26 dezembro, 2009

Pregar a Palavra – Um Negócio Muito Rentável

Prosperityguy Há alguns anos, quando participava de um Programa de Formação em Marketing, dirigido a profissionais de treinamento, fiquei profundamente incomodado quando um dos professores colocou a fé como um exemplo de “produto” que é “vendido” e a cruz, como sendo a sua “marca”.

Queria o professor dizer que, assim como existem marcas de produtos com logotipos, como, por exemplo, a Mercedes Bens, a Ford, a Cônsul ou a IBM; assim também, a cruz seria o símbolo mercadológico do cristianismo.

Isso, à época, soou-me como uma espécie de blasfêmia, mas hoje, infelizmente, sou obrigado a concordar com o que ensinou tal professor.

O que os chamados tele-evangelistas têm feito com a Palavra, a forma deslavada como pedem dinheiro, vendem bênçãos e pregam um evangelho sem necessidade de metanóia; o estilo de vida de ostentação e suntuosidade que adotam; CONTRÁRIO A TUDO O QUE ENSINOU JESUS, mostra que a relação que se estabelece entre eles e o povo é mesmo de compra e venda e que o deus mais importante para eles é o dinheiro.

O Reino de Deus ou o Reino dos Céus é coisa de pobres, que nem lhes interessa mais pregar, porque as ovelhas já foram instiladas com o gérmen da “prosperidade”.

A Bíblia, no entanto, deixa bem claro que isso haveria de suceder, como escreve a apóstolo Pedro: “E por avareza farão de vós negócio com palavras fingidas; sobre os quais já de largo tempo não será tardia a sentença, e a sua perdição não dormita” (2. Pe. 2.3).

Temos a prerrogativa de escolher entre o que nos ensina a Palavra ou o que pregam esses homens, com extrema desfaçatez.

O tempo revelará quem são aqueles que fizeram a boa ou a má escolha.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres

24 dezembro, 2009

O Natal em 25 de dezembro

scrapsweb_natal-489675 A Bíblia não nos informa que Jesus nasceu no dia 25 de dezembro.

Essa foi uma data arbitrariamente escolhida pela pela Igreja Católica Romana. Como o Império Romano prevaleceu por séculos sobre o mundo cristão, a data tornou-se, então, uma tradição para toda a cristandade.

Porém, há uma razão para a escolha desse dia. Ele era um popular dia festivo de celebração do retorno do sol. Em 21 de Dezembro acontece o que chamamos de solstício de inverno (o dia mais curto e, por essa razão, um dia importante no calendário).

Na verdade, 25 de Dezembro era o primeiro dia em que os antigos podiam notar, com clareza, que os dias estavam se tornando maiores e que a luz do sol estava retornando.

Além disso, como ninguém sabe, com certeza, o dia do nascimento de Jesus, a Igreja Católica se sentiu livre para escolher essa data.

O intento da Igreja era substituir um festival pagão existente, por um dia santo cristão.

Segundo o raciocínio de Roma, seria mais fácil abolir um festival tradicionalmente mundano da população, substituindo-o por um bom festival. De outra forma, a Igreja permitiria a ocorrência de um vazio onde antes havia uma tradição de longa data; e se arriscaria, assim, a produzir descontentamento na população, o que poderia promover um rápido retorno à prática pagã.

ISSO É RAZÃO SUFICIENTE PARA NÃO SE COMEMORAR O NATAL?

Os cristãos evangélicos, em geral, sempre souberam que Jesus não nasceu no dia 25 de dezembro. No entanto, a data para eles é tão somente simbólica.

Ora, se escolhemos datas simbólicas para comemorarmos o "Dia das Mães", o "Dias dos Pais", o "Dia do Trabalho" e tantos outros, por que razão cultivar uma estreiteza mental que considere pecado comemorar-se, simbolicamente, a vinda do Salvador ao mundo?

O nascimento de Jesus significa a Encarnação do Verbo - mensagem principal do Novo Testamento, evento que, com muito mais intensidade do que qualquer outro, deve ser festejado entre os homens.

Essa é a razão pela qual, comemoramos, simbolicamente, o Dia de Natal, no dia 25 de dezembro. Sem inquietações e sem falsos pudores teológicos.

Tony Ayres

15 dezembro, 2009

O Universo Conspira em Seu Favor

2742941904_dbc26ae32a Não poucos autores têm deixado transparecer em seus escritos, ao longo da História, "que o Universo conspira em favor daqueles que acreditam em seus sonhos".

Ora, os conhecimentos atuais nos campos da psicologia e da neurolinguística, entre outros, nos permitem constatar que tal afirmação é, de fato, verdadeira.

Há um conhecido dito popular que traduz com extrema veracidade o mesmo fato, ao afirmar que "aquele que não sabe para onde está indo, não chega a lugar algum".

Todo ser humano precisa, portanto, de um rumo, de um objetivo de vida, de um norte, de uma missão, de um sonho, enfim.

De outra sorte, a sua existência será estéril e desprovida de significação.

Quando a nossa mente está imbuída de um sonho e o nosso espírito está repleto de bondade, o Universo, de fato, conspira em nosso favor, uma vez que poderosos mecanismos inconscientes são acionados e a vontade fica mobilizada para a sua realização.

Enquanto a nossa fé em nosso sonho prevalecer, estaremos no caminho certo da vitória e na realização desse sonho. Se duvidarmos dele, porém, estaremos a caminho da decepção e do fracasso.

Um passagem bíblica indica, claramente, o que estamos dizendo.

Certa vez, Jesus preferiu ficar sozinho, em oração; e mandou que os seus discípulos entrassem no barco e atravessassem o lago. Por volta da quarta vigília da noite, quando uma tormenta impetuosa sacudia perigosamente o barquinho, os discípulos, aterrozidados, viram se aproximar deles, caminhando sobre as águas ninguém menos que o Mestre.

"É um fantasma!" - disseram, amedrontados, sem ainda poderem crer no que viam.

"Tende bom ânimo, sou eu"- disse Jesus - ao que Pedro respondeu:

- Mestre, se é tu mesmo, manda que vá até ti, sobre as águas"

- Vem - disse Jesus - e imediatamente Simão Pedro, tal qual Jesus, caminhou por sobre as águas. Mas ele, que acreditou no sonho, na possibilidade de vencer a própria lei da gravidade, e flutuar andando, como o seu Mestre, e tornou realidade esse sonho, num momento, desviou a sua atenção para as ondas do mar.

Foi neste exato momento que o milagre se desfez e Pedro começou a afundar. Então, gritou para que Jesus o socorresse, no que foi prontamente atendido.

Não, porém, sem uma severa advertência, dada pelo Filho de Deus:

"Por que duvidaste?"

Essa é a mensagem que desejo deixar para você, neste post. Coloque os seus olhos em Jesus e confie em seu sonho.

Não duvide, pois, tendo o Mestre dos mestres a seu lado, o Universo,realmente, conspirará em seu favor! Afinal, foi Ele mesmo quem disse: "Se tu podes crer, tudo é possível ao que crê".

Tony Ayres

08 dezembro, 2009

O Homem Enviado de Deus

billy Diga sinceramente: O que você pensaria se entrasse numa igreja muito simples, cuja ventilação fossem apenas as janelas abertas e o púlpito fosse tão somente o mesmo chão de vermelhão no mesmo nível da “platéia”, onde, numa singela cadeira de madeira estivesse sentado um homem de aparência humilde?

E se percebesse que as calças e camisa desse  homem fossem daquele tipo que você costuma ver à venda nas bancas de roupa da feira livre de seu bairro ou nas barracas dos camelôs, que são os locais onde compram suas vestimentas aqueles que ganham menos de um salário mínimo e, não raras vezes, têm esposa e filhos para sustentar?

E, se, depois dos cânticos, durante os quais não houve momento de ofertório, você visse aquele homem com o rosto marcado pela vida, abrir a sua surrada Bíblia, ler uma passagem com a voz pausada e mansa e, em seguida, pregasse uma poderosa e ungida mensagem, que chacoalhasse a sua consciência e penetrasse nos mais recôndito canto de seu coração e o confrontasse, de forma inequívoca, com suas próprias fraquezas, como se conhecesse toda a sua vida, desde o ventre de sua mãe?

E, se,afinal, depois de um abençoadíssimo culto, você visse aquele homem fechar a igrejinha, abrir seu guarda-chuvas (pois estava chovendo), dirigir-se parao ponto de ônibus, subir no coletivo e ir para a sua casa, anônimo entre os anônimos passageiros daquela condução?

