03 janeiro, 2010

"Líderes Evangélicos" e o Transtorno de Personalidade Narcisista

russell-crowe-uma-mente-brilhante-c6464 O cinema, muitas vezes, nos instrui de forma bastante didádica acerca dos fatos da vida, sejam eles positivos ou completamente negativos. No campo da Psiquiatria, por exemplo, muitos filmes têm sido produzidos, para mostrar a realidade de uma patologia.

Em Uma Mente Brilhante, tomamos contato com a esquizofrenia e ficamos sabendo como essa doença se manifesta. Em Amadeus, ficamos conhecendo, através de comportamento de Mozart, como vive e enxerga o mundo uma pessoa que sofre do Transtorno Bipolar de Humor.

Neste post, sirvo-me de um outro filme que mostra as características de uma outra patologia psiquiátrica que, honestamente, acredito, esteja afetando a vida de vários daqueles homens que conhecemos como "líderes evangélicos" (entre aspas), cujas atitudes não condizem com suas responsabilidades.

Refiro-me ao filme O Diabo Veste Prada, em que a personagem principal, Miranda (interpretada pela atriz Meryl Streep) constitui um bom exemplo de pessoa que é vítima daquilo que é conