22 fevereiro, 2013

A LOUCURA DE NIETZSCHE E O ATEÍSMO DE EX- CRISTÃOS

Friedrich Wilhelm Nietzsche, como bem sabem seus admiradores, nasceu no seio de uma família luterana em 15 de outubro de 1844. A família original (conforme nos ensina a Psicanálise) é o espelho que serve para moldar, positiva ou negativamente, a formação da identidade do indivíduo adulto.

Muito freqüentemente, quando essa família é bem estruturada, amorosa e acolhedora, a criança que dela promanar, se tornará um adulto psiquicamente saudável e capaz de experimentar uma existência livre de neuroses, apto a transpor os problemas de sua evolução existencial.

Nietzsche era filho de Karl Ludwig e seus dois avós eram pastores protestantes, fato que não garante; mas que valida a presunção de que tenha crescido num ambiente sadio, uma vez que ele próprio considerou seriamente a possibilidade de seguir a carreira de pastor. 

No entanto, em razão de influências posteriores, Nietzsche rejeitou a fé durante sua adolescência, e, ao invés de estudar Teologia, como havia pretendido, decidiu-se pela Filologia e pelas especulações filosóficas, tornando-se, talvez, o mais influente e destacado filósofo da era moderna. 

UM PREÇO A PAGAR

Cumpre-nos discutir ligeiramente, aqui, que quando o indivíduo rompe bruscamente com a sua formação original, indo na direção oposta; essa mudança pode não ser intimamente autêntica e, nesse caso, transforma-se numa fonte de neuroses, as quais, sendo na verdade frutos de catexias inconscientemente reprimidas, tornam-se patológicas, e adotam o mecanismo de defesa conhecido como NEGAÇÃO, para fazerem-se representar; além de sintomas somáticos que passam a interferir na saúde física de quem delas passa a ser portador.

O CASO DE NIETZSCHE

Evidentemente, este modesto psicanalista que escreve estas linhas não tem a pretensão de ser o dono da verdade. No entanto, tenho sérias razões para pensar que o que descrevi acima pode, com boa margem de possibilidade, ter sido o caso desse brilhante filósofo.

Três razões principais fazem-me pensar dessa forma:

1. A saúde frágil de Nietzsche, suas constantes dores de cabeça e outros sintomas que o afligiram desde a sua mudança radical, aliados à sua contínua inquietação constituem conhecidos e tradicionais sintomas somáticos de pacientes, vítimas da NEGAÇÃO. 

2. Um outro sinal muito evidente de quem adota a NEGAÇÃO como mecanismo de defesa é uma ira extremada e um ódio obsedante, dirigidos sempre ao objeto dessa negação (no caso de Nietzsche, com muita clareza, o cristianismo) que passa a atacar obssessivamente.

3. Finalmente, a possibilidade bastante provável de um conjunto de neuroses ser tão avassalador, que pode  transformar-se numa psicose. De acordo com o que conceituou Freud e o próprio Carl Gustav Jung, seu discípulo dissidente, a esquizofrenia é o último e derradeiro refúgio no qual a defesa do ego adoecido pode se abrigar. Todos sabemos que, infelizmente para a filosofia e para o próprio filósofo, Niezsche ficou louco, cerca de dez anos antes de morrer.

CONCLUSÃO

A razão de tudo o que descrevi acima tem um propósito.

Convidar os leitores deste blog a uma séria reflexão. Infelizmente, para nós, que participamos da blogosfera conhecida como cristã, dois ou três irmão em Cristo, também dizem que mudaram radicalmente em suas convicções e se auto-proclamam, agora, ateus convictos.

Desconfio desse ateísmo. Temo que ele seja também, uma vez mais, a repressão da fé sob o disfarce do mecanismo de defesa da NEGAÇÃO, haja vista os arrebatadores ataques que agora fazem ao cristianismo.

Finalizando, fecho esta postagem, destacando que o contrário da fé não é a descrença. O contrário da fé é o medo.

Tony Ayres
NOTA: para atendimento on-line por Tony Ayres, visite o site:
http://www.wix.com/tony_ayres_psic/psicoterapeutaonline


30 outubro, 2012

A Mesma Mente Que Nos Protege Nos Delata

FORMAÇÃO REATIVA Um dos estudos mais fascinantes da Psicanálise constitui, sem dúvida, os chamados "mecanismos de defesa". Todos nós possuímos mecanismos de defesa, que utilizamos, diariamente, para nos proteger de estímulos internos (provindos de nós mesmos) ou de estímulos externos (provindos do meio externo ou de outras pessoas).
Na verdade, todo mecanismo de defesa é uma "tática" que o nosso inconsciente utiliza para manipular alguma coisa que irá nos ofender, nos magoar ou nos ferir. Utilizamos "inconscientemente" o mecanismos de defesa e saímos "ilesos" da situação traumática.
Os mais conhecidos são:a negação, a regressão, a projeção e a sublimação, entre outros. Todos eles são utilizados com a mesma finalidade: Proteger o indivíduo contra a ansiedade.
UM MECANISMO DE DEFESA ESPECIALMENTE IMPORTANTE
Desejamos, agora, abordar um mecanismo de defesa não muito conhecido pelas pessoas em geral, mas que se reveste, devido à sua ação, de especial importância. Refererimo-nos à Formação Reativa.
Na Formação Reativa, protegemo-nos da ansiedade, manipulando uma percepção interna, transformando, equivocadamente, um sentimento em seu oposto. Com muita frequência, transformamos amor em agressão; ou agressão em amor.
A HISTÓRIA DE BEETHOVEN
Uma história conhecida, que ilustra o que dissemos acima, é a do famoso compositor Beethoven. O episódio envolveu Karl, sobrinho de Beethoven, e a sua cunhada Johana, mãe do Karl. O compositor desenvolveu um ódio extremamente irracional por Johana e uma firme convicção de que era o seu dever resgatar Karl de sua influência.
Hoje se cogita, com convincente razão de que, na verdade, o ódio de Beethoven camuflava uma intensa atração passional que ele nutria por Johana. Beethoven utilizou-se, para se proteger, de uma Formação Reativa.
É IMPORTANTE SABER ISSO?
Obviamente, é muito importante conhecer o funcionamento desse mecanismo de defesa para entendermos, muitas vezes, o que está subjacente àquilo que ouvimos, vimos ou presenciamos.
Vamos a alguns exemplos, que podem estar presentes em nossa vida cotidiana. Se o pastor de determinada igreja faz um sermão no qual condena a sensualidade e a pornografia, ele está fazendo aquilo que é inerente à sua função de cuidar de seu rebanho.
Mas, se esse mesmo pastor demonstra obssessão por pregar sempre contra a sensualidade e a pornografia, muito provavelmente ele é que está sendo alvo dessas tentações e deve estar seduzido por elas.
Um outro exemplo: aquele televangelista que está continuamente apontando na TV os "críticos de mau caráter" pode, simplesmente, estar demonstrando que o "crítico mau caráter" é ele mesmo.
Vemos, pelo que aqui foi exposto que o nosso cérebro e a nossa mente são como uma faca de dois gumes. Eles, com toda certeza, nos protegem. Mas podem, também, nos delatar.
Tony Ayres

06 outubro, 2012

Idade Certa Para Se Casar. Isso Existe?

youger husband Até há alguns anos, se uma mulher se casasse com um homem mais novo, isso seria, com certeza, motivo de muita polêmica.