Isso faria com que você se lembrasse dos pastores, missionários e bispos a quem você está acostumado a ver e a ouvir ou o lembraria de um homem a respeito do qual o evangelho de João assim se refere, no verso 6, do capítulo primeiro:

“Houve um homem enviado de Deus…”

baptist3 Esse “homem enviado de Deus” vestia-se de peles de camelo; alimentava-se de gafanhotos e mel silvestre, pregava em meio ao deserto, batizava no rio Jordão e sua mensagem atraía a multidão.

Foi o precursor do Messias, mas nenhum título reivindicou para si, a não ser “uma voz que clama no deserto”.

Você vê algo de parecido com ele, entre aqueles que se dizem ser “mensageiros de Deus”, nos diasde hoje?

Pois bem. Saiba que a marca deste homem é a marca dos homens verdadeiramente enviados de Deus, também em nossos dias.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres

OBSERVAÇÃO: Billy Graham, apesar de não ser simples como o pastor de nossa história, tem o testemunho de toda uma vida de humildade de coração, que é, na verdade, a mensagem que procuramos passar com esta postagem.

04 dezembro, 2009

O OFÍCIO DE PROFETA

profetada cruz Desejo, nesta postagem, fazer algumas considerações e esclarecimentos, os quais reputo como importantes, porque tenho recebido alguns e-mails de pessoas que parecem não compreender bem minhas colocações, fazendo-me perguntas para as quais não sou a pessoa indicada a responder.

Assim, para começar, com toda humildade, vejo a necessidade de deixar registrado aqui algo sobre a minha formação, a fim de dirimir dúvidas.

Resumidamente, aí vão os cursos e escolas pelos quais passei: Letras (Faculdade Ibero-Americana); Jornalismo (Faculdade Cásper Líbero); Teologia (Faculdade Batista de São Paulo e FAETEL); Pós-Graduação em Psicopedagogia (Universidade Metodista de São Paulo); Mestrado em Educação (Centro Universitário Salesiano); Formação em Psicanálise Clínica (Escola de Psicanálise do Brasil).

Quando saí de minha pequena cidade natal, no interior de São Paulo, ao terminar o Curso Colegial, jamais cheguei a pensar que teria uma formação bastante diversificada; mas assim aprouve a Deus conduzir-me pelos caminhos da vida.

Sempre procurei entender (e é assim mesmo que entendo) cada oportunidade de aprendizagem que tive e tenho, como sendo um talento que o Senhor me permitiu desenvolver; e que, portanto, devo utilizá-lo fazendo algo que, de alguma forma, ainda que de maneira ínfima, dignifique o Seu Reino, pois reconheço que é sempre através de pessoas falhas como eu e tantas outras, que Ele estende e amplia esse Reino sobre a Terra.

Durante mais de uma década, escrevi artigos para o Jornal Mensageiro da Paz, Revista Obreiro e Jovem Cristão, todos eles vinculados à CPAD.

Se algum leitor deste blog tiver arquivado em sua biblioteca esses periódicos, entre as décadas de 1980 e 1990, poderá comprovar a veracidade do que acabo de escrever; assim como poderá verificar também, que a maioria desses artigos procurou exercitar aquilo que chamo de “ofício de profeta”, pois eles sempre procuraram denunciar desmandos, manipulações e exploração dos “poderosos” em relação aos “pequeninos”.

Há alguns dias, escrevi aqui que estava cansado críticas, argumentando que é muito fácil criticar virtualmente, sem nada fazer concretamente.

Após refletir longamente sobre essa questão, cheguei à conclusão de que o meu coração não pode concordar com críticas gratuitas, desmoralizantes, infamatórias e escorchantes contra pessoas nominalmente identificadas, utilizando uma linguagem rasteira, às vezes chocante, com o intuito de obter “IBOBE”.

Isso, para mim, não serve, pois, não consigo ser assim. Todavia, verifiquei que também não consigo ver o povo de Deus sendo abusado e manipulado de maneira vil, e ficar “de braços cruzados”, ainda que esteja longe de pretender ser o dono da verdade.

Neste caso, creio no poder da PALAVRA ESCRITA para despertar pessoas boas, mas, por vezes crédulas a ponto de “servir à criatura ao invés de servir ao Criador”.

Isto posto, desejo continuar utilizando a blogosfera, tentando ser “uma voz profética” e, tomada essa decisão, não é possível levá-la a efeito, sem fazer críticas e denúncias, mas, obviamente, sem baixar o nível, a ponto de fazer ofensas pessoais ou ferir a dignidade humana, da qual todos são partícipes.

À essa altura de minha vida, consigo identificar com clareza, homens do passado e do presente que influenciaram a minha visão de mundo. Entre outros, e principalmente, posso citar: Carl Gustav Jung, Sigmund Freud, Viktor Frankl, Rollo May, Francis Schaeffer, Soren Kierkegaard, Paul Tilich, Rubem Alves, Leonardo Boff, Caio Fábio, Ed René Kivitz e Ricardo Gondim.

Nenhum deles, embora brilhantes e profundos, supera, contudo, Jesus Cristo de Nazaré, o Deus que se fez carne e habitou entre nós, crucificado por nossos pecados, morto e ressucitado ao terceiro dia, glorificado ao lado do Pai; Autor e Consumador de nossa salvação.

Feitos todos esses esclarecimentos, termino a postagem deixando claro que, mesmo colocando aqui, algumas vezes, artigos de natureza psicológico-psicanalítica, tentarei não apagar a chama que me leva a tentar exercer o “ofício de profeta”.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres

24 novembro, 2009

O Meio Determina o Caráter?

Jesus no caminho de Emaús As generalizações são sempre perigosas. Elas envolvem os inocentes no mesmo embrulho onde estão enrolados os culpados e, por essa razão mesma, são injustas.

Sempre haverá exceções que fogem à regra.

Feita essa observação inicial, desejo externar aqui o meu assombro diante de colocações que algumas vezes ainda encontro aqui e acolá; em palestras, sermões ou preleções, que afirmam que o homem é um produto do meio onde vive.

Ora, se isso fosse verdade, toda pessoa nascida na Rocinha, no Rio de Janeiro; ou na favela de Heliópolis,em São Paulo, seriam, necessáriamente, traficantes ou usuários de drogas, o que, absolutamente, não é verdade.

Se o meio realmente determinasse o caráter de uma pessoa, Ló, chamado de justo, na Bíblia, teria se tornado um sodomita (no sentido depreciativo da palavra); assim como Daniel e seus companheiros teriam sido seduzidos pelas iguarias da corte para onde foram levados, a fim se servirem ao rei.

MINHA HISTÓRIA

Em minha infância, convivi de perto com a prostituição, com a pobreza e com a delinquência. Mas, essas coisas não fizeram de mim uma pessoa desvairada, torta na vida e sem Deus. Ao contrário, serviram-me de incentivo para que, muito cedo, eu O encontrasse.

Não me envergonho em dizer que faz parte de meu currículo profissional, as seguintes atividades: catador de esterco, catador de vidros, bananeiro, limpador de teares em fábricas de tecidos; sorveteiro, bóia-fria, lavador de carros, etc.

Nem por isso tornei-me um revoltado com a vida. Trabalhei e estudei muito para sair daquela situação. Não me tornei rico nem tenho tal pretensão.

Mas consegui uma realização pessoal, enquanto ser humano digno e isso me faz feliz. Por esse motivo, repudio os “deterministas” e todos aqueles que “profetizam” apenas o que é ruim, destrutivo e amedrontador.

Deus tem um propósito em minha vida. Deus também tem um propósito em sua vida. Pode estar certo de que os propóstos de Deus SEMPRE SÃO BONS.

Creia nisso; permita que a luz de Cristo ilumine a sua vida e que as Suas palavras aqueçam o seu coração, assim como aqueceram os corações dos discípulos a caminho de Emaús.

SHALOM

Tony Ayres

18 novembro, 2009

POSSESSÃO OU DOENÇA EMOCIONAL?

Checkup-OCD-Obsessive-Compulsive-Disorder_full_article_vertical Algumas confusões podem ser feitas por pessoas cristãs sinceras, quando se deparam com aquilo que comumente é conhecido como “manifestações espirituais”, obviamente, quando se referem a fenômenos negativos, que infligem sofrimento à pessoa.

Este post tem como objetivo lançar, despretensiosamente, alguma luz sobre a questão.

Em primeiro lugar, convém deixar claro que não é um procedimento correto “demonizar” todo e qualquer fenômeno psíquico-emocional, deixando o diabo com as costas mais largas do que, realmente, ele tem.

