22 novembro, 2010

Suas Fraquezas São a Sua Força!

quadrinhos_-_Davi_contra_Golias Lembro-me de dos fragmentos de uma estória que de que gostava muito, quando criança. Tratava-se da sagacidade de um garotinho que, sendo conduzido por uma bruxa para o interior de uma floresta, foi deixando cair pelo caminho, pequenas migalhas de pão, sem que ela percebesse.

Quando já estavam bem no interior da floresta e a bruxa já se achava dona da situação, o garotinho desvencilhou-se dela e fugiu, em desabalada carreira.

A bruxa, apanhada de surpresa, num primeiro instante ficou sem reação. Depois, sarcasticamente, gritou: "Você está perdido, menino! Nunca ninguém conseguiu sair sozinho dessa floresta!"

Porém, o garotinho começou a seguir as migalhas de pão que deixara cair ao longo do trajeto; e dessa forma conseguiu fazer o caminho de volta, saindo da mata, são e salvo.

UMA LIÇÃO A SER APRENDIDA

Essa estória infantil, aparentemente, ingênua e sem nenhuma importância; na verdade pode ensinar-nos uma grande lição: Assim como aquelas migalhas de pão serviram de roteiro para a salvação do menino; as "pegadas" que deixamos na vida também podem mostrar-nos as saídas que dispomos, para um futuro melhor.

Poucos gostam de "perder tempo" relembrando "fracassos" do passado. Mas, a verdade é que as nossas derrotas, tanto quanto as nossas vitórias passadas, constituem a argamassa com a qual construiremos o nosso futuro.

Se, todavia, quisermos ser absolutamente sinceros conosco mesmos, veremos que a grande maioria de nossas vitórias na vida surgiram de, aparentemente, grandes fracassos.

NOSSAS FRAQUEZAS, A BASE DE NOSSAS FORÇAS

O apóstolo Paulo, querendo demonstrar essa verdade, em uma de suas epístolas, escreveu: "Porque, quando estou fraco, então estou forte".

E, o escritor aos Hebreus, referindo-se aos heróis da fé, deixou muito claro que todos eles, "da fraqueza tiraram forças".

UMA ANÁLISE MUITO IMPORTANTE

Agora, você que lê estas linhas e que, talvez precise de um incentivo para a tomada de uma decisão muito importante; ou que se julga pequeno demais para assumir uma responsabilidade que julga demasiado grande, pare e pense:

Procure se lembrar de todas as vitórias que você teve na vida. Seja sincero e veja se, quase que a totalidade desses êxitos não provieram de aparentes fracassos!

Quando você pensou que tudo estava perdido e você ia sucumbir; então, tal como um Sansão com os cabelos novamente crescidos, ou tal como um Davizinho diante de um Golias, você deu a volta por cima e venceu!

E não será diferente daqui em diante. Prosseguir rumo à vitória exige fé; e possuir fé é também uma pré-condição para correr riscos.

Soren Kierkegaard, filósofo cristão dinamarquês, deixou-nos, como legado, esta importante lição: "O homem que se arrisca, perde o passo por um pouco; o homem que não se arrisca, perde a vida".

Olhemos para os nossos "fracassos" que viraram vitórias, no passado. E confiemos que, embora nos sintamos fracos, Deus nos dará forças para sermos vitoriosos, no futuro!

Ousemos, pela fé!

"Apagaram a força do fogo, escaparam do fio da espada, da fraqueza tiraram forças, na batalha se esforçaram, puseram em fuga os exércitos dos estranhos" (Heb. 11.34).

Tony Ayres

01 outubro, 2010

O cristão pode se divorciar? (republicação)




Vivenciar o divórcio pode ser uma das experiências mais estressantes e dilacerantes da vida das pessoas. Vivênciá-lo dentro da igreja, no entanto, pode ser ainda pior.
Isso porque muitos cristãos sinceros, infelizmente ainda não obtiveram o conhecimento bíblico correto sobre o assunto e, por causa disso, são reticentes na sua relação com irmãos divorciados.

Esse post tem como objetivo lançar alguma luz sobre a questão. Primeiramente, é preciso que nos lembremos de que "... a lei foi dada por intermédio de Moisés; a graça e a verdade vieram por meio de Jesus Cristo" (Jo. 1.17).

A primeira pergunta que devemos nos fazer, portanto, é se os que vivem tragédias matrimoniais como o divórcio, por exemplo, também são dignos dessa "graça" e dessa "verdade" trazidas por Jesus. Creio que uma consciência cristã experiente tem a resposta certa para ela.

Um outro ponto importante é dizer que a Bíblia fala apenas de um divórcio, no texto de Jeremias 3:8, que diz o seguinte: "E vi que, por causa de tudo isto, por ter cometido adultério a rebelde Israel, a despedi, e lhe dei a sua carta de divórcio, que a aleivosa Judá, sua irmã, não temeu; mas se foi e também ela mesma se prostituiu".

Nesse texto, Deus está advertindo a Judá de que está procurando problemas. Ele, então, instruiu a Jeremias para que alertasse a Judá de que ela havia sido testemunha da infidelidade de sua irmã Israel, e que Ele a havia mandado embora e lhe dado carta de divórcio. Assim mesmo, Judá não se arrependeu (Jr. 3.6-8).

POR QUE A FALTA DE COMPREENSÃO SOBRE O DIVÓRCIO?

Quando Jesus foi questionado pelos fariseus, no evangelho segundo Marcos, "se é lícito ao marido repudiar sua mulher" ele respondeu, fazendo outra pergunta: "Que vos ordenou Moisés?"

A resposta deles foi: "Moisés permitiu lavrar carta de divórcio e repudiar" (Mc. 10.2-4).
 

Essa resposta dada pelos fariseus se refere à lei à qual o historiador Josefo, que viveu um pouco depois da época de Jesus, chama de "a lei dos judeus", e se encontra em Deuteronômio 24.1-4.

Esta é a lei de que trata Deuteronômio: "Se um homem tomar uma mulher e se casar com ela, e se ela não for agradável a seus olhos, por ter ele achado coisa indecente nela, e se ele lhe lavrar um termo de divórcio, e lho der na mão, e a despedir de casa; e se ela, saindo da sua casa, for e se casar com outro homem..." (Dt. 24.1-2).

Isso estava vigente na época de Jesus, mas a situação em que os homens judeus viviam era bem diferente, pois eles, na realidade, não a praticavam, e tomavam outras esposas, sem se incomodar em pensar em divórcio.

Ora se não se divorciava, o que fazia, então, um homem daquela época com a primeira esposa, quando tomava outra? 

Simplesmente, punha-a de lado, não lhe dando documento algum. Assim, caso se arrependesse, tinha a esposa anterior sempre à sua disposição! Isso era uma crueldade para com as mulheres, contra a qual Jesus se insurgiu.

A palavra hebraica, usada no Antigo Testamento, para descrever esse "pôr de lado" ao qual nos referimos é shalach, diferente da palavra que significa divórcio (como utilizada em Jeremias 3.8) que é keriythuwth que, literalmente significa excisão ou corte do vínculo matrimonial.

Ora, shalach normalmente é traduzido por "repudiar". Então, as mulheres que eram "colocadas de lado" por seus maridos, sem carta de divórcio como mandava a lei, eram "repudiadas" e era contra essa espécie de repúdio que Jesus se opôs.

Quando, em Lucas 16.18 ele diz: "Quem repudiar sua mulher e casar com outra comete adultério; e quem casa com a mulher repudiada pelo marido também comete adultério", ele está se revoltando contra uma prática cruel e injusta, porém não está se referindo ao divórcio.

Na verdade, no Novo Testamento, a palavra grega utilizada para "repúdio" vem do verbo apoluo, e é equivalente à palavra hebraica shalach ("deixar" ou "repudiar"). Já a palavra hebraica utilizada para "divórcio" é keriythuwth, cujo equivalente no grego (língua na qual foi escrito o Novo Testamento) é apostasion.

Resumindo, para ficar mais claro: shalach, no hebraico, corresponde a apoluo, no grego e significa "repúdio", em português. Keriythuwth, no hebraico, corresponde à palavra grega apostasion e significa "divórcio", de fato, em português. A não compreensão dessa diferença é que provoca tanta confusão e tanta incompreensão em nossos dias!
QUE PALAVRAS JESUS SE UTILIZOU PARA TRATAR DO ASSUNTO?

As passagens bíblicas nas quais Jesus tratou deste assunto incluem Lucas 16.17-18; Mateus 19.9, Marcos 10.10-12 e Mateus 5.32. Nessas passagens, Jesus utilizou onze vezes a palavra apoluo, em uma de suas formas e, em todas essas ocasiões, o que ele proibiu foi o apoluo, ou seja, o repúdio. Ele jamais proibiu apostasion, a carta de divórcio exigida pela lei judaica!

Isto posto, devemos traduzir a palavra grega apoluo por divórcio? A tradução Revista e Corrigida de Almeida, que é a mais antiga em língua portuguesa sempre usou "deixar" e "repudiar". Do mesmo modo, emprega essas mesmas palavras a Revista e Atualizada. 

E Por Que As Pessoas Passaram a Ler Diferente?
Essa é uma pergunta sobre a qual vale a pena discorrer um pouco, pois, no meio evangélico, principalmente, começou-se a ler: "aquele que divorciar sua mulher" nas passagens em que Jesus, com muita clareza, disse: "aquele que repudiar ou abandonar sua mulher"!

Ao que tudo indica, esse equívoco começou em 1611, quando a rei Tiago encomendou a versão mais antiga e, hoje em dia, mais popular da língua inglesa (a chamada King James Version). Nessa edição ocorreu um problema: em uma das onze vezes que Jesus usou o termo, os tradutores escreveram "divorciada", ao invés de "abandonada" ou "repudiada".

Isso aconteceu em Mateus 5.32, onde eles colocaram: "E aquele que se casar com a divorciada comete adultério", embora a palavra grega não seja apostasion, mas uma forma de apoluo - situação que não inclui carta de divórcio para a mulher, pois ela, tecnicamente permaneceria casada.

A versão Standard Americana corrigiu o erro em 1901, mas nunca chegou a ser tão popular como a King James Version. Na verdade, tudo o que foi impresso depois (incluindo os léxicos gregos e americanos) foi influenciado por essa ocorrência. De onde resulta o fato incontestável de que a tradição nos ensinou a ter em mente "divórcio", mesmo quando lemos "repúdio". 

CONCLUSÃO
Tudo o que tivemos a oportunidade de examinar, através deste post, não pode e nem teve a pretensão de defender a prática do divórcio. Biblicamente falando, todos sabemos que o matrimônio foi planejado para durar a vida toda.

Portanto o divórcio é um privilégio, no sentido de servir como um corretivo apenas para situações intoleráveis. 

Mesmo assim, não deixa de ser uma tragédia: sentimento de culpa, perda da auto-estima, um agudo senso de ter falhado, solidão, rejeição, críticas dos familiares e dos irmãos em Cristo, problemas na educação dos filhos e uma série de outras graves conseqüências são os resultados concretos que afligem os divorciados.

No entanto, a graça de Cristo é abundante para eles também. Jesus sempre se identificou com os que sofrem e com os que, reconhecendo o seu pecado, confessam-no e o deixam. A igreja foi planejada para ser uma comunidade terapêutica, que cura as feridas; não que as fazem doer mais.

Portanto, nosso desejo sincero é que deixemos de ser juízes, pois não foi para isso que Cristo nos chamou. E que tenhamos mais amor, mais compreensão e mais empatia por esses nossos queridos irmãos divorciados. Por eles também Jesus derramou seu precioso sangue purificador!
Tony Ayres
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BIBLIOGRAFIA:
Este artigo está baseado no apêndice O divórcio, a lei e Jesus, incluso in:
CARVALHO, Esly Regina, Quando o vínculo se rompe, ed. Ultimato, 2001

09 setembro, 2010

VOCÊ SE SENTE UMA ÁGUIA OU UMA GALINHA?

001 aguia O escritor Leonardo Boff é o autor de um interessantíssimo livro chamado A águia e a galinha,que já vendeu milhares de exemplares e se tornou um best-seller no Brasil. Nesse livro, Boff, fazendo uso de uma metáfora, conta a história de uma aguiazinha ferida que, caída à beira de uma estrada, foi encontrada por um homem, o qual, compadecido dela, levou-a para casa, tratou de seus ferimentos e se propôs a criá-la.

Como a aguiazinha se tornasse maior e esbarrasse nos objetos da casa, o homem pediu ajuda a seu vizinho, que se propôs a ajudá-lo. De boa fé, sem maiores preocupações,  o vizinho colocou a pequena águia no galinheiro para ser criada junto com as suas galinhas.

Como o leitor pode imaginar, o tempo se passou, a aguiazinha se tornou adulta, mas, mesmo com as suas enormes asas, ela agia como uma perfeita galinha: ciscava o chão à procura de minhocas e à tardinha batia as asas somente até o poleiro, como as demais galinhas.

No corpo, era uma forte e saudável águia, potencialmente habilitada para voar até às grandes altitudes, sem nada para limitá-la. Na cabeça, porém, era apenas uma galinha, que tentava cacarejar e ficava confinada aos limites de um galinheiro.

Essa situação se perpetuou.

Até o dia em que passando por aquelas paragens um biólogo,  este não se conformou com tamanho disparate. Disposto a fazer a falsa “galinha” a recuperar sua  identidade de águia, ele iniciou um penoso treinamento que, a princípio, parecia fadado ao insucesso.

Depois de repetidas tentativas, um dia, levantando-se de madrugada, levou a águi a uma alta montanha. Ali, quando o sol começava a nascer, ele disse: “Águia, você não é uma galinha, você não nasceu para passar a vida ciscando o chão de um galinheiro, você tem um CORAÇÃO DE ÁGUIA! Voe, águia! Voe!”

E, dando um safanão com o braço, fez com que a águia se soltasse no ar. A princípio desajeitada, ela começou a bater as asas, assustada, mas….percebeu que VOAVA NAS ALTURAS!

Começou a bater as asas mais mansamente, planou, voou em círculos e subiu, desaparecendo no horizonte.

Naquele dia, morreu uma galinha e nasceu uma águai, destinada à vastidão dos céus.

Minha pergunta para você, prezado leitor, que me acompanhou até aqui:

O que você está fazendo com a sua vida? O que você tem feito com os talentos que o Criador lhe concedeu?

Será que você está “ciscando” o galinheiro como uma galinha ou voando nas altitudes sem limites, como uma águia?

Seja sincero em sua resposta.

Quem sabe, uma falsa “galinha” está se transformando numa águia, neste momento?

Carpe Diem

Antônio Ayres

31 agosto, 2010

DESABAFO DE UM SERVO

conversao Quando me converti, ainda menino, aceitei as delícias de minha fé assim como o bebê recebe o leite do seio materno. Deliciei-me com o meu novo nascimento, apeguei-me a meu Pai, aprendi com seu Filho, devorei a Sua Palavra.

Fui adolescente, jovem e sempre mantive a comunhão com o meu Senhor. Estudei muitas matérias, passei por muitas escolas, fiz cursos de especialização e mestrado,tornei-me maduro.

Conheci Marx, Freud, Nietzsche, Saramago e muitos, muitos outros nomes que poderiam ter usurpado minha fé. Mas, nunca pude encontrar um livro como a Bíblia nem um homem que pudesse substituir Jesus Cristo de Nazaré.

Repugna-me, agora, ver a apostasia rondando o coração de jovens e velhos cristãos. Pessoas que um dia alegraram-se cantando louvores da Harpa Cristã, do Cantor Cristão e do Salmos e Hinos agora sofismando, estribados em teorias que encantam com acenos de “insights” e taxando o remanescente que ainda crê como ortodoxo, fundamentalista e ingênuo.

Chegam a tratar Deus como alguém que está no inconsciente; e não nos Céus. Esqueceram-se do profeta Isaías, que diz: “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com os ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera” (Is. 64.4).

Não souberam mesclar o antigo com o novo e caíram numa armadilha. Por essa razão e por se acharem sábios acabaram por desdenhar a fé e embruteceram a própria alma.

Passaram a viver na “sociedade elitizada” dos sábios desde mundo, que, segundo o apóstolo Paulo, não são mesmo muitos desse tipo que foram chamados por Deus.

