28 fevereiro, 2010

Ciência, Um Caminho Para Deus

Por: Tony Ayres



cientista_michaelfaraday Durante alguns anos já, tenho tido o prazer de conversar com minha médica cardiologista sobre assuntos de fé, psicanálise e religião. Eu, como cristão evangélico. Ela, como praticante de reiki e esotérica.

Embora nossas crenças sejam tão diferentes, temos mutuamente nos respeitado e, em cada uma das longas consultas que tenho feito com ela, aos poucos surgiu uma verdade na qual ambos acreditamos e que pode ser resumida neste comentário, feito por ela, mais ou menos, com as palavras abaixo:

"Olhando para esse universo maravilhoso, é impossível crer que não exista um Ser superior por trás de tudo isso".

Por que estou contando isso?

Para ilustrar um fato impossível de não ser notado. O de que, cada vez mais a gente encontra médicos psiquiatras,médicos de outras áreas, psicólogos e psicanalistas crentes; enquanto, por outro lado, percebe-se uma triste realidade:

Jovens com menos de 30 ou 35 anos de idade, nascidos em lares cristãos e criados na Escola Dominical, rebelando-se contra a religião, negando a existência de Deus, reprimindo a sua fé, deixando-se levar pela leitura de meia dúzia de de filósofos ateus e teólogos liberais.

Isso tudo só pode ser resumido pela seguinte verdade, que tem se tornado cada vez mais evidente: a pouca ciência torna o homem prepotente, orgulhoso e pronto a descartar Deus; a ciência conhecida em profundidade torna-o humilde, sensato e crente em Deus.

Michael Faraday, descobridor da indução eletromagnética e fundador da Teoria do Campo Eletromagnético (conceitos que Einstein usaria para formular a sua Teoria da Relatividade) foi um fiel cristão.

Sobre ele, os cientistas costumam dizer que, se o Prêmio Nobel já existisse em sua época, por certo Faraday, teria ganho pelo menos cinco! Ele é considerado "o maior gênio experimental de todos os tempos".

Um fato conhecido a seu respeito é que, pouco antes de morrer, um jornalista lhe perguntou: "Quais suas especulações sobre a vida após a morte?". Ao que Faraday respondeu: "Especulações? Eu não tenho nenhuma. Eu descanso nas certezas. Eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que Ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia".

Já Carl Gustav Jung, o mais famoso discípulo dissidente de Freud, ao discorrer sobre os conteúdos psíquicos, escreveu o seguinte:

"Como sou protestante, alguém poderia objetar: 'Ora, quando aconselha a um católico praticante que procure um padre para se confessar, está lhe indicando algo em que não acredita?' Para responder a essa crítica, devo esclarecer que na medida do possível não prego minha crença.

"Quando me perguntam a respeito, defendo minhas convicções, que não vão além daquilo que considero meu saber. Estou convecido daquilo que sei".("Pssicologia e Religião", editora Vozes, pg. 49)

Quem sabe uma reflexão mais profunda e sincera a respeito do que acima foi exposto não poderá levar alguns a reconsiderarem sua fé ou a falta dela, de uma maneira mais sensata, a fim de que encontrem a humildade - uma virtude que ilumina o caminho para se encontrar, de fato, Deus?

23 fevereiro, 2010

Seja Deus Verdadeiro e Mentiroso Todo Homem

PROTÁGORAS Estamos vivendo dias nos quais houve um amplo renascimento do que era defendido pelo antigo filósofo grego, Protágoras, e que se resume nestas palavras: "O homem é a medida de todas as coisas", afirmação essa que está longe de ser considerada cristã, uma vez que reflete um humanismo no qual não existe lugar para Deus ou para a fé.

Apesar disso, e a despeito de todo cristão verdadeiro ter a consciência de que Deus, e não o homem, é  que é a medida de todas as coisas, essa espécie de humanismo infiltrou-se nas mentes dos cristãos pós-modernos, fazendo deles instrumentos de uma espécie de fé ateísta (veja o paradoxo), que se traduz por atitudes, como as enumeradas a seguir:

1. A imagem de um Deus que é nada mais do que a projeção subjetiva das idéias e pensamentos de cada um.

2. A crença em um Cristo, não mais visto como Filho de Deus, mas "um filho de Deus", desprovido de qualquer deidade.

3. A concepção de uma Bíblia que deixou de ser a Revelação de Deus para a humanidade e passou a ser vista apenas como um livros de lendas judaicas.

Diante dessa realidade (que, felizmente não afeta os cristãos verdadeiramente transformados, que já lutaram com Deus como Jacó no vau de Jaboque), só temos que pedir graça e misericórdia para os contaminados por esse humanismo que rouba a glória de Deus e enaltece a criatura, ao invés do Criador.

Essa atitude arrogante só pode ser lamentada, pois escancara, para quem quiser ver, uma mente repleta de orgulho. O mesmo velho orgulho que precipitou Lúcifer desde os céus; que provocou a confusão de línguas, na torre de Babel; que enlouqueceu o empertigado rei Nabucodonozor; e que causou a morte de Herodes, comido de bichos.

Honestamente, não posso achar melhores palavras para encerrar este post, do que as do apóstolo Paulo: "...sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso...(Rom. 3.4).

Tony Ayres

17 fevereiro, 2010

A Perigosa Situação do Marido Que Negligencia Sua Esposa

INTHEJOB Maíra é uma mulher cristã de 43 anos, muito bonita e de humor bastante alegre. Tem uma filhinha de 7 anos, que passa quase todo o dia na escola e a quem se dedica totalmente nos momentos em que a escola a libera.

Ailton, o marido de Maíra é um homem bem sucedido profissionalmente. É dono de seu próprio negócio, que tem progredido muito, nos últimos anos.

Dedica-se ao trabalho 12 horas por dia e, quando chega em casa, está sempre bastante cansado. Quase nunca fala com a esposa e vê a filhinha apenas esporadicamente.

Maíra tem ficado muitas horas livres por conta da filha estar na escola. Ela se ressente da pouca atenção que o marido lhe dispensa. Materialmente, nada lhe falta, mas mesmo quando vai ao cabelereiro ou usa uma roupa nova, Ailton não nota e não faz nenhum elogio.

De repente Maíra sente-se muito sozinha, sem nada para fazer e com muitas horas livres disponíveis. Esse estado de coisas começa a entristecê-la e a mudar um pouco seu temperamento alegre. Sente que precisa fazer alguma coisa, senão irá ficar deprimida.

Começa a procurar um emprego de meio-período, pois possui formação universitária. Candidata-se a um emprego de secretária numa empresa de engenharia e, devido à sua competência, é prontamente admitida.

Começa uma nova fase em sua vida. Seu novo trabalho lhe confere uma alegria que há muito não sentia. É então que conhece Enzo, um engenheiro solícito e muito gentil, que trabalha próximo à sua sala.

Enzo admira honestamente, tanto a competência de Maíra, quanto a sua beleza. Passam a frequentar juntos o refeitório da empresa e, nesses momentos, Maíra ri muito e se descontrai, pois Enzo é uma pessoa encantadora.

Maíra começa a preocupar-se, pois, o contraste entre seu esposo Ailton e seu colega de trabalho Enzo é muito grande. Um nada lhe deixa faltar e, em razão de dinheiro, ela nem precisaria trabalhar.

O outro, porém, a enxerga como mulher, preocupa-se com o seu bem-estar emocional e valoriza-a como pessoa. Impossível deixar de notar sua gentileza e cavalheirismo.

Por mais que Maíra procure não pensar no assunto, no fundo ela começa a ter dúvidas se teria forças para resistir se Enzo a convidasse para um jantar romântico. Apesar de sua formação cristã, sente medo de deixar-se levar pelas forças, que ela já considera, do coração.

REFLEXÃO

A história de Maíra, relatada acima, é apenas uma ficção. No entanto, ela foi colocada aqui porque, exatamente neste momento, existem muitas "Maíras" vivenciando histórias semelhantes; assim como existem muitos "Ailtons" cegos pelo trabalho e dando prioridades erradas dentro de seu lar, a um passo de perder a mulher a quem amam, por não estarem lhes dando o devido valor e o reconhecimento, que tanto necessitam.

Querido leitor, examine a sua vida e como você tem agido para com sua companheira. Quem sabe a leitura desta despretensiosa postagem não lhe poderá servir de alerta para fazê-lo perceber que o trabalho ou a igreja o tem roubado do convívio de quem você mais ama?

Dê atenção à sua mulher. Dê atenção à sua família. Partilhe mais de seu tempo e de seu amor com elas!

Antes que seja tarde demais...

Tony Ayres

13 fevereiro, 2010

Jovens, Sexo, DSTs, Gravidez Precoce e Igreja

Jovens Já tenho observado algumas vezes, neste blog, que, o verdadeiro teólogo (homem responsável por interpretar as verdades contidas na Palavra de Deus) é aquele preocupado em transmitir a Revelação de ontem para a realidade de hoje.

A mensagem do pregador precisa ser contextualizada, não apenas em relação ao texto bíblico, mas também em relação ao contexto sócio-cultural em que uma geração está vivendo.

Tendo-se isso como premissa, é indiscutível que a realidade atual, enfrentada pelos jovens (e velhos também, por que não?) é muito diferente daquela em que a geração dos que têm mais do que 40 anos viveu, em sua adolescência e juventude.

A juventude de hoje, inclusive a juventude cristã-evangélica não vê mais o casamento como um passo necessário para a iniciação de sua vida sexual (refiro-me, é claro, ao casamento oficializado no cartório, pelo juiz de paz, ainda que esse nunca tenha sido o casamento bíblico).

Pois bem, em virtude de uma grande parte da Igreja e de seus pastores não estarem fazendo a contextualização a que nos referimos, no princípio; e em relação à cultura da primeira década desde milênio ter produzido uma juventude que encara a sexualidade com muito mais naturalidade do que seus pais; porém sem as informações necessárias para a sua prática, o resultado, em alguns casos, tem sido desatroso.

AS CONSEQUÊNCIAS

As consequências (para não se dizer que o que estou dizendo está em minha cabeça) é, infelizmente, empírica e faz parte da experiência de todo pastor, em qualquer lugar deste país, de precisar tratar de casos de meninas adolescentes grávidas, membros de suas igrejas, e de sua contrapartida , os jovens que as engravidaram.

Isso, na melhor das hipóteses. Na pior delas, existem os casos de infecção por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e por AIDS. o que além do sofrimento para os jovens atingidos, provoca muita dor e constrangimento para as suas famílias.

QUAL É A SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO?

A solução, se me permitem ser bastante sincero, é a Igreja deixar de fingir que o problema não existe, porque ele está aí, escancarado. pipocando aqui e ali, dentro de sua "redoma". Não está somente "lá fora", entre "os incrédulos". É preciso despertar para essa realidade.

Os pastores são homens chamados a cuidar de suas ovelhas, e esse cuidado, nos dias de hoje, consiste em ensinar-lhes a Palavra, sim. Mas, também consiste em ensiná-las, sem uma pretensa "santidade" a se protegerem e a se precaverem dos perigos e das feridas que a iniciação numa sexual desprotegida e ignorante pode provocar.

REFLEXÃO

Querido(a) leito(a). Reflita comigo, por favor. Os jovens que hoje estão na faixa entre 12 e 25 anos de idade, aproximadamente, NÃO PRESENCIARAM com capacidade de entender, a fase mais terrível da epidemia da AIDS, na qual 100% dos jovens infectados acabaram morrendo em poucos meses.

Hoje, embora exista um coquetel que prolonga a vida dos soropositivos por um tempo muito além do que 10 anos, AINDA NÃO EXISTE CURA PARA OS DOENTES e o tratamento , além de precisar ser contínuo, é muito difícil, pois altera diversas funções do organismo. A sífilis, o papiloma vírus e outras DSTs também trazem grandes sofrimentos físicos e psíquicos.

Uma gravidez precoce indesejada trará responsabilidades enormes para a jovem mãe e que implicarão, muitas vezes, na destruição de seus mais belos sonhos e planos por toda a vida.

Isso tudo não poderia ser evitado?

Não seria muito mais razoável os pastores deixarem de infligir mais culpa sobre essas pobres ovelhinhas, sob o tacão do legalismo e da falta de misericórdia, ensinado-as a se cuidarem, com o uso de preservativos e da utilização de contraceptivos?

Essa atitute, além de não comprometer a sua santidade, poderá salvar de uma vida dolorosa e infeliz, jovens e preciosas vidas que estão sob seus cuidados.

Tony Ayres

11 fevereiro, 2010

Mulheres Prisioneiras do Passado

A experiência clínica de qualquer psicoterapeuta mostra a realidade de um fato:o sofrimento que acomete principalmente mulheres solitárias, as quais um dia já foram felizes em seus relacionamentos passados e que, devido à semelhança dos sintomas, comuns a todas elas, configuram uma síndrome que, neste trabalho deliberei, por suas características, denominar de Síndrome da Mulher de Ló.

A palavra síndrome, proveniente do greco síndromé, significa “reunião de sinais e sintomas que ocorrem em conjunto e que caracterizam uma doença ou uma perturbação”.


Mas por que Síndrome da Mulher de Ló?


Não existe uma razão intrínseca, a não ser a analogia que encontrei entre os sintomas dessas mulheres, e a tragédia retirada da história hebraica antiga, e que se resume no texto que encima esta introdução, a qual se abateu sobre a esposa de Ló, sobrinho de Abraão, o patriarca da nação israelita.


A história, que se acha registrada no capítulo 19 do Gênesis, normalmente é interpretada em seu sentido teológico. Neste texto, porém, irei abstrair dela apenas o seu sentido simbólico, metafórico, para fazer uma correlação com os sintomas que acometem as mulheres solitárias, sobre os quais adiante irei tratar.


Entretanto, para aqueles que não conhecem a história, acho bastante conveniente relatá-la aqui, embora de maneira resumida, para que possamos prosseguir com um correto entendimento do assunto.
“Tudo começou com uma querela entre os pastores de Abraão e os pastores de seu sobrinho Ló, os quais começaram a disputar entre si o espaço para a pastagem de seus respectivos rebanhos”.

Abraão, descontente com essa discórdia, propôs uma divisão de terras e deu a seu sobrinho a chance de escolher em primeiro lugar, com qual parte delas desejava ficar.


Ló, ao contemplar de longe o panorama que se lhe apresentava, notou que um lugar conhecido como “as campinas do Jordão”, era todo bem regado e para lá resolveu mudar-se, instalando-se na cidade de Sodoma, tornando-se ali um estrangeiro respeitado e bem - sucedido.
A história prossegue, narrando que Sodoma, assim como a vizinha Gomorra eram cidades corrompidas, nas quais proliferavam a promiscuidade sexual, em especial o homossexualismo, razão pela qual Jeová resolveu destruí-las, uma vez que sua maldade tornara-se insuportável.

No entanto, antes que isso acontecesse, enviou dois anjos, com aparência de homens, para livrar Ló e sua família da destruição.
Esses homens foram recebidos por Ló e acolhidos por ele debaixo de seu teto, para passarem a noite.

Porém, os homens da cidade vieram bater à porta da casa, exigindo que os anjos fossem colocados para fora, a fim de serem sexualmente abusados por eles.
Como Ló se recusasse a atender a tal pedido, os homens enfurecidos, quiseram abusar do próprio Ló, ocasião em que os anjos intervieram e feriram os habitantes da cidade de cegueira.

A partir desse momento, os anjos começaram a instar Ló e sua família para que saíssem rapidamente da cidade, antes do amanhecer, pois iriam destruir o lugar e não poderiam fazê-lo antes que Ló e sua família fossem dali retirados.


Como se demorassem, os anjos pegaram pelas mãos Ló, sua esposa e suas filhas e praticamente os obrigaram a sair o mais rápido possível, não antes, porém, de dar-lhes uma severa advertência, para que não olhassem para trás.


Assim, tão logo Ló, sua esposa e suas duas filhas saíram de Sodoma, os anjos começaram a destruir as cidades, com fogo e enxofre.
Todos obedeceram a ordem expressa dos anjos, exceto a mulher de Ló, que, por alguma motivação interior, olhou para trás e, como castigo, foi imediatamente convertida numa estátua de sal.”

Como você pode observar, aí está o motivo para a escolha do nome: Síndrome da Mulher de Ló – o seu conteúdo metafórico, em dois sentidos.


O primeiro, de olhar para trás, com seu óbvio significado de ficar presa ao passado, sentir pena do que foi deixado, ter curiosidade pela destruição daquilo que ficou, manter o coração na antiga vida, ater-se a bens que não existem mais, perder a antiga condição de abastança e tantos outros que aqui poderíamos enumerar.


O segundo refere-se à própria natureza de sua punição: ser convertida numa estátua de sal, ou seja, ficar petrificada, engessada, ossificada, cristalizada – uma situação que lembra completa imobilidade, total ausência de movimento e vida.


Tal é o que ocorre também, simbolicamente, com as mulheres que sofrem da Síndrome da Mulher de Ló.
Via de regra, são mulheres que já foram felizes ou experimentaram o amor em algum momento de suas vidas.

Mas, infelizmente, sofreram uma grande decepção por parte da pessoa amada de tal maneira que vieram a engessar; ou, em outras palavras, congelar suas emoções, tornando-se vítimas do medo.


Não daquele medo que é normal e que constitui a vivência de um período de luto até necessário para quem sofre uma grande frustração ou uma grande perda.
Mas um medo descomunal, desproporcional e completamente mórbido de sequer cogitar o abrir-se para um novo relacionamento, embora, no íntimo, até preferissem isso, se tivessem a capacidade perdida de o desejar.

Esse medo mórbido é filho do sofrimento, típico de pessoas maltratadas pela vida, desprovidas de ilusão, frustradas em seus sonhos passados; ou ainda chorando por um relacionamento que já acabou, que já foi destruído, que já não existe mais, que está morto e enterrado.


Mas que, a despeito de meses, anos ou décadas decorridos, continua sendo motivo de constante derramamento de lágrimas, tornando, assim inviável, a felicidade que ainda poderia existir, se esse sofrimento todo pudesse ser debelado.


E o que é ainda pior: a síndrome é ainda complementada por toda sorte de sentimentos negativos e contraditórios que são experienciados: culpa, raiva, rancor, autodepreciação, inconformismo, desejo de vingança, indiferença forjada, instabilidade emocional, extrema irritação e, conforme já referido, falta de perspectivas.


Entretanto, como não poderia deixar de ser, está claro que tais pessoas estão simplesmente dificultando as coisas, com o objetivo inconsciente de evitar um temido novo envolvimento, utilizando-se, para isso, de expedientes que são apenas os “sintomas” que escondem o medo irracional de se envolverem emocionalmente e de "correrem o risco" de serem felizes outra vez!

Trata-se, na verdade, de um “autoboicote”.

Necessário se faz, portanto, que mulheres portadoras da "Síndrome da Mulher de Ló" comecem a perceber que a perspectiva de vida que escolheram viver é apenas um mecanismo de defesa que não as levará a lugar nenhum.

Somente essa percepção realística as fará sair da paralisação emocional.

Ela poderá significar o abandono de uma posição considerada "segura" e o atrever-se a ir em busca de algo que poderá parecer ameaçador, uma vez que vislumbrar a chance de poder ser feliz outra vez pode parecer de fato um risco.

Todavia, um risco que valerá toda a pena.

Para essas mulheres, deixo como reflexão, o texto a seguir:

Arriscar é Viver "Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.

Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar a expor seu eu verdadeiro.

Amar é arriscar-se a não ser amado.

Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.

Viver é arriscar-se a morrer.

Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.

Tentar é arriscar-se a falhar.

Mas...é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...

Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.

Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.

Mas assim não podem aprender, sentir, crescer,
mudar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;

Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...

Arriscar-se é perder o pé por algum tempo...
Não arriscar é
perder a vida..."

(Soren Kierkegaard)


Tony Ayres

06 fevereiro, 2010

Cristianismo, Ressentimento e Liberdade

ChristianManifesto-b Como um blogueiro cristão, não pude deixar de tomar conhecimento de alguns blogues que têm abraçado, através da filosofia de vida de seus editores, um cristianismo "libertário", no qual inexistem dogmas, inexistem certezas absolutas, inexiste inerrância das Escrituras e inexiste até mesmo a certeza de um Deus e de uma vida após a morte.