Por outro lado, embora o pensamento de muitos, a respeito do assunto ainda permaneça no estágio medieval; é igualmente insensato afirmar que o diabo não existe e que não exerce a sua ação sobre os seres humanos.

É preciso ter discernimento, vida espiritual sadia, conhecimento bíblico e um mínimo de informações psicológicas para não se cometer erros, às vezes traumáticos, nesta área tão delicada.

O QUE É NECESSÁRIO SABER?

Antes de mais nada, ter consciência de que existem questões psico-afetivas-emocionais que, às vezes se manifestam sob a forma de variados sintomas, que envolvem distúrbios de humor, distúrbios de caráter, transtornos dissociativos, transtornos de ansiedade, entre muitos outros; que embora, para os menos informados, pareçam “obras do diabo”, são, na realidade doenças de fato, que sofrem dramãticas remissões, com a administração do medicamento adequado.

Um exemplo claro disso é o TOC (Transtorno Obssessivo-Compulsivo), quadro em que uma pessoa, por exemplo, precisa dar três voltas no quarteirão, antes de estacionar o carro; verificar 15 vezes se desligou o gás ou fechou a porta à chave, antes de dormir; lavar as mãos incontáveis vezes por dia, etc.

Embora tudo isso possa parecer “diabólico”, configura um quadro patológico, catalogado no CID-10. Mesmo que a terapia ajude, essa patologia só sofre remissão quando a pessoa é corretamente diagnosticada por um professional competente e medicada.

Em segundo lugar, ter conhecimento de que outros distúrbio menos graves, como o rebaixamento temporário da auto-estima, por exemplo, ou um estresse pós-traumático (estresse provocado po traumas como a perda de um namorado, a perda do emprego, a ameaça de um abuso, entre outros) pode ser solucionado simplesmente pelo tratamento psicoterápico, não havendo a necessidade da prescrição de medicamentos.

E, finalmente, ter absoluta certeza de que as manifestações diabólicas ou “possessões’ existem, estão relatadas nos evangelhos e escravizam pessoas. Para essas, não existem benzodiazepínicos ou antidepressivos que funcionem. Somente a libertação, através do poder do sangue e do nome de Jesus.

E POR QUE FAZER ESSAS DISTINÇÕES?

Exatamente para não se cometer injustiças e não se magoar pessoas, desnecessariamente. Eu mesmo já tive de ajudar pessoas profundamente feridas e ressentidas porque, ao procurarem a ajuda de um pastor, foram tratadas como endemoninhadas, sem o menor critério de avaliação.

Pessoas assim, frequentemente relatam episódios de levarem “pancadas de bíblias” na cabeça, ouvirem gritos histéricos de exorcismos nos ouvidos, terem tido nenhuma consideração pelo ser humano que são e um profundo abalo em sua auto-estima.

CONCLUSÃO

Tendo em vista o que foi considerado nas linhas acima, concluímos que, mais do que nunca, na História da Igreja, os pastores de hoje têm que ter muito mais do que conhecimentos teológicos, para pastorearem seus rebanhos.

Devem ter um profundo conhecimento bíblico e um mínimo de conhecimentos de psicologia e de relações humanas.

Tony Ayres

15 novembro, 2009

Crer é Um Ato de Fé

planeta-terra Já passei dos 50 anos de idade. Mas, desde que decidi seguir a Jesus, como meu Salvador e Senhor, pouco antes de completar 12 anos, sempre tive questionamentos em relação ao que está escrito na Bíblia e em relação a como os homens interpretam as Escrituras.

Quando estudei o Darwinismo, no Ginásio; custou-me um pouco, mas logo compreendi que a minha fé teria que superar quaisquer dúvidas, se eu quisesse que ela subsistisse.

Portanto, muito cedo, em minha vida (embora, naquele tempo nem conhecesse a significado da palavra) aprendi que não poderia ser maniqueísta; tampouco ser fundamentalista ortodoxo, se desejasse viver uma vida coerente com a capacidade de discernimento com a qual o Criador me proveu.

Foi assim que cresci. Sempre “correndo por fora” na denominação, no seminário, no ministério e na “ortodoxia” humana.

Hoje, decorridos todos esses anos, vejo pessoas, denominações e até instituições que agregam várias denominações (e digo isso com toda a humildade) chegando às mesmas conclusões que, há muito, em minha vida, eu já havia chegado.

O que, de certa forma, valida o ditado popular que diz ser o tempo o senhor de todas as coisas.

Em um dos posts passados deste blog, deixei transparecer a minha opinião de que, quem quiser ter uma fé de verdade, tem que conhecer “os dois lados” da moeda. Não basta apenas conhecer o “seu lado” e, simplesmente, “condenar” os que não pensam igual.

Vou exemplificar, para ficar mais claro.

Tive um professor que, além de pastor de uma grande igreja no Rio de Janeiro, é também médico psiquiatra. Um homem de fé, simples e sábio, amigo de todos os alunos.

Um dia, ele nos contou em sala de aula que, aproveitando de seus trajes brancos de médico, ele saía para pesquisar os terreiros de umbanda, no Rio, e era até muito bem recebido, pois era confundido como sendo “pai de santo”.

Dessa forma, ele pode inteirar-se de alterações de consciência que ocorriam nas pessoas que ficavam em transe naquelas reuniões, mas a sua fé em Jesus jamais ficou abalada por causa disso. Ao contrário, ele ficou muito mais preparado para levar o evangelho àquelas pessoas necessitadas.

E DAÍ, ONDE VOCÊ QUER CHEGAR?

É a pergunta que muitos podem estar me fazendo, neste momento. Respondo, dizendo que o cristão de hoje precisa aprender a lidar com questões novas e diversificadas, tais como: doaçãode órgãos, aborto de crianças anencéfalas, pesquisas com células-tronco, clonagem de animais e vegetais, novos paradigmas de casamentos, doenças mentais que eram tidas tradicionalmente como “possessões” e muitas outras.

Isso, com certeza, demandará uma re-leitura do Velho e do Novo Testamentos, a des-legalização de muitas “legalidades” e a perda do medo para enfrentar o novo.

Além de, claro, respeito para com a fé dos co-irmãos, pois ainda no século XXI permanece a verdade paulina: “Um faz diferença entre dia e dia; para outro, todos os dias são iguais”…

MEU EXEMPLO PARTICULAR

Há cerca de 20 anos deixei de considerar a a narrativa bíblica da criação de Adão e Eva como uma “fotografia”, passando a enxergá-la como uma “radiografia”.

Isso não comprometeu a minha fé, não alterou a minha comunhão com Deus e; nem por um milímetro, mudou alguma coisa do senhorio de Cristo em minha vida.

No entanto, respeito a todos os meus irmãos que vêem o fato como uma fotografia. Há liberdade na diversidade. Mas, deve haver respeito também.

Consegue entender, então, por que crer é um ato de fé?

Espero ter sido compreendido.

Tony Ayres

05 novembro, 2009

Minha Mudança

FOTOS DO BACKUP 282 Amados, tenho ficado algum tempo sem postar. Tempo em que tenho mergulhado em meus pensamentos e tentado buscar dentro de mim algumas verdades que, inconscientemente, estavam me incomodando.

Como resultado dessas minhas reflexões obtive algumas respostas. A principal delas é a de que, de certa forma, perdi o gosto pela blogagem porque, repassando os meus posts, percebi que a maior parte dele contém conteúdo de críticas a posturas e instituições.

Percebi também que, ainda muito mais do que eu, alguns blogs abusam do direito de utilizar livremente a palavra, fazendo críticas, por vezes jocosas, a pessoas de nosso meio, principalmente porque isso “dá IBOPE”.

Porém,a crítica gratuita, a crítica pela crítica não tem o condão de resolver problema algum, além de não edificar.

Assistindo ao filme “Olga”,dei-me conta de que, talvez, a maioria de nós, blogueiros cristãos, não estamos dispostos a abraçar a uma causa e lutar ou militar por ela, a não ser virtualmente; o que, convenhamos, é muito fácil.

Lembrei-me do Código de Ética que prometi seguir, quando da conclusão do meu curso de formação de psicanalista. Por esse código, comprometi-me a respeitar a dignidade humana das pessoas.

Assim sendo, o tanto quanto possível, procurarei ser menos crítico e mais agregador pelo lado positivo. Afinal, apesar das muitas mazelas, a Igreja continua a ser o Corpo de Cristo na Terra. E esse Corpo têm muitas coisas positivas, que devem ser destacados.

