16 março, 2012

Crer na Bíblia significa cometer suicídio intelectual?

cena do filme "Criação", que fala das questões de fé de Darwin

Sirvo-me, mais uma vez, desta página, para tentar despertar, talvez, em alguns de meus leitores, a importância de razoabilidade, quando tratamos das questões de fé.

Falando com muita honestidade, penso que estamos vivendo um momento da história da humanidade ímpar, em razão das muitíssimas descobertas da ciência e do fenomenal aporte de novos conhecimentos em todas as áreas do saber humano.

Todavia, não é apenas por esses motivos que acho o momento ímpar.

O momento histórico é impar em razão das consequências que as novas descobertas tem produzido; não digo nem na religião, mas na fé das pessoas.

Os cristãos que, conscientemente ou não, professam uma fé fundamentalista, encontram-se, de repente, diante de uma sinuca de bico existencial: ou acreditam na ciência e deixam de crer na Bíblia; ou aceitam a Bíblia literalmente ("ao pé da letra") e cometem  um suicídio intelectual. Parece-lhes não haver um meio termo que possa apaziguar o coração.

Para a mim, a grande saída é exatamente o fato de que esse meio termo existe, e podemos conviver com ele pacificamente, sem abrirmos mão de nossa fé (o que seria uma loucura); mas também, sem deixar de referendar as promissoras descobertas científicas.

Evidentemente, em função de minha formação terapêutica, não posso e nem desejo julgar quem está certo e quem está errado.

EXEMPLO BÍBLICO

Para explicar o meu ponto de vista sobre essa questão, vou valer-me tão somente do exemplo bíblico, representado pelos capítulos 1 e 2 do Gênesis. Ali encontramos a descrição da criação do mundo e, particularmente, da criação do homem, na história de Adão e Eva.

É minha opinião que tais fatos possam ser vistos como uma "fotografia", quando se crê na literalidade do texto. Mas podem também ser vistos como uma "radiografia", quando se entende que o texto constitui uma metáfora, uma representação simbólica para a criação, visão esta que, atestam os próprios cientistas, comporta a própria Teoria da Evolução das Espécies.

Como se vê, a questão pode e deve ser objeto de ponderações. Isso é razoável.

O que não é razoável é apostatar da fé e tornar-se ateu, em função de uma radicalização irrefletida.

Soli Deo Gloria

Antônio Tadeu Ayres

4 comentários:

  1. Um ateu não tem uma "radicalização irrefletida" de sua busca pela fé, aliás tem sim... Assim como ele acha que o cristão tem. O fato de pertencer a um dos extremos não permite uma análise justa sobre o caso.
    Qual o sentido desse blog afinal? Por que usar recursos científicos (e portanto neutros) do psicoterapeuta pra tentar explicar dogmas cristãos?

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  2. Olá,
    Gostaria de saber se vc faz atendimento aqui em SP, se tem consultório?! Preciso muito de um psicanalista mas que seja cristão!
    Obrigada

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  3. Olá, Suzana:

    Não estou clinicando atualmente, mas você pode procurar o CPPC (Corpo de Psiquiatras e Psicólogos Cristãos). Para encontrar um local de atendimento, basta procurar no Google.

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  4. Ola, eu não sei se realmente entendi o seu texto, mas não concordo no "meio termo".
    Por exemplo, em Gênesis, na criação do universo esta completamente de acordo com a ciência. A bíblia prova o Big Bang, e as outras sequências. A ciência não prova a existência de Deus, o que é completamente racional, uma vez que não temos uma foto ou vídeo para usar como prova, então ela busca outras alternativas.
    Se quiser, podemos conversar mais sobre. bruno.damada@gmail.com

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