. 7.39); (obviamen-te, o contrário também é verdadeiro, isto é, se a mulher morrer, o marido fica livre), ele está deixando claro que o casamento não é algo próprio para ser re-alizado apenas na juventude, mas em qualquer idade!

"Bem, se é assim, por que motivo, então, milhões de pessoas estão amargando a dor da solidão, ao invés de se casarem ou re-casarem e serem felizes?" - argumentará o leitor, com toda a razão.

Para responder a essa questão, alinhavamos duas respostas secundárias (que não constituem, salvo melhor juízo, a razão principal ainda) para só depois, darmos a resposta que consideramos de fundamental importância.

1. ELAS ACREDITAM QUE O CASAMENTO É INDISSOLÚVEL

Esse pensamento, de muitos cristãos, está erroneamente baseado no ensinamento que se ministra sobre o versículo: "...o que Deus ajuntou, não o separe o homem" (Mt. 19.6).

Em relação a isso, temos que considerar que a instituição "casamento" se subdivide em três aspectos que, necessariamente, precisam harmonizar-se entre si:

a. O casamento civil: é aquele realizado conforme a lei, no cartório (ou fora dele) com a assinatura de uma Certidão pelo Juiz de Paz e do livro de registros, pelas testemunhas.

b. O casamento religioso: é aquele realizado na igreja, com a noiva, o noivo e os padrinhos, diante do sacerdote ou do pastor, em cerimônia pública, normalmente numa igreja ou templo.

c. O casamento teológico: é o casamento real, verdadeiro, realizado entre o noivo e a noiva, a sós, ajoelhados diante de Deus, assumindo um compromisso de mútua fidelidade e lealdade, de coração para coração.

A essas alturas, nem é preciso dizer muita coisa, pois temos absoluta certeza de que o leitor conhece dezenas de casais que, por mera aparência ou conveniência continuam "sustentando" um casamento civil e/ou religioso. Mas, teologicamente, há muito deixaram de ser marido e mulher.

Isso põe por terra o argumento de que sempre é preciso levar em conta o ensino: "tudo o que Deus uniu, o homem não deve separar". Apenas demonstra a verdade cristalina que nem todo casamento foi unido por Deus!

ELAS ACREDITAM QUE EXISTE ALGUÉM "ESPECIALMENTE PREPARADO"

As pessoas que acreditam que Deus "preparou alguém especialmente para elas" são, na maior parte das vezes, crentes, fiéis e sinceras. Mas, inadvertidamente, estão seguindo o ensinamento popular expresso pelo "ditado": "O que é do homem, o lobo não come". É preciso ter muito cuidado com isso.

De fato, algumas passagens bíblicas como a história de Rebeca, preparada para Isaque e a de Ester (preparada para ser rainha) podem sugerir a alguns cristãos menos atentos que "Deus sempre prepara" alguém com quem deverão se casar. Não é exatamente assim que as coisas acontecem.

Nesses dois casos citados (o de Rebeca e o de Ester), Deus tinha propósitos amplos e específicos (a formação de uma nação, no primeiro; e o impedimento da destruição dessa mesma nação, no segundo).

Será que poderíamos afirmar que Deus preparou Milcal, Bate-Seba e as demais esposas para Davi? Ou que foi Dele a escolha das trezentas esposas e setecentas concubinas para Salomão?.

Meu/minha querido(a) leitor(a). com toda a sinceridade de meu coração posso dizer-lhe que a Bíblia não nos autoriza a dizer que Deus trabalha como santo casamenteiro. Ele pode abençoar sim, e tornar maravilhosa a união de um homem com uma mulher. Mas eles precisam escolher-se mutuamente, usarem da prerrogativa de seu livre arbítrio para se decidirem casar diante Dele.

Conheço uma pessoa que passou meses a fio dentro de casa, desempregada, jejuando e orando para que o emprego "preparado por Deus" batesse à sua porta. Tal emprego nunca chegou, não porque Deus não ouvisse às suas súplicas, mas porque esse não é o método que Ele estabeleceu para a solução de tal problema.

Quando essa pessoa assumiu sua parcela de responsabilidade, tomou coragem, arregaçou as mangas e foi à luta, em poucos dias estava empregada. A mesma situação pode acontecer, em relação ao casamento.

A RAZÃO PRINCIPAL DA SOLIDÃO: PRECONCEITO

É verdade que, segundo o último censo do IBGE, o número de homens no Brasil é maior do que o de mulheres, o que seria uma desvantagem para elas. Mas, considerada a população total do país, tal diferença não chega a ser significativa.

No entanto, o mesmo IBGE constata um aumento cada vez maior de divórcios, em nosso país. O que acaba redundando numa proporção maior de pessoas mais velhas, descasadas.

O preconceito a que nos referimos tem tudo a ver com a palavra "velho" e isso forma uma barreira em torno de muitos indivíduos solitários. Em 1910, um homem de 40 anos era considerado velho. Mas, com os avanços da ciência, da tecnologia e da medicina, a expectativa de vida do brasileiro subiu incrivelmente.

Hoje, sem eufemismos, um homem ou uma mulher de 40 anos ainda são considerados jovens. Tanto assim, que a nova lei da previdência estabelece a aposentadoria para indivíduos com 35 anos de trabalho e 60 anos de idade. Muitos "ex-velhos" aposentados estão sendo convocados de volta a seus antigos postos de trabalho e estão achando ótimo!

Mas, o preconceito de que falamos provém, em primeiro lugar, dos filhos (que poderiam ser considerados insensíveis, mal informados e egoístas), já que julgam "um disparate" um novo casamento por parte do pai ou da mãe separado (a) ou viúvo (a). A felicidade ou a solidão de um progenitor parece não lhes importar!

Ou então, é um preconceito que a própria pessoa solitária desenvolveu, temendo "o que os outros irão dizer" quando souberem que alguém "na minha idade" está apaixonado (a).

Querido (a) leitor (a) que nos acompanhou até aqui. Lembre-se de que a sua vida lhe foi dada pelo Senhor e deve ser vivida por você e não por seus filhos ou conhecidos. Saiba que Deus o (a) criou para ser feliz. Não desista de lutar por sua felicidade. Jogue para bem longe o preconceito e, confiando Naquele que tudo pode, arrisque-se a ser feliz.

Como reflexão, lembre-se destas palavras que o escritor Jorge Luís Borges deixou, pouco antes de falecer:

"...Deus meu, se eu tivesse um pedaço de vida, não deixaria passar um só dia sem dizer às gentes - te amo, te amo. Convenceria cada mulher e cada homem que são meus favoritos e viveria enamorado do amor. Aos homens, lhes provaria como estão enganados ao pensar que deixam de se apaixonar quando envelhecem, sem saber que envelhecem quando deixam de se apaixonar..."

De fato, nunca é tarde demais para amar!

Tony Ayres