Hoje, no entanto, principalmente depois que conhecidas apresentadoras e atrizes da TV assumiram um relacionamento com homens muito mais novos do que elas, a situação mudou radicalmente.

Namorar ou até mesmo se casar com alguém bem mais jovem deixou de ser tido como alguma coisa "do outro mundo", sendo visto até, com relativa normalidade. No entanto, como cristãos que somos, bom é refletirmos sobre essa questão de uma maneira equilibrada.
Comecemos pela Bíblia:

O PENSAMENTO PAULINO


No que se refere ao casamento, o apóstolo Paulo nunca escondeu a sua opinião pessoal de que era preferível para os cristãos que permanecessem celibatários. No entanto, admitia, é claro, a união conjugal. Veja o que ele diz:

"Você tem esposa? Então não procure se separar dela. Você é solteiro? Então não procure esposa. Porém se você se casa, não comete pecado. E se a moça solteira se casa, também não comete pecado. Mas eu gostaria de livrá-los dos problemas que vocês terão na vida de casados" (I Cor. 7.27-28). "Eu quero livrá-los das preocupações. O solteiro se interessa pelas coisas do Senhor, porque quer agradá-lo" (I Cor. 7.32).

No mesmo capítulo, no verso 39, ele diz: "A mulher não está livre enquanto o seu marido vive. Caso o marido morra, ela fica livre para se casar com quem quiser. Mas, deve ser casamento cristão. Porém, ela será mais feliz se ficar como está. Esta é minha opinião, e penso que eu também tenho o Espírito de Deus".

CASAR-SE COM MENOS OU MAIS IDADE?


O leitor mais atento deve ter notado que, no texto de Paulo acima, grifamos as expressões: "moça solteira" e "com quem quiser". Existe uma razão para isso.

Analisando o contexto, percebe-se que, no primeiro caso, o apóstolo está se referindo a pessoas mais novas (os jovens, que, como é natural nesta época da vida, desejam casar-se e constituir família). A palavra "moça" deixa muito claro isso.

No segundo caso, quando Paulo está falando sobre o vínculo matrimonial, ensina às mulheres que este termina com a morte do marido. E então diz que, ocorrendo essa hipótese, a mulher fica livre para casar-se "com quem quiser", desde que o casamento seja cristão.

Refletindo um pouco sobre essa expressão ("com quem quiser") claro está que, desde que o novo cônjuge seja cristão, não existe nenhuma restrição em relação à idade.

Esse novo relacionamento pode, obviamente, ser com uma pessoa mais nova, mais velha ou da mesma idade. Certamente que a experiência de vida e a maturidade devem ser os árbitros nessa questão.

Afinal de contas, existe um ditado popular que diz que "cada um sabe onde o sapato aperta". Isso, na vida cotidiana dos seres humanos é uma verdade que não pode ser ignorada.

O MUNDO REAL QUE PRECISA SER LEVADO EM CONTA


Existem, na vida de todas as pessoas (inclusive as cristãs evangélicas), um mundo real e um mundo da fantasia. Psicanaliticamente falando, diríamos que há um "mundo consciente" e um "mundo inconsciente".

Infelizmente, a maior parte dos erros cometidos pelas pessoas, ocorre, porque elas estão sendo guiadas pelo seu "mundo inconsciente". Daí, a necessidade que vimos, na escrita deste artigo.

No início dele, fizemos referência "à moda", hoje vigente na sociedade, notoriamente entre mulheres famosas da televisão, de estarem assumindo um relacionamento estável ou se casando com homens que poderiam ser seus filhos. Será que isso pode dar certo?

O QUE NOS ENSINA A BIOLOGIA?


O estudo sistemático dos fatores biológicos, que intervêm nas diversas etapas da vida do ser humano, comprova algumas verdades que não devem ser desconsideradas.

Uma delas é que, em função da maior complexidade do organismo feminino (afinal é a mulher que foi "programada" para a gestação), ela não apenas possui uma série de órgãos que o homem não tem (útero, trompas, ovários, etc); como também, tem uma diversidade hormonal significativa.

Isso a leva a passar por problemas que não afligem os homens: TPM (tensão pré-menstrual, menstruação, instabilidade emocional, maior propensão para problemas com a tireoide, etc). Isso, sem mencionar os outros que se acrescentarão, na época da menopausa.

Esses fatores, combinados com o fato de que é a mulher que carrega dentro de si por nove meses o filho, a cada nova gravidez; e que é quem realmente dá à luz a eles (isso interfere extremamente em seu metabolismo) acaba redundando num fato: geralmente os sinais da idade se apresentam mais cedo para ela!
Em outras palavras (cirurgias plásticas e reposições hormonais à parte) a mulher envelhece mais cedo que os homens. É claro que existem exceções, mas geralmente as coisas acontecem assim.

Por essa razão, artigos médicos têm sugerido que, para amenizar os problemas que poderão advir dessas diferenças, seria (idealmente falando) recomendável que houvesse uma diferença entre quatro e seis anos entre o homem e a mulher.

Colocando com mais clareza: o casal ideal seria aquele em que o homem seria entre 4 e 6 anos mais velho do que a mulher.


O QUE NOS ENSINA A PSICOLOGIA?


Dissemos em um outro artigo que, após a puberdade, por volta dos dezessete ou dezoito anos de idade, uma moça é muito mais madura do que um rapaz. Mas isso nem sempre é assim e, mesmo que fosse, essa não é uma situação que costuma perdurar para sempre.

Psicologicamente falando, tanto o homem quanto à mulher podem ser imaturos ou maduros, em qualquer época da vida. Julgamos que é nesse ponto que se concentra a maior importância de nossa reflexão.

