26 março, 2010

CASO ISABELLA: E SE ELES FOREM INOCENTES?

"E se eles forem inocentes?" - essa é a pergunta através da qual o escritor Marcelo Carneiro da Cunha inicia seu artigo no "Terra Magazine, edição de hoje(http://terramagazine.terra.com.br/interna/0,,OI4341027-EI8423,00-E+se+eles+forem+inocentes.html).

Nesse artigo, conforme você pode conferir, o colunista mostra o "circo" montado em frente ao forum de Santana (bairro da Zona Norte de São Paulo) onde ocorre o julgamento; em que não faltam repórteres à cata de quaisquer novidades, tolos com placa ISABELLANARDONIde protestos e até um pastor evangélico, expulso (provavelmente por querer converter vidas, "com seu coração piedoso") pelo inoportunismo de sua intervenção.

O escritor contrasta a "comédia" desse circo que se formou do lado de fora do forum, com o drama que se desenrola em seu interior, duríssimo pela sua realidade; e nefasto pelo número de vidas que, de qualquer maneira, serão afetadas pela decisão de um juri. 

E nada disso poderá trazer de volta, a doce e meiga menininha Isabella, a grande vítima desta tragédia.

No dia de ontem (25.02.2010), os noticiários de TV e as notícias de jornais chamaram a atenção para a atuação dos curiosos do lado de fora da "arena de julgamento", que chegaram a subir nas paredes e a correr atrás do veículo penitenciário, aos gritos de "justiça" e "assassinos".

Sem entrar no mérito da questão sobre a culpabilidade ou não dos réus; esses fatos fizeram-me lembrar da "mulher adúltera", atirada diante de Jesus para que Ele a julgasse e para saber qual seria o seu veredicto, perante a Lei de Moisés.

Tal qual no forum de Santana, ali, diante de Jesus e de uma mulher extremamente humilhada, estava também armado "um circo", que a multidão queria ver "pegar fogo".

No momento mais crítico, de maior dramaticidade e expectativa, eis que, serenamente, o Juiz ergue os olhos para a turba e diz: "aquele de vós que estiver sem pecado, atire a primeira pedra" (para matar a mulher).

A CULPA ESTÁ NA INTERIORIDADE DO SER HUMANO

A resposta de Jesus a todos pegou no contrapé, uma vez que Ele direcionou a acusação feita por aqueles homens para a interioridade de cada um deles; uma situação que, definitivamente, eles não podiam esperar e, por serem legalistas, muito menos suportar.

Naquele momento, Jesus os confrontou, não mais com a acusação que faziam à mulher; mas com a acusação que suas próprias consciências faziam contra si mesmos. E, como sabemos, nenhum deles considerou-se inocente.

Veja outra ocasião em que Jesus mostra que todos nós somos culpados: "

"E aqueles dezoito, sobre os quais caiu a torre de Siloé e os matou, cuidais que foram mais culpados do que todos quantos homens habitam em Jerusalém? Não, vos digo; antes, se não vos arrependerdes, todos de igual modo perecereis" ( Lc. 13. 4-5).

QUAL É A LIÇÃO QUE TEMOS NESSA PASSAGEM?

Muitos têm a tendência de julgar, ao ouvir ou saber de qualquer catástrofe, que aquele ou aqueles que dela foram vítimas eram, de alguma forma, "culpados". Logo, racionalizam, a catástrofe foi "o castigo divino" para os tais.

Jesus mostra, então, com clareza, que a culpabilidade, como no caso da mulher adúltera, está no interior de cada um de nós.

VOLTANDO AO COMEÇO

Retornando ao início desta postagem, desejamos destacar que o colunista do Terra, Marcelo Carneiro da Cunha, ao se referir ao casal Nardoni, afirma: "...se forem inocentes, esses dois acusados são hoje as pessoas mais injustiçadas desse país".

Pessoalmente, ainda sem entrar no mérito da culpabilidade ou não do casal, em relação a esse bárbaro crime, lembraria o fato de que, assim como os "acusadores" da mulher, nos tempos de Jesus, e assim como os manifestantes do forum de Santana, todos somos culpados de muitas coisas.

E para concluir, digo: muitos de nós que, talvez acusemos os réus do caso Isabella, talvez tenhamos culpas em nossas consciências também.

Quantos de nós, talvez, já não "matamos" emocionalmente nossos filhos, esposas e netos? Quantos, talvez, já não "assassinamos" psicológicamente nossos colegas de trabalho, amigos e companheiros de de ministério?

Talvez, a advertência de Jesus ainda encontre eco na nossas consciências:

"Aquele que dentre vós estiver sem pecado, atire a primeira pedra..."

Tony Ayres

21 março, 2010

A INFÂNCIA, O PROTÓTIPO DE TODA UMA VIDA

tom-cruise-like-father-like-son Poucas coisas se revelam tão verdadeiras como o conhecido ditado que diz: "O menino é o protótipo do homem". Essa é uma verdade incontestável na história da humanidade como um todo, como também o é na história de cada um e único indivíduo.

Freud descobriu e provou isso através das etapas que constituem a  a longa fase do desenvolvimento psicossexual do ser humano, durante as quais, qualquer erro ou deslize pode ter implicações por toda a existência.

Mas, milênios antes de Freud, o grande sábio Salomão já havia ensinado: "Educa a criança no caminho em que deve andar; e até quando envelhecer não se desviará dele" (Prov. 22.6). A  Psicanálise veio corroborar a veracidade dessas palavras, de uma maneira irrefutável.

ALGUNS EXEMPLOS

Quando você encontrar uma pessoa bondosa, sensata, justa e equilibrada, dê uma olhada em seus pais. Imediatamente você compreenderá o porquê desse modo de ser: os pais serviram como modelo positivo e nutritivo para os filhos.

Faça a mesma coisa com outra pessoa. Alguém que seja irresponsável, pouco dado ao trabalho, briguento, insatisfeito, crítico, etc. Procure olhar para sua família de origem, Se ela existiu, provavelmente foi o nascedouro de comportamentos tão desairosos.

A única coisa que NÃO podemos fazer, nesses casos, é generalizar. Isso porque exceções sempre existiram e sempre existirão. Mas, como o próprio nome diz, são exceções. A regra é a de que a qualidade da família de origem, das figuras parentais ou de seus substitutos sãom determinantes para a formação da personalidade do indivíduo.

UMA METÁFORA MUSICAL

Façamos uma analogia do que dissemos acima com as músicas clássicas do século XVIII. Naquela época, os compositores utilizavam uma forma musical chamada sonata. Os primeiros movimentos das sinfonias de Mozart e Beethoven são exemplos de sonatas.

Na sonata, todos os temas do movimento aparecem no início, no começo. Em todo o restante do movimento, o compositor desenvolve e amplia esses temas, criando variações sobre cada um deles e recapitulando-os. Esse é um poderoso esquema que, talvez explique a razão pela qual a música daquele período provavelmente sempre será tocada.

Pois bem, podemos supor que a vida de cada um de nós é como uma sonata. Todos os temas dos nossos relacionamentos e da qualidade deles aparecem no começo (na infância).

A nossa vida adulta (toda a nossa vida) consistirá nas variações, evoluções e recapitulações desses temas.

E DAÍ, O QUE FAÇO COM ESSA INFORMAÇÃO?

Em primeiro lugar, lembre-se de que, se você está satisfeito(a) com a pessoa que é, seus pais têm grande responsabilidade nisso e, portanto, você também tem grande responsabilidade no que seu filho ou sua filha será! E agradeça a Deus por isso.

Lembre-se de que sua influência sobre seus filhos farão deles as pessoas que serão. Portanto, se seu filho ou sua filha escolher para companheiro de casamento alguém que que seja um drogado ou um alcoólatra; ou uma pessoa decente e de bem, você foi determinante nessa escolha.

Em segundo e último lugar, se você, pessoalmente, foi a vítima de uma educação pouco saudável ou cresceu numa família disfuncional, lembre-se de que destino não existe.

Você pode mudar o curso de sua vida, dependendo de Deus e assumindo o compromisso por mudar a si mesmo, tomando nas mãos a responsabilidade pela construção de sua própria história.

Tony Ayres

 

10 março, 2010

O Verdadeiro Remédio Para a Culpa

BÍBLIA ABERTA Aquilo que a a maioria das pessoas conhecem como "consciência", a psicanálise chama de "superego". Quando, por alguma razão, sentimos a "consciência pesada", a psicanálise chama esse sentir de "culpa moral".

Há, no mundo, milhões de pessoas sentindo o peso da "culpa moral". Uma boa parte delas opta por fazer psicoterapia por meses; às vezes, anos a fio, para, de alguma forma, fortalecer o "ego" a fim de enfrentar a "culpa moral" do "superego", gastando muito dinheiro com isso.