Esse tipo de cristianismo nega o objetivo de vidas de homens como Billy Graham, John Stott, Francis Schaeffer, Russel Shedd e tantos outros nomes respeitados pela Igreja da Pós-Modernidade e que, a despeito de todo o saber humano e a experiência de vida que obtiveram, jamais deixaram de ser humildes, transferindo toda a glória que poderiam auferir a Jesus Cristo, único Senhor de suas vidas.

LIBERDADE CONFUNDIDA

Mas estes modernos "sábios" da Blogosfera, ao contrário, são altivos e consideram a Bíblia apenas um livro de cultura judaico-cristã, absolutamente inútil para nortear as nossas vidas, por considerá-lo ultrapassado e sem nenhuma inspiração divina.

Assim, justificando toda a sua rebeldia pela formação "errada" que tiveram em sua infância e adolescência, insurgem-se contra todos e contra tudo o que aprenderam, dando um passo perigoso em direção à uma pretensa liberdade, cujo rastro firma-se claramente apenas no ódio e no ressentimento que nutrem contra a memória que têm de seus "ensinadores" da infância e da adolescência.

Na esfera do inconsciente (que eles imaginam consciente) ignoram a verdade psicológica de que, quando recalcamos uma atitude ou emoção, usualmente as compensamos, agindo ou assumindo uma atitude superficial exatamente no extremo oposto.

RESSENTIMENTO E AUTOCOMISERAÇÃO

Mas parece que esse blogueiros desconhecem que, na vida real, uma pessoa não se livra assim facilmente do ódio e do ressentimento do passado. Então, canalizam-nos para os outros (os ortodoxos) sem nem mesmo imaginar que, no final estarão canalizando-os contra si mesmos.

É evidente que, não apenas eles, mas todos nós vivemos as nossas repressões na igreja ou na família, em nossa infância. Mas, se agora, como adultos, não enfrentarmos abertamente o ódio e o ressentimento que trouxemos da idade infantil; cedo ou tarde, eles se transformarão num afeto que nunca fez bem a ninguém: a autocomiseração - que é a forma preservada desse ódio e desse ressentimento.

O EXEMPLO DE NIETSZCHE

Apenas para darmos um exemplo, Friedrich Nietszche sentiu, de modo amargo e profundo esse problema do ressentimento pois, apesar de rebelar-se contra a negação da liberdade, não conseguiu ultrapassar o estágio da rebeldia.

Filho de um pastor protestante, morto quando ele era ainda criança, educado de forma sufocante por parentes próximos, Nietszche padecia os aspectos coercitivos de seu background alemão. No entanto, estava o tempo todo, em luta contra ele.

Assim, sendo de espírito muito religioso (embora não dogmático), ele mesmo acabou percebendo o papel do ressentimento estampado na moralidade da sociedade. Proclamou, então, que o "ressentimento se encontra no âmago de nossa moral" e que "o amor cristão é um simulacro do ódio impotente".

Ora, qualquer um de nós, nos dias de hoje, pode ilustrar essa "moral" motivada pelo ressentimento, nos mexericos de corredor de qualquer pequena igreja evangélica. A despeito disso, essas pessoas continuam a fazer parte do corpo de Cristo e crêem na Bíblia, como a Palavra inspirada de Deus.

O que é preciso ficar claro é o fato de que ninguém pode chegar ao verdadeiro amor e à genuína moralidade; e, por via de consequência, à liberdade, antes de ter enfrentado francamente e vencido o seu próprio ressentimento, bem como o próprio ódio.

A VISÃO PSICOLÓGICA

O que pretendemos é, então, esclarecer que, do ponto de vista da psiquê, a única maneira de se conseguir a verdadeira liberdade é transformar esses sentimentos destrutivos em emoções construtivas, identificando-se claramente a quem se odeia, e exercendo o perdão bíblico.

O ódio e o ressentimento podem proteger temporariamente contra a liberdade interior. Porém, mais cedo ou mais tarde, será preciso utilizá-los para se conseguir a liberdade e a dignidade, senão destruirão a própria pessoa.

Não se pode, impunemente, confundir a revolta com a própria liberdade e o rebelde com um ilusório senso de independência.

A SAÍDA CONSCIENTE

É preciso alcançar-se um patamar onde é possível estabelecer novas bases para construir, pois, a verdadeira liberdade nunca é o oposto da responsabilidade.