Por esse motivo, aconselhamos que, além de pensar bastante sobre tudo o que já dissemos até aqui, você que tenciona ou não descarta a possibilidade de envolvimento emocional com outra pessoa com grande diferença de idade, considere também os seguintes aspectos:

1.O relacionamento entre pessoas com diferenças de idade tem um grau de complexidade maior. Casais assim costumam ser vítimas de críticas, preconceitos e ironias.

2.Os riscos de uma relação desfavorável, nesse tipo de casamento, geralmente advêm de conflitos provenientes das fases diferentes da vida dos cônjuges. Desníveis educacionais, motivacionais e de idéias em geral podem levar a desentendimentos.

3.Nunca é demais lembrar que, quando não existe amor, as motivações para o relacionamento entre mulheres mais velhas e homens mais novos podem ser contra-indicadas, por razões, às vezes, escusas:

O homem em questão pode estar à procura de facilidades financeiras e a mulher pode estar vivendo uma dificuldade em aceitar o seu processo natural de envelhecimento.

4.Embora muitos não concordem, a verdade é que é um fato comprovado pela psicanálise que o homem pode estar procurando na mulher mais velha, uma mãe; e a mulher pode estar procurando nele um filho. Isso, configuraria, a nível inconsciente, um "incesto", com implicações psicológicas graves.

5.O mais novo pode estar buscando no outro uma pessoa para se relacionar que tenha mais cultura, maturidade e sabedoria. A ausência de um amor autêntico, neste caso, teria conseqüências desastrosas.

6.Seres humanos têm necessidade de afeto. Isso se traduz naquele desejo saudável de se envolver amorosamente e ser correspondido. No entanto, ao conseguir essa correspondência, outras emoções podem surgir: paixão, apego e alegria.

Todavia, quando a paixão termina e permite que se abra um espaço para a realidade, a seguinte pergunta pode ser inevitável: "como posso ser capaz de amar uma pessoa tão mais velha que eu?"

7. Ao entrar nesse tipo de relação, os envolvidos devem ter a consciência de que ela está unindo pessoas com momentos de vida diferentes. Por essa razão, é preciso avaliar todas as prioridades e estar disposto(a) a fazer concessões. Quando a diferença de idade é muito grande, sempre ocorrerá alguma perda.

CONCLUSÃO


É possível que o leitor que nos acompanhou até aqui tenha imaginado que a nossa conclusão pudesse ser diferente da que estamos apresentando. Pessoalmente, sabemos das dificuldades por que passam os cristãos (as mulheres, em especial) em encontrar um companheiro digno, para a vida.

Portanto, relembrando a expressão de Paulo, utilizada neste artigo de que as mulheres estão livres para se casar "com quem quiser", desde que o casamento seja de acordo com os preceitos cristãos, pensamos que esse "com quem quiser" abarca pessoas de qualquer idade, inclusive mais novas, se for o caso.

Dificuldades na relação existem sempre, com diferenças de idade ou não. Por outro lado, é certo que idade não é sinônimo de maturidade nem garante o conhecimento do sexo oposto.

A solução que vislumbramos, portanto, ao se conviver com um parceiro com uma diferença grande ou pequena de idade é simplesmente admirá-lo, aceitá-lo e amá-lo por tudo o que é e representa. O resto é o resto.

Tony Ayres

30 maio, 2012

O Que Você Está Fazendo Com Seu Cônjuge?







" Ensina-nos a contar os nossos dias de
 tal maneira que alcancemos corações sábios”.
(Salmo 90.2)


Ao longo de alguns anos, tenho já, neste espaço, escrito a respeito de muitas mazelas que perturbam os corações e os relacionamentos humanos, principalmente, no que diz respeito à relação específica: “homem-mulher”.

No decorrer deste tempo, tenho percebido que os cristãos têm se esquecido de que a expressão “ser cristão” significa “ser seguidor de Cristo”; e, esquecendo-se dessa verdade fundamental, a vida perde a sua característica de “cruz”, com tudo o que essa palavra pode significar.

Perde-se, então, o norte que antes existia e passa-se a viver uma vida de uma filosofia de um humanismo para lá de extremado, através do qual vivencia-se um egoísmo que, de tão aterrador, transformou-se escrachadamente em puro egocentrismo, da pior espécie.

Jovens maridos não suportam mais as esposas que, há apenas dois ou três anos, juravam amar. Jovem esposas são abandonadas, com filhos pequenos a serem criados. Ou são as jovens esposas, inquietas e belicosas, que abandonam os maridos e vão viver “liberalmente” e sem Deus.

Onde estão os homens e mulheres de verdade? Onde foram parar aqueles que, a exemplo do que ensinou o apóstolo Paulo, consideram o outro (o cônjuge) como uma extensão de seus próprios corpos, e, assim, deles cuidam, como se fossem a si mesmos?

Quantos jovens esposas ou jovens maridos têm escrito aqui neste blog coisas semelhantes a esta: “...casei
-me com ele(a) há três meses, mas acho que não o(a) amo mais, ajude-me, por favor!”

Ora, de que naipe  foi feito uma pessoa dessas? Onde está a fibra, a vontade de construir uma relação a dois para a vida?

Coloquei a foto da princesa Diana nesta postagem, propositalmente. Apesar de ser apenas uma foto colorizada, vejam o brilho, a inocência, a esperança de uma vida cheia de felicidade, estampados no rosto de uma jovem, no dia de seu casamento?

O anos nos mostraram que tudo isso se converteu em desilusão, dor e, por último, numa tragédia, que ceifou a sua vida.

Caro leitor ou leitora. Desejo que reflita em todas essas coisas, antes de reclamar ou dizer que vai abandonar o seu cônjuge. Antes disso, reflita como Moisés, no Salmo 90:

“ Ensina-nos a contar os nossos dias de  tal maneira que alcancemos corações sábios”.

Desejo-lhe que seja feliz.

Antônio Ayres 

16 março, 2012

Crer na Bíblia significa cometer suicídio intelectual?

cena do filme "Criação", que fala das questões de fé de Darwin

Sirvo-me, mais uma vez, desta página, para tentar despertar, talvez, em alguns de meus leitores, a importância de razoabilidade, quando tratamos das questões de fé.

Falando com muita honestidade, penso que estamos vivendo um momento da história da humanidade ímpar, em razão das muitíssimas descobertas da ciência e do fenomenal aporte de novos conhecimentos em todas as áreas do saber humano.

Todavia, não é apenas por esses motivos que acho o momento ímpar.

O momento histórico é impar em razão das consequências que as novas descobertas tem produzido; não digo nem na religião, mas na fé das pessoas.