No entanto, existe uma maneira muito mais eficaz de acabar com a "culpa moral". Basta apenas reconhecê-la e chamá-la pelo verdadeiro nome: pecado.

E, então, se conhecermos a Luz do Mundo, fazermos o que nos ensinou João:

"Mas, se andarmos na luz, como ele na luz está, temos comunhão uns com os outros, e o sangue de Jesus Cristo, seu Filho, nos purifica de todo o pecado" (1 Jo.1.7).

É uma forma simples, verdadeira e eficaz para livrarmo-nos da culpa e termos verdadeira paz com Deus.

Tony Ayres

07 março, 2010

O Melhor Presente de Casamento

                                                                                   Um conto de: Tony Ayres

 

 

 

LasBodasDeCana Os raios prateados do luar invadem displicentemente a janela de um tosco, mas cuidadosamente arrumado quarto de uma casa simples construída em pedras, iguais a tantas outras da pequena cidade de Caná.


O vento fresco vindo do mar da Galiléia ameniza o calor do dia, que castiga e torna a tez trigueira nas mulheres e a pele mais dura e avermelhada nos homens.


É justamente um desses homens, ainda muito jovem na idade e já experimentado nos labores da vida que, dentro do quarto, contempla os raios do luar, que teimam em seduzir seus olhos, enquanto seu coração vagueia e seu espírito devaneia de maneira quase que irresistível.

A noite tem o condão de trazer consigo sonhos, que, nesta época da vida, além de serem belos, ainda que não isentos de preocupações, são vivenciados mais acordados do que dormindo.

A voz do coração sempre é mais forte do que a da razão, mormente quando o coração ama e uma preocupação teima em turvar o ânimo daquele que, mais do que nunca, deveria estar feliz.

O silêncio é completo e quando a sua música inaudível se faz presente, apenas o contemplar do luar e do brilho das fulgurantes estrelas da Palestina levam os pensamentos cativos à imagem da amada que, em algum lugar, não muito longe, dorme o sono das virgens prometidas.

O Rabi que há pouco chegara de Nazaré e de cuja fama se ouvia falar em toda a região às margens de Tiberíades e para além da Galiléia, na província da Judéia; já conhecida por gentios e pelo povo da terra ensinara que não se pode esconder uma cidade edificada sobre um monte.

Caná não ficava sobre um monte, mas essas noites enluaradas cujos raios prateados penetravam cada pequena fresta faziam dela um espelho natural, impossível de não ser notado pelo natural ou pelo estrangeiro.

Benjamin – este era o nome do moço amante e amado – recostado em seu catre pensava sobre o grande passo que estava para dar. Seu sono havia ido embora, mas não por inquietações perversas, que trazem dor ao coração e infelicitam a alma.

Sua vigília era provocada por outra sorte de inquietude: aquela que somente o coração dos amantes tem o privilégio de conhecer. Não dormia por puro prazer em imaginar o sono da noiva, e tal sentimento ele o trocava de bom grado por uma noite insone, ainda que suas mãos calejadas tivessem que albardar os camelos nas primeiras horas da madrugada.

Pensava no meigo sorriso da doce Ester dormindo em sua magnífica recâmara.  Imaginava os cachos dourados de seus cabelos acalentando seus seios virginais, cobertos pela alva seda dos lençóis. Com certeza os sonhos da jovem seriam para ele, sabidamente, o único amor de sua vida.
Mas...seu pensamento tornava ao novo Rabi, que curava os enfermos e dava pão aos pobres.

Benjamin dividia o seu coração entre a felicidade de pensar em Ester e em considerar como seria esse Rabi tão desejado. Imaginava-o um homem bondoso e compassivo; pois que outra razão senão essas qualidades poderiam mover um Sábio tão afamado a fazer de pescadores seus mais íntimos amigos?

Entregue a essas reflexões, as fibras que teciam a rede na qual trabalhava feriam-lhe as mãos, sem que nem mesmo sentisse.
De repente, um pensamento, como um raio, atravessou-lhe a mente: Suas bodas com Ester estavam se aproximando; quem sabe por um desses milagres inexplicáveis, de que tanto ouvira seu pai lhe contar, o Rabi novo pudesse estar presente, tornando a festa a mais linda que Caná jamais presenciara?

Não havia ele próprio, e o pai, de viagem à Judéia, sido batizados por João Batista, o profeta do deserto, nas águas do Rio Jordão? E não havia ele ouvido da boca de João Batista, aquelas palavras que marcaram a sua vida indelevelmente?

“Aquele que tem a esposa é o esposo; mas o amigo do esposo, que lhe assiste e o ouve, alegra-se muito com a voz do esposo. Assim, pois, já este meu gozo está cumprido”.

Ora, Ester estava para ser sua esposa e, pelo que sabia o novo  Rabi era jovem, quem sabe sete ou oito anos apenas mais velho do que ele. Enfim, exausto, dormiu com esse pensamento embalando seu coração: ele, o noivo feliz com a sua amada; Ester, a linda esposa que lhe estava destinada; e, alegrando-se em sua alegria, o novo Rabi, como o amigo do noivo, assim mesmo como João havia dito, às margens do Jordão, na Judéia.

De fato, seu coração adivinhava.

Alguns dias depois, o mais feliz de sua vida, finalmente o seu sonho se realizou. As rubras faces de Ester, iluminada por seus lindíssimos olhos azuis como pedacinhos do céu, os seus lábios rosados e trêmulos de felicidade; o seu talhe esbelto cuidadosamente ornado, enfim, Ester inteira, de corpo e alma era lhe entregue por esposa, na tão esperada noite das bodas.

E quando os serventes mostraram-se aflitos porque o vinho da festa se acabava, eis que surge o novo Rabi, como havia ele sonhado, e lhe dá o mais precioso dos presentes: O milagre da água agora transformada no melhor vinho que jamais existira.

03 março, 2010

Ansiedade e Sexualidade Insatisfatória

                                                                         Por: Tony Ayres

 

 

 

CASAL DISFUNCIONAL NA CAMA O motivo da escrita deste artigo são as frequentes perguntas e dúvidas que aparecem nos blogs cristãos sobre sexualidade. Nesses blogs, as pessoas desejam saber se é é lícito a prática de sexo que não seja a natural entre um casal casado.

Antes de mais nada, é preciso entender que sexo "natural" significa coisas distintas, para pessoas diferentes.

O que para um casal pode ser natural, para outro pode ser errado e até abominável. Por essa razão, a sexualidade no âmbito do casamento ou as formas de expressão dessa sexualidade devem ser, antes de tudo, de foro íntimo do casal em questão.

A NECESSIDADE DE UM ESCLARECIMENTO

Entretanto, como neste campo específico, muitas igrejas ainda não tratam do assunto de forma objetiva e clara, mesmo em suas reuniões de casais,  tenho a impressão de que um esclarecimento se faz necessário.

Em se tratando do instinto sexual, se me sinto inclinado a praticar algo que a minha "consciência" reprova (ou não aprova totalmente), vou, fatalmente, ser vítima da ansiedade, que me "avisa" da culpa que essa mesma consciência me fará sentir, se eu insistir na prática daquilo que estou desejando e tenho dúvidas sobre se é certo ou se é errado.

Para não sentir essa ansiedade e quiser ficar em paz e aliviado, preciso encontrar uma saída. Essa saída acaba sendo a repressãode meu desejo.

Reprimo ou recalco esse desejo e, em contrapartida, volto a sentir paz.

E ISSO NÃO É BOM?

Isso poderia até ser bom, se o recalque tivesse sido completo.

Mas, na maioria dos casos, não é isso o que acontece. O que ocorre é, então, um recalque imcompleto, que será parcialmente eficaz.

O resultado concreto disso é que, dentro da situação sexual, o meu desempenho e o meu prazer ficarão comprometidos. Isso porque a porcão de ansiedade que restou trabalhará contra mim. É como se eu estivesse me dizendo:

"Sei que não deveria estar fazendo isso. Mas, se eu não o fizer bem ou se não for muito prazerozo, talvez  não me sinta culpado".

A CONSEQUÊNCIA

Ora, a consequência imediata da ansiedade sobre o sistema nervoso será, infelizmente, a interrupção do desempenho e o bloqueio do prazer sexual, o que levará o casal (principalmente o homem) a uma situação frustrante e profundamente constrangedora.

À vista do que aqui foi exposto, está claro que, se um casal não tiver completa certeza de que a forma de sexualidade que vai praticar não é legítima; para o seu bem, definivamente, não deve praticá-la.

"Bem aventurado aquele que não se condena naquilo que aprova"

28 fevereiro, 2010

Ciência, Um Caminho Para Deus

Por: Tony Ayres



cientista_michaelfaraday Durante alguns anos já, tenho tido o prazer de conversar com minha médica cardiologista sobre assuntos de fé, psicanálise e religião. Eu, como cristão evangélico. Ela, como praticante de reiki e esotérica.