Isso, por si só, promoverá edificação.

Continuo a prezar e a respeitar os colegas que permanecerem na linha de apontar erros e posturas inadequadas.

Mas procurarei me conduzir por essa nova conduta (que descrevi no início) em minhas postagens.

Em Cristo,

Tony Ayres

28 outubro, 2009

Traços de Um Abusador

300_151345 Na condição de uma pessoa que tem que lidar com a restauração de divorciados, tenho enfrentado situações que se repetem muito freqüentemente. Geralmente as pessoas, em especial, as que costumam ir à igreja, imaginam que a violência doméstica não acontece em relacionamentos entre pessoas cristãs. Nada poderia ser mais falso.

Após anos observando relacionamentos destrutivos, descobri doze traços que, quase que na totalidade dos casos, são comuns aos abusadores.

Os homens podem ser abusados por mulheres, mas as vítimas são, predominantemente, mulheres.

Um abusador, tipicamente, apresenta as seguintes características:

1. Charme

De início,ele tem, para com sua mulher, palavras de carinho, incentivo, admiração e atenção. Ele a corteja de maneira doce e intensa. Seu vocabulário está repleto de frases do tipo: “não posso viver sem você”, “você é tudo para mim”, etc. Através disso, ele torna a relação tendenciosa, tornando-a favorável para ele.

2. Ciúme

Ele passa, então, a enxergar os outros homens como uma ameaça ao relacionamento e começa a acusar a mulher de flertar com todo mundo, desde seu irmão até o carteiro. “Eu sei que você está olhando para ele” - é o jargão que utiliza. A ironia disso tudo reside no fato de que, comumente, ele é quem flerta com outras mulheres.

3. Manipulação

O homem abusador é muito inteligente. Ele sabe como detectar as fraquezas da mulher e utiliza sua vulnerabilidade e dores passadas, a fim de tirar vantagens. Não é incomum vê-lo dizendo coisas do tipo: “Abusaram de você, quando criança porque você sempre foi uma pessoa muito feia”.

4. Controle

Ele quer saber onde e com quem sua parceira está, durante todo o tempo. Ele pode checar a quilometragem do carro ou segui-la até o armazém. Ele recusa-se a permitir que ela trabalhe fora, alegando que lá ela poderá “encontrar alguém”.

5. Uma Vítima

As escolhas pobres que o abusador costuma fazer são sempre culpa de outras pessoas. Quando ele perde o emprego, entra numa briga, alega que sua demissão é responsabilidade de outra pessoa. É sempre o outro o culpado e ameaças são comuns: “Vou bater em você!”

6. Narcisismo

O mundo inteiro se revolve ao redor dele. Como a “pequena mulher está sempre por baixo”, é tarefa dela suprir todas as necessidades que ele tem. Ele é o mestre, a parceira é a escrava sem valor. Não é conveniente para ele reconhecer que todo mundo ao redor age de forma diferente da sua.

7. Inconsistência

Mudanças de humor constituem uma característica marcante em todo abusador. Num minuto, ele parece feliz e doce; no minuto seguinte, torna-se uma fera.

8. Crítica

Não importa o quanto sua parceira tente, ela nunca será capaz de satisfazer esse tipo de homem. Ele não acha nem um pouco degradante acusar verbalmente a parceira: “Você é estúpida, gorda...um lixo, que não pode viver sem mim. Nenhum outro homem iria querer você!”

9. Isolamento

O principal objetivo do homem abusador é isolar sua vítima da família e amigos, de forma que ela fique totalmente dependente dele. “Sua família traz muitos problemas para nós. Não quero que você veja alguém deles outra vez” - é a exigência comumente estabelecida.

10. Hipersensitividade

Para o indivíduo do tipo abusador, o mínimo deslize é como detonar uma bomba. Ele é extremamente susceptível e ira-se facilmente.

11. Crueldade

Um número significativo de abusadores machuca crianças e animais, assim como machuca também a parceira. Infligir dor e intimidar os outros é o que dá a ele poder. “Vou matá-la, antes que você vá embora. Se eu não posso tê-la , ninguém mais a terá.”

12. Arrependimento Insincero

O abusador jurará “nunca machucar novamente”. No entanto, a menos que ele receba ajuda profissional e seja obrigado a prestar contas severamente, é muito pouco provável que ele mude.

Vimos, por esses poucos tópicos, que muitas pessoas cristãs podem estar vivendo um relacionamento abusivo. Elas precisam ser identificadas, aconselhadas e profissionalmente tratadas.

Para os líderes de igrejas é indispensável identificar essas situações, principalmente, levando em conta que é muito fácil para um indivíduo abusador enganar e manipular a igreja. Embora os cristãos sejam chamados para serem pessoas amáveis e bondosas, isso não significa que comportamentos cruéis e pecaminosos devam ser tolerados.

Um abusador sabe exatamente o que fazer eo que falar, a fim de ter a igreja “do seu lado”. É preciso ter sabedoria e discernimento para lidar com esse tipo de pessoa.

Tradução e adaptação de Tony Ayres,
Do original em Inglês: “Traits of an Abuser”,
De Laura Petherbridge

20 outubro, 2009

Feridos Em Nome de Deus

livroferidos Não tenho procuração, interesse financeiro ou desejo de promover a Editora Mundo Cristão; tampouco sou seu funcionário ou tenho qualquer vínculo com ela.

Mas tive com essa editora a experiência pela qual todo escritor passa, quando se vê frente a frente com um novo título sobre o qual ele diz: “Esse é o livro que eu gostaria de ter escrito”.

Isso aconteceu comigo, quando deparei-me com o livro “Ferido em nome de Deus”, de autoria da jornalista Marília de Camargo César.

A obra empogou-me tanto, que não resisti em colocar a sinopse do livro, retirada do site da editora, aqui no meu blog. Ei-la:

“Quando a fé se deixa manipular, pessoas viram presas fáceis de toda sorte de abuso. A confiança autêntica e sincera em Deus é gradualmente substituída pela submissão acrítica aos desmandos de lideranças despreparadas.

Carentes de acolhimento são habilmente capturados pela manipulação emocional de líderes medíocres de plantão e ambos seguem de braços dados experimentando religiosidade fútil e meritória, barganhando a todo momento com Deus.

Por ser uma religiosidade descaracterizada da adoração sincera, mais cedo ou mais tarde o castelo de cartas desmorona deixando feridas abertas pelo caminho.

É esta relação doentia que a jornalista Marília Camargo desvenda em seu primeiro livro. Uma reportagem que avança pelos meandros da igreja evangélica brasileira liderada em boa medida por pessoas embevecidas pelo próprio poder de manipular e escravizar aqueles pelos quais Cristo morreu.


Ao lidar com feridas não cicatrizadas, em seu debut literário, Marília revela a urgência de um novo tipo de liderança, não autocrática, e de um novo membro, mais confiante em Deus e menos dependente do pastor local, a fim de que o espaço da igreja seja saudável, criativo e curador.”

Evidentemente fico feliz por Marília ter tido a coragem de abordar tão francamente essa questão que, para mim, tem sempre sido inquietante. Acredito que o livro venderá muito, pois, muitos também têm sido os feridos, abusados e manipulados por líderes ególatras, em nome de Deus.

Já há algum tempo, editores da blogosfera cristã têm se ocupado em denunciar esses abusos. Agora, as editoras cristãs começam a ter coragem também de publicar livros que não agradam a cúpula.

Minha fé e minha esperança é a de que, muito breve, o novo tipo de liderança, preconizado por Marília, aliada ao crescente amadurecimento dos membros das diversas denominações faça com que os “caciques evangélicos” sejam substituídos por gente boa e sábia. Daquela bondade e sabedoria que só podem ser obtidas, a partir da simplicidade de Jesus.

Como disse Salomão, “tudo tem seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do sol”.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres

Observação: Na foto, a autora do livro

14 outubro, 2009

Raiz Rasa, A Causa de Muitos Males

trabajador-frustrado Às vezes, a maior luta ou o maior empenho de um médico para tratar de seu paciente está ligado à questão de sua capacidade de, mediante a análise dos sintomas, formular um correto diagnóstico.

Em outras palavras: somente um diagnóstico preciso é que permite o tratamento apropriado e a a possibilidade de cura .

É impressionante como essa premissa aplica-se em todos os setores da vida dos seres humanos. Mas, quando enxergamos nossas mazelas existenciais sob esse prisma, o que nos surpreende mesmo é a constatação de como um único diagnóstico; ou, se quisermos, de uma única causa, é o elemento gerador de muitos males vivenciados pelo homem.