Os cristãos que, conscientemente ou não, professam uma fé fundamentalista, encontram-se, de repente, diante de uma sinuca de bico existencial: ou acreditam na ciência e deixam de crer na Bíblia; ou aceitam a Bíblia literalmente ("ao pé da letra") e cometem  um suicídio intelectual. Parece-lhes não haver um meio termo que possa apaziguar o coração.

Para a mim, a grande saída é exatamente o fato de que esse meio termo existe, e podemos conviver com ele pacificamente, sem abrirmos mão de nossa fé (o que seria uma loucura); mas também, sem deixar de referendar as promissoras descobertas científicas.

Evidentemente, em função de minha formação terapêutica, não posso e nem desejo julgar quem está certo e quem está errado.

EXEMPLO BÍBLICO

Para explicar o meu ponto de vista sobre essa questão, vou valer-me tão somente do exemplo bíblico, representado pelos capítulos 1 e 2 do Gênesis. Ali encontramos a descrição da criação do mundo e, particularmente, da criação do homem, na história de Adão e Eva.

É minha opinião que tais fatos possam ser vistos como uma "fotografia", quando se crê na literalidade do texto. Mas podem também ser vistos como uma "radiografia", quando se entende que o texto constitui uma metáfora, uma representação simbólica para a criação, visão esta que, atestam os próprios cientistas, comporta a própria Teoria da Evolução das Espécies.

Como se vê, a questão pode e deve ser objeto de ponderações. Isso é razoável.

O que não é razoável é apostatar da fé e tornar-se ateu, em função de uma radicalização irrefletida.

Soli Deo Gloria

Antônio Tadeu Ayres

29 fevereiro, 2012

A Psicanálise Não é Uma Panacéia

A palavra panacéia significa: "pretenso remédio universal para todos os males físicos e morais". A Psicanálise não é esse remédio.

Os grandes nomes que representaram essa Psicanálise e sua co-irmã, a Psicologia Profunda,  tais como Sigmund Freud e Carl Gustav Jung, morreram sabendo disso, a despeito de todo o conhecimento da psiquê e do funcionamento do cérebro humano que obtiveram.

Curiosamente, nos dias de hoje, estamos assistindo a um fenômeno, pelo menos para mim, espantoso.

Refiro-me a companheiros da jornada cristã que, como eu, foram educados num ambiente que priorizava:  a Bíblia Sagrada como referencial de fé;  a encarnação do Verbo como a grande Revelação do Novo Testamento e o Novo Nascimento como experiência transcendental e única.

De repente, já no auge da maturidade, descobriram os escritos de Freud e extasiaram-se diante dos ensinamentos de Jung (que são realmente riquíssimos), mas deixaram sorrateiramente de lado a Bíblia Sagrada, renegando os seus ensinamentos.

O Filho de Deus, para eles, passou a ser somente o judeu carpinteiro, filho de José e Maria, ou seja, o filho do homem (com minúsculas mesmo), apenas um Jesus Cristo histórico, que enlevou a si mesmo com fantasias e cooptou a outros, anunciando um Reino de Deus infantil e fértil de imaginações e sonhos.

Entristeço-me, sobremaneira, com essa constatação.

Não consigo entender como mentes esclarecidas não percebem que deixaram seus corações empedernidos e trocaram o Filho de Deus por Freud e Jung, sem ao menos perceber que estão fazendo a mesma barganha de Jacó, que trocou  a bênção de sua primogenitura por um irrisório prato de lentilhas.

Passei anos de minha vida lendo livros de Freud e Jung. Mas conheço a Bíblia Sagrada desde a minha infância. Digo isso sem nenhum sentimento de pretensão ou arrogância. Tratei pessoas com o meu referencial psicanalítico. Mas aprendi que a Psicanálise não é uma panacéia.

O grande mal que aflige os seres humanos é um vazio existencial que fere o âmago da alma. O único remédio para ele nunca foi e nunca será a Psicanálise.

Esse remédio chama-se Jesus Cristo de Nazaré, o Verbo de Deus que se fez carne e habitou entre nós.

Antônio Tadeu Ayres

09 janeiro, 2012

SEU CÉREBRO: SUA MAIOR RIQUEZA




Não existe impossível na arte da criatividade. Você tem dentro de si capacidades incomensuráveis. Tudo o que necessita já está programado e instalado no seu mais precioso bem: o seu cérebro.

Quando vendemos ou compramos um produto na loja, no supermercado ou no shopping, estamos comprando algo tangível.  Todavia, a criatividade, melhor dizendo, as ideias, são uma riqueza intangível; portanto, de um valor incomensuravelmente maior.

O mundo precisa de cérebros. As organizações, instituições corporativas e as academias são apenas alguns dos exemplos de entidades que estão literalmente à caça de talentos inovadores.

Essa riqueza tão procurada está aí, bem dentro de sua cabeça; ou, aqui, dentro da minha.

Já se disse bilhões de vezes que nós, humanos, utilizamos menos de 10% da capacidade de nosso cérebro. E, desde que Darwin publicou, em 1859, o livro: A origem das espécies, sabemos da lei que  diz:“tudo o que não se usa se atrofia".

Obviamente, esta verdade é particularmente real e enfática no que respeita à utilização do cérebro.

Pessoas enriquecem e se tornam famosas, nem sempre porque têm talento inato. Todavia, possuem um cérebro, que pode ser treinado, preparado e mudado.

Na verdade, transformado para o sucesso, que, nem seria preciso dizer, quase nunca, necessariamente, significa dinheiro, pois, pode significar, entre outras coisas, realização e aumento da autoestima.

Pense nisso, reflita e continue a pesquisar.

Seu cérebro é  a máquina que fará VOCÊ!

Tony Ayres

26 novembro, 2011

MENTIRA, UM TERRÍVEL MECANISMO DE DEFESA (Republicação)

Um psicoterapeuta tem muita facilidade de reconhecer quando está diante de um mecanismo de defesa de seu paciente. Os mecanismos de defesa foram definidos com muita clareza no livro: O ego e os mecanismos de defesa, de autoria de Anna Freud, filha de Sigmund Freud.

Entre os mais conhecidos, encontram-se: a regressão, a negação, a racionalização, a fixação e a sublimação.

MAS, O QUE VEM A SER UM MECANISMO DE DEFESA, AFINAL?

Grosso modo, um mecanismo de defesa é um "recurso" ou "um álibi" que, de maneira inconsciente, o paciente apresenta, frequentemente de modo extremamente assertivo, quando o terapeuta chega muito próximo, do "núcleo de sua neurose", uma vez que a neurose (o conflito entre um desejo e uma censura) trabalha contra a cura do indivíduo.

No entanto, na vida real, alguns indivíduos utilizam-se de pseudos "mecanismos de defesa", dentre os quais destacamos, por ser o objetivo deste post, a mentira.