Embora nossas crenças sejam tão diferentes, temos mutuamente nos respeitado e, em cada uma das longas consultas que tenho feito com ela, aos poucos surgiu uma verdade na qual ambos acreditamos e que pode ser resumida neste comentário, feito por ela, mais ou menos, com as palavras abaixo:

"Olhando para esse universo maravilhoso, é impossível crer que não exista um Ser superior por trás de tudo isso".

Por que estou contando isso?

Para ilustrar um fato impossível de não ser notado. O de que, cada vez mais a gente encontra médicos psiquiatras,médicos de outras áreas, psicólogos e psicanalistas crentes; enquanto, por outro lado, percebe-se uma triste realidade:

Jovens com menos de 30 ou 35 anos de idade, nascidos em lares cristãos e criados na Escola Dominical, rebelando-se contra a religião, negando a existência de Deus, reprimindo a sua fé, deixando-se levar pela leitura de meia dúzia de de filósofos ateus e teólogos liberais.

Isso tudo só pode ser resumido pela seguinte verdade, que tem se tornado cada vez mais evidente: a pouca ciência torna o homem prepotente, orgulhoso e pronto a descartar Deus; a ciência conhecida em profundidade torna-o humilde, sensato e crente em Deus.

Michael Faraday, descobridor da indução eletromagnética e fundador da Teoria do Campo Eletromagnético (conceitos que Einstein usaria para formular a sua Teoria da Relatividade) foi um fiel cristão.

Sobre ele, os cientistas costumam dizer que, se o Prêmio Nobel já existisse em sua época, por certo Faraday, teria ganho pelo menos cinco! Ele é considerado "o maior gênio experimental de todos os tempos".

Um fato conhecido a seu respeito é que, pouco antes de morrer, um jornalista lhe perguntou: "Quais suas especulações sobre a vida após a morte?". Ao que Faraday respondeu: "Especulações? Eu não tenho nenhuma. Eu descanso nas certezas. Eu sei em quem tenho crido e estou bem certo de que Ele é poderoso para guardar o meu tesouro até aquele dia".

Já Carl Gustav Jung, o mais famoso discípulo dissidente de Freud, ao discorrer sobre os conteúdos psíquicos, escreveu o seguinte:

"Como sou protestante, alguém poderia objetar: 'Ora, quando aconselha a um católico praticante que procure um padre para se confessar, está lhe indicando algo em que não acredita?' Para responder a essa crítica, devo esclarecer que na medida do possível não prego minha crença.

"Quando me perguntam a respeito, defendo minhas convicções, que não vão além daquilo que considero meu saber. Estou convecido daquilo que sei".("Pssicologia e Religião", editora Vozes, pg. 49)

Quem sabe uma reflexão mais profunda e sincera a respeito do que acima foi exposto não poderá levar alguns a reconsiderarem sua fé ou a falta dela, de uma maneira mais sensata, a fim de que encontrem a humildade - uma virtude que ilumina o caminho para se encontrar, de fato, Deus?

23 fevereiro, 2010

Seja Deus Verdadeiro e Mentiroso Todo Homem

PROTÁGORAS Estamos vivendo dias nos quais houve um amplo renascimento do que era defendido pelo antigo filósofo grego, Protágoras, e que se resume nestas palavras: "O homem é a medida de todas as coisas", afirmação essa que está longe de ser considerada cristã, uma vez que reflete um humanismo no qual não existe lugar para Deus ou para a fé.

Apesar disso, e a despeito de todo cristão verdadeiro ter a consciência de que Deus, e não o homem, é  que é a medida de todas as coisas, essa espécie de humanismo infiltrou-se nas mentes dos cristãos pós-modernos, fazendo deles instrumentos de uma espécie de fé ateísta (veja o paradoxo), que se traduz por atitudes, como as enumeradas a seguir:

1. A imagem de um Deus que é nada mais do que a projeção subjetiva das idéias e pensamentos de cada um.

2. A crença em um Cristo, não mais visto como Filho de Deus, mas "um filho de Deus", desprovido de qualquer deidade.

3. A concepção de uma Bíblia que deixou de ser a Revelação de Deus para a humanidade e passou a ser vista apenas como um livros de lendas judaicas.

Diante dessa realidade (que, felizmente não afeta os cristãos verdadeiramente transformados, que já lutaram com Deus como Jacó no vau de Jaboque), só temos que pedir graça e misericórdia para os contaminados por esse humanismo que rouba a glória de Deus e enaltece a criatura, ao invés do Criador.

Essa atitude arrogante só pode ser lamentada, pois escancara, para quem quiser ver, uma mente repleta de orgulho. O mesmo velho orgulho que precipitou Lúcifer desde os céus; que provocou a confusão de línguas, na torre de Babel; que enlouqueceu o empertigado rei Nabucodonozor; e que causou a morte de Herodes, comido de bichos.

Honestamente, não posso achar melhores palavras para encerrar este post, do que as do apóstolo Paulo: "...sempre seja Deus verdadeiro, e todo o homem mentiroso...(Rom. 3.4).

Tony Ayres

17 fevereiro, 2010

A Perigosa Situação do Marido Que Negligencia Sua Esposa

INTHEJOB Maíra é uma mulher cristã de 43 anos, muito bonita e de humor bastante alegre. Tem uma filhinha de 7 anos, que passa quase todo o dia na escola e a quem se dedica totalmente nos momentos em que a escola a libera.

Ailton, o marido de Maíra é um homem bem sucedido profissionalmente. É dono de seu próprio negócio, que tem progredido muito, nos últimos anos.

Dedica-se ao trabalho 12 horas por dia e, quando chega em casa, está sempre bastante cansado. Quase nunca fala com a esposa e vê a filhinha apenas esporadicamente.

Maíra tem ficado muitas horas livres por conta da filha estar na escola. Ela se ressente da pouca atenção que o marido lhe dispensa. Materialmente, nada lhe falta, mas mesmo quando vai ao cabelereiro ou usa uma roupa nova, Ailton não nota e não faz nenhum elogio.

De repente Maíra sente-se muito sozinha, sem nada para fazer e com muitas horas livres disponíveis. Esse estado de coisas começa a entristecê-la e a mudar um pouco seu temperamento alegre. Sente que precisa fazer alguma coisa, senão irá ficar deprimida.

Começa a procurar um emprego de meio-período, pois possui formação universitária. Candidata-se a um emprego de secretária numa empresa de engenharia e, devido à sua competência, é prontamente admitida.

Começa uma nova fase em sua vida. Seu novo trabalho lhe confere uma alegria que há muito não sentia. É então que conhece Enzo, um engenheiro solícito e muito gentil, que trabalha próximo à sua sala.

Enzo admira honestamente, tanto a competência de Maíra, quanto a sua beleza. Passam a frequentar juntos o refeitório da empresa e, nesses momentos, Maíra ri muito e se descontrai, pois Enzo é uma pessoa encantadora.

Maíra começa a preocupar-se, pois, o contraste entre seu esposo Ailton e seu colega de trabalho Enzo é muito grande. Um nada lhe deixa faltar e, em razão de dinheiro, ela nem precisaria trabalhar.

O outro, porém, a enxerga como mulher, preocupa-se com o seu bem-estar emocional e valoriza-a como pessoa. Impossível deixar de notar sua gentileza e cavalheirismo.

Por mais que Maíra procure não pensar no assunto, no fundo ela começa a ter dúvidas se teria forças para resistir se Enzo a convidasse para um jantar romântico. Apesar de sua formação cristã, sente medo de deixar-se levar pelas forças, que ela já considera, do coração.

REFLEXÃO

A história de Maíra, relatada acima, é apenas uma ficção. No entanto, ela foi colocada aqui porque, exatamente neste momento, existem muitas "Maíras" vivenciando histórias semelhantes; assim como existem muitos "Ailtons" cegos pelo trabalho e dando prioridades erradas dentro de seu lar, a um passo de perder a mulher a quem amam, por não estarem lhes dando o devido valor e o reconhecimento, que tanto necessitam.

Querido leitor, examine a sua vida e como você tem agido para com sua companheira. Quem sabe a leitura desta despretensiosa postagem não lhe poderá servir de alerta para fazê-lo perceber que o trabalho ou a igreja o tem roubado do convívio de quem você mais ama?

Dê atenção à sua mulher. Dê atenção à sua família. Partilhe mais de seu tempo e de seu amor com elas!

Antes que seja tarde demais...

Tony Ayres

13 fevereiro, 2010

Jovens, Sexo, DSTs, Gravidez Precoce e Igreja

Jovens Já tenho observado algumas vezes, neste blog, que, o verdadeiro teólogo (homem responsável por interpretar as verdades contidas na Palavra de Deus) é aquele preocupado em transmitir a Revelação de ontem para a realidade de hoje.