Para demonstrar essa realidade, vamos tomar o texto bíblico da parábola do semeador na qual Jesus diz, referindo-se às sementes, que uma parte delas "caiu em solo rochoso, onde a terra era pouca, e logo nasceu, visto não ser profunda a terra. Saindo, porém, o sol, a queimou; e, porquanto não tinha raiz, secou-se" (Mat. 13. 5-6). Vejamos alguns poucos exemplos de como "a falta de raízes" é a razão do fracasso:

1. O CASAMENTO QUE NÃO DÁ CERTO

O que se observa em quase todos os casamentos desfeitos é que, desde o princípio, ou à partir de algum momento, ambos ou apenas um dos cônjuges deixou de dar prioridade à relação ou ao vínculo matrimonial, começou a negligenciar o seu papel e a permitir-se algumas irresponsabilidades ou "privilégios" que a relação conjugal não comporta.

Em outras palavras, a união entre marido e mulher ficou "rasa", ficou sem raízes e se secou. O resultado, como seria de se prever, acaba sendo a separação ou o divórcio.

2. A PROFISSÃO MAL SUCEDIDA

Um indivíduo, quando escolhe uma profissão, na época de estudo, por exemplo, pode fazê-lo por várias razões: ou porque sabe que aquilo é a sua vocação; ou por imposição dos pais; ou por imperativo das circunstâncias.

O certo é que uma profissão pode ser exercida, pelas razões acima, ou com boa ou com má vontade. Neste último caso, a pessoa se frustra, não se sente realizada, o trabalho se torna enfadonho e, como consequência, pela falta de envolvimento, ocorre o desinteresse, a negligência; que, em muitos casos, faz com que essa pessoa seja demitida ou se demita do emprego.

Como vemos, a falta de "raízes" em relação à profissão é que inviabilizou a sua continuidade.

3. O EMPREENDIMENTO QUE FRACASSA

Algumas vezes, encontramos pessoas ávidas por serem empreendedoras, mesmo não tendo o perfil do empreendedor. Quando isso acontece, geralmente há um planejamento superficial do negócio, ocorre queima de etapas importantes, prioridades erradas, gastos desnecessários e a previsível derrocada de algo que até poderia dar muito certo, se realizado na perspectiva adequada.

Entretanto, como nada foi feito com a amplitude desejável, as “raízes” ficaram, mais uma vez, muito rasas e o resultado acaba sendo o fracasso do empreendimento.

4. A FAMÍLIA SEM HARMONIA

Dentre as organizações humanas, a constituição e o desenvolvimento de uma família saudável é, sem dúvida, o mais desejável para que também os seus integrantes se transformem em cidadãos com noções corretas de civilidade e cidadania.

Ocorre, entretanto, que muitas famílias, por razões diversas, se tornam disfuncionais. Os pais acabam por negligenciar os seus papéis, chegando mesmo a ignorá-los em razão da supervalorização da área profissional, por exemplo; prejudicando, dessa forma, os filhos que, vítimas desse não pertencimento, no presente; serão os reprodutores do modelo, amanhã, perpetuando, dessa forma, o paradiga familiar doentio.

As raízes familiares plantadas pelos pais são rasas demais para a construção de uma família completamente funcional, o que resulta num agrupamento de pessoas sob o mesmo teto, as quais se sentem pouco comprometidas umas com as outras, o que redunda em desarmonia e falta de entrosamento entre elas.

CONCLUSÃO

Nota-se, pelos poucos exemplos enumerados acima, que não apenas a semente do Reino deve ser plantada em solo preparado e fértil.

As nossas realizações humanas, empreendias ao longo da vida, nas mais diferentes e diversificadas áreas, também devem obedecer ao mesmo princípio.

Caso contrário, o que quer que venhamos a realizar terá sempre o cunho de raso, superficial e epidérmico; jamais chegando a ser profundo, essencial, necessário ou indispensável.

Portanto, assim como “pelo fruto se conhece a árvore”, da mesma forma, pela profundidade das raízes se conhecerá a qualidade da planta dela nascida.

Desenvolver laços que representem raízes profundas e saudáveis é, então, condição indispensável para uma vida melhor, mais produtiva e mais realizadora.

Que possamos atingir esse objetivo.

Tony Ayres

13 outubro, 2009

10 outubro, 2009

Para Além da Redoma Gospel

fernanda-brum

Um dos temas que mais tem me preocupado, nos últimos tempos, é a realidade que constato de que, apesar de estarmos prestes a completar já a primeira década do século XXI, ainda predomina, na cabeça de muitos cristãos evangélicos a convicção de que temos de viver dentro da nossa circunscrita redoma gospel.

Aliás, "gospel" é uma palavra que, originariamente, é um substantivo, na língua inglesa, e significa, em português, evangelho.

Só que nós a transformamos em adjetivo. Portanto, temos: cantor gospel, show gospel, site gospel, CD gospel, música gospel,banda gospel, filme gospel, empresa gospel, livro gospel, pousada gospel, loja gospel, hotel gospel e por aí afora.

Não seria de se estranhar, se daqui a pouco, como paradoxo dos paradoxos, surgirem também os pastores gospel, as igrejas gospel e, pasmem, as bíblias gospel!

Há alguns anos, durante um curso que ministrava, tive um sério, mas muito produtivo embate com um dos participantes, que se professava membro da instituição religiosa "Testemunhas de Jeová".

O motivo de tal embate era exatamente o meu questionamento do porquê ele, como membro praticante de tal denominação, só restringia as suas leituras às publicações da Sociedade Torre de Vigia (em inglês, Watchtower Society).

Similarmente, hoje, parece que, para muitos cristãos, alguma coisa só pode ser lida, vista, assistida ou consumida, se for gospel, o que, no mínimo, é um contra-senso, pois contraria frontalmente os ensinamentos de Jesus.

Apenas para dar um exemplo, permita-me uma ilustração.

Com todo o carinho, respeito e admiração que tenho pela cantora Fernanda Brum, minha opinião (e penso que tenho respaldo bíblico para isso) é a de que, com todo o talento que ela tem, estaria sendo muito mais coerente e útil ao Reino de Deus, cantando músicas românticas, ao lado de outros cantores como Maria Rita, Fábio Jr., Ana Carolina e tantos outros.

Ela não seria "mundana", "secular" ou "menos cristã", por causa disso. Teria uma oportunidade maravilhosa de ser uma testemunha do Reino de Deus, num meio onde o Reino de Deus mais precisa ser conhecido.

E o mundo, fora da redoma gospel, teria oportunidade de ouvir uma cantora talentosa, com um irretocável testemunho cristão.

Honestamente falando, creio que já é tempo de pararmos e refletirmos sobre essa questão.

Existe conhecimento proveitoso, oportunidades e meios para uma atuação verdadeiramente cristã, fora e para além da redoma gospel.

Tony Ayres

07 outubro, 2009

O Drama de Um Workaholic

workaholic_230_w4b Workaholic é o termo que utilizamos para designar a pessoa que é viciada em trabalho, um tipo de doença emocional que atinge mais os homens do que as mulheres.

O workaholic sai muito cedo para o seu trabalho, é muito dedicado em todas as suas obrigações e tarefas dentro da empresa; portanto, trabalha muito e volta tarde para casa.

Normalmente ele é financeiramente bem sucedido, mas um fracasso como pai de família e esposo. Não vê os filhos crescerem e seu contato diário com eles se limita a uma olhadela, quando já estão dormindo.

Sua esposa, normalmente, já se encontra cansada demais para tentar mudá-lo e, por isso, vive estressada e infeliz.

O QUE ACONTECE COM A VIDA DE UM WORKAHOLIC?

Para explicar isso, utilizaremos a figura a seguir, que mostra que todos nós desempenhamos os nossos papéis em quatro importantes áreas na vida: a área familiar, a área conjugal, a área profissional e a área social.

areasdepapéis Para que vivamos bem, há necessidade que haja um perfeito equilíbrio entre essas áreas, ou seja, todas devem ter o mesmo peso e a mesma importância.

O workaholic, no entanto, superdimensiona a área profissional, gastando nela todas as suas energias e nela investindo todas as suas fichas, fazendo com que ela ganhe mais destaque em sua vida. É como se ela ficasse contaminada por um "vírus", o "vírus do trabalho", que representaremos com a cor amarela:

araprofComo uma espécie de "infecção" o "vírus do trabalho "contamina" todas as outras áreas, que sofrem os efeitos da "virose". Logo, a vida familiar, a vida conjugal e a vida social do workaholic são atingidas e ele não consegue mais lidar com elas por falta de tempo, vontade e energia, que ele investe totalmente na área profissional.