MENTIRA, UM TERRÍVEL "MECANISMO DE DEFESA"

Conheço ( e você também deve conhecer!) um batalhão de pessoas estropiadas por completo na vida, porque, infelizmente, foram impiedosamente enganadas por outras em quem sempre acreditaram leais, e a quem devotavam a mais pura e cega confiança, o mais belo, cuidadoso e devotado amor.


Mas...foram apunhaladas pelas costas.

Pessoas que ferem, sem piedade, como foi dito, e pisoteiam o coração de outras, que as amam, tratando-as como tijolos ou pedras; e não como seres humanos que possuem alma, coração e sentimentos, estão mais perto da animalidade irracional do que da humanidade concedida pelo Criador.

Por isso, o seu "mecanismo de defesa" não merece eufemismos, não.

São, para vergonha delas, hipocrisia e falta de caráter, sim - um câncer que invade e toma conta da alma de seres humanos mesquinhos e rasteiros, movidos pela única força que conhecem: a nojenta força do egoísmo.


Que Deus nos proteja de tais pessoas! E que tenhamos a capacidade de discernimento para reconhecê-las e afastar-mo-nos delas!

Tony Ayres

23 novembro, 2011

NOVO ESTUDO DEMONSTRA QUE PSICOPATAS TÊM DEFORMAÇÃO NO CÉREBRO

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Já sabíamos que os psicopatas são pessoas antissociais, cautelosas e, em alguns casos, violentas. Também tínhamos conhecimento de que elas eram incapazes de sentir medo ou culpa.


Na verdade, apenas as características acima descritas não são suficientes para definir com exatidão se uma pessoa apresenta sintomas de psicopatia ou não.


No entanto, elas são encontradas na maioria dos indivíduos diagnosticados como psicopatas.


O NOVO ESTUDO


A novidade fica por conta de um novo estudo conduzido por um pesquisador norte-americano, o qual revelou que há características físicas no cérebro capazes de identificar uma predisposição à psicopatia.


Analisando tomografias computadorizadas de cerca de 40 prisioneiros, os pesquisadores chegaram à conclusão de que o cérebro dos condenados não têm certas ligações em áreas responsáveis por sentimentos como medo ou culpa.


De acordo com o professor Michael Koenigs, autor do estudo, esse é o primeiro trabalho que mostra claramente diferenças funcionais na estrutura do cérebro de indivíduos diagnosticados com psicopatia.


Essa conclusão significa que, ao menos em tese, é possível prevenir comportamentos psicopatas, caso os pacientes sejam diagnosticados com antecedência, isto é, antes que venham a perpetrar qualquer ato violento ou criminoso.


O estudo abre também portas para novas pesquisas de medicamentos que venham produzir a cura das psicopatias, consideradas até aqui como enfermidades mentais sem cura.


No filme Hannibal, o psiquiatra Hannibal Lecter (interpretado por Anthony Hopkins), é um exemplo da figura que pode chegar a ser um psicopata. No entanto, se a doença tivesse cura, o final do filme poderia ser totalmente diferente.


Esperemos que a Ciência logo esclareça essa questão em definitivo.


Tony Ayres

21 novembro, 2011

A ENTREVISTA DE TONY RAMOS E A SÍNDROME DA FAMA TELE-EVANGELÍSTICA (REPUBLICAÇÃO)

A Entrevista de Tony Ramos e a Síndrome da Fama Tele-Evangelística

Por Tony Ayres

Ao assistir, recentemente, à entrevista de Tony Ramos, na Rede Globo; não pude deixar de estabelecer um elo de comparação entre ele e determinado tele-evangelista, cujo desejo de fama subiu à cabeça.

Quando sai da pele de seus personagens, o homem Tony Ramos revela-se um um ser humano de rara beleza. Despoja-se de toda afetação (que, no estágio de sucesso que alcançou, até poderia ser-lhe perdoada, se a tivesse) e permite-se ser simplesmente como é e como sempre foi.

Respeitado por todos os seus colegas de trabalho como um homem íntegro, bondoso e com um enorme carisma, sua simplicidade é conhecida dentro das dependências da Globo, onde trata com a mesma humanidade, tanto colegas de peso, como o ator Lima Duarte; como os camareiros e zeladores da Casa.

Casado desde o ano de 1969 com Lidiane, a esposa por quem confessa publicamente ser apaixonado; aos 61 anos de idade, o ator é pai de dois filhos: um médico e uma advogada e já comemora a chegada dos netos, sem esconder sua alegria.

À apresentadora Ana Maria Braga, Tony confessou ser um homem simples, de família, que respeita as demais pessoas, em suas diferenças; que não abriga qualquer tipo de inveja em seu coração; que não enxerga o sucesso como algo que o seduza e que medir o ser-humano por esse parâmetro é simplesmente algo mesquinho e menor.

A CONTRAPARTIDA

Em nosso mundo cristão evangélico, infelizmente, pessoas que chegam a ganhar alguma notoriedade no meio televisivo, surpreendem-nos com um comportamento completamente oposto.

Há alguns dias, coloquei aqui uma postagem referindo-me a determinado evangelista da TV e critiquei a sua postura, quanto ao envio de $900 reais, "exigidos" pelo "profeta" que o acompanhou, como condição para a liberação da "bênção da prosperidade".

Pois bem, em seu programa do último sábado, o referido pastor da TV "mandou" um aviso" aos críticos, afirmando que poria novamente, por algumas vezes, o tal programa no ar, afirmando que "os críticos são pessoas fracassadas e recalcadas, que ficam incomodadas com o sucesso alheio" (no caso, o dele, obviamente).

Espanta saber que tal pastor não esconde de ninguém ser formado em Psicologia e, ao mesmo tempo, demonstra publicamente, na TV, que esta, infelizmente, parece que não lhe ensinou nada, tanto no que se refere ao trato para com as pessoas, passando pela incapacidade de aceitar críticas de uma forma madura ( e não na infantilidade do "revide" grosseiro); como na falta do verdadeiro conhecimento psicanalítico da "teoria do recalque", elaborada por Freud.

Por outro lado, o que entende tal pastor por "pessoa fracassada"? Provavelmente, para ser coerente consigo mesmo, um "fracassado", para ele, é alguém que não tem o desejo de estar, a qualquer preço, na TV; quem não tem a "gana" por notoriedade e "poder", que não deseja aumentar o número de cruzadas com o fito de auto-promoção pessoal; e que não tem nenhum interesse em enriquecer pedindo ofertas e vendendo livros, para ter mais tempo "no ar".