Teminando este post, faço coro com as palavras de Rollo May: “Nenhuma sociedade sobreviveria muito tempo sem vitalidade, ou sem as antigas formas, sem mudanças e estabilidade, sem religião profética que ataca as instituições existentes e aquela que as protege” (O Homem à Procura de Si Mesmo, pg 156).

Desejo continuar a minha jornada com o coração renovado, com a Bíblia e com Jesus Cristo, como meu Senhor.

N’Ele, que me deu a salvação,

Antônio Ayres

21 agosto, 2010

A VERDADEIRA CORAGEM

rafale As pessoas costumam associar coragem com atos heróicos, bravuras e correr risco de vida.

Embora essa versão de coragem seja a mais conhecida; do ponto de vista psicanalítico ela pode não ser verdadeira. Ou, mais do que isso, pode ser o contrário do que aparenta ser.

Para se ter uma idéia, terapeutas constataram que soldados da última grande guerra mundial que eram capazes de realizar arriscadas missões, com potenciais perigos de total destruição, somente o faziam para compensar a própria ansiedade.

Em outras palavras: eles burlavam o medo interior, exteriorizando um ato de bravura.

A coragem verdadeira, assim como vista pelos terapeutas, é aquela força interior que o indivíduo precisa ter para dar cada passo que o afasta da multidão, da massa, que, simbolicamente, significa o útero materno.

Tornar-se independente como pessoa, então, significa sentir as dores do próprio nascimento.

Essa coragem é que impele as pessoas a deixarem de ser seguidoras ou imitadoras de outrem e de encontrarem o próprio rumo na vida, com integridade às suas mais íntimas convicções.

É, portanto, um estado interior, sem o qual ninguém consegue crescer emocionalmente.

No entanto, por mais incrível que possa parecer, às vezes é mais fácil desempenhar o papel de mártir e ser impetuosamente “heróico” numa façanha por todos admirada, do que traçar o próprio rumo firme e paciente, em direção à liberdade pessoal .

Não é preciso ir muito adiante para se perceber que, num mundo em que líderes (principalmente os religiosos) são imitados até nos trejeitos e na maneira de se vestir, há cada vez mais a necessidade de verdadeiros heróis e heroínas.

Antônio Ayres

02 agosto, 2010

BUSCA POR AUTENTICACÃO - OBJETIVO DE TODO SER HUMANO

Neste exato momento, quando você está começando a ler estas linhas, milhões de pessoas, em todos os lugares do planeta, de alguma forma, estão procurando, desesperadamente, autenticar-se.

O homem deste século parece estar convencido de que não existe tempo a ser gasto com aquilo que não é relevante.Por essa razão busca, por diferentes caminhos, uma forma de encontrar relevância. 

É a essa procura pertinaz por relevância que, neste livro chamamos busca por autenticação.

Ser alguém, ser reconhecido como alguém, sentir-se importante, possuir alguma forma de status é, equivocadamente visto como autenticidade.

As pessoas confundem-se mais uma vez, em sua busca pela relevância e autenticação.

A confusão parece ser o destino daqueles que fecham os olhos para o fato de que suas lutas frenéticas para “subir na vida” são nada mais do que as neuroses obsessivas de quem quer obter sucesso, a qualquer preço.

Uma vez mais, enxergam-se os meios como os fins e deixa-se a vida passar, sem perceber que o tempo não tem volta e que ser apenas uma engrenagem na máquina do progresso de hoje pode significar o erro percebido tarde demais, amanhã.

Não é possível mais continuar a viver o “ser” como “ter”; e o “viver” como “acontecer”.A verdade é que só se autentica quem aprende com a vida e dela retira cada uma de suas preciosas lições.

E como a vida não nos é entregue pronta, mas constitui um mapa em branco, no qual cada um de nós traçará os seus próprios caminhos, devemos ter discernimento.

Isso, dito de outra forma, significa reconhecer que viver é um processo, no qual passamos por muitas e diversificadas experiências até que atinjamos a maturidade.

Sobre essas experiências, que são gradativas e acontecem desde o momento da concepção até o momento da morte, é que estaremos falando, neste livro.

Se soubermos o script dos eventos mais ou menos pontuais que acontecem na construção de nossos caminhos, então estaremos no rumo certo para o entendimento da vida.

Em outras palavras: estaremos aptos para nos autenticarmos de maneira plena, soberana e feliz.Um objetivo que, sem dúvida, se mostra desejável a todos nós.


Nota: O texto acima faz parte de meu livro Entre a infância e a maturidade - o homem à procura de si mesmo, disponível para leitura on-line. Se desejar lê-lo em sua totalidade, por favor, clique aqui.

Antônio Ayres 

22 julho, 2010

Escrevendo pelas novas regras do ACORDO ORTOGRÁFICO

Nós, blogueiros cristãos, como todos os outros escritores de jornais, de revistas, de livros, etc, somos também, mesmo que não queiramos, propagadores de "nossa gramática" e de "nosso estilo" de escrever.

Como todo mundo, não somos perfeitos; portanto, também damos os nossos "foras" em termos de Língua Portuguesa.

No entanto, se quisermos melhorar a nossa forma de escrever, será bom nos interarmos das mudanças motivadas pelo novo ACORDO ORTOGRÁFICO, já vigente no Brasil e nos demais países que têm o português como língua oficial.

Este post é uma dica. Se você quiser saber rapidamente como grafar, sem errar, uma palavra, consulte o site ACORDO ORTOGRÁFICO, no link:




Afinal do contas, não custa nada uma mãozinha, não é mesmo?

Antônio Ayres

20 julho, 2010

Recomendacão para quem precisa revisar textos

revisão de texto

Aqui está uma ecelente sugestão para pessoas que precisam de revisão profissional para seus textos.

Confira o site: http://www.revisaodetexto.com/

16 julho, 2010

Falta de desejo sexual

casal preocupado Matéria exibida pelo Uol Saúde no dia 12 último informa que 70% das mulheres atendidas no setor de ginecologia do Hospital das Clínicas de São Paulo sofrem de perda do desejo sexual (libido).

A  ginecologista Elsa Gay, do Hospital das Clínicas, citada na matéria, diz que em 90% dessas mulheres, a falta de desejo deve-se a fatores psicológicos; e não orgânicos.

Duas outras razões, citadas pela médica, são: o uso de antidepressivos e a perda da auto-estima.

Diante dessa situação e pensando no bem-estar dessas mulheres, pessoalmente,  sugiro as seguintes medidas:

  1. Problemas psicológicos como inibição, estresse e o temor exagerado devem ser tratados com a ajuda de um psicoterapeuta. Uma psicoterapia de apoio costuma dar excelentes resultados nesses casos.
  2. A perda da auto-estima precisa merecer uma atenção especial e muita sensibilidade por parte do parceiro, conversa franca e elogios sinceros além, de claro, ajuda psicoterapêutica.
  3. O uso de antidepressivos é inevitável se se quiser debelar a depressão. No entanto, os antidepressivos que causam diminuição da libido são os de perfil serotonérgico ( que regulam a recaptação da serotonina). Esse problema pode ser contornado com a administração conjunta de um outro antidepressivo de perfil noradrenérgico (que regula a recaptação de noradrenalina, uma antagonista da serotonina) diminuindo sensivelmente o efeito colateral de perda do desejo.

A vida sexual de um casal não é, com certeza, a área de maior importância dentre todas as que compõem uma relação duradoura, mas sem dúvida deve ser saudável para que o relacionamento seja satisfatório e feliz.

Por isso, deve ser cuidada com carinho.

Antônio Ayres

13 julho, 2010

Estou sofrendo de Síndrome de Pânico. Pode me ajudar?

depression-saidaonline “Estou passando por alguns incomodos...Sei que são problemas de ordem psicologico, tanto que sei que preciso de ajuda. Os médicos dizem que pode ser Sindrome do Panico, ou Ansiedade...Sinto muitos sintomas e eles nunca aparecem nos exames.

Estou sofrendo demais com isso, pois estou deixando de fazer muitas coisas, e um medo enorme me consome, de nunca conseguir realizar nada que gostaria. Sabe que até os meus blogs não estou conseguindo mexer e atualizar direito...Fora as obras da igreja, que tanto amo, estou me sentindo incapacitada de tudo...
Gostaria de saber um pouco sobre a terapia. O tempo de duração em média, de um tratamento?