A figura para representar essa situação seria a seguinte:

areass contVemos, então, que o superdimensionamento ou a supervalorização que o workaholic dá à sua vida profissional prejudica o seu relacionamento conjugal, familiar e social, tornando toda a sua vida disfuncional.

ENTENDENDO AS MOTIVAÇÕES DO WORKAHOLIC

As pesquisas têm demonstrado que a maioria dos indivíduos workaholics tiveram pais muito rígidos, que os cobravam demais, quando eram crianças, e nunca ficavam satisfeitos. Sempre exigiam perfeição e desmereciam os filhos, dando a entender que eles "não serviriam para nada na vida".

Logo, o comportamento de um workaholic possui motivações inconscientes e constitui como que uma "prova" de que ele está dando a seu pai (mesmo que este já tenha falecido há muito tempo) de que ELE É CAPAZ e o sucesso profissional é a "prova" de sua capacidade.

O QUE FAZER, ENTÃO?

Conforme podemos ver, embora faça toda a sua família sofrer, o workaholic é apenas uma vítima da maneira como foi criado.

Dessa forma, as críticas que ele recebe da esposa reavivam as críticas que recebia de seu pai e retroalimenta a sua disfunção cada vez mais, de tal forma que ele passa a evitar até o confronto com ela.

A esposa de um workaholic precisa, por mais penoso que isso seja, mudar urgentemente a sua postura, deixando de criticá-lo, passando a elogiar o seu esforço para prover a família, mostrando-lhe amor e compreensão; mas fazendo-o ver também que ela e os filhos precisam mais da pessoa dele por perto, do que de todo o dinheiro que ele traz.

Se possível, isso deve ser feito com a ajuda de um terapeuta familiar ou de um conselheiro matrimonial.

O tratamento costuma dar muito bons resultados e inúmeros casamentos prestes a fracassarem têm sido salvos, graças a esse tipo de conscientização e do amor genuíno de esposas que não desistiram de seu casamento.

Se você vive ou conhece alguém que viva esse tipo de situação, por favor veja ou faça ver que mesmo o casamento com um workaholic tem muita chance de tornar-se feliz.

Tony Ayres

04 outubro, 2009

Dream Your Dream And Have a Gratifying Life

dreaming-a-dream Joseph's brothers of Egypt did not take seriously his dream, that only caused angry in them because of the the boy's "claim". Even his father reprimanded him with hard words, because of his reporting of it, in a child way".

But Joseph himself never stopped believing in his dream. It was it, in fact, that directed his whole life to the great purpose that it had. Well: José dreamt when he was only 17 years old. And his dream only had complete fulfilment, when he was 40; in other words, 23 years later.

This is a true lesson for all the "accommodated ones" with the bad life of always, that they survive complaining of the nuisance in which their days are elapsing; but doing nothing to change things.

REMEMBERING THE CHILDHOOD

Do you remember when we were children? The way as we were dreaming about what we would be, when we were growing? When we were meeting in small grroups, it was a multitude of "future" doctors, teachers, engineers, pilots of airplane, air hostesses, models, dressmakers, dancers and thereabouts...

Suddenly, it goes from the childhood to the adolescence and from this to the youth, when, normally, people is already "well employed " in a bank, in a registry office, in a great shop or in a multinational enterprise.

There, the salary was "improving", the time was going by and, when the person realized, the life had ran out. It went on a half of the existence or more than a half. Quite often, someone is already financially successful, but .... bored with the kind of activity that is being practising.

THE NEED OF KNOCKING DOWN MYTHS

" It is too late to change ", " I am very old to start again ", " that would not be right ", " I cannot lose the security I have " are some of the myths that keep on maintaining the persons slaves; and that need be knocked down.

In the inner part of each one, they translate the cowardice or the fear because doing changes is, generally, source of great insurances.

ALWAYS IS TIME TO CHANGE

However, it is always time of retaken the old dream, of stopping postponing happyness. Why not to think about and to follow your heart? What do you think of using the maturity you already have obtained and go ahead with the realization of the things you always dreamt about?

It can be that course of violin, that wish of knowing the secrets of cookery, that nursing career, that pilot's license, that time-table as announcer of the local radio or that postponed wish of writing the book you always wanted see published.

Think about that. Perhaps it is exactly now the time to change your way of thinking, to begin to carry out your dream and to to give yourself the chance of beeing well succeed and happy.

Tony Ayres

02 outubro, 2009

Viva o seu sonho e tenha uma vida gratificante

capacidade_de_sonhar_-3380 Os irmãos de José do Egito não levaram a sério o seu sonho que só despertou neles ira pela "pretensão" do rapaz. Até mesmo, o seu pai o repreendeu com duras palavras, por relatá-lo, "infantilmente".

Mas o próprio José jamais deixou de acreditar em seu sonho. Foi ele, na verdade, que direcionou toda a sua vida para o grande propósito que ela tinha.

Pois bem: José sonhou quando tinha apenas 17 anos de idade. E seu sonho somente teve cabal cumprimento, quando ele tinha 40; ou seja, 23 anos depois.

Isso é uma verdadeira lição para todos os "acomodados" com a vidinha de sempre, que vivem reclamando da chatice em que os seus dias vão transcorrendo; mas que nada fazem para mudar as coisas.

RELEMBRANDO A INFÂNCIA

Você se lembra de quando éramos crianças? De como sonhávamos com o que seríamos, quando crescêssemos? Quando nos reuníamos em turminhas, era um aglomerado de "futuros" médicos, professores, engenheiros, pilotos de avião, aeromoças, modelos, modistas, dançarinas e por aí a fora.

De repente, passa-se da infância para a adolescência e dessa para a juventude, quando, normalmente, já se está "bem empregado" num banco, num cartório, numa grande loja ou numa empresa multinacional.

Aí, o salário foi "melhorando", o tempo foi passando e, quando a pessoa se dá conta, a vida correu. Já se passou da metade da existência ou mais do que a metade. Muitas vezes, já se está financeiramente bem-sucedido, mas.... infeliz com o tipo de atividade que se exerce.

A NECESSIDADE DE DERRUBAR MITOS

"É tarde demais para mudar", "estou muito velho para recomeçar", "isso não daria certo", "não posso perder a segurança" são alguns dos mitos que continuam mantendo reféns as pessoas; e que precisam ser derrubados.

No fundo, eles traduzem a covardia ou o temor por fazer mudanças que, geralmente, são fontes de grandes inseguranças.

Temos que nos lembrar de que, muitas vezes, na vida, os erros são inevitáveis. Permanecer neles, todavia, é opcional. Em última instância, somos nós mesmos, os responsáveis pelo nosso destino.

Mas, como desde cedo fomos condicionados a sermos direcionados pela opinião de outras pessoas, continuamos deixando que elas decidam por nós.

SEMPRE É TEMPO PARA MUDAR

No entanto, é sempre tempo para se retomar o sonho deixado para trás e de parar de adiar a felicidade. Que tal refletir sobre isso e seguir o seu coração? O que acha de aproveitar a maturidade que você já obteve e partir para realização daquilo que sempre sonhou?

Pode ser aquele curso de violino, aquele desejo de conhecer os segredos da culinária, aquela carreira de enfermagem, aquele brevê de piloto, aquele horário como locutor da rádio local ou aquele desejo adiado de escrever o livro que você sempre desejou ver publicado.

Pense nisso. Talvez seja exatamente agora o tempo de mudar sua forma de pensar, começar a realizar o seu sonho e a dar-se a si mesmo(a) a chance de ser realizado(a) e feliz.

Tony Ayres

28 setembro, 2009

O Perigo do Fundamentalismo Insensato

Em conversa com um médico psiquiatra cristão, ele relatou-me a história de um renomado pastor de sua denominação, notavelmente conhecido por seus magníficos sermões, que, infelizmente, acometido por uma enfermidade psiquiátrica, terminou seus dias maltrapilho e sujo, esquecido, catando bitucas de cigarros pelas ruas.
Esse é apenas um dos múltiplos exemplos que poderia citar aqui para mostrar a grande verdade de que a metanóia ou o novo nascimento não nos isenta de sofrimentos, nem constitui uma vacina que nos imuniza contra doenças e percalços na vida, uma vez que, em nós habita, ainda, a velha natureza adâmica, com todas as consequências da Queda, uma vez ocorrida no Éden.
É claro que existem as curas divinas. Elas são bíblicas e fizeram parte do ministério de Jesus. Mas, elas não foram para todos, naqueles dias, nem são para todos nos dias de hoje. Do mesmo modo, os milagres e livramentos.
Pedro foi maravilhosamente liberto dos grilhões da prisão por um anjo e pensava estar sonhando, até que, ao ver-se sozinho, fora da cadeia, e sentindo a brisa da noite em seu rosto, percebeu que acabara de viver um milagre de Deus.
O mesmo não aconteceu com Estevão, o primeiro mártir cristão, que mesmo testificando a sua fé e demonstrando como Deus, através das gerações, cumpriu os seus desígnios em Jesus, Autor e Consumador da salvação; foi impiedosamente apedrejado pelos judeus, até a morte.
Portanto, temos que aprender a maturidade para compreender a soberania de Deus sobre as nossas vidas, e possuir a alma leve para ter flexibilidade em nossas compreensões, se não quisermos ficar presos e enredados por um certo fundamentalismo enganoso que nada mais é do que o fruto de lentes equivocadas, na leitura e compreensão das Escrituras.
Há poucos dias, li, com tristeza, um ácido e desnecessário comentário colocado no post de um querido irmão, que o desmerecia moralmente, e, na falta de melhor argumento, acusava-o simplesmente de "comunista", por ser um leitor de um "autor ateu e comunista".
Fiquei pensando nos milhares de médicos ateus e possivelmente comunistas, que todas as noites, nos plantões de pronto-socorros e emergências médicas, salvam as vidas de milhares de cristãos que, por misericórdia de Deus, puderam cair em suas mãos hábeis e treinadas para salvar.
Quem sabe o próprio acusador da postagem a que me referi, já não teve a sua vida salva, ou de um de seus queridos, por um desses médicos ateus? Já imaginou se tal médico tivesse o mesmo ódio demonstrado por ele a todo paciente confessadamente cristão?
Isso, sem contar o maravilhoso comunismo de Jesus e dos primeiros discípulos da Igreja nascente, que se reuniam todos os dias para a comunhão e a partilha de bens (os ricos vendiam o que tinham e traziam o dinheiro aos apóstolos), de tal sorte que entre eles não havia necessitado algum e "eram um o coração e a alma do povo".
Portanto, sabedoria, equilíbrio,flexibilidade e sensatez devem fazer parte das características de um cristão. Jamais o fundamentalismo que se traduz em revolta e intolerância.
De outra sorte, como aceitar, sem perder a , que o genoma humano é extremamente parecidoAdam and Eve com o de um camundongo; como conciliar o criacionismo com o evolucionismo; como admitir que o episódio que narra a criação do homem, no Gênesis, pode ser interpretado tanto como uma fotografia, quanto como uma radiografia?
Como admitir, sem perder a fé, que cada porção de nosso cérebro é responsável não apenas por funcionalidades de nosso organismo, mas também por sentimentos, e que isso já está estabelecido e fartamente comprovado por numerosas experiências dos mais requintados e elaborados exames de imagens?
A fé, a piedade, o amor, a misericórdia, o perdão ou; por outro lado, o rancor, o ódio, o ciúme ou ou a ira são produtos de "pedacinhos" de nosso cérebro. Se uma vítima de acidente, perder, por infelicidade, a massa encefálica responsável pelos sentimentos, ela se tornará tão insensível como uma planta, incapaz de sentir ódio ou amor pelos seus entes mais queridos!
Concluindo, dizemos que, para se ter fé, a partir do tempo presente; e para se confessar um cristão salvo em Jesus, será preciso crer, apesar de todas essas circunstâncias, que não faziam parte de repertório de conhecimentos de nossos pais e antepassados.
O QUE EQUIVALE A DIZER QUE UMA FÉ FUNDAMENTALISTA E INTRASIGENTE muito dificilmente permanecerá porque, sem tirar nem pôr, é tão frágil como a casa construída sobre a areia.
Tony Ayres

23 setembro, 2009

Nossos delatores internos

764451215162383 Sempre me lembro daquele livro velho de fábulas, já se desmanchando de tanto ser manuseado, que era uma das poucas leituras que eu podia dar-me ao luxo, na minha infância austera de menino pobre.

Uma das estórias de que eu mais gostava chamava-se "Os Três Grãos de Milho". Ela relatava como um pobre diabo veio pedir esmola à porta de um jovem fazendeiro que acabara de herdar a fortuna do pai.

O arrogante moço arrancou de uma espiga três mirrados grãos e atirou-os indolentemente ao inoportuno pedinte, proferindo a frase que se tornou o título da fábula:

"Tome lá esses três grãos de milho!"

O restante da estória narrava como aquele pobre plantara, diligentemente, os três grãos; e dos pés de milho que deles germinaram, colheu várias espigas, que novamente plantou e, assim, persistentemente, de sucessivos plantios e colheitas, tornou-se um próspero agricultor.

O pobre pedinte veio a ficar muito rico, enquanto o rico, que lhe atirara os grãos, preguiçoso que era, viu sua fazenda ser tomada por ervas daninhas, e, por fim, perdeu tudo, por sua estupidez.

Como se vê, essa estória fala de extremos. O pobre esmoleiro torna-se rico fazendeiro, enquanto o afortunado herdeiro torna-se um "João Ninguém".

Essa é, na verdade, uma metáfora muito apropriada à nossa psiquê. Os conflitos mais íntimos do ser humano acontecem simplesmente porque em sua mente habitam, de lados diferentes, o ex- esmoleiro e o falido fazendeiro, que representam as forças poderosas, mas opostas, das instâncias consciente e inconsciente, que todos nós possuímos.

Aliás, se todos nós levássemos mais a sério a importância dessa realidade, seríamos muito mais cuidadosos com nossas palavras, nossos discursos e nossos escritos.

E POR QUE DEVEMOS TER ESSA SERIEDADE?

Porque nós nos projetamos em nossas palavras (por isso, Jesus disse que "a boca fala do que está cheio o coração"). Só que, sem que percebamos, nossas palavras nos denunciam também (por isso, Jesus disse que "pelo fruto se conhece a árvore).

Nesse ponto voltamos aos dois extremos que habitam a nossa mente e que se opõem entre si.

E, ONDE ESTÁ A PROBLEMA AÍ?

O problema está exatamente na expressão "extremos".

Os extremos são os "delatores" das verdades mais íntimas de cada um. Isso significa que todo aquele que defende suas opiniões, preferências, ideologias, etc; e, principalmente, aqueles que condenam atitudes alheias com "unhas e dentes", com veemência excessiva e com total inflexibilidade podem estar, simplesmente, "confessando suas próprias culpas".

Assim, o homem que se autodenomina ético e prega para o mundo inteiro a ética, no fundo, provavelmente é um ser sem ética alguma.

Da mesma forma, os que vivem, a toda e qualquer oportunidade, condenando o homossexualismo, provavelmente são homossexuais "enrustidos".

Creio ser bastante razoável refletirmos um pouco sobre isso porque essa verdade é reveladora.

Quem tem opinião formada sobre qualquer assunto simplesmente emite essa opinião, quando alguém a solicita. Não tem nenhuma necessidade compulsiva de ficar apregoando-a aos quatro ventos.

Tony Ayres

15 setembro, 2009

Vítimas do Perfeccionismo

brincogargantilhafiorini Há cerca de três anos, li um livro de um cirurgião plástico que me surpreendeu pela honestidade. Obviamente, não quero dizer com isso que os demais profissionais clínicos dessa área sejam desonestos.

Mas o tal cirurgião (infelizmente, não me recordo o seu nome) relata, em seu livro, que, muitas vezes, recusou pacientes; ou por achar a cirurgia desnecessária; ou por ter a certeza de que, por mais perfeito que fosse o resultado, nunca estaria à altura do perfeccionismo da paciente.

É justamente este ponto que revela uma importante constatação: geralmente, por trás do perfeccionismo, esconde-se uma personalidade de base depressiva e esse eminente cirurgião sabia, por experiência própria, que uma pessoa deprimida sempre se achará feia, por mais linda que ela seja, esteticamente falando.

UM SINAL DE ALERTA

Escrevi os parágrafos acima, a fim de que eles sirvam como um sinal de alerta para todo(a)s aquele(a)s que têm uma tendência para o perfeccionismo.

Pessoas vítimas desse sentimento escravizam-se, tornam-se em tudo metódicas, sofrem muito e fazem seus parceiros e familiares também sofrer.