De acordo com esses parâmetros, pessoas como Albert Einstein, Ghandi, Madre Tereza de Calcutá ou o anônimo médico que dedicou a sua vida a atender as pessoas de uma favela da Casa Verde, em São Paulo, gratuitamente, apenas tomando uma xícara de café em cada barraco onde visitava um paciente; foram todos FRACASSADOS.

O QUE SE OBSERVA, AFINAL, NESTA HISTÓRIA?

Por um lado, um grande artista, famoso e reconhecido em todo o Brasil e até fora dele, como um homem talentoso, humano, realizado, de bem com a vida, que atribui ao sucesso apenas um valor menor, no grande contexto da existência.

Por outro, um tele-evangelista que precisa pagar por seus horários para aparecer na TV, que não consegue disfarçar, sob o título de cristão, o ser humano iracundo e belicoso que, na realidade, demonstra ser; e que, a continuar nesse modo de agir, provavelmente nunca terá qualquer notoriedade que ultrapasse o mundo evangélico.

O que podemos afirmar, resumindo, é que o Jesus sobre quem a Bíblia nos fala. era um homem muito simples:cansado, tomava água à beira de um poço ou dormia no canto de um barquinho.
Mesmo sendo o Filho de Deus, não tinha onde reclinar a cabeça e quando morreu, na cruz cruenta do Monte Calvário, os soldados dividiram entre si o único bem material que possuía: suas vestes pessoais.

Mesmo assim, João Batista, o último dos profetas do período de vigência da Lei, testemunhou dele, nos arredores do Jordão: "É necessário que ele cresça e que eu diminua" (Jo. 3.30).

Procura-se evangelistas de TV que estejam dispostos a seguir o exemplo de Jesus e que tenham o espírito de João Batista.

15 novembro, 2011

CARTA A UMA QUERIDA AMIGA QUE RESOLVEU FAZER PSICOTERAPIA

 

terapia

“Fiquei contente ao saber que você está fazendo psicoterapia. Parece-me que você decidiu "passar a vida a limpo"e, pelo jeito, já descobriu algumas coisas importantes.

Quero lhe dizer que, fazer terapia quase nunca deixa de nos trazer coisas tristes, pois, ela nos revela "aquele lado feio e negro" da nossa vida que nunca quisemos ou pudemos enxergar. Ela nos mostra quantos trastes inúteis acumulamos nos "porões" da nossa alma durante anos e anos.

Mas esse "encontro com o próprio eu", por mais sofrido que seja, é compensador, acredite.

Chega uma hora na vida em que não desejamos mais mentiras, não queremos mais fantasias. É o momento de enfrentarmos os nossos próprios fantasmas e de ganharmos forças para vencê-los e seguir em frente.

Sabe, os budistas dizem que a infelicidade dos homens existe porque eles são vítimas do "desejo de ignorar". A psicanálise, por outro caminho, descobriu que eles têm o "desejo de não querer saber".

Por isso, existe esse enfrentamento na terapia: temos que vencer as resistências e conhecer a verdade sobre nós mesmos. Aí, num sentido psicológico, cumprem-se as palavras de Jesus:"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".

E já que me referi à verdade ou às verdades, deixe-me dizer-lhe mais uma que, por certo você já descobriu, mas, possivelmente, ainda não "lhe caiu a ficha". Você me diz, no e-mail, que quer ter uma vida sólida (você acha que somente uma "vida sólida" a fará feliz).

Mas...Rubem Alves há muito tempo escreveu (e eu concordo com ele) que "vida sólida" não existe! Ele diz que nós acreditamos que a nossa vida seja forte como uma esfera de aço. Na verdade, porém, ela é frágil como uma bolha de sabão! Basta um ventinho mais forte e essa bolha estoura.

Isso é revelador porque nos dá coragem de fazer o que acreditávamos não poder! Ensina-nos a viver pequenas coisas como grandes feitos e a valorizar cada aparentemente "pequena" conquista. Mostra-nos que devemos parar de perseguir "o ótimo" que, como a linha do horizonte, está sempre longe; e a aceitarmos "o bom", que já está pertinho de nós.

Rubem Alves também nos ensina que devemos ser corajosos como a aranha. A aranha tem coragem de lançar-se no abismo, confiando apenas num fio! Sim, porque ela acredita no fio de sua própria teia, ela lança-se para mais fundo e para mais longe, mesmo em meio à escuridão.

O  Almir Klink, entrevistado pelo "Fantástico" deste último domingo, deixou claro que ele não precisa de dinheiro, não precisa de propriedades, não precisa de "status"não precisa de "poder" para ser feliz. Ele só precisa ser livre para viajar (entenda "velejar") e, velejando, ele atravessou, sozinho, os oceanos, chegando ao lugar que ele mais gosta: a Antártida.

Que tal você discutir com seu/sua terapeuta qual seria a "sua Antártida"?

Torço por seu crescimento e felicidade!”

Tony Ayres

12 novembro, 2011

RESPOSTA A UMA MULHER CRISTÃ QUE SE SENTE ATRAÍDA POR OUTRA MULHER

 

mulher triste

 

“Boa tarde.

Há algum tempo procuro ajuda de algum profissional pra resolver meu problema. Mas, os que tenho encontrado, não sei, não me sinto a vontade pra falar.

Então resolvi procurar um cristão, pq acho que é alguém que tem o pensamento e os valores mais parecidos com o meu e não vai ficar rindo de mim. Mas antes de começar, gostaria de saber se o senhor tem a cura pra uma mulher que se interessa por outra mulher.

Não suporto isso! Quero ser normal! Quero casar, ter filhos, constituir familia. Mas vejo isso cada vez mais distante de me fazer feliz e isso me apavora!

Por favor, diga que o senhor pode me curar! “

Anônima

 

Prezada Anônima

Nenhum terapeuta honesto vai responder a seu cliente que TEM A CURA PARA A SUA PATOLOGIA, pois não é assim que as coisas funcionam.

Problemas que afetam a nossa alma, a nossa sensibilidade, a nossa relação com o outro e com o mundo não são como doenças físicas, para as quais você toma um medicamento e fica curada.

O trabalho de um terapeuta É AJUDAR O SEU CLIENTE a descobrir o porquê e onde estão as raízes do problema que lhe traz sofrimento.

Em seu caso, essas raízes certamente têm a ver com o seu passado e em como foi a sua relação com seu pai, sua mãe ou outras figuras que tiveram a mesma importância deles para você.

Compreendo sua aflição e sua luta interior, mas esse é um trabalho difícil, que pode ser doloroso, mas que pode, sim, desde que você se compreenda, ter uma solução.

