10 setembro, 2011

PORNOGRAFIA - FAZENDO MAL A SI MESMO - A AUTO SABOTAGEM


Por Dr.  Eduardo Adnet

Durante vários anos busquei compreender a fundo por que tantas pessoas buscam a pornografia, a prostituição e relacionamentos extraconjugais. Busquei também entender por que a pornografia continua se proliferando que nem baratas em esgoto na internet. E com um dado a mais: porque proliferam tanto os sites de pornografia homossexual.

As explicações mais frequentemente ouvidas são as que asseveram que estes sites pornográficos (heterossexuais e homossexuais) se proliferam porque são um negócio bilionário a nível mundial. Isto não deixa de ser realidade, porém trata-se aqui de uma simples consequência óbvia em razão do crescente número de pessoas que buscam a pornografia. A questão não é esta, mas sim o motivo por essa busca. E aqui a explicação para esta busca é um pouco mais complexa do que a busca pela auto-sabotagem pelo álcool e pelas drogas.

A História possui material artístico mais do que abundante retratando através de pinturas, esculturas e poemas o amor entre um casal. E em grande parte (senão na maioria) dessas manifestações artísticas históricas estão presentes, de forma mesclada e harmonizada, afetos e sexualidade, o que é perfeitamente natural. As relações sexuais quando preenchidas por amor e carinho mútuos são relações saudáveis e possuem a capacidade de suprir plenamente as carências afetivas e sexuais presentes nos seres humanos. 

Todavia, este tipo de relação só sobrevive se houver compromisso e fidelidade mútua. E a consumação plena deste tipo de relação se dá pelo matrimônio. A experiência humana tem demonstrado que é impossível a um homem amar e se dedicar a mais de uma mulher. Também uma mulher não pode amar e se dedicar a mais de um homem. O modelo histórico da estrutura familiar é o melhor modelo de relação conjugal que existe, e aqui não se trata de minha opinião, mas de uma constatação histórica, só não o reconhecendo quem deliberadamente desejar fechar os olhos a esta verdade.

Há casais que perderam esta estrutura conjugal porque se separaram, outros porque ficaram viúvos, e há os que nunca jamais experimentaram uma vida conjugal, ou por serem solteiros, ou por apresentarem transtornos da sexualidade.

Todavia, como por instinto natural, as pessoas sempre buscam alguém para estar ao seu lado, e esta busca é pela afetividade envolvida na relação e também pelo componente sexual relacionado a ela.

A busca pela prostituição e pela pornografia nada mais é do que um meio doentio de assistir uma relação sexual entre duas pessoas a fim de que se possa consumar a fantasia da projeção. É algo como assistir a um filme onde pessoas se banqueteiam em uma mesa, e o expectador se projeta nessa mesa irreal, como se ele próprio ali estivesse. Mas não está. E uma das inevitáveis consequências da busca frequente pela prostituição e pela pornografia é um brutal aumento do vazio afetivo, da dolorosa percepção da solidão e da tristeza. 

Estes comportamentos, não infrequentemente, se tornam compulsivos, o coração se entristece e esfria cada vez mais. A pessoa tende a assumir uma postura mórbida e sarcástica em relação a tudo o que diga respeito a sexo, e isto termina por conduzi-la à perpetuação dos comportamentos sexuais compulsivos até ao ponto de experimentar as experiências da prostituição ou da pornografia como um meio de se auto-sabotar, de fazer mal a si mesma. São comportamentos autodestrutivos, pois estes comportamentos refletem rejeição a si próprio. E o ódio ou a rejeição de si próprio tendem a conduzir à auto-sabotagem. 

E a tão sonhada relação ideal jamais chega, pois a busca está sendo feita no território errado. E isto sem falar que em muitas situações a busca já não mais existe. Algo como uma derrota aceita, algo como uma rendição.

Todas as formas de auto-sabotagem devem ser tratadas o quanto antes. Porém, se o coração humano e suas necessidades não forem profundamente considerados, o tratamento poderá ter um efeito apenas parcial. Isto se não redundar em um espetacular e lamentável fracasso. Para o paciente, e também para o psiquiatra.

Dr Eduardo Adnet - Médico Psiquiatra
Especialista Titulado Pela Associação Brasileira de Psiquiatria e
Associação Médica Brasileira

3 comentários:

  1. interessante!!!

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  2. Eu sinto isso...

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  3. Meu noivo tem problemas com isso, o que eu faço? Me ajude por favor, estamos com o casamento marcado, mas não quero subir ao altar assim... Preciso de ajuda!
    Sou cristã e temos um relacionamento em santidade!

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