A mensagem do pregador precisa ser contextualizada, não apenas em relação ao texto bíblico, mas também em relação ao contexto sócio-cultural em que uma geração está vivendo.

Tendo-se isso como premissa, é indiscutível que a realidade atual, enfrentada pelos jovens (e velhos também, por que não?) é muito diferente daquela em que a geração dos que têm mais do que 40 anos viveu, em sua adolescência e juventude.

A juventude de hoje, inclusive a juventude cristã-evangélica não vê mais o casamento como um passo necessário para a iniciação de sua vida sexual (refiro-me, é claro, ao casamento oficializado no cartório, pelo juiz de paz, ainda que esse nunca tenha sido o casamento bíblico).

Pois bem, em virtude de uma grande parte da Igreja e de seus pastores não estarem fazendo a contextualização a que nos referimos, no princípio; e em relação à cultura da primeira década desde milênio ter produzido uma juventude que encara a sexualidade com muito mais naturalidade do que seus pais; porém sem as informações necessárias para a sua prática, o resultado, em alguns casos, tem sido desatroso.

AS CONSEQUÊNCIAS

As consequências (para não se dizer que o que estou dizendo está em minha cabeça) é, infelizmente, empírica e faz parte da experiência de todo pastor, em qualquer lugar deste país, de precisar tratar de casos de meninas adolescentes grávidas, membros de suas igrejas, e de sua contrapartida , os jovens que as engravidaram.

Isso, na melhor das hipóteses. Na pior delas, existem os casos de infecção por DSTs (doenças sexualmente transmissíveis) e por AIDS. o que além do sofrimento para os jovens atingidos, provoca muita dor e constrangimento para as suas famílias.

QUAL É A SOLUÇÃO PARA A QUESTÃO?

A solução, se me permitem ser bastante sincero, é a Igreja deixar de fingir que o problema não existe, porque ele está aí, escancarado. pipocando aqui e ali, dentro de sua "redoma". Não está somente "lá fora", entre "os incrédulos". É preciso despertar para essa realidade.

Os pastores são homens chamados a cuidar de suas ovelhas, e esse cuidado, nos dias de hoje, consiste em ensinar-lhes a Palavra, sim. Mas, também consiste em ensiná-las, sem uma pretensa "santidade" a se protegerem e a se precaverem dos perigos e das feridas que a iniciação numa sexual desprotegida e ignorante pode provocar.

REFLEXÃO

Querido(a) leito(a). Reflita comigo, por favor. Os jovens que hoje estão na faixa entre 12 e 25 anos de idade, aproximadamente, NÃO PRESENCIARAM com capacidade de entender, a fase mais terrível da epidemia da AIDS, na qual 100% dos jovens infectados acabaram morrendo em poucos meses.

Hoje, embora exista um coquetel que prolonga a vida dos soropositivos por um tempo muito além do que 10 anos, AINDA NÃO EXISTE CURA PARA OS DOENTES e o tratamento , além de precisar ser contínuo, é muito difícil, pois altera diversas funções do organismo. A sífilis, o papiloma vírus e outras DSTs também trazem grandes sofrimentos físicos e psíquicos.

Uma gravidez precoce indesejada trará responsabilidades enormes para a jovem mãe e que implicarão, muitas vezes, na destruição de seus mais belos sonhos e planos por toda a vida.

Isso tudo não poderia ser evitado?

Não seria muito mais razoável os pastores deixarem de infligir mais culpa sobre essas pobres ovelhinhas, sob o tacão do legalismo e da falta de misericórdia, ensinado-as a se cuidarem, com o uso de preservativos e da utilização de contraceptivos?

Essa atitute, além de não comprometer a sua santidade, poderá salvar de uma vida dolorosa e infeliz, jovens e preciosas vidas que estão sob seus cuidados.

Tony Ayres

11 fevereiro, 2010

Mulheres Prisioneiras do Passado

A experiência clínica de qualquer psicoterapeuta mostra a realidade de um fato:o sofrimento que acomete principalmente mulheres solitárias, as quais um dia já foram felizes em seus relacionamentos passados e que, devido à semelhança dos sintomas, comuns a todas elas, configuram uma síndrome que, neste trabalho deliberei, por suas características, denominar de Síndrome da Mulher de Ló.

A palavra síndrome, proveniente do greco síndromé, significa “reunião de sinais e sintomas que ocorrem em conjunto e que caracterizam uma doença ou uma perturbação”.


Mas por que Síndrome da Mulher de Ló?


Não existe uma razão intrínseca, a não ser a analogia que encontrei entre os sintomas dessas mulheres, e a tragédia retirada da história hebraica antiga, e que se resume no texto que encima esta introdução, a qual se abateu sobre a esposa de Ló, sobrinho de Abraão, o patriarca da nação israelita.


A história, que se acha registrada no capítulo 19 do Gênesis, normalmente é interpretada em seu sentido teológico. Neste texto, porém, irei abstrair dela apenas o seu sentido simbólico, metafórico, para fazer uma correlação com os sintomas que acometem as mulheres solitárias, sobre os quais adiante irei tratar.


Entretanto, para aqueles que não conhecem a história, acho bastante conveniente relatá-la aqui, embora de maneira resumida, para que possamos prosseguir com um correto entendimento do assunto.
“Tudo começou com uma querela entre os pastores de Abraão e os pastores de seu sobrinho Ló, os quais começaram a disputar entre si o espaço para a pastagem de seus respectivos rebanhos”.

Abraão, descontente com essa discórdia, propôs uma divisão de terras e deu a seu sobrinho a chance de escolher em primeiro lugar, com qual parte delas desejava ficar.


Ló, ao contemplar de longe o panorama que se lhe apresentava, notou que um lugar conhecido como “as campinas do Jordão”, era todo bem regado e para lá resolveu mudar-se, instalando-se na cidade de Sodoma, tornando-se ali um estrangeiro respeitado e bem - sucedido.
A história prossegue, narrando que Sodoma, assim como a vizinha Gomorra eram cidades corrompidas, nas quais proliferavam a promiscuidade sexual, em especial o homossexualismo, razão pela qual Jeová resolveu destruí-las, uma vez que sua maldade tornara-se insuportável.

No entanto, antes que isso acontecesse, enviou dois anjos, com aparência de homens, para livrar Ló e sua família da destruição.
Esses homens foram recebidos por Ló e acolhidos por ele debaixo de seu teto, para passarem a noite.

Porém, os homens da cidade vieram bater à porta da casa, exigindo que os anjos fossem colocados para fora, a fim de serem sexualmente abusados por eles.
Como Ló se recusasse a atender a tal pedido, os homens enfurecidos, quiseram abusar do próprio Ló, ocasião em que os anjos intervieram e feriram os habitantes da cidade de cegueira.

A partir desse momento, os anjos começaram a instar Ló e sua família para que saíssem rapidamente da cidade, antes do amanhecer, pois iriam destruir o lugar e não poderiam fazê-lo antes que Ló e sua família fossem dali retirados.


Como se demorassem, os anjos pegaram pelas mãos Ló, sua esposa e suas filhas e praticamente os obrigaram a sair o mais rápido possível, não antes, porém, de dar-lhes uma severa advertência, para que não olhassem para trás.


Assim, tão logo Ló, sua esposa e suas duas filhas saíram de Sodoma, os anjos começaram a destruir as cidades, com fogo e enxofre.
Todos obedeceram a ordem expressa dos anjos, exceto a mulher de Ló, que, por alguma motivação interior, olhou para trás e, como castigo, foi imediatamente convertida numa estátua de sal.”

Como você pode observar, aí está o motivo para a escolha do nome: Síndrome da Mulher de Ló – o seu conteúdo metafórico, em dois sentidos.


O primeiro, de olhar para trás, com seu óbvio significado de ficar presa ao passado, sentir pena do que foi deixado, ter curiosidade pela destruição daquilo que ficou, manter o coração na antiga vida, ater-se a bens que não existem mais, perder a antiga condição de abastança e tantos outros que aqui poderíamos enumerar.


O segundo refere-se à própria natureza de sua punição: ser convertida numa estátua de sal, ou seja, ficar petrificada, engessada, ossificada, cristalizada – uma situação que lembra completa imobilidade, total ausência de movimento e vida.


Tal é o que ocorre também, simbolicamente, com as mulheres que sofrem da Síndrome da Mulher de Ló.
Via de regra, são mulheres que já foram felizes ou experimentaram o amor em algum momento de suas vidas.

Mas, infelizmente, sofreram uma grande decepção por parte da pessoa amada de tal maneira que vieram a engessar; ou, em outras palavras, congelar suas emoções, tornando-se vítimas do medo.