A liberdade é o fruto da autoconsciência, que dá ao homem a capacidade de construir a própria evolução, sem renegar ou amaldiçoar seu passado e sem ferir a consciência de seu irmão.

Isso, sim, será um ato bílico e genuinamente cristão.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres

05 fevereiro, 2010

Leitura Apenas Para Mulheres

“Estou com mais de trinta anos, já tive vários namorados e sempre comecei cada namoro esperançosa. Cheguei até a iniciar a construção de “nossa casa” com meu último ex-namorado, mas ele, assim como os outros, só aproveitou de mim. Estou decepcionada. Acho que não quero mais me casar” (Rosana, contabilista, 32 anos).

“Comecei a namorar aos 15 anos de idade. Namoramos oito anos, ficamos noivos e com data marcada para casar. Dias antes de nosso casamento, descobri que ele tinha outra. Estou arrasada e não confio mais nos homens.” (Helena, designer, 24 anos).

“Não faço mais orações. Apenas brigo com Deus. Namorei 4 anos a mesma pessoa, ajudei-a em seus projetos profissionais e afinal descobri que ele só se aproveitava de mim. Deixou-me por uma mulher mais nova, ameaçou-me e disse-me que apenas “aturou-me” esses 4 anos. Estou tomando antidepressivos e engordei muito. Estou desesperançada” (Regina, 38 anos, médica).

“Sou viúva e fiquei 12 anos sem ninguém. Após todo esse tempo, decidi que era hora de refazer minha vida ao lado de alguém. Entrei num site de relacionamentos na Internet e conheci o meu atual marido. Ele parecia muito bom, no começo. Tratava a mim e a minha filha muito bem. Mas essa situação durou menos de um ano. De repente, ele começou a beber e a bater em mim e em minha filha. Há alguns meses, foi embora de casa para morar com outra mulher. Não sei se rio ou se choro. Parece-me que a vida não tem sentido” (Elis, 47 anos, enfermeira).

Tenho 50 anos, cresci numa igreja evangélica muito rígida. Meu pai sempre foi muito exigente e nenhum de meus namorados servia para ele. Achava que eles não estavam “à minha altura”. Hoje já faz vários anos que meu pai morreu. Continuo solteira e virgem. Não sonho mais com a felicidade ao lado de alguém. Estou resignada. A vida não foi benevolente comigo” (Sandra, 50 anos, secretária).

Talvez a sua história seja parecida com a de uma dessas cinco mulheres. Talvez seja apenas levemente semelhante ou até completamente diferente. Mas, se você está lendo este post, sem dúvida é porque já vivenciou as mesmas decepções experimentadas por elas ou deseja se proteger do sofrimento amoroso, encontrando o parceiro ideal.

Não há dúvida de que poucas coisas nesta vida são capazes de trazer tanto sofrimento e desilusão como o trauma causado pela frustração com “aquela pessoa” que julgávamos especial, especialmente porque uma decepção amorosa produz feridas na área mais sensível do ser humano, que é a sua psiquê.

Afinal de contas, de que valem um bom trabalho, uma boa profissão, um ótimo salário, sucesso profissional e financeiro, aquisição de bens como casas e apartamentos...se não existir um parceiro amoroso para compartilhar?

Estas perguntas todas do parágrafo anterior têm, obviamente a sua razão de ser. Mas, alguns pontos devem ser ponderados, se você está mesmo disposta a ser feliz:

1. ENTENDA QUE TODO PRÍNCIPE SEMPRE TEM O SEU LADO SAPO

Muitas mulheres deixam de se casar porque imaginam que o "seu príncipe" será imutável. Isso é uma ilusão. As contingências inerentes da vida a dois, em muitos momentos serão motivos de discórdias e até de discussões.

É preciso ter maturidade para entender e vivenciar isso de uma forma inteligente. O importante é não deixar que ressentimentos corroam e destruam o relacionamento.

2. NÃO SEJA EXIGENTE DEMAIS

celine dion familyAlgumas mulheres, lá pela casa dos quarenta, lamentam estarem sozinhas, achando que "todos os homens são iguais" e que "não estão à altura". Muitas, com essas atitudes, perdem o bonde e a oportunidade de ser feliz.