Mas, DEPENDERÁ SEMPRE DE VOCÊ e não do terapeuta que escolher.

Pense nisso. E se compreender que vale a pena despender um esforço nisso (e se quiser), volte a me escrever.

Cordialmente,

Tony Ayres

P.S: Tenho quase certeza de que não sou eu o primeiro a dizer-lhe isso

10 setembro, 2011

PORNOGRAFIA - FAZENDO MAL A SI MESMO - A AUTO SABOTAGEM


Por Dr.  Eduardo Adnet

Durante vários anos busquei compreender a fundo por que tantas pessoas buscam a pornografia, a prostituição e relacionamentos extraconjugais. Busquei também entender por que a pornografia continua se proliferando que nem baratas em esgoto na internet. E com um dado a mais: porque proliferam tanto os sites de pornografia homossexual.

As explicações mais frequentemente ouvidas são as que asseveram que estes sites pornográficos (heterossexuais e homossexuais) se proliferam porque são um negócio bilionário a nível mundial. Isto não deixa de ser realidade, porém trata-se aqui de uma simples consequência óbvia em razão do crescente número de pessoas que buscam a pornografia. A questão não é esta, mas sim o motivo por essa busca. E aqui a explicação para esta busca é um pouco mais complexa do que a busca pela auto-sabotagem pelo álcool e pelas drogas.

A História possui material artístico mais do que abundante retratando através de pinturas, esculturas e poemas o amor entre um casal. E em grande parte (senão na maioria) dessas manifestações artísticas históricas estão presentes, de forma mesclada e harmonizada, afetos e sexualidade, o que é perfeitamente natural. As relações sexuais quando preenchidas por amor e carinho mútuos são relações saudáveis e possuem a capacidade de suprir plenamente as carências afetivas e sexuais presentes nos seres humanos. 

Todavia, este tipo de relação só sobrevive se houver compromisso e fidelidade mútua. E a consumação plena deste tipo de relação se dá pelo matrimônio. A experiência humana tem demonstrado que é impossível a um homem amar e se dedicar a mais de uma mulher. Também uma mulher não pode amar e se dedicar a mais de um homem. O modelo histórico da estrutura familiar é o melhor modelo de relação conjugal que existe, e aqui não se trata de minha opinião, mas de uma constatação histórica, só não o reconhecendo quem deliberadamente desejar fechar os olhos a esta verdade.

Há casais que perderam esta estrutura conjugal porque se separaram, outros porque ficaram viúvos, e há os que nunca jamais experimentaram uma vida conjugal, ou por serem solteiros, ou por apresentarem transtornos da sexualidade.

Todavia, como por instinto natural, as pessoas sempre buscam alguém para estar ao seu lado, e esta busca é pela afetividade envolvida na relação e também pelo componente sexual relacionado a ela.

A busca pela prostituição e pela pornografia nada mais é do que um meio doentio de assistir uma relação sexual entre duas pessoas a fim de que se possa consumar a fantasia da projeção. É algo como assistir a um filme onde pessoas se banqueteiam em uma mesa, e o expectador se projeta nessa mesa irreal, como se ele próprio ali estivesse. Mas não está. E uma das inevitáveis consequências da busca frequente pela prostituição e pela pornografia é um brutal aumento do vazio afetivo, da dolorosa percepção da solidão e da tristeza. 

Estes comportamentos, não infrequentemente, se tornam compulsivos, o coração se entristece e esfria cada vez mais. A pessoa tende a assumir uma postura mórbida e sarcástica em relação a tudo o que diga respeito a sexo, e isto termina por conduzi-la à perpetuação dos comportamentos sexuais compulsivos até ao ponto de experimentar as experiências da prostituição ou da pornografia como um meio de se auto-sabotar, de fazer mal a si mesma. São comportamentos autodestrutivos, pois estes comportamentos refletem rejeição a si próprio. E o ódio ou a rejeição de si próprio tendem a conduzir à auto-sabotagem. 

E a tão sonhada relação ideal jamais chega, pois a busca está sendo feita no território errado. E isto sem falar que em muitas situações a busca já não mais existe. Algo como uma derrota aceita, algo como uma rendição.

Todas as formas de auto-sabotagem devem ser tratadas o quanto antes. Porém, se o coração humano e suas necessidades não forem profundamente considerados, o tratamento poderá ter um efeito apenas parcial. Isto se não redundar em um espetacular e lamentável fracasso. Para o paciente, e também para o psiquiatra.

Dr Eduardo Adnet - Médico Psiquiatra
Especialista Titulado Pela Associação Brasileira de Psiquiatria e
Associação Médica Brasileira

06 agosto, 2011

RELACÕES AMOROSAS TUMULTUADAS: SERÁ QUE VOCÊ CONVIVE COM UM MISÓGINO?

 

casal-brigando-300x218O termo grego "misógino" é utilizado pelos psicólogos para designar a pessoa que odeia mulheres: miso = odiar e gyne = mulher. Isso, teoricamente falando, porque, na vida real, nem sempre é fácil reconhecer um misógino.

À primeira vista, ele é muito educado, gentil; e, em geral, considerado um gentleman. Tem muita facilidade em conquistar a mulher por quem está interessado, pois age de maneira extremamente amorosa, o que o torna quase irresistível.

Sua atitude demonstra um apaixonamento e uma dedicação tão intensos que, com o decorrer do tempo, fica cada vez mais difícil para a mulher estabelecer limites seguros e ser capaz de atribuir-lhe quaisquer responsabilidades na eventual geração de conflitos ou turbulências no relacionamento.

Na verdade, estabelece-se um contrato tácito (sem palavras, mas compreendido por ambos), no qual o homem vai, imperceptivelmente avançando nos limites, a fim de tomar pé de até onde pode ir com seu estilo manipulador e altamente controlador.

A mulher, por sua vez, a fim de "preservar" a relação", tenta ser boa todo o tempo e evita confrontá-lo. Com isso, evidentemente, o relacionamento fica assimétrico e ela, naturalmente, fragiliza-se cada vez mais.

Esse controle do misógino vai avançando de tal maneira que chega a alcançar as áreas financeira e íntima, prejudicando a couple_fighting_casal_brigando_450sexualidade do casal. Ainda que a mulher faça tudo para evitar desentendimentos, ele acaba sempre convencendo-a de que ela sempre está errada.

Com o tempo, ela passa a medir cada palavra que pronuncia, uma vez que, confusa e cada vez mais perplexa, teme que tudo “desmorone” de uma hora para outra. À essa altura, ela já está irreconhecível e a sua auto-estima se encontra totalmente minada.

Torna-se difícil tomar qualquer atitude, uma vez que o homem utiliza argumentos que lhe soam tão lógicos para o bem da relação, que ela passa a chafurdar-se num mar de lodo emocional.

A única coisa que ele deseja é sentir que ela lhe dê mostras de seu amor incondicional por ele, através de muita compreensão e do atendimento de suas mínimas necessidades, sem demonstrar qualquer tipo de aborrecimento. Algumas vezes, ele estoura e, em seguida se arrepende, voltando a ser o homem maravilhoso do princípio...até que novo estouro aconteça.

Vale ressaltar que, a despeito dessa descrição avassaladora da atitude de um misógino, ele está totalmente inconsciente dela e sequer tem noção da dor que sua atitude produz no outro. Seu comportamento é, na verdade, um subproduto de sua história de vida na família de origem, que lhe causou um sofrimento psicológico, o qual não pôde ser evitado.

Geralmente, ele é oriundo de um relacionamento conturbado entre seus pais, com o qual aprendeu que oprimir a mulher é a única maneira de controlá-la.

Como adulto, ele “atualiza” a vivência sofrida no passado, buscando desesperadamente ser amado, ainda que de uma maneira totalmente deturpada.

Já em relação à mulher que tende a relacionar-se com um misógino; o mais provável é que ela tenha sido infantilizada pela sua família pregressa e, por essa razão, tenta encontrar no parceiro, suporte, apoio e amor, como forma de compensação.

Assim sendo, embora pareça que o misógino seja o carrasco e a mulher seja a vítima, a verdade é que existe um conluio entre eles. De uma forma doentia, precisam um do outro.

A solução para esse problema é um dos dois sair do círculo vicioso e começar a agir de uma maneira nova. Geralmente, quando isso acontece, existem três possibilidades:

1. A mulher mantém-se submissa, para conservar consigo o seu homem.

2. Ela prefere separar-se dele.

3. Ela decide investir numa nova relação com o mesmo homem.

As que optam pela última opção terão que elaborar a reconstrução de sua auto-estima, estabelecer limites claros, ser firmes perante o parceiro e assumir o seu lugar dentro da relação. Para isso, com toda probabilidade, elas necessitarão de ajuda terapêutica.

casal_briga1O resultado dessa atitude provocará uma solução do problema que provavelmente será: ou o seu misógino desistirá de ser o algoz para ficar a seu lado, ou desistirá da relação.

De qualquer forma, ela terá conquistado o resgate de sua auto-estima.

Tony Ayres

Baseado no livro: “Homens que odeiam mulheres & mulheres que os amam “, de Susan Forward e Joan Torres, texto de SÔNIA NEMI(www.sonianemi.com)

20 julho, 2011

BELEZA ESTÉTICA: RAZÃO DE ALEGRIAS E SOFRIMENTOS

 

ashlee-simpsonTodos sabemos que a chamada beleza estética varia de uma época para outra e também de uma cultura para outra. As  anoréxicas top-models dos dias de hoje, apontadas por muitos como “cabides ambulantes” não fariam nenhum sucesso nas décadas de 1950 e 1960, nas quais o padrão de beleza feminino centrava-se na mulher “cheinha”, com curvas muito bem delineadas.

Todavia, na atualidade, temos um fator decisivo na disseminação dos padrões tidos como belos: a super-impactante força da mídia, representada, principalmente, pela televisão digital e pela Internet. As artistas de novelas (ou os artista, no caso dos homens) e as apresentadoras de programas, por exemplo, são belas, malhadas, possuem dentes e sorrisos perfeitos, cabelos brilhantes e, além de tudo, vestem-se muito bem.

Isso produz um mundo encantado que é projetado em quem as assiste.

Esse mundo encantado é assimilado e introjetado pelos telespectadores ou internautas. Em se tratando de homens, eles admiram; no caso das mulheres, elas procuram imitar, uma vez que querem ser amadas e desejadas como as atrizes de TV.

É claro que esse é um processo mais ou menos inconsciente, no qual o mundo interior psíquico do indivíduo é invadido por estímulos externos, tornando a imitação algo tão forte que, não raras vezes, avizinha-se de uma obssessão.

QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DISSO?

Não é preciso refletir muito para se perceber as consequências de um processo identificatório como esse:

1. Algumas mulheres privilegiadas saem-se bem, pois foram agraciadas com padrões de beleza que batem com aqueles difundidos pela mídia. Nesse caso, podemos dizer que o resultado é satisfatório, uma vez que há um ganho para a auto-estima.

2. Um outro grande número de mulheres não possui os padrões difundidos. Mesmo assim, imitam os cortes de cabelo, as roupas da moda ( que não lhes caem bem) e o estilo de vida que imaginam apropriado para elas também. O resultado pode ser, em alguns casos, ridículo e, no mais das vezes, alienante, uma vez que elas passam a viver uma irrealidade.

3. Finalmente, temos aquelas mulheres que, decididamente, estão muito longe de ser reconhecidas como esteticamente belas.  O resultado, neste caso, é, frequentemente a decepção e o sofrimento.

ENTÃO OS RESULTADOS JÁ SÃO PRÉ-DETERMINADOS?

A impressão que temos é a de que a resposta será “sim”, mas a realidade nos ensina que essa resposta é “não”.

Isso porque o ser-humano não é somente “casca”. Beleza estética nunca foi garantia de um casamento duradouro, por exemplo; mas a beleza interior, cultivada e apreciada ao longo da vida, é o tipo de beleza que adorna as pessoas com um aura irresistível. As  que possuem essa beleza interior, geralmente são as que são mais felizes e possuem os relacionamentos mais compensadores e duradouros.

Além disso, “vã é a graça e enganosa a formosura”. Beleza física acaba, fica velha com o passar dos anos. Mas a beleza interior jamais tem fim. É um presente que dura a vida toda para aqueles que têm a virtude se conseguir cultivá-las.

CONCLUSÃO

Concluímos, então, que ninguém precisa viver frustrado ou decepcionado com sua aparência. Existe uma máxima, muito verdadeira que afirma que “cada mulher tem a sua graça”. Isso, positivamente, é verdadeiro.

É claro que ninguém deve relaxar e descuidar-se de sua aparência. Mas, fundamentalmente, é preciso enriquecer-se interiormente, ter conteúdo, ser sábia (falo com as mulheres, aqui).

Isso sim, resultará numa saudável auto-estima e contribuirá, sem dúvida para a felicidade e a realização pessoal.

Tony Ayres

NOTA: Colocamos, neste post, uma foto da atriz e cantora americana Ashlee Simpson, considerada muito bela, por muitos, para exemplificar como a beleza estética atrai.