Hoje algumas pessoas da igreja estiveram em casa para orar por mim, e o pastor me revelou que estou com medo, e que isso que está me atrapalhando, isso, é bem verdade!...Sei que a oração é importante, mas na sua opinião, eu preciso procurar ajuda psicológica?

Tive uma época que uma neurologista me receitou Amitriptilina, e eu tomei, e por meses me senti bem melhor, mas depois de uns meses, que parei de tomar, estou sentindo tudo novamente, e parece que está pior.

Gostaria de saber sua opinião. Li um texto seu aqui, que diz que uma coisa é a parte espiritual, e outra é a parte psicológica. Que estados de depressão por exemplo, está até catalogado em situação médica. E que nós cristãos temos que saber discernir sobre isso.

Entendi, que no meu caso, mesmo estando na igreja, orando, perseverando, ainda assim sinto esses problemas, e de 2 meses pra cá, já não estou suportando a mim mesma. E fora que minha família está ficando preocupada.

Preciso viver, preciso trabalhar, e fazer a obra, e esse medo está me atrapalhando.

Grande Abraço!

E que a Paz de Cristo esteja contigo!”

“Y”

RESPOSTA

Querida “Y”

Você me pede para que eu lhe fale sobre terapia e sua duração. Bem, a psicoterapia pode durar apenas alguns meses até alguns anos, dependendo do problema; do profissional em questão e da linha que adota (psicanalítica, junguiana, cognitico-comportamental, etc). No entanto, no seu caso, parece-me que não seja uma questão de psicoterapia, pelo menos, a princípio.

Quero lhe dizer que a síndrome do pânico e a fobia que você sente são comorbidades ("doenças da mesma família") da depressão, tanto que o remédio que você tomou, a amitriptilina, é um antidepressivo.

Portanto, o que você precisa fazer, neste momento, não é procurar um psicólogo ou mesmo um neurologista, como você já fez. O médico indicado para você é  o psiquiatra,

A depressão ( com ou sem síndrome de pânico, fobia social, etc) é uma doença e precisa de tratamento medicamentoso para eliminar os sintomas, Eventualmente, você até pode fazer uma psicoterapia depois.

Peço-lhe que marque uma consulta com um psiquiatra com urgência. Provavelmente, ele lhe receitará um antidepressivo mais moderno do que a amitriptilina associado a um ansilítico. Isso, com certeza, fará com que os seus sintomas desapareçam e você volte a ter uma vida normal e alegre. Mas é preciso tomar o remédio continuamente e não "´por um tempo" apenas.

Eu sei que o transtorno de pânico traz muito sofrimento, mas o tratamento é eficaz e, realmente, devolve a você a alegria de viver. E isso nada tem a ver com a sua vida espiritual.

Portanto, vá ao psiquiatra, tome a medicação que ele lhe prescrever e louve a Deus por existir um tratamento medicamentoso que lhe fará bem.
Espero ter ajudado!

Um abraço.

Antônio

11 julho, 2010

Um Brasil Que Retrocede à Escravidão

BrasaoRepFundoBranco Passada a Copa do Mundo, os brasileiros voltam-se, agora, para as eleições. Os dois candidatos com mais chances de serem eleitos já foram multados diversas vezes por propaganda política antecipada. Quando se iniciar o prazo legal, teremos outra vez, um mar de propaganda tentando, ad nausaum, conquistar o eleitorado com divulgação de pavimentações de estradas, construções de hospitais, inaugurações de conjuntos habitacionais, suposstas melhorias nos setores de saúde, educação, transportes e por aí o um corolário de feitos.

Ninguém menciona o número de velhinhos que morrem nas filas do INSS, a terrível falta de médicos e de estrutura nos hospitais públicos, a imensa dificuldade em se marcar uma consulta com um especialista, a escola pública sucateada e com professores adoecendo por estresse e excesso de trabalho, as cidades e estradas destruídas por inundações e centenas de outras barbáries semelhantes.

O que dizer dos pobres aposentados e de todos os que ainda irão se aposentar? (todo mundo!). O governo foi mudando as leis e o que que temos agora? Aposentadoria com 35 anos de contribuição e idade mínima de 65 anos, se homem; e de 30 anos de contribuição, 60 anos de idade, se mulher. E ainda dizem que vai piorar!

O fato é que muitas pessoas que estão chegando agora à época da aposentadoria já cumpriram uma carga de 45, 47 e até 50 anos de trabalho!

Ou seja, retrocedemos para um estado pior do que o século dezenove. A época da escravisão.

Em 1884 foi apresentada à Assembléia Nacional a proposta da chamada Lei do Sexagenário. A pressão dos senhores de escravos foi tão grande que tal lei só foi aprovada em 28 de setembro de 1885, depois de ser mudada: o escravo somente podia ser liberto aos 65 anos, exatamente como agora.

As alegações do governo atual são de que o déficit da Previdência é muito grande e que não existe dinheiro para mudar essa situação. Ora, todos sabemos que isso é um embuste. E o dinheiro do saldo da balança de pagamentos? E o dinheiro dos impostos que pagamos? E o dinheiro que paga os salários milionários dos políticos corruptos por esse Brasil afora?. E as gigantescas descobertas de jazidas de petróleo nas camadas do pré-sal? E o dinheiro que engorda, vergonhosamente, os bancos e os banqueiros?

Dinheiro existe. Basta apenas coragem política para uma realocação de verbas decente.

Isso exige, porém, valorizar as pessoas mais do que as coisas. Pessoas são mais importante que coisas.

No tempo em que a Lei do Sexagenário foi promulgada, um escravo de 30 anos valia 900 mil réis. No entanto, um de sessenta, valia apenas 200 mil réis, dada à sua fragilidade física, exaurida por décadas de trabalho. Ambos, no entanto, eram considerados “coisas”.

Hoje, os aposentados estão sendo considerados menos do que “coisas”, pois também chegam à aposentadoria frágeis. Cartas “fora do baralho”.

Infelizmente.

O Brasil tem que mudar e valorizar os seus idosos!

Pense nisso, antes de votar!

Antônio T. Ayres

05 julho, 2010

Meu Marido Me Trata Como Irmã

 

mulher-triste-436 “Tenho 43 anos e vivo com meu ex marido,por ter me traido, pedi a separaçao e ele concordou, apos 8 meses voltou pra casa e nao para mim.A nossa convivencia é razoavel, porem ele nao quer casar e jamais quis filhos comigo, alegando que já tem 2 do primeiro casamento e eu tenho uma.Ele me trata como sua irma ou mae, menos como mulher,cansei de orar, de conversar e quero que ele vá embora. Estou errada?”

Anônima

RESPOSTA

Prezada Anônima

Sua situação é muito parecida com outras que conheço. Você é uma mulher ainda jovem, com uma decepção muito forte não curada e com o coração anelando por felicidade, o que é perfeitamente compreensível e legítimo.

Alguns homens “apaixonam-se” por outra mulher, saem de casa e, após algum tempo, descobrem que as refeições na hora certa, a roupa lavada e passada e a segurança de um teto conhecido não se encontra com qualquer uma nem em qualquer lugar. Então “decidem” voltar para casa porque isso lhes é conveniente.

Algumas vezes, há um arrependimento genuíno e eles passam a valorizar mais a esposa.

Em outros, infelizmente, a casa fica sendo apenas uma pensão. Não dão mais importância à antiga companheira, têm o coração fora do lar, evitam assumir responsabilidades, não cumprem com suas obrigações de marido e pai. Ficam porque lhes é vantajoso e cômodo; apenas isso.

Como seria dispensável de dizer, quem vive o problema real é você.

Portanto, somente você pode avaliar com justeza qual situação se aplica a seu companheiro.

O ideal é que haja sempre a compreensão, o perdão, o reconhecimento e uma atitude de mudança.

Se isso não for possível, sem dúvida, você não está errada em procurar honestamente a felicidade.

Boa sorte!

Antônio

30 junho, 2010

ENTRE A PSICANÁLISE E O CRISTIANISMO. VALE A PENA ISSO?

pensadores Desde que me tornei um psicanalista e, antes disso, quando era ainda um estudante, pude perceber que, a despeito de ser considerada uma ciência, a Psicanálise está longe de ser uma panacéia para entender e explicar todo o intricado processo que envolve o ser humano e seus problemas.