Não daquele medo que é normal e que constitui a vivência de um período de luto até necessário para quem sofre uma grande frustração ou uma grande perda.
Mas um medo descomunal, desproporcional e completamente mórbido de sequer cogitar o abrir-se para um novo relacionamento, embora, no íntimo, até preferissem isso, se tivessem a capacidade perdida de o desejar.

Esse medo mórbido é filho do sofrimento, típico de pessoas maltratadas pela vida, desprovidas de ilusão, frustradas em seus sonhos passados; ou ainda chorando por um relacionamento que já acabou, que já foi destruído, que já não existe mais, que está morto e enterrado.


Mas que, a despeito de meses, anos ou décadas decorridos, continua sendo motivo de constante derramamento de lágrimas, tornando, assim inviável, a felicidade que ainda poderia existir, se esse sofrimento todo pudesse ser debelado.


E o que é ainda pior: a síndrome é ainda complementada por toda sorte de sentimentos negativos e contraditórios que são experienciados: culpa, raiva, rancor, autodepreciação, inconformismo, desejo de vingança, indiferença forjada, instabilidade emocional, extrema irritação e, conforme já referido, falta de perspectivas.


Entretanto, como não poderia deixar de ser, está claro que tais pessoas estão simplesmente dificultando as coisas, com o objetivo inconsciente de evitar um temido novo envolvimento, utilizando-se, para isso, de expedientes que são apenas os “sintomas” que escondem o medo irracional de se envolverem emocionalmente e de "correrem o risco" de serem felizes outra vez!

Trata-se, na verdade, de um “autoboicote”.

Necessário se faz, portanto, que mulheres portadoras da "Síndrome da Mulher de Ló" comecem a perceber que a perspectiva de vida que escolheram viver é apenas um mecanismo de defesa que não as levará a lugar nenhum.

Somente essa percepção realística as fará sair da paralisação emocional.

Ela poderá significar o abandono de uma posição considerada "segura" e o atrever-se a ir em busca de algo que poderá parecer ameaçador, uma vez que vislumbrar a chance de poder ser feliz outra vez pode parecer de fato um risco.

Todavia, um risco que valerá toda a pena.

Para essas mulheres, deixo como reflexão, o texto a seguir:

Arriscar é Viver "Rir é arriscar-se a parecer louco.
Chorar é arriscar-se a parecer sentimental.

Estender a mão para o outro é arriscar-se a se envolver.
Expor seus sentimentos é arriscar a expor seu eu verdadeiro.

Amar é arriscar-se a não ser amado.

Expor suas idéias e sonhos ao público é arriscar-se a perder.

Viver é arriscar-se a morrer.

Ter esperança é arriscar-se a sofrer decepção.

Tentar é arriscar-se a falhar.

Mas...é preciso correr riscos.
Porque o maior azar da vida é não arriscar nada...

Pessoas que não arriscam, que nada fazem, nada são.

Podem estar evitando o sofrimento e a tristeza.

Mas assim não podem aprender, sentir, crescer,
mudar, viver...
Acorrentadas às suas atitudes, são escravas;

Abrem mão de sua liberdade.
Só a pessoa que se arrisca é livre...

Arriscar-se é perder o pé por algum tempo...
Não arriscar é
perder a vida..."

(Soren Kierkegaard)


Tony Ayres

06 fevereiro, 2010

Cristianismo, Ressentimento e Liberdade

ChristianManifesto-b Como um blogueiro cristão, não pude deixar de tomar conhecimento de alguns blogues que têm abraçado, através da filosofia de vida de seus editores, um cristianismo "libertário", no qual inexistem dogmas, inexistem certezas absolutas, inexiste inerrância das Escrituras e inexiste até mesmo a certeza de um Deus e de uma vida após a morte.

Esse tipo de cristianismo nega o objetivo de vidas de homens como Billy Graham, John Stott, Francis Schaeffer, Russel Shedd e tantos outros nomes respeitados pela Igreja da Pós-Modernidade e que, a despeito de todo o saber humano e a experiência de vida que obtiveram, jamais deixaram de ser humildes, transferindo toda a glória que poderiam auferir a Jesus Cristo, único Senhor de suas vidas.

LIBERDADE CONFUNDIDA

Mas estes modernos "sábios" da Blogosfera, ao contrário, são altivos e consideram a Bíblia apenas um livro de cultura judaico-cristã, absolutamente inútil para nortear as nossas vidas, por considerá-lo ultrapassado e sem nenhuma inspiração divina.

Assim, justificando toda a sua rebeldia pela formação "errada" que tiveram em sua infância e adolescência, insurgem-se contra todos e contra tudo o que aprenderam, dando um passo perigoso em direção à uma pretensa liberdade, cujo rastro firma-se claramente apenas no ódio e no ressentimento que nutrem contra a memória que têm de seus "ensinadores" da infância e da adolescência.

Na esfera do inconsciente (que eles imaginam consciente) ignoram a verdade psicológica de que, quando recalcamos uma atitude ou emoção, usualmente as compensamos, agindo ou assumindo uma atitude superficial exatamente no extremo oposto.

RESSENTIMENTO E AUTOCOMISERAÇÃO

Mas parece que esse blogueiros desconhecem que, na vida real, uma pessoa não se livra assim facilmente do ódio e do ressentimento do passado. Então, canalizam-nos para os outros (os ortodoxos) sem nem mesmo imaginar que, no final estarão canalizando-os contra si mesmos.

É evidente que, não apenas eles, mas todos nós vivemos as nossas repressões na igreja ou na família, em nossa infância. Mas, se agora, como adultos, não enfrentarmos abertamente o ódio e o ressentimento que trouxemos da idade infantil; cedo ou tarde, eles se transformarão num afeto que nunca fez bem a ninguém: a autocomiseração - que é a forma preservada desse ódio e desse ressentimento.

O EXEMPLO DE NIETSZCHE

Apenas para darmos um exemplo, Friedrich Nietszche sentiu, de modo amargo e profundo esse problema do ressentimento pois, apesar de rebelar-se contra a negação da liberdade, não conseguiu ultrapassar o estágio da rebeldia.

Filho de um pastor protestante, morto quando ele era ainda criança, educado de forma sufocante por parentes próximos, Nietszche padecia os aspectos coercitivos de seu background alemão. No entanto, estava o tempo todo, em luta contra ele.

Assim, sendo de espírito muito religioso (embora não dogmático), ele mesmo acabou percebendo o papel do ressentimento estampado na moralidade da sociedade. Proclamou, então, que o "ressentimento se encontra no âmago de nossa moral" e que "o amor cristão é um simulacro do ódio impotente".

Ora, qualquer um de nós, nos dias de hoje, pode ilustrar essa "moral" motivada pelo ressentimento, nos mexericos de corredor de qualquer pequena igreja evangélica. A despeito disso, essas pessoas continuam a fazer parte do corpo de Cristo e crêem na Bíblia, como a Palavra inspirada de Deus.

O que é preciso ficar claro é o fato de que ninguém pode chegar ao verdadeiro amor e à genuína moralidade; e, por via de consequência, à liberdade, antes de ter enfrentado francamente e vencido o seu próprio ressentimento, bem como o próprio ódio.

A VISÃO PSICOLÓGICA

O que pretendemos é, então, esclarecer que, do ponto de vista da psiquê, a única maneira de se conseguir a verdadeira liberdade é transformar esses sentimentos destrutivos em emoções construtivas, identificando-se claramente a quem se odeia, e exercendo o perdão bíblico.

O ódio e o ressentimento podem proteger temporariamente contra a liberdade interior. Porém, mais cedo ou mais tarde, será preciso utilizá-los para se conseguir a liberdade e a dignidade, senão destruirão a própria pessoa.

Não se pode, impunemente, confundir a revolta com a própria liberdade e o rebelde com um ilusório senso de independência.

A SAÍDA CONSCIENTE

É preciso alcançar-se um patamar onde é possível estabelecer novas bases para construir, pois, a verdadeira liberdade nunca é o oposto da responsabilidade.

A liberdade é o fruto da autoconsciência, que dá ao homem a capacidade de construir a própria evolução, sem renegar ou amaldiçoar seu passado e sem ferir a consciência de seu irmão.

Isso, sim, será um ato bílico e genuinamente cristão.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres

05 fevereiro, 2010

Leitura Apenas Para Mulheres

“Estou com mais de trinta anos, já tive vários namorados e sempre comecei cada namoro esperançosa. Cheguei até a iniciar a construção de “nossa casa” com meu último ex-namorado, mas ele, assim como os outros, só aproveitou de mim. Estou decepcionada. Acho que não quero mais me casar” (Rosana, contabilista, 32 anos).

