Mas...foram apunhaladas pelas costas.
Que Deus nos proteja de tais pessoas! E que tenhamos a capacidade de discernimento para reconhecê-las e afastar-mo-nos delas!
O Blog O PSICANALISTA E A RELIGIÃO é o novo nome deste site, que tratará, a partir deste mês (fevereiro de 2017) de assuntos relacionados ao assim denominado "CONFLITO RELIGIOSO", visto ser este fenômeno, crescentemente preponderante, como um transtorno, entre pessoas religiosas, em especial, as cristãs.
“Fiquei contente ao saber que você está fazendo psicoterapia. Parece-me que você decidiu "passar a vida a limpo"e, pelo jeito, já descobriu algumas coisas importantes.
Quero lhe dizer que, fazer terapia quase nunca deixa de nos trazer coisas tristes, pois, ela nos revela "aquele lado feio e negro" da nossa vida que nunca quisemos ou pudemos enxergar. Ela nos mostra quantos trastes inúteis acumulamos nos "porões" da nossa alma durante anos e anos.
Mas esse "encontro com o próprio eu", por mais sofrido que seja, é compensador, acredite.
Chega uma hora na vida em que não desejamos mais mentiras, não queremos mais fantasias. É o momento de enfrentarmos os nossos próprios fantasmas e de ganharmos forças para vencê-los e seguir em frente.
Sabe, os budistas dizem que a infelicidade dos homens existe porque eles são vítimas do "desejo de ignorar". A psicanálise, por outro caminho, descobriu que eles têm o "desejo de não querer saber".
Por isso, existe esse enfrentamento na terapia: temos que vencer as resistências e conhecer a verdade sobre nós mesmos. Aí, num sentido psicológico, cumprem-se as palavras de Jesus:"E conhecereis a verdade e a verdade vos libertará".
E já que me referi à verdade ou às verdades, deixe-me dizer-lhe mais uma que, por certo você já descobriu, mas, possivelmente, ainda não "lhe caiu a ficha". Você me diz, no e-mail, que quer ter uma vida sólida (você acha que somente uma "vida sólida" a fará feliz).
Mas...Rubem Alves há muito tempo escreveu (e eu concordo com ele) que "vida sólida" não existe! Ele diz que nós acreditamos que a nossa vida seja forte como uma esfera de aço. Na verdade, porém, ela é frágil como uma bolha de sabão! Basta um ventinho mais forte e essa bolha estoura.
Isso é revelador porque nos dá coragem de fazer o que acreditávamos não poder! Ensina-nos a viver pequenas coisas como grandes feitos e a valorizar cada aparentemente "pequena" conquista. Mostra-nos que devemos parar de perseguir "o ótimo" que, como a linha do horizonte, está sempre longe; e a aceitarmos "o bom", que já está pertinho de nós.
Rubem Alves também nos ensina que devemos ser corajosos como a aranha. A aranha tem coragem de lançar-se no abismo, confiando apenas num fio! Sim, porque ela acredita no fio de sua própria teia, ela lança-se para mais fundo e para mais longe, mesmo em meio à escuridão.
O Almir Klink, entrevistado pelo "Fantástico" deste último domingo, deixou claro que ele não precisa de dinheiro, não precisa de propriedades, não precisa de "status"não precisa de "poder" para ser feliz. Ele só precisa ser livre para viajar (entenda "velejar") e, velejando, ele atravessou, sozinho, os oceanos, chegando ao lugar que ele mais gosta: a Antártida.
Que tal você discutir com seu/sua terapeuta qual seria a "sua Antártida"?
Torço por seu crescimento e felicidade!”
Tony Ayres
“Boa tarde.
Há algum tempo procuro ajuda de algum profissional pra resolver meu problema. Mas, os que tenho encontrado, não sei, não me sinto a vontade pra falar.
Então resolvi procurar um cristão, pq acho que é alguém que tem o pensamento e os valores mais parecidos com o meu e não vai ficar rindo de mim. Mas antes de começar, gostaria de saber se o senhor tem a cura pra uma mulher que se interessa por outra mulher.
Não suporto isso! Quero ser normal! Quero casar, ter filhos, constituir familia. Mas vejo isso cada vez mais distante de me fazer feliz e isso me apavora!
Por favor, diga que o senhor pode me curar! “
Anônima
Prezada Anônima
Nenhum terapeuta honesto vai responder a seu cliente que TEM A CURA PARA A SUA PATOLOGIA, pois não é assim que as coisas funcionam.
Problemas que afetam a nossa alma, a nossa sensibilidade, a nossa relação com o outro e com o mundo não são como doenças físicas, para as quais você toma um medicamento e fica curada.
O trabalho de um terapeuta É AJUDAR O SEU CLIENTE a descobrir o porquê e onde estão as raízes do problema que lhe traz sofrimento.
Em seu caso, essas raízes certamente têm a ver com o seu passado e em como foi a sua relação com seu pai, sua mãe ou outras figuras que tiveram a mesma importância deles para você.
Compreendo sua aflição e sua luta interior, mas esse é um trabalho difícil, que pode ser doloroso, mas que pode, sim, desde que você se compreenda, ter uma solução.
Mas, DEPENDERÁ SEMPRE DE VOCÊ e não do terapeuta que escolher.
Pense nisso. E se compreender que vale a pena despender um esforço nisso (e se quiser), volte a me escrever.
Cordialmente,
Tony Ayres
P.S: Tenho quase certeza de que não sou eu o primeiro a dizer-lhe isso
O termo grego "misógino" é utilizado pelos psicólogos para designar a pessoa que odeia mulheres: miso = odiar e gyne = mulher. Isso, teoricamente falando, porque, na vida real, nem sempre é fácil reconhecer um misógino.
À primeira vista, ele é muito educado, gentil; e, em geral, considerado um gentleman. Tem muita facilidade em conquistar a mulher por quem está interessado, pois age de maneira extremamente amorosa, o que o torna quase irresistível.
Sua atitude demonstra um apaixonamento e uma dedicação tão intensos que, com o decorrer do tempo, fica cada vez mais difícil para a mulher estabelecer limites seguros e ser capaz de atribuir-lhe quaisquer responsabilidades na eventual geração de conflitos ou turbulências no relacionamento.
Na verdade, estabelece-se um contrato tácito (sem palavras, mas compreendido por ambos), no qual o homem vai, imperceptivelmente avançando nos limites, a fim de tomar pé de até onde pode ir com seu estilo manipulador e altamente controlador.
A mulher, por sua vez, a fim de "preservar" a relação", tenta ser boa todo o tempo e evita confrontá-lo. Com isso, evidentemente, o relacionamento fica assimétrico e ela, naturalmente, fragiliza-se cada vez mais.
Esse controle do misógino vai avançando de tal maneira que chega a alcançar as áreas financeira e íntima, prejudicando a sexualidade do casal. Ainda que a mulher faça tudo para evitar desentendimentos, ele acaba sempre convencendo-a de que ela sempre está errada.
Com o tempo, ela passa a medir cada palavra que pronuncia, uma vez que, confusa e cada vez mais perplexa, teme que tudo “desmorone” de uma hora para outra. À essa altura, ela já está irreconhecível e a sua auto-estima se encontra totalmente minada.
Torna-se difícil tomar qualquer atitude, uma vez que o homem utiliza argumentos que lhe soam tão lógicos para o bem da relação, que ela passa a chafurdar-se num mar de lodo emocional.
A única coisa que ele deseja é sentir que ela lhe dê mostras de seu amor incondicional por ele, através de muita compreensão e do atendimento de suas mínimas necessidades, sem demonstrar qualquer tipo de aborrecimento. Algumas vezes, ele estoura e, em seguida se arrepende, voltando a ser o homem maravilhoso do princípio...até que novo estouro aconteça.
Vale ressaltar que, a despeito dessa descrição avassaladora da atitude de um misógino, ele está totalmente inconsciente dela e sequer tem noção da dor que sua atitude produz no outro. Seu comportamento é, na verdade, um subproduto de sua história de vida na família de origem, que lhe causou um sofrimento psicológico, o qual não pôde ser evitado.
Geralmente, ele é oriundo de um relacionamento conturbado entre seus pais, com o qual aprendeu que oprimir a mulher é a única maneira de controlá-la.
Como adulto, ele “atualiza” a vivência sofrida no passado, buscando desesperadamente ser amado, ainda que de uma maneira totalmente deturpada.
Já em relação à mulher que tende a relacionar-se com um misógino; o mais provável é que ela tenha sido infantilizada pela sua família pregressa e, por essa razão, tenta encontrar no parceiro, suporte, apoio e amor, como forma de compensação.
Assim sendo, embora pareça que o misógino seja o carrasco e a mulher seja a vítima, a verdade é que existe um conluio entre eles. De uma forma doentia, precisam um do outro.
A solução para esse problema é um dos dois sair do círculo vicioso e começar a agir de uma maneira nova. Geralmente, quando isso acontece, existem três possibilidades:
1. A mulher mantém-se submissa, para conservar consigo o seu homem.
2. Ela prefere separar-se dele.
3. Ela decide investir numa nova relação com o mesmo homem.
As que optam pela última opção terão que elaborar a reconstrução de sua auto-estima, estabelecer limites claros, ser firmes perante o parceiro e assumir o seu lugar dentro da relação. Para isso, com toda probabilidade, elas necessitarão de ajuda terapêutica.
O resultado dessa atitude provocará uma solução do problema que provavelmente será: ou o seu misógino desistirá de ser o algoz para ficar a seu lado, ou desistirá da relação.
De qualquer forma, ela terá conquistado o resgate de sua auto-estima.
Tony Ayres
Baseado no livro: “Homens que odeiam mulheres & mulheres que os amam “, de Susan Forward e Joan Torres, texto de SÔNIA NEMI(www.sonianemi.com)
Todos sabemos que a chamada beleza estética varia de uma época para outra e também de uma cultura para outra. As anoréxicas top-models dos dias de hoje, apontadas por muitos como “cabides ambulantes” não fariam nenhum sucesso nas décadas de 1950 e 1960, nas quais o padrão de beleza feminino centrava-se na mulher “cheinha”, com curvas muito bem delineadas.
Todavia, na atualidade, temos um fator decisivo na disseminação dos padrões tidos como belos: a super-impactante força da mídia, representada, principalmente, pela televisão digital e pela Internet. As artistas de novelas (ou os artista, no caso dos homens) e as apresentadoras de programas, por exemplo, são belas, malhadas, possuem dentes e sorrisos perfeitos, cabelos brilhantes e, além de tudo, vestem-se muito bem.
Isso produz um mundo encantado que é projetado em quem as assiste.
Esse mundo encantado é assimilado e introjetado pelos telespectadores ou internautas. Em se tratando de homens, eles admiram; no caso das mulheres, elas procuram imitar, uma vez que querem ser amadas e desejadas como as atrizes de TV.
É claro que esse é um processo mais ou menos inconsciente, no qual o mundo interior psíquico do indivíduo é invadido por estímulos externos, tornando a imitação algo tão forte que, não raras vezes, avizinha-se de uma obssessão.
QUAIS SÃO AS CONSEQUÊNCIAS DISSO?
Não é preciso refletir muito para se perceber as consequências de um processo identificatório como esse:
1. Algumas mulheres privilegiadas saem-se bem, pois foram agraciadas com padrões de beleza que batem com aqueles difundidos pela mídia. Nesse caso, podemos dizer que o resultado é satisfatório, uma vez que há um ganho para a auto-estima.
2. Um outro grande número de mulheres não possui os padrões difundidos. Mesmo assim, imitam os cortes de cabelo, as roupas da moda ( que não lhes caem bem) e o estilo de vida que imaginam apropriado para elas também. O resultado pode ser, em alguns casos, ridículo e, no mais das vezes, alienante, uma vez que elas passam a viver uma irrealidade.
3. Finalmente, temos aquelas mulheres que, decididamente, estão muito longe de ser reconhecidas como esteticamente belas. O resultado, neste caso, é, frequentemente a decepção e o sofrimento.
ENTÃO OS RESULTADOS JÁ SÃO PRÉ-DETERMINADOS?
A impressão que temos é a de que a resposta será “sim”, mas a realidade nos ensina que essa resposta é “não”.
Isso porque o ser-humano não é somente “casca”. Beleza estética nunca foi garantia de um casamento duradouro, por exemplo; mas a beleza interior, cultivada e apreciada ao longo da vida, é o tipo de beleza que adorna as pessoas com um aura irresistível. As que possuem essa beleza interior, geralmente são as que são mais felizes e possuem os relacionamentos mais compensadores e duradouros.
Além disso, “vã é a graça e enganosa a formosura”. Beleza física acaba, fica velha com o passar dos anos. Mas a beleza interior jamais tem fim. É um presente que dura a vida toda para aqueles que têm a virtude se conseguir cultivá-las.
CONCLUSÃO
Concluímos, então, que ninguém precisa viver frustrado ou decepcionado com sua aparência. Existe uma máxima, muito verdadeira que afirma que “cada mulher tem a sua graça”. Isso, positivamente, é verdadeiro.
É claro que ninguém deve relaxar e descuidar-se de sua aparência. Mas, fundamentalmente, é preciso enriquecer-se interiormente, ter conteúdo, ser sábia (falo com as mulheres, aqui).
Isso sim, resultará numa saudável auto-estima e contribuirá, sem dúvida para a felicidade e a realização pessoal.
Tony Ayres
NOTA: Colocamos, neste post, uma foto da atriz e cantora americana Ashlee Simpson, considerada muito bela, por muitos, para exemplificar como a beleza estética atrai.