Na verdade, a Psicanálise é muito pequena diante do mistério da vida física; quanto mais se se  tratar daquela que consideramos a vida espiritual. Freud debateu-se com ela a vida toda, que não foi curta (viveu entre 1856 e 1939) e reformulou muitas vezes suas teorias, dadas  as inúmeras incertezas que pairavam sempre em seu espírito.

Digo isso porque, infelizmente, venho percebendo que alguns cristãos, ao descobrirem a Psicanálise, (mesmo a grosso modo) ficaram por ela tão fascinados que, aparentemente, tornaram-se céticos em sua fé; ou ateus como o seu descobridor (Freud).

Ora, essa fascinação pode ser entendida, uma vez que, lidando com o inconsciente, a Psicanálise lida também com o recalcado ou com o reprimido. Quando ela logra tornar consciente os conteúdos mentais inconscientes, promove como consequência, a liberação dos recalques e das repressões – o que, via de regra, é positivo, desde que a pessoa em questão saiba aceitar a sua nova realidade com equilíbrio e maturidade; e não com a mentalidade daquele que “achou o tesouro” no fim do arco-íris.

Creio que é exatamente nesse ponto onde mora a raiz do problema pois, por uma “falha piedosa”,a igreja chamada “evangélica” exagerou negativamente a ênfase na sua herança puritana, fazendo com que crianças e novos convertidos do século XX fossem doutrinados e vivessem uma vida de acordo com o modelo calvinista pós-medieval; o que provocou um surto de repressão de proporções endêmicas, não mais possível de ser suportado em pleno mundo pós-moderno da primeira década do século XXI.

Ora, com a popularização da Psicanálise, da Psicologia e da própria Psiquiatria (que foram os saberes nos quais os cristãos emocionalmente doentes foram buscar ajuda), os recalques vieram à tona como uma panela de pressão que explodiu; o que fez com que muitos deles se voltassem contra as suas igrejas. O passo seguinte foi rejeitar a Bíblia e seus ensinamentos e o abraçar da Psicanálise como a “ciência que promoveu a minha emancipação”.

É claro que essa atitude é um equívoco, uma vez que o indivíduo “liberto” das amarras da repressão religiosa reprime toda a sua vida anterior, caindo numa armadilha e trocando seis por meia dúzia, sem perceber. Ninguém pode ser feliz dessa maneira.

É preciso que essas pessoas repensem o que estão fazendo para, como diz Caio Fábio, “não abandonarem o Jesus ressurreto”, e não se deixarem enganar.

Freud descobriu a Psicanálise. E daí? Ela é só mais uma linha epistemológica.

Também a Psicologia Profunda de Carl G. Jung; a Epistemologia Genética, de Jean Piaget; a Psicologia do Desenvolvimento Individual, de Alfred Adler; a Fenomenologia, de Martin Heidegger; a Psicologia Existencial, de Rollo May e a Logoterapia, de Viktor Frankl, entre muitas, são algumas outras vertentes espistêmicas.

Não vale a pena trocar Jesus Cristo por nenhuma delas.

NEle, sob cujo poder todas as coisas permanecem.

Antônio Ayres

16 junho, 2010

O Grande Equívoco de Alguns Blogueiros Cristãos

nodios Francis Schaeffer afirmou em um de seus livros que “o dia em que o Cristianismo se tornasse amigo do mundo, ele deixaria de existir“. Foram proféticas, essas suas palavras.

Não porque o Cristianismo deixou de existir na História. Mas porque deixou de existir no coração de muitos cristãos atuais, nominais e, supostamente, sábios demais para aceitar as verdades bíblicas “arcaicas” no mundo pós-moderno e permeado de filosofia, no qual vivemos.

Uma das características deste mundo pós-moderno é o acesso à informação e a facilidade através da qual as pessoas influenciam umas às outras, da mesma forma que são influenciadas.

Mas aqui, infelizmente, passou a valer o cômico ditado: “macaco que nunca come mel, quando come, se lambuza”.

Muitos de nós, evangélicos adultos, fomos criados dentro de uma igreja que, em alguns casos, apesar do amor e da comunhão genuína que gozávamos nela ; precisávamos seguir uma “doutrina” ascética implacável que nos impedia de conhecer “o mundo” (não aquele ao qual Schaeffer se referiu, mas outro muito mais inocente!).

Sem o saber, vivemos o lado mais duro e legalista do Calvinismo, do Puritanismo e do Pietismo dos primeiros séculos da Reforma Protestante, seja para provar a nós mesmo e à igreja, a nossa eleição; seja para mostrar a graça da qual havíamos sido alvos.

Resultado: crescendo num cenário no qual não era mais possível carregarmos uma ética ascética tão pesada, fomos à luta: estudamos, lemos livros, adestramo-nos teologicamente, fomos beber nas fontes da ciência e da filosofia; saímos da ignorância e da inocência que nos caracterizavam. Tornamo-nos adultos, afinal. E nos emancipamos da autoridade da igreja.

Mas, para nossa tristeza, alguns cresceram demais, tornaram-se demasiadamente grandes em seus “insights” e em suas “descobertas”.

Descobriram Nietzsche, Marx, Focault,Sartre, Freud...E, ao invés de seguirem o conselho de Protágoras: in medium virtus, ou seja, a virtude está no meio, passaram para o extremo oposto: descreram.

E, supondo que estavam trocando o dogmatismo legalista, no qual foram criados, pela visão cristã equilibrada e libertadora; trocaram, na realidade, a ortodoxia pelo liberacionismo, a fé pela apostasia.

Sim, tornaram-se apóstatas do século XXI.

Ora, se colocam Nietzsche e Freud como iguais  ou superiores a Jesus de Nazaré; se tratam o Filho de Deus como um visionário judeu comum que nunca ressuscitou e se desdenham da Revelação contida nas Escrituras, afirmando que a Bíblia não é a Palavra autoritativa de Deus, só se pode dizer que apostataram.

Ouviram palavras que lhes causaram “comichões nos ouvidos” e “não suportaram a sã doutrina”, como  biblicamente já há muito tempo fora previsto. E, como a porca lavada, prosseguem se revolvendo no despojadouro.

Fosse isso apenas, o que infelizmente já é um grande mal para as suas próprias existências, esse mal seria menor.

Mas as suas “grandes sacadas” não podem ficar encobertas. Então usam a blogosfera cristã para fazer provocações. Os “grandes sábios” recém emancipados tripudiam, com seus posts em seus blogs, o nome de Cristo e seus pequeninos seguidores.

Não se atemorizam mais com as palavras de Jesus de que, aqueles que fizessem desviar a um de seus pequeninos, seria melhor serem jogados ao mar com uma pedra de moinho atada ao pescoço.

Que Deus tenha misericórdia de todos nós!

O ascetismo que vivemos em nossa infância não justifica a apostasia.

A fé que vence o mundo, a carne e o diabo tem que ser aquela que suporta conhecer Nietzsche até o âmago, sem medo nem ressentimento. Mas que continua a saber que Jesus Cristo é o Filho do Deus Vivo, que ressuscitou ao terceiro dia.

E que continua sendo o único mediador entre Deus e os homens.

Soli Deo Gloria

Antônio Ayres

15 junho, 2010

As Pessoas Continuam A Se Casar

casamento1 O casamento, nos tempos modernos, está em crise. As estatísticas mostram um aumento assustador do número de divórcios. Há, entre os brasileiros, o conhecido jargão sobre esse rito de passagem: “Quem está dentro quer sair; quem está fora quer entrar”.

O mundo mudou tanto nas últimas décadas que, na atualidade, pouquíssimos casamentos chegam a durar 10 anos. Parece-nos que, a continuar como estão indo as coisas, em breve não se comemorará mais as bodas de prata.

Apesar de todos os problemas e responsabilidades que o casamento acarreta, no entanto, ninguém (ou quase ninguém) deseja ficar solteiro (a). Isso, sem dúvida, é positivo pois, sem família (com pai e mãe) as crianças não podem ser criadas emocionalmente saudáveis.

É preciso, portanto, que as pessoas sejam mais tolerantes, conscientizem-se de que uma relação a dois não pode ser vivida com eterna paixão, mas deve ser construída a cada dia de cada mês de cada ano.

E olha que os evangélicos precisam, mais do que os outros, aprender essa verdade. Nada adianta “vigiar e orar” se não se der a devida atenção ao cônjuge e à família.

Quando fez a Reforma Protestante, uma das coisas contra as quais Lutero se insurgiu foi contra considerar o casamento como um sacramento.

No entanto, a Igreja protestante considera o casamento civil como legítimo, também perante Deus.

Esperemos e contribuamos para que o casamento volte a ter o valor que merece ter. Somente dessa forma será também legítimo o desejo de querer casar.

Antônio Ayres

07 junho, 2010

SAIBA SE VOCÊ SOFRE DE DISTIMIA

DISTIMIA A distimia caracteriza o indivíduo que possui uma tristeza ou um  mau humor constantes. De uma forma mais clara, os traços essenciais da distimia são o estado depressivo leve e prolongado, além de outros sintomas em geral, sempre presentes.

Pelos padrões psiquiátricos americanos são necessários dois anos de período contínuo predominantemente depressivo para os adultos e um ano para as crianças sendo que para elas o humor, com mais frequência, é irritável ao invés de depressivo.

Para se fazer o diagnóstico diferencial  da distimia é necessário  excluir fases de exaltação do humor como a mania ou a hipomania (estado leve de exaltação do humor), assim como a depressão maior.

Causas externas podem também anular o diagnóstico como as depressões causadas por substâncias exógenas. Durante essa fase de dois anos o paciente não deverá ter passado por um período superior a dois meses sem os sintomas depressivos.

Além disso, para preencher o diagnóstico de depressão os pacientes, afora os  sentimentos de tristeza prolongados precisam apresentar dois dos seguintes sintomas:

  • Falta de apetite ou apetite em excesso
  • Insônia ou hipersonia
  • Falta de energia ou fadiga
  • Baixa da auto-estima
  • Dificuldade de concentrar-se ou tomar decisões
  • Sentimento de falta de esperança

Outras Características

Estudos têm demonstrado que os sentimentos de inadequação e de desconforto são  muito comuns, a generalizada perda de prazer (anedonia) ou interesse também, e o isolamento social manifestado por querer ficar só em casa, sem receber visitas ou atender ao telefone nas fases piores são constantes.

Os pacientes reconhecem sua inconveniência quanto à rejeição social, contudo não são capazes de se controlar. Usualmente os parentes exigem deles uma mudança positiva, mas isso não é possível para quem está deprimido, a não ser com o uso de medicação adequada.

A irritabilidade contudo e impaciência são sintomas muito comuns e incomodam ao próprio paciente. A capacidade laborativa fica prejudicada bem como a agilidade mental. Assim como na depressão, na distimia também há alteração do apetite, do sono e também da psicomotricidade.

O fato de uma pessoa ter distimia não impede que ela desenvolva depressão: nesses casos denominamos a ocorrência de depressão dupla e quando acontece o paciente procura o psiquiatra.

Como a distimia não é suficiente para impedir o rendimento, apenas prejudicando-o, as pessoas não costumam ir ao médico, mas quando não conseguem fazer mais nada direito, vão ao médico e descobrem que têm distimia também.

Os pacientes que sofreram de distimia desde a infância ou adolescência tendem a acreditar que esse estado de humor é natural deles, faz parte do seu jeito de ser e por isso não procuram um médico, afinal, conseguem viver quase normalmente.

Tratamento
Embora o tratamento com antidepressivos tricíclicos nunca se mostrarasse satisfatório, as novas gerações de antidepressivos (ISRS’s), no entanto, vem apresentando melhores resultados no uso prolongado. Também, antipressivos atípicos são uma boa perspesctiva.

Usa-se, atualmente, a fluoxetina, a paroxetina, a sertralina e a mirtazapina.

Antônio T. Ayres

02 junho, 2010

Conselhos a Uma Jovem Esposa, Cujo Marido é Dependente Químico (2ª ed.)

Prezada "X"
Disse-lhe que a existência de amor faz grande diferença porque quem ama suporta sacrifícios; e, se você decidir permanecer casada, esteja preparada para uma vida de sacrifícios.
Infelizmente, seu esposo tem percorrido todo o conhecido caminho do verdadeiro dependente químico: primeiro dá mostras de recuperação; passa um período relativamente longo sem a droga, fazendo todos acreditarem que está liberto; depois tem uma "recaída"; afasta-se da igreja (se é cristão); promete que não acontecerá mais; tem nova recaída; começa a precisar de dinheiro e, na ausência dele, começa também a vender objetos de uso pessoal ou furtados a fim de manter o vício e assim por diante.
A tendência é, a partir de agora, ter recidivas cada vez mais freqüentes, até que venha a perder o trabalho e a isolar-se de quem queira ajudá-lo.
Agora, NUNCA imagine que Deus seja um ser vingativo e castigador, que a esteja "punindo" por ter-se casado com tal pessoa. Tampouco fique pensando que Ele a "castigará" mais, se você se separar de seu marido.
Essas são idéias que os homens, erroneamente, ensinam acerca de Deus. Ele é amor e deseja que tenhamos liberdade e saúde emocional. Jesus veio proclamar liberdade aos oprimidos e liberdade aos cativos.
Você precisa também saber que o drogado é uma pessoa que sofre de um vazio existencial tão grande que nenhuma coisa: nem Deus, nem mulher, nem filhos, nem família, nem trabalho, NADA, para ele, tem mais importância do que a droga.
Por outro lado, as pessoas que o amam (como é o seu caso), muitas vezes passam a sofrer daquilo que é chamado de "co-dependência" afetiva. Ou seja, é possível que você, inconscientemente, "precise" de alguém como seu esposo para sentir-se "útil".
Agora, reflita: Você acha que alguém que falta ao trabalho para drogar-se, que "some" de casa quando lhe é conveniente; que sonega informações, que utiliza o dinheiro do casal e do trabalho para comprar drogas e que vende o que for preciso para sustentar a sua dependência, AMA você?
É preciso que você tenha consciência de que somente um milagre de Deus pode libertar o seu esposo, se ele não procurar ajuda especializada numa instituição, como lhe disse.
Pense, reflita, ore e consulte não apenas o seu coração, mas também a sua inteligência.
Não posso decidir por você. Tampouco qualquer outra pessoa poderá fazer isso. Deus lhe deu o livre arbítrio e você deverá fazer uso dele para decidir.
Apenas tenha em mente que o seu futuro sempre dependerá de suas escolhas presentes. Você é a autora de seu próprio destino.
Espero não tê-la magoado com a minha sinceridade.

Oro a Deus para que você tenha paz e total dependência Dele para decidir com sabedoria e sensatez.
Em Cristo,
Tony Ayres

24 maio, 2010

A CORRUPÇÃO DA REFORMA PROTESTANTE

LUTEROFILME Os quatro livros considerados mais relevantes no século XX foram: A interpretação dos sonhos, de Sigmund Freud; Tractatus logico-philosophicus, de Lwdwig Wittgenstein; Origens do totalitarismo, de Hannah Arendt e A ética protestante e o espírito do capitalismo, de Max Weber.

Neste último, Weber, um dos mais respeitados nomes da Sociologia, além da defesa de uma incontestável tese sobre o capitalismo ocidental; traça, como pano de fundo, para a sua argumentação, um importante resumo da História da Igreja,no qual podemos encontrar, com um pouco de reflexão, possíveis explicações para o fenômeno da exploração da fé, principalmente pelos evangelistas da TV; com os quais tantas vezes a blogosfera cristã tem se preocupado.

Weber explica o fenômeno da Reforma Protestante, a partir de Lutero, Calvino, Armínio e, mais tarde, de John Wesley (entre muitos outros), como um movimento que tranformou os países por ele alcançado; a partir da mudança da ascese.

Dessa perspectiva, Weber explica, com detalhes, que a antiga ascese monástica, exercida "fora do mundo", nos mosteiros, pelos monges; passou a ser exercida "no mundo" pelos reformadores e seus discípulos.

Em outras palavras, nos séculos que se seguiram à Reforma, o movimento calvinista e os demais ramos do protestantismo que dele saíram (como o pietismo e o metodismo, por exemplo) adotaram um estilo de vida no qual, embora a salvação fosse enxergada como resultado da Graça e não das obras; os eleitos deveriam também glorificar a Deus através de seus dons (ou de "suas "chamadas") seculares.