“Comecei a namorar aos 15 anos de idade. Namoramos oito anos, ficamos noivos e com data marcada para casar. Dias antes de nosso casamento, descobri que ele tinha outra. Estou arrasada e não confio mais nos homens.” (Helena, designer, 24 anos).

“Não faço mais orações. Apenas brigo com Deus. Namorei 4 anos a mesma pessoa, ajudei-a em seus projetos profissionais e afinal descobri que ele só se aproveitava de mim. Deixou-me por uma mulher mais nova, ameaçou-me e disse-me que apenas “aturou-me” esses 4 anos. Estou tomando antidepressivos e engordei muito. Estou desesperançada” (Regina, 38 anos, médica).

“Sou viúva e fiquei 12 anos sem ninguém. Após todo esse tempo, decidi que era hora de refazer minha vida ao lado de alguém. Entrei num site de relacionamentos na Internet e conheci o meu atual marido. Ele parecia muito bom, no começo. Tratava a mim e a minha filha muito bem. Mas essa situação durou menos de um ano. De repente, ele começou a beber e a bater em mim e em minha filha. Há alguns meses, foi embora de casa para morar com outra mulher. Não sei se rio ou se choro. Parece-me que a vida não tem sentido” (Elis, 47 anos, enfermeira).

Tenho 50 anos, cresci numa igreja evangélica muito rígida. Meu pai sempre foi muito exigente e nenhum de meus namorados servia para ele. Achava que eles não estavam “à minha altura”. Hoje já faz vários anos que meu pai morreu. Continuo solteira e virgem. Não sonho mais com a felicidade ao lado de alguém. Estou resignada. A vida não foi benevolente comigo” (Sandra, 50 anos, secretária).

Talvez a sua história seja parecida com a de uma dessas cinco mulheres. Talvez seja apenas levemente semelhante ou até completamente diferente. Mas, se você está lendo este post, sem dúvida é porque já vivenciou as mesmas decepções experimentadas por elas ou deseja se proteger do sofrimento amoroso, encontrando o parceiro ideal.

Não há dúvida de que poucas coisas nesta vida são capazes de trazer tanto sofrimento e desilusão como o trauma causado pela frustração com “aquela pessoa” que julgávamos especial, especialmente porque uma decepção amorosa produz feridas na área mais sensível do ser humano, que é a sua psiquê.

Afinal de contas, de que valem um bom trabalho, uma boa profissão, um ótimo salário, sucesso profissional e financeiro, aquisição de bens como casas e apartamentos...se não existir um parceiro amoroso para compartilhar?

Estas perguntas todas do parágrafo anterior têm, obviamente a sua razão de ser. Mas, alguns pontos devem ser ponderados, se você está mesmo disposta a ser feliz:

1. ENTENDA QUE TODO PRÍNCIPE SEMPRE TEM O SEU LADO SAPO

Muitas mulheres deixam de se casar porque imaginam que o "seu príncipe" será imutável. Isso é uma ilusão. As contingências inerentes da vida a dois, em muitos momentos serão motivos de discórdias e até de discussões.

É preciso ter maturidade para entender e vivenciar isso de uma forma inteligente. O importante é não deixar que ressentimentos corroam e destruam o relacionamento.

2. NÃO SEJA EXIGENTE DEMAIS

celine dion familyAlgumas mulheres, lá pela casa dos quarenta, lamentam estarem sozinhas, achando que "todos os homens são iguais" e que "não estão à altura". Muitas, com essas atitudes, perdem o bonde e a oportunidade de ser feliz.

O que, frequentemente acontece, nestes casos, é que elas são exigentes demais. Desdenham potenciais bons parceiros "porque são feios", "gordinhos", "carecas", "sem formação universitária", "inibidos demais", "sem estrutura financeira"; e uma série de outros argumentos semelhantes.

Seria prudente que se lembrassem de que a vida, nesta Terra, é uma só e de que "quem sempre quer escolher o ótimo acaba perdendo até o bom"

3. ELE É MUITO VELHO/NOVO PARA MIM

Sem dúvida, casar-se com uma pessoa com idade parelha seria o ideal. Mas isso não precisa ser, necessariamente, assim. Muitos casais, cujos parceiros sáo bem mais velhos ou bem mais novos são muito felizes assim.

A cantora canadense Celine Dion é um exemplo disso. Casou-se, ainda jovenzinha, com um homem muito mais velho do que ela e tornou-se conhecida, por nunca esconder da imprensa, o quanto sempre amou o marido.

4. RECONHEÇA QUE VIVER SOZINHA NÃO SIGNIFICA UMA TRAGÉDIA

Isso pode facilmente ser entendido através da leitura do post que antecede a este. Na verdade, importantes especialistas que entendem muito de relacionamento humano também pensam assim.

Um deles é o psicanalista Flávio Gikovate, para quem o viver só é também uma escolha e um estado honroso. A convivência com os amigos, filhos e outras pessoas a quem elegemos, pode ser tão ou mais gratificante do que viver na mesma casa com um parceiro que foi idealizado.

Sem dúvida, essa lista não é exaustiva. Ela correponde apenas a "um lembrete" para "despertar" algumas mulheres que não estão se sentindo felizes por estarem sozinhas. O mais valioso mesmo é detectar aquilo que realmente tem importância para um relacionamento feliz.

"Pegue mais leve" com você mesma e não deixe de ser feliz!

Homens bons existem e bons homens estão à procura de boas mulheres.

Tony Ayres

02 fevereiro, 2010

Amor ou Carência Afetiva?

se beijam

Recebi um pedido de ajuda de uma pessoa que está sofrendo, pela falta de um amor. Disse-lhe que aquietasse sua alma, pois, às vezes é bom ficarmos sozinhos também. Não é o ideal, mas não há nenhum demérito nisso.

Essa coisa que chamamos de amor; melhor dizendo, isso que chamamos de “necessidade de ter um amor” tem um nome certo: carência. Um péssimo sentimento para quem deseja amor de verdade.

A carência subjuga, domina, se apossa do ser, tornando-o obsessivo. Confundir o amor com a carência é fragilizar-se diante de aproveitadores de plantão. É correr o risco de tornar-se um objeto descartável e perder a auto-estima, o que faz um mal enorme à dignidade do ser.

Só consegue alcançar o verdadeiro amor quem suplanta a carência, que suporta a instintualidade, quem aprende a esperar. Para conseguir-se o amor é preciso não precisar dele. Quem está feliz consigo mesmo, quem não necessita da “outra metade” está livre para amar e ser amado.

As pessoas precisam aprender que, ao final e ao termo de tudo; quando se está com os pés no chão, o amor é muito mais do que um sentimento.

O amor é, na verdade, uma atitude, um estado de espírito permanente. Portanto, é possível aprender a amar, é possível também escolher amar. Isso evitará enganos, decepções e sofrimentos.

Quem é que já não viu um casal de pouco mais de 40 anos de idade, caminhando pelo supermercado, nas compras; ou almoçando num restaurante?

No mercado, discutem por qualquer coisa. O que um quer comprar, o outro acha muito caro. No restaurante, a comida é deglutida em silêncio. Sem prazer e sem palavras.

Mas não era assim há vinte anos. Mais jovens, apaixonados e sonhadores, eles não se desgrudavam.

O tempo, porém passou, o romantismo acabou, o desinteresse tomou seu lugar, a preocupação com o outro torna-se um aborrecimento.

Tudo porque não se tinha maturidade, à época, para saber que o amor é mais do que uma atração, é também mais do que um desejo, O amor é uma atitude, uma escolha para a vida; e somente quem for capaz de compreender essa verdade terá chances de ser feliz.

Pense nisso, antes de entrar num relacionamento afetivo.

Tony Ayres

29 janeiro, 2010

O Pastor e as Prostitutas

O INÍCIO

Tristeza São duas horas da madrugada. Uma densa nuvem formada pela neblina fria da noite de inverno envolve os prédios da grande metrópole de São Paulo. O cenário é a rua Augusta, onde as pessoas sobem e descem e os automóveis passam em baixa velocidade com os faróis e lanternas acesos, assim como estão acesos os olhos de seus condutores.

São olhos caçadores, que examinam ansiosamente as calçadas à procura de uma das dezenas de prostitutas que se exibem para seus clientes em parcas roupas, apesar do frio que as açoita.

Homens no cio, procurando por fêmeas diferentes, que possam satisfazer seus insanos desejos lascivos, em troca de dinheiro.

O JOVEM NA NOITE

No meio desse vai-e-vem, de repente, uma cena incomum: um homem de terno caminha pela calçada carregando uma pasta em uma das mãos, e um estojo de instrumento de sopro, na outra.

É ainda jovem. Tem, talvez, uns trinta anos de idade. Cabelos penteados para trás, bigodes bem cuidados e um olhar manso que atrai as mulheres da vida que não cessam de convidá-lo para um “programa”, a cada dez ou vinte metros.

