Quem quer que conheça um pouco da história recente da Igreja e dos grandes avivamentos ocorridos a partir do século XIX, na Europa (berço de protestantismo) e nos Estados Unidos da América, lembrar-se-á de grandes pregadores, tais como Charles Haddon Spurgeon, Charles Finney e Dwight Lyman Moody.
Esses nomes e muitos outros fazem parte da galeria dos modernos heróis da fé. Ler suas biografias é uma verdadeira inspiração para os nossos corações, um tanto empedernidos pelas mazelas das igrejas evangélicas deste século XXI.
Os três nomes aqui citados (Spurgeon, na Inglaterra; Finney e Moody, nos Estados Unidos) foram, além de evangelistas, extremados e corretos líderes de igrejas.
Os seus sermões (impressos até hoje) e as suas realizações falam por si só, não apenas de suas vidas exemplares, mas, ainda mais, do caráter ilibado que cultivaram.
A COMPARAÇÃO INEVITÁVEL
Obviamente, ao falarmos desses homens, estabelece-se, imediatamente, em nossas mentes, a grande diferença entre eles e os atuais líderes de grandes denominações evangélicas; e nem é preciso que isso seja feito com igrejas lá da Inglaterra ou dos Estados Unidos, e sim, com aquelas aqui mesmo, do Brasil.
Ficamos, então, perguntando: Por que será que, se a Bíblia não mudou, mudaram tanto as prioridades dos líderes de hoje? E a pergunta nem mesmo se refere à mudanças culturais, que são naturais ocorrerem de uma geração para outra.
Temos consciência de que o verdadeiro homem de Deus da atualidade continua com a missão de interpretar a Revelação de Ontem para os crentes de Hoje. Esse é o ofício do profeta.
Mas as mudanças ocorridas são mesmo de natureza ética e moral.
O que vemos, em nossos dias? Por um lado, líderes que transformaram suas denominações numa espécie de "papado" eclesial evangélico e em "dinastias" onde se passa o "bastão" de pai para filho; que utilizam o voto de seus rebanhos como "moeda eleitoral" e que, dessa forma, vão se perenizando no poder.
Por outro lado, líderes que preferem mercadejar a Palavra, pregar um "Deus" que aceita barganhas, que concede "bênçãos de prosperidade e riquezas" a quem ofertar "sacrifícios" em dinheiro; que "faz diferença" entre o filho que "entrega" seus valores"pela fé" e aquele que nada tem a entregar.
A IDENTIFICAÇÃO COM A "PERSONA"
"Persona" é uma palavra latina, cujo significado é "máscara" (daí a palavra "personagem"), utilizada tanto pela linguagem teatral, como pela psicologia.
Em outras palavras, "persona" designa o papel desempenhado pela pessoa; ou no palco de um teatro, ou no teatro da vida.
Psicologicamente falando, é até saudável que a pessoa utilize sua "persona" para relacionar-se melhor com seus semelhantes no campo profissional ou mesmo afetivo.
O que, absolutamente, não é saudável (pelo contrário, passa a ser uma doença) é quando a pessoa passa a não perceber mais a diferença entre as duas coisas, identificando-se com sua persona.
Nesse ponto, ela literalmente se perde, pois não sabe mais identificar e diferenciar o "seu papel" e o seu "si mesmo".
Essa é a diferença, então, entre os líderes evangélicos de ontem e alguns dos líderes evangélicos de hoje.
Os "de ontem" sabiam perfeitamente que, embora o seu papel fosse o de grandes ganhadores de almas e pregadores de multidões, pessoalmente eram homens simples, falhos e despojados, completamente dependentes da graça de Deus, para o cumprimento de sua missão.
Os de hoje, infelizmente, "se perderam", identificando-se com os seus papéis. Por causa disso,trocaram a graça e o poder de Deus, pelo fascínio do poder humano.
Em meio a isso tudo resta-nos, como uma janela de esperança que se abre, a constatação de que, para a glória de Deus e para a dignificação de seu Reino, o fato real e, realmente, encorajador, de que alguns líderes não se deixaram envolver por essa estranha "identificação".
Ao contrário, a despeito de seus carismas e do prestígio que alcançaram em meio a seus rebanhos; preferiram o caminho mais difícil, fazendo uma outra identificação: a identificação com os sofrimentos e com a simplicidade de Cristo, manifestados através do amor e do cuidado para com a suas ovelhas.
São, para a nossa alegria e fortalecimento de nossa fé, as "vozes solitárias" que ainda clamam no deserto.
Soli Deo Gloria
Tony Ayres
Tony,
ResponderExcluirConheci hoje seu blog e vou começar ler seus textos.
Em uma rápida olhada vi que há muitos ensinos interessantes.
Obrigado por compartilhar!
Um abraço,
Ricardo
http://rcantini.blogspot.com/
Caro Ricardo:
ResponderExcluirÉ sempre um prazer conhecer novos amigos e irmãos na fé. Também visitei o seu blog e percebi que o que você escreve é sério e edificante.
Será muito bom compartilhar.
Em Cristo.
Tony