O resultado disso acabou sendo um cristanismo sincero, mas bastante utilitarista, uma vez que o ganho do salário, através de um trabalho honesto e bem realizado; e o lucro (com o consequente acúmulo de riquezas) consolidaram uma ética sancionada pela Igreja, que, em última instância, era um "sinal vísivel" da eleição.

Dessa forma, os cristãos reformados, como "escolhidos", utilizavam o mundo para evangelização e testemunho - atividade que incluía o trabalho e o aumento de riquezas para a glória de Deus; ao mesmo tempo em que não viviviam "para o mundo e seus prazeres".

O dinheiro não era, então, utilizado para a "satisfação da carne"; e sim, para a evangelização e as obras sociais que, de fato, com John Wesley, por exemplo, arrancou a Inglaterra de uma situação de pobreza moral e material, tranformando completamente, pela ética,  o destino de milhões de pessoas.

 AS MUDANÇAS

Com o passar dos anos, entretanto, com a morte daqueles  líderes do passado, com o advento da Revolução Industrial e com o surgimento de uma nova burguesia protestante cada vez mais emergente, certas mudanças foram acontecendo.

A principal delas, com certeza, foi o arrefecimento da antiga perspectiva que, aos poucos, introduziu uma nova ética, a qual passou a valorizar tanto a vida terrena quanto a vida eterna.

Obviamente, essa mudança nada teria de incomum, pois nunca foi o propósito bíblico a desvalorização da vida neste mundo. O que passar daí é que pode se tornar uma exceção perigosa, que é o que colocamos, a seguir:

O ERRO

A exceção perigosa, à qual nos referimos, consolidou-se num erro: ir paulatinamente pervertendo a visão da Graça, valorizando cada vez menos a ética dos reformadores e supervalorizando o dinheiro, as bênçãos e as riquezas, como fazem determinadas facções, erroneamente denominadas de "protestantes", na atualidade e, de maneira arrogante e indisfarçavel, os chamados "missionários", "bispos" e "pastores" que, infelizmente, hoje pregam "um outro evangelho", na TV.

Tony Ayres

13 maio, 2010

ARMINOCEUS E CALVINOCEUS: O GRANDE DEBATE

ARMINIOCALVINOE  reunindo-se em assembléia os calvinoceus para tratar dos assuntos referentes à salvação eterna, após longos e exaustivos debates, deliberaram entre si que a sua doutrina, embora extensa, deveria, para efeito de divulgação, ser resumida nos seguintes pontos: depravação total, eleição incondicional, expiação limitada, graça irresistível e perseverança dos santos.

Os arminoceus, por sua vez, que não concordavam com os calvinoceus, reuniram-se também em assembléia e, com igual ardor debateram a sua doutrina que, por aclamação geral e também para efeito de divulgação, foi resumida nos seguintes pontos: vontade livre, eleição condicional, expiação universal, graça resistível e possibilidade de queda da graça.

Os calvinoceus, assim como os arminoceus mandaram escrever em grandes pergaminhos a doutrina de suas leis e, com base nos escritos desses pergaminhos têm discutido através dos séculos, reivindicando cada grupo, de per si, a verdade de seus ensinamentos.

O povo simples, desprovido dos grandes pensamentos, tanto calvinoceus como arminoceus, não conseguindo entender a elevada linguagem de seus formosos pergaminhos, excluídos, portanto, das suas discussões, resolveu ficar com a leitura do Novo Testamento e com os ensinamentos simples de Jesus e de seus discípulos.

Esse povo simples, como era de seu costume, e para a sua meditação diária,  escolheu, aleatoriamente, dois versículos na Bíblia Sagrada, que viessem consolar e alegrar seus corações.

Esses versículos escolhidos, foram, pela ordem, os que se seguem:

Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna” (Jo. 3.16).

“Pois assim como por uma só ofensa veio o juízo sobre todos os homens para condenação, assim também por um só ato de justiça veio a graça sobre todos os homens para justificação de vida” (Rom. 5.18).

Esse povo feliz passou a se reunir e a louvar ao Senhor com alegria, visto que, em ambos os seus textos áureos está incluída a palavra “todo”, Logo, ninguém ficou excluído ou marginalizado.

Portanto, esquecendo-se dos pergaminhos dos calvinoceus e dos arminoceus, este povo simples escolheu, para edificação, o Novo Testamento, que contém os ensinamentos simples de Jesus e de seus discípulos, até os dias de hoje.

Ensaio ficcional de Tony Ayres

10 maio, 2010

O PERIGO DA LEITURA SEM DISCERNIMENTO

livros para comer Adquirir o hábito da leitura é uma das maiores riquezas que uma pessoa pode decidir ter na vida. Os livros são os tesouros que descortinam o mundo para o homem, tornam-no sábio, ensinam-lhe a prudência, o equilíbrio e, principalmente, a modéstia - a virtude que sempre acompanha a verdadeira sabedoria.

No entanto, nisso tudo existe um perigo que, infelizmente, tem se tornado cada vez mais próximo e feito cada vez mais vítimas.

Falamos da leitura, sem o necessário discernimento.

Na verdade, atrás de toda retórica existe uma ideologia, o que significa que, por trás de toda mensagem escrita existe (claramente, ou nas entrelinhas) um objetivo do escritor.

Em outras palavras, a leitura jamais pode ser simplesmente "deglutida", sem que o leitor a submeta a um filtro crítico que deve ser a sua salvaguarda. Do contrário, irá "ingerir" e "digerir" muita coisa que não presta e, o que é pior, irá assimilar o que não deseja.

Mas por que razão escrevo isso?

Porque tenho percebido  que a teologia "liberal" que alguns procuraram estudar roubou-lhes o discernimento e a capacidade de separar o joio do trigo (em se tratando de literatura). Da leitura dos teólogos liberais para a leitura de Nietzsche, Marx e Sartre, entre tantos outros, foi apenas um passo.

Evidentemente, nada tenho de pessoal contra esses escritores. Afinal, eu mesmo, os leio e alguns deles fazem parte de minha pequena biblioteca. O que me entristece é que esses autores têm sido lido e assimilados, sem o filtro crítico a que me referi.

O resultado foi a produção de um tipo de cristão que não crê mais na inspiração da Palavra, na deidade de Jesus e na existência da vida eterna. Compraram a ideologia ateísta e perderam a fé.

Fizeram como o sacerdote que foi enviado para converter um corretor de seguros, enfermo na cama.

O sacerdote não conseguiu converter o corretor, mas, em compensação, voltou para casa com uma boa apólice de seguro.

Não desejo estender-me mais sobre o assunto neste post, mas espero, sinceramente, que os que o lerem, considerem o que aqui foi exposto.

Tony Ayres

03 maio, 2010

A ESCOLHA ENTRE DOIS JUDEUS: FREUD OU JESUS?

SigmundFreud Quando Sigmund Freud inicia o seu livro O mal estar na civilização, faz referência à fé, descrita por seu amigo correspondente cristão como um “sentimento oceânico” que invade todo o ser; e confessa, logo a seguir, que ele mesmo (Freud) jamais conseguiu experimentar semelhante sentimento.

Pois bem, com esse pretexto, o pai da Psicanálise desenvolveu toda uma argumentação, utilzando o método científico, a fim de, afinal, “provar” que aquilo que chamamos de fé nada mais é do que o preenchimento de um sentimento que  visa “acobertar” o nosso desamparo existencial.

Em outras palavras: Para Freud, Deus estaria para o homem de fé adulto, assim como o pai está para o seu filhinho; ou seja, assim como o pai humano protege e cuida de seu filho pequeno, o homem também deu um jeito de “criar” um super pai cósmico (Deus) para protegê-lo e ser por ele cuidado.

Quem lê o livro logo nota que o argumento principal de Freud é o de que homem algum nasce com esse “sentimento oceânico”, que seria, na verdade, desenvolvido a partir de um ego “rudimentar” no qual se instalaria todo o conteúdo ideacional, que seria nada menos do que a fé ou o sentimento religioso.

É claro que nós,cristãos, teríamos inúmeros argumentos contra a posição de Freud. Um deles é o de que, quando Jesus disse a Nicodemos que “importa nascer de novo”, Ele já estava deixando claro, com essas palavras aquilo que Freud tanto se esforçou para provar; ou seja: o homem não nasce mesmo com o “sentimento oceânico”.

Para senti-lo ele precisa nascer novamente “da água e do Espírito”, segundo as palavras de Jesus a Nicodemos, em João, 3. No entanto, como Freud era ateu, com certeza ele não se convenceria com um  argumento puramente bíblico, assim como fazem todos os ateus.

UM ARGUMENTO CIENTÍFICO

Para darmos apenas um argumento considerado científico, basta entrarmos um pouco no mundo dos linguistas, mais especificamente, nas idéias de Noam Chomnsky, para quem  o ser humano também não nasce falando, aprende a falar depois

Segundo a linha do pensamento de Chomnsky, o homem não nasce falando, mas nasce com a capacidade de falar.

Semelhantemente, podemos também afirmar que o homem não nasce crendo, mas nasce com a capacidade de crer.

Como se vê, às vezes as pessoas se perdem e se confundem por coisas tão simples e banais, desnecessariamente.

Portanto, que conheçamos Sócrates, Platão, Kant, Nietzche e Proust.

Mas que continuemos firmes na Rocha, que é Jesus.

Tony Ayres

27 abril, 2010

UM CONSELHO AOS AMIGOS BLOGUEIROS CRISTÃOS

enoch "Meus queridos amigos. Eu estava fazendo todo o possível para escrever a vocês a respeito da salvação que temos em comum. Então senti que era necessário escrever agora para animá-los a combater a favor da fé que, uma vez por todas, Deus deu ao seu povo. Porque alguns homens incrédulos, sem serem notados, entraram no meio de nossa gente. Eles modificam a mensagem a respeito da graça de nosso Deus, e fazem isto a fim de arranjarem uma desculpa para as suas vidas imorais. E também rejeitam Jesus Cristo, nosso único Mestre e Senhor. Há muito tempo que as Escrituras Sagradas anunciaram a condenação que eles já receberam.

Embora vocês conheçam tudo isto, quero lembrar que o Senhor salvou o povo de Israel tirando-o da terra do Egito, mas depois destruiu a todos os que não creram. Lembrem-se dos anjos que não ficaram dentro dos limites de sua própria autoridade, mas abandonararam o lugar onde moravam: eles estão amarrados com correntes eternas, lá embaixo na escuridão, onde Deus os está guardando para aquele grande Dia em que serão condenados. Lembrem-se dos moradores de Sodoma e Gomorra e das cidades vizinhas, que agiram como aqueles anjos e cometeram imoralidades e perversão sexual - eles sofreram o castigo do fogo eterno, e o exemplo deles é um aviso claro a todos.

Assim, estes homens agem do mesmo modo: Eles têm visões que os fazem pecar contra seus próprios corpos. Desprezam a autoridade de Deus e insultam os seres angélicos. Nem mesmo Miguel, o anjo chefe, fez isto. Na discussão que teve com o Diabo, para saber quem ia ficar com o corpo de Moisés, Miguel não se atreveu a condenar o Diabo com insultos, mas apenas disse: "Que o Senhor o repreenda". Mas estes homens xingam aquilo que não entendem. E as coisas que eles conhecem por instinto, como os animais, são estas que os destroem. Ai deles! Seguem o mesmo caminho de Caim. Por causa de dinheiro, eles se entregam ao mesmo erro de Balaão. E como Coré se revoltou e foi destruído, eles também se revoltaram e foram destruídos.

A presença deles, com suas vergonhosas bebedeiras, nas refeições de amizade de vocês é um verdadeiro escândalo. Eles cuidam somente de si mesmos. São como nuvens levadas pelo vento, que não trazem nenhuma chuva. São como árvores que, mesmo no outono, não produzem nenhuma fruta. São como árvores que foram arrancadas pela raiz e estão completamente mortas. São como as ondas bravas do mar, jogando para cima a espuma de suas ações vergonhosas. São como as estrelas sem rumo, a quem Deus reservou para sempre, um lugar na mais profunda escuridão.

Pois foi Enoque, o sétimo descendente direto de Adão, que há muito tempo profetizou isto a respeito deles: "Olhem! O Senhor virá com muitos milhares dos seus anjos para julgar a todos. Virá a fim de condenar a todos os incrédulos, por todas as más ações que praticaram, e por todas as palavras terríveis que eles disseram contra Deus!"

Estes homens estão sempre resmungando e acusando os outros. Eles seguem o seu próprio desejo, vivem se gabando, e bajulam os outros, porque são interesseiros.

Mas, vocês, meus amigos, lembrem-se do que foi profetizado pelos apóstolos de nosso Senhor Jesus Cristo. Eles disseram: "Quando chegarem os últimos tempos, aparecerão homens que vão zombar de vocês, homens que seguem os seus próprios desejos de incrédulos" São esses que causam divisões, pois são dominados pelos seus desejos naturais, e não têm o Espírito de Deus. Porém vocês, meus amigos, continuem a progredir na fé que têm, que é a fé mais santa que existe. Orem no poder do Espírito Santo. E continuem no amor de Deus, esperando que nosso Senhor Jesus Cristo, em sua misericórdia, dê a vocês a vida eterna.

Tenham pena dos que têm dúvidas, salvem e tirem essa gente do fogo. Tenham pena também dos outros. Sim, tenham dó, e medo também, mas odeiam até as suas roupas manchadas pelos seus desejos pecaminosos.

A Deus que podem evitar que vocês caiam, e que pode apresentá-los perfeitos e alegres na sua gloriosa presença, ao único Deus nosso Salvador, sejam dados, por meio de Jesus Cristo nosso Senhor, a glória, a grandeza, o poder e a autoridade, desde todos os tempos, agora e para sempre! Amém.

Judas

carta de Judas, dos versos 3 a 25

22 abril, 2010

O CUMPRIMENTO DA PROFECIA DE UM ATEU: NIETZCHE. AS PEDRAS ESTÃO CLAMANDO

tvpreacher Não há como deixar de perceber que navegar pelos blogs evangélicos tem se tornado uma tarrefa árdua, que às vezes entristece a alma e faz murchar o espírito. Há muito, ficaram para trás os tempos em que neles se podia ler mensagens e reflexões edificantes.

Os tempos são outros e o que existe agora é um clamor generalizado, à vista dos descalabros que falsos pastores e evangelistas de televisão têm cometido, de uma forma cada vez mais arrojada, cada vez mais aviltante, em suas investidas, já não mais veladas, mas francamente escancaradas, em busca de grandes somas de dinheiro.

Não é possível mais manter silêncio e ficar de braços cruzados, enquanto nossos crédulos irmãozinhos se tornam inocentes úteis e massa de manobra nas mãos desses homens ímpios, travestidos de santos e profetas, que assomam à tela da TV, para tão somente devorar a carne, a lã e a pele das ovelhas de Cristo, porquanto eles mesmos (os profetas da TV), de Cristo já não têm nada; nem nas atitudes, nem nas obras.

Se a Bíblia que eles pregam é a mesma que eu leio, e se eles lêem nela a vida exemplar, a obra redentora e a Revelação de Jesus Cristo que eu e você conseguimos ler, então, a única conclusão a que se pode chegar é que eles jã não crêm nem em Jesus e nem em sua Revelação. Caso contrário, de modo algum fariam o que estão fazendo, com extrema desfaçatez.

Apelo para a consciência de todo o cristão que lê e que entende a mensagem deste post para que entre numa cruzada educativa, a fim de tirar esses pobres irmãozinhos que dão dinheiro para essa gente; de sua crédula alienação, demonstrando a eles que tais homens não são santos nem profetas: são ilusionistas pérfidos, exploradores da fé e saqueadores de pessoas crédulas, mas faltas de entendimento.

Custa acreditar, mas ninguém menos do que o filósofo ateu Nietzsche, um aberto oponente do Cristianismo, foi quem escreveu no aforisma de número 45 -  que trata sobre o  criminoso e o que lhe é afim, em seu livro "O crepúsculo dos ídolos", a seguinte "profecia":

"Aproxima-se o tempo - eu prometo -  em que o sacerdote será considerado como o tipo mais baixo, como o nosso chandala, como a espécie de homem mais mentirosa, mais indecente..." (F. Nietzsche)

Quem lê, entenda.

Tony Ayres