Ele apenas sorri para elas e, sistematicamente; vai rejeitando os convites e seguindo adiante, rua Augusta acima.

Anda pela calçada pelo menos quinze minutos. De repente, pára diante de um prédio antigo, com coloridas letras de neon a iluminar-lhe o rosto. Fecha os olhos por um momento, como se estivesse numa atitude de oração. Em seguida, abre resolutamente a porta e encontra um ambiente repleto de fumaça, mesas com cadeiras acolchoadas por todos os lados, mulheres da vida bebericando taças de uísque em cada uma delas.

O "CLIENTE"

Atrai a atenção de todas, que enxergam nele mais um “cliente”. Algumas se insinuam tentadoramente, querendo prendê-lo e subir com ele as escadas que dão acesso aos “quartos”, onde realizam o seu “trabalho”.

Mas ele se desvencilha delas e caminha resolutamente até o bar, no fundo da sala. Todos os olhos se concentram nele, que coloca a pasta e o estojo sobre o balcão. Ele não diz uma palavra sequer. Apenas abre o seu estojo e dele tira um trompete, que começa a tocar, com maestria.

A SURPRESA

A música que entoa, contudo, surpreende a todos, no recinto. A melodia que enche o salão não é outra, senão o hino, conhecido pelos cristãos como “Foi Na Cruz”.

Imediatamente, os semblantes mudam. Uma atmosfera que é um misto de surpresa, incredulidade e espanto toma conta do lugar. As mulheres da vida, como que imobilizadas, ouvem a música, extasiadas. Algumas começam a chorar.

O homem termina de tocar e, ato contínuo, retira de sua pasta uma bíblia, abre-a e lê o texto de Lucas 7.37-50, a passagem que se refere à mulher pecadora que ungiu com ungüento os pés de Jesus.

Repentinamente, algumas prostitutas precipitam-se em direção a ele, gritando; exigindo, com palavras de baixo calão, que parasse de falar. Outras dezenas seguem-lhes o exemplo e arma-se uma confusão, como se a polícia tivesse chegado

A INTERVENÇÃO

- Deixem o moço pregar! – ecoa uma voz no alto das escadas.

Todas recuam, imediatamente, pois conhecem muito bem aquela voz e aquele tom autoritário.

É Madalena, a dona do lugar, respeitada e temida por aquelas mulheres. Ela, então, prosseguiu:

- Todos os homens que entram aqui vêm para comprar e desfrutar de seus corpos. Mas este veio trazer-nos um presente. O maior e o melhor presente que poderíamos receber – e voltando-se para o homem, disse-lhe:

- Pode continuar sua pregação, pastor, que todas o ouviremos.

O jovem pregador fala-lhes, então, sobre aquela mulher a quem Jesus perdoara, com uma unção que elas jamais haviam visto. Ao final, faz um convite, para que recebam Jesus como Salvador e Senhor.

A COLHEITA

Algumas dezenas de mulheres vêm ajoelhar-se chorando, atendendo ao apelo. Algumas confessam ser filhas de pastores ou presbíteros. São ovelhas desgarradas do aprisco, que não querem rejeitar a nova oportunidade. No centro de carpete onde elas se ajoelham, está também Madalena, chorando copiosamente.

O pregador estende as mãos em direção às mulheres e ora, em uníssono com elas, a oração do arrependimento.

Quando a oração termina, aquelas mulheres levantam-se com o olhar iluminado. Receberam, de fato, o maior presente de suas vidas.

Depois de orientá-las através de um breve discipulado, o jovem pregador guarda no estojo o seu trompete e, na pasta, a sua bíblia.

Sai pela mesma porta por onde havia entrado, faz uma breve oração de agradecimento, arruma seu cachecol ao redor do pescoço, e desce a Rua Augusta, desaparecendo em meio à neblina da madrugada

A FELICIDADE DO SERVO

Naquela noite, dorme feliz ao lado da esposa, em sua humilde cama.

Sabe que é muito rico e acabara de dividir com ovelhas perdidas, o seu imenso tesouro: Jesus Cristo, de Nazaré.

Conto de:

Tony Ayres

20 janeiro, 2010

O Cérebro Precisa Ser Exercitado

brain Nosso cérebro precisa de atividade para estar sempre atento. Por essa razão, se desejarmos manter um equilíbrio mental adequado é preciso exercitá-lo, da mesma forma que temos que exercitar nosso corpo, para conservá-lo saudável.

Na verdade, a boa forma física e a saúde mental precisam andar de mãos dadas. Os benefícios propiciados pelos exercícios físicos para o sistema cardiovascular também são importantíssimos para prevenir as doenças degenerativas no cérebro.

E COMO FAZER PARA EXERCITAR O CÉREBRO?

Tendo sempre em mente que a essência do poder mental está no movimento.

Quando é exercitada com regularidade, a mente torna-se mais alerta e ágil, ao mesmo tempo em que o processo de envelhecimento é adiado.

As pessoas que estimulam e desafiam sua capacidade intelectual até uma idade avançada mantêm-se mentalmente ativas, apresentam uma menor incidência de distúrbios de memória e, por vezes, evitam até mesmo o mal de Alzheimer.

Isso é tão importante que vale a pena lembrar que toda vez que aprendemos alguma coisa nova ( uma palavra, um fato histórico, uma operação matemática simples, por exemplo) alteramos a qualidade de nossas terminações nervosas, intensificando, assim, a transmissão de nossos impulsos nervosos.

Isso acontece poque nossos neurônios têm a capacidade de transformar e adaptar sua estrutura e função, em resposta às exigências internas e externas do organismo, o que chamamos de neuroplasticidade.

O QUE FAZER, ENTÃO, PARA MANTER O CÉREBRO SEMPRE ÁGIL?

Ter consciência de que, assim como o corpo se mantém saudável com a prática de exercícios físicos, o cérebro também se mantém saudável com a prática de exercícios mentais.

Entre eles estão: o estudo de uma nova língua, a prática da pintura, da escultura ou do artesanato; a redação de textos, a escrita de contos e até mesmo a realização de exercícios de palavras cruzadas.

Afinal de contas, tudo o que não se usa, se atrofia.

Tony Ayres

09 janeiro, 2010

O Evangelho Que Desaliena e Os Donos de Igrejas

algema A despeito de estarmos vencendo já a primeira década do terceiro milênio e não obstante a Igreja Evangélica ter passado por profundas transformações pelo lado positivo; ainda assim existem cristãos que continuam seguindo cartilhas de igrejas, disfarçadas em “estatutos”, “credos” ou “catecismos eclesiais”, que apenas toldam as verdades bíblicas neotestamentárias, que são profundamente libertadoras.

Esses cristãos não percebem, muitas vezes, que honram líderes que não deveriam honrar, seguem “doutrinas” que não deveriam seguir, submetem-se a fardos sem nem mesmo o perceberem e obedecem cegamente pretensos “homens de Deus” como se fossem ídolos, incapazes de enxergarem além do estreito corredor intelectual e cultural, que lhes foi imposto para domesticá-los, por esses mesmos “homens santos”, que, por sua vez, enriquecem, vivem regaladamente e sem susto, alimentando-se da carne e aquecendo-se da pele das ovelhas.

Karol Józef Wojtyła, o papa João Paulo II, criticado por muitos por não abandonar o papado, mesmo idoso e doente, foi líder da Igreja Católica por 27 anos. E, até onde se pode saber, foi um homem probo, que apenas utilizou com humildade as benesses que lhe competiam aceitar. No íntimo, porém, era pobre. Ao morrer, deixou como herança, apenas a sua caneta, único bem que era realmente seu.

A Igreja Evangélica brasileira, no entanto possui líderes que estão por 30 ou mais anos no poder que não largam, de vontade própria; como se os seus cargos significassem o próprio oxigênio que respiram. Para isso, fazem tudo o que for preciso fazer, mesmo que seja antiético, indecente ou vergonhoso.

Manipulam subordinados, concedem benesses aos aliados, fazem conchavos com outros líderes que também desejam perenizar-se no poder; mudam estatutos a fim de poderem eleger-se quantas vezes quiserem, estendem os seu “territórios de mando”, fazem uso do voto das ovelhas para elegerem membros de suas famílias nas diversas instâncias do Legislativo e transferem para a Igreja a mais singular forma de nepotismo, ordenando filhos, filhas e até netos para o Ministério Cristão, numa clara evidência de que têm em mente uma Dinastia Religiosa.

ESSES HOMENS AGEM ASSIM POR QUÊ?