O que, frequentemente acontece, nestes casos, é que elas são exigentes demais. Desdenham potenciais bons parceiros "porque são feios", "gordinhos", "carecas", "sem formação universitária", "inibidos demais", "sem estrutura financeira"; e uma série de outros argumentos semelhantes.

Seria prudente que se lembrassem de que a vida, nesta Terra, é uma só e de que "quem sempre quer escolher o ótimo acaba perdendo até o bom"

3. ELE É MUITO VELHO/NOVO PARA MIM

Sem dúvida, casar-se com uma pessoa com idade parelha seria o ideal. Mas isso não precisa ser, necessariamente, assim. Muitos casais, cujos parceiros sáo bem mais velhos ou bem mais novos são muito felizes assim.

A cantora canadense Celine Dion é um exemplo disso. Casou-se, ainda jovenzinha, com um homem muito mais velho do que ela e tornou-se conhecida, por nunca esconder da imprensa, o quanto sempre amou o marido.

4. RECONHEÇA QUE VIVER SOZINHA NÃO SIGNIFICA UMA TRAGÉDIA

Isso pode facilmente ser entendido através da leitura do post que antecede a este. Na verdade, importantes especialistas que entendem muito de relacionamento humano também pensam assim.

Um deles é o psicanalista Flávio Gikovate, para quem o viver só é também uma escolha e um estado honroso. A convivência com os amigos, filhos e outras pessoas a quem elegemos, pode ser tão ou mais gratificante do que viver na mesma casa com um parceiro que foi idealizado.

Sem dúvida, essa lista não é exaustiva. Ela correponde apenas a "um lembrete" para "despertar" algumas mulheres que não estão se sentindo felizes por estarem sozinhas. O mais valioso mesmo é detectar aquilo que realmente tem importância para um relacionamento feliz.

"Pegue mais leve" com você mesma e não deixe de ser feliz!

Homens bons existem e bons homens estão à procura de boas mulheres.

Tony Ayres

02 fevereiro, 2010

Amor ou Carência Afetiva?

se beijam

Recebi um pedido de ajuda de uma pessoa que está sofrendo, pela falta de um amor. Disse-lhe que aquietasse sua alma, pois, às vezes é bom ficarmos sozinhos também. Não é o ideal, mas não há nenhum demérito nisso.

Essa coisa que chamamos de amor; melhor dizendo, isso que chamamos de “necessidade de ter um amor” tem um nome certo: carência. Um péssimo sentimento para quem deseja amor de verdade.

A carência subjuga, domina, se apossa do ser, tornando-o obsessivo. Confundir o amor com a carência é fragilizar-se diante de aproveitadores de plantão. É correr o risco de tornar-se um objeto descartável e perder a auto-estima, o que faz um mal enorme à dignidade do ser.

Só consegue alcançar o verdadeiro amor quem suplanta a carência, que suporta a instintualidade, quem aprende a esperar. Para conseguir-se o amor é preciso não precisar dele. Quem está feliz consigo mesmo, quem não necessita da “outra metade” está livre para amar e ser amado.

As pessoas precisam aprender que, ao final e ao termo de tudo; quando se está com os pés no chão, o amor é muito mais do que um sentimento.

O amor é, na verdade, uma atitude, um estado de espírito permanente. Portanto, é possível aprender a amar, é possível também escolher amar. Isso evitará enganos, decepções e sofrimentos.

Quem é que já não viu um casal de pouco mais de 40 anos de idade, caminhando pelo supermercado, nas compras; ou almoçando num restaurante?

No mercado, discutem por qualquer coisa. O que um quer comprar, o outro acha muito caro. No restaurante, a comida é deglutida em silêncio. Sem prazer e sem palavras.

Mas não era assim há vinte anos. Mais jovens, apaixonados e sonhadores, eles não se desgrudavam.

O tempo, porém passou, o romantismo acabou, o desinteresse tomou seu lugar, a preocupação com o outro torna-se um aborrecimento.

Tudo porque não se tinha maturidade, à época, para saber que o amor é mais do que uma atração, é também mais do que um desejo, O amor é uma atitude, uma escolha para a vida; e somente quem for capaz de compreender essa verdade terá chances de ser feliz.

Pense nisso, antes de entrar num relacionamento afetivo.

Tony Ayres