Esquecem-se ou simplesmente não conseguem enxergar que, mais importantes do que os fatos, são as maneiras pelas quais os enxergamos.

CONCLUSÃO

Se você que lê esta postagem percebe que está sendo muito rigoroso(a) com prazos, horários, arrumação da casa ou escritório; ou sendo metódico(a) demais até nos momentos de intimidade com seu/sua parceiro(a) ou nas horas de lazer com a família; saiba que já soou a sirene de alarme.

É hora de buscar ajuda para mudar de atitude. Hoje em dia existem tratamentos muito eficientes que combinam medicamentos com psicoterapia, extremamente eficazes, para produzir, à curto prazo, uma excepcional melhora na qualidade de vida.

Não espere mais. Procure, sem demora, um profissional competente.

Tony Ayres

03 setembro, 2009

A Entrevista de Tony Ramos e a Síndrome da Fama Tele-Evangelística

"Assim, pois, pelos seus frutos os conhecereis" (Luc. 7.20)

tony-ramos Ao assistir, recentemente, à entrevista de Tony Ramos, na Rede Globo; não pude deixar de estabelecer um elo de comparação entre ele e determinado tele-evangelista, cujo desejo de fama subiu à cabeça.

Quando sai da pele de seus personagens, o homem Tony Ramos revela-se um um ser humano de rara beleza. Despoja-se de toda afetação (que, no estágio de sucesso que alcançou, até poderia ser-lhe perdoada, se a tivesse) e permite-se ser simplesmente como é e como sempre foi.

Respeitado por todos os seus colegas de trabalho como um homem íntegro, bondoso e com um enorme carisma, sua simplicidade é conhecida dentro das dependências da Globo, onde trata com a mesma humanidade, tanto colegas de peso, como o ator Lima Duarte; como os camareiros e zeladores da Casa.

Casado desde o ano de 1969 com Lidiane, a esposa por quem confessa publicamente ser apaixonado; aos 61 anos de idade, o ator é pai de dois filhos: um médico e uma advogada e já comemora a chegada dos netos, sem esconder sua alegria.

À apresentadora Ana Maria Braga, Tony confessou ser um homem simples, de família, que respeita as demais pessoas, em suas diferenças; que não abriga qualquer tipo de inveja em seu coração; que não enxerga o sucesso como algo que o seduza e que medir o ser-humano por esse parâmetro é simplesmente algo mesquinho e menor.

A CONTRAPARTIDA

Em nosso mundo cristão evangélico, infelizmente, pessoas que chegam a ganhar alguma notoriedade no meio televisivo, surpreendem-nos com um comportamento completamente oposto.

Há alguns dias, coloquei aqui uma postagem referindo-me a determinado evangelista da TV e critiquei a sua postura, quanto ao envio de $900 reais, "exigidos" pelo "profeta" que o acompanhou, como condição para a liberação da "bênção da prosperidade".

Pois bem, em seu programa do último sábado, o referido pastor da TV "mandou" um aviso" aos críticos, afirmando que poria novamente, por algumas vezes, o tal programa no ar, afirmando que "os críticos são pessoas fracassadas e recalcadas, que ficam incomodadas com o sucesso alheio" (no caso, o dele, obviamente).

Espanta saber que tal pastor não esconde de ninguém ser formado em Psicologia e, ao mesmo tempo, demonstra publicamente, na TV, que esta, infelizmente, parece que não lhe ensinou nada, tanto no que se refere ao trato para com as pessoas, passando pela incapacidade de aceitar críticas de uma forma madura ( e não na infantilidade do "revide" grosseiro); como na falta do verdadeiro conhecimento psicanalítico da "teoria do recalque", elaborada por Freud.

Por outro lado, o que entende tal pastor por "pessoa fracassada"? Provavelmente, para ser coerente consigo mesmo, um "fracassado", para ele, é alguém que não tem o desejo de estar, a qualquer preço, na TV; quem não tem a "gana" por notoriedade e "poder", que não deseja aumentar o número de cruzadas com o fito de auto-promoção pessoal; e que não tem nenhum interesse em enriquecer pedindo ofertas e vendendo livros, para ter mais tempo "no ar".

De acordo com esses parâmetros, pessoas como Albert Einstein, Ghandi, Madre Tereza de Calcutá ou o anônimo médico que dedicou a sua vida a atender as pessoas de uma favela da Casa Verde, em São Paulo, gratuitamente, apenas tomando uma xícara de café em cada barraco onde visitava um paciente; foram todos FRACASSADOS.

O QUE SE OBSERVA, AFINAL, NESTA HISTÓRIA?

Por um lado, um grande artista, famoso e reconhecido em todo o Brasil e até fora dele, como um homem talentoso, humano, realizado, de bem com a vida, que atribui ao sucesso apenas um valor menor, no grande contexto da existência.

Por outro, um tele-evangelista que precisa pagar por seus horários para aparecer na TV, que não consegue disfarçar, sob o título de cristão, o ser humano iracundo e belicoso que, na realidade, demonstra ser; e que, a continuar nesse modo de agir, provavelmente nunca terá qualquer notoriedade que ultrapasse o mundo evangélico.

O que podemos afirmar. resumindo, é que o Jesus sobre quem a Bíblia nos fala. era um homem muito simples:cansado, tomava água à beira de um poço ou dormia no canto de um barquinho.

Mesmo sendo o Filho de Deus, não tinha onde reclinar a cabeça e quando morreu, na cruz cruenta do Monte Calvário, os soldados dividiram entre si o único bem material que possuía: suas vestes pessoais.

Mesmo assim, João Batista, o último dos profetas do período de vigência da Lei, testemunhou dele, nos arredores do Jordão: "É necessário que ele cresça e que eu diminua" (Jo. 3.30).

Procura-se evangelistas de TV que estejam dispostos a seguir o exemplo de Jesus e que tenham o espírito de João Batista.

Tony Ayres

29 agosto, 2009

Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT)

Tradecenter

Há algum tempo, psiquiatras e psicoterapeutas têm feito uma descoberta que preocupa: Muitas vítimas do TEPT (Transtorno de Estresse Pós-Traumático) começararm a apresentar os seus sintomas, por residirem nas grandes cidades.


O TEPT era um transtorno típico de soldados veteranos do Vietnã, por exemplo; das pessoas que sobreviveram a grandes fenômenos da natureza, tais como: terremotos, tsunâmis, vulcões em erupção, furacões, etc; e também dos que sofreram estupros, sequestros, grandes acidentes aéreos e de automóveis ou algum outro incidente de grande violência.

Os dados de que dispomos hoje nos permitem dizer que viver nas grandes cidades como São Paulo ou Rio de Janeiro, equivale a viver num estado permanente de guerra. Ou seja, sair à noite numa dessas cidades, principalmente nas periferias, equivale a dar um passeio noturno por Bagdá, capital do Iraque, em termos do estresse gerado.

A violência e o crime encontrados nesses grandes centros têm, certamente, uma explicação social. Existe um fluxo contínuo de migração das zonas rurais para as capitais. As pessoas acabam ficando sem raízes familiares, desempregadas por falta de qualificação e sem o socorro de uma adequada rede de proteção social. Daí, para entrarem no mundo do crime é um passo apenas.

Donde se conclui que não são apenas as doenças infecto-contagiosas que devem preocupar as autoridades. As enfermidades psiquiátricas incluem-se nesse rol; e o TEPT - Transtorno de Estresse Pós-Traumático, ao lado da Síndrome do Pânico, constituem o carro-chefe dessas patologias.

SINTOMAS DO TEPT - TRANSTORNO PÓS-TRAUMÁTICO

  • . Tensão Corporal
  • . Sentimento Depressivo
  • . Mudanças Frequentes de Humor
  • . Insônia
  • . Irritabilidade
  • . Enfado
  • . Isolamento
  • . Pesadelos
  • . Diminuição da Afetividade
  • . Distanciamento, estranheza
  • . Sensação de Futuro Incerto
  • Evitação de lugares, pessoas e atividades

O tratamento do TEPT geralmente é realizado por um período longo de tempo. O paciente recebe uma combinação de um benzodiazepínico (ansiolítico) com um andidepressivo. Paralelamente, deve também iniciar uma psicoterapia. O prognóstico é bastante bom.

Pode ocorrer a remissão total dos sintomas (o que é menos comum) ou a permanência de sintomas residuais (o que é mais comum), que não afetam significativamente a qualidade de vida do paciente.

Tony Ayres