Porque descobriram que, sendo vistos e percebidos como “arautos de Deus”, conseguem ter um poder que nem mesmo o Presidente da República consegue deter em suas mãos (pois precisa do Congresso Nacional). Para os crentes humildes, crédulos e pobres (irmãozinhos e irmãzinhas que não tiveram a sorte de estudar para ter uma condição sócio-econômica melhor na vida; moradores de guetos e favelas, muitas vezes), o “pastor” é quase que divino. Desprezar o que ele diz, para esses queridos irmãos, seria desprezar o próprio Deus. Mesmo se a “palavra conselheira” nada tenha a ver com o ensino de Jesus Cristo e seus discípulos.

Imagine então a magnitude da capacidade de “dirigir as coisas conforme lhes convêm” que esses homens têm. Mas, o mais triste de tudo isso é que, se no início eles recebem essas demonstrações de obediência como um deferimento especial dos mais humildes; ao final e ao cabo dos anos, exigem-na como uma “prerrogativa” inegável e intransferível.

E assim, no decorrer dos anos e décadas, vão vivendo farisaicamente em mansões e apartamentos de luxo, viajando ao exterior “a serviço da obra”, servindo-se de carros importados com motoristas e, pasmem, até mesmo com seguranças; enquanto as ovelhas a quem defraudam e que, de boa fé, sustentam os seus excessos, pagando rigorosa e inocentemente os seus dízimos, vivem nos grotões, nas favelas, nos cortiços e nas mais distantes e desprovidas periferias.

E ISSO PODERIA SER DIFERENTE?

Isso não apenas poderia, mas deveria ser completamente diferente. A Igreja Evangélica não existe para ser o objeto de poder de “donos” ou “proprietários”. Não é tampouco um clube religioso com sócios fundadores privilegiados. Muito menos uma “empresa familiar”.

Ela possui um Corpo Ministerial com homens capazes e comprometidos (que também sofrem com essa situação, quando são honestos e sinceros) que deveriam parar e pensar com integridade sobre essa questão, que denigre profundamente o povo evangélico diante dos demais cidadãos deste país. E usar de suas prerrogativas de homens de Deus, dando um basta nesses excessos e promovendo, de maneira cristã e democrática, a alternância de poder na Instituição.

O EVANGELHO DE JESUS NÃO TORNA CATIVO, MAS LIBERTA

Se, ao invés de olhar para as “cartilhas eclesiais” os homens de Deus realmente comprometidos, olhassem para a Palavra, enxergariam claramente que Jesus não veio para impor, mas para libertar os homens dos fardos. Primeiramente do fardo do pecado. E a seguir, dos fardos e das amarras institucionais impostas pelos privilegiados líderes de igrejas desta era, assim como dos fariseus da era de então.

Palavras como: “e conhecereis a verdade e a verdade vos libertará”; “Eu vim para que tenham vida e a tenham com abundância”; “e se a verdade vos libertar, verdadeiramente sereis livres”; “pelos seus frutos os conhecereis”, “E, qualquer que entre vós quiser ser o primeiro, seja vosso servo”; “não ambicioneis coisas altas, mas acomodai-vos às humildes” e tantas outras de igual teor, são suficientes para abrir as mentes e esclarecer os corações de todos quantos, volitiva ou inconscientemente compactuam com o status quo dos que acham que podem ad eternum, administrar aleivosamente o rebanho de Deus.

TEMPO OPORTUNO

Reconhecendo que as coisas assim são, creio que, mais do que nunca, é chegado o tempo para os que têm nas mãos a responsabilidade pela pregação do Evangelho de Cristo, façam-no diligentemente, de maneira bíblica, neotestamentária e reformada; preguem a Palavra que liberta de todos os fardos; o do pecado e os fardos vantajosamente elaborados pelos homens. Proclamem as boas-novas e livrem as suas ovelhas da alienação que escraviza e cega.

Tony Ayres

06 janeiro, 2010

Boris Casoy Deixa Cair a Máscara

BORIS Pessoas públicas como artistas, autoridades e políticos, principalmente, têm um enorme receio de cometer aquilo que a Psicanálise chama de "ato falho".

O ato falho, que pode ser cometido quando se escreve (grafa-se uma palavra em lugar de outra) é, porém, muito mais evidente quando é cometido na fala.

As pessoas têm medo do ato falho porque ele põe abaixo a mentira consciente e revela a verdade, através de uma falha da censura, que deixa escapar a verdade "inconsciente".

Cometer um ato falho corresponde, portanto, a se auto-denunciar e deixar transparecer para todos aquilo que mais se queria esconder.

Normalmente, podemos conhecer a verdade de uma pessoa, não pelo que ela fala, uma vez que a linguagem verbal está sujeita à censura; mas pela sua linguagem corporal, pois o corpo não mente jamais.

Todavia, em ocasiões de grande ansiedade ou estresse, a censura "falha" e a pessoa fala exatamente aquilo que não queria dizer.

A HIPOCRISIA - MENTIRA CONSCIENTE

Todas as pessoas cometem grandes ou pequenos atos falhos e, algumas vezes, eles são até compreendidos e perdoados.

Mas o que aconteceu com o jornalista Boris Casoy, no último dia de 2009, num intervalo do JORNAL DA BAND, é simplesmente inadmissível, uma vez que, maldosa e CONSCIENTEMENTE; sem saber que os microfones da emissora estavam abertos, ele ofendeu dois seres humanos honestos e decentes, de forma rasteira e depreciativa.

Ao ver a notícia que mostrava dois garis desejando a todos um feliz Ano Novo, o jornalista, disse, sem rodeios: "Que merda: dois lixeiros desejando felicidades do alto da suas vassouras. O mais baixo na escala do trabalho", para todo o Brasil ouvir em alto e bom som.

No dia seguinte, Boris Casoy, no mesmo jornal, pediu desculpas aos garis e aos telespectadores, e com isso encerrou o assunto, como se nada fosse.

O que o Sr. Boris Casoy disse foi um ato volitivo e consciente e não um ato falho, o que só agrava a sua desfaçatez. E, através desse incidente, acabou mostrando ao Brasil, a pessoa que realmente é, e não aquela que tentou, durante anos, mostrar que era, repetindo ad nauseam o bordão: "Isso é uma vergonha".

O tempo é, realmente, o senhor que acaba fazendo com que as máscaras das pessoas caiam.

Tony Ayres

03 janeiro, 2010

"Líderes Evangélicos" e o Transtorno de Personalidade Narcisista

russell-crowe-uma-mente-brilhante-c6464 O cinema, muitas vezes, nos instrui de forma bastante didádica acerca dos fatos da vida, sejam eles positivos ou completamente negativos. No campo da Psiquiatria, por exemplo, muitos filmes têm sido produzidos, para mostrar a realidade de uma patologia.

Em Uma Mente Brilhante, tomamos contato com a esquizofrenia e ficamos sabendo como essa doença se manifesta. Em Amadeus, ficamos conhecendo, através de comportamento de Mozart, como vive e enxerga o mundo uma pessoa que sofre do Transtorno Bipolar de Humor.

Neste post, sirvo-me de um outro filme que mostra as características de uma outra patologia psiquiátrica que, honestamente, acredito, esteja afetando a vida de vários daqueles homens que conhecemos como "líderes evangélicos" (entre aspas), cujas atitudes não condizem com suas responsabilidades.

Refiro-me ao filme O Diabo Veste Prada, em que a personagem principal, Miranda (interpretada pela atriz Meryl Streep) constitui um bom exemplo de pessoa que é vítima daquilo que é conhecido como TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA.

SINTOMAS

Quem quer que tenha assistido ao filme se lembrará que Miranda, em sua sede de poder e reconhecimento, possui uma personalidade na qual estão presentes os seguintes sintomas:

1) sentimento grandioso da própria importância ( exagera suas realizações e talentos, espera ser reconhecida como superior e possui realizações que considera incomensuráveis);
(2) fantasias de sucesso ilimitado, poder, inteligência, beleza e capacidade de manipulação;
3) crença de ser "especial" e única, além de somente pode ser compreendida e associar-se a outras pessoas especiais ou de condição elevada;

(4) exigência de admiração excessiva por parte de outras pessoas;
(5) sentimento de intitulação, ou seja, expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediência automática às suas expectativas;
(6) é exploradora em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos
(7) não possui empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias;
(8) freqüentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia
(9) apresenta constantes comportamentos e atitudes
arrogantes ou insolentes.

A despeito de termos a Bíblia que nos instrui acerca do amor, da benignidade e da mansidão, entre tantas outras virtudes; não é preciso muito esforço para que reconheçamos, AO INVÉS DELAS, as características ou os sintomas do TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA naqueles que, um dia chegaram humildes, mas hoje são, de fato, arrogantes e presunçosos "donos de igrejas".

Que tenhamos discernimento para reconhecermos esses tais, e não deixarmos nos enredar pelo suntuoso aparato que apresentam, firmando-nos na cruz de Cristo, único lugar onde é possível gloriarmo-nos. E gloriarmo-nos unicamente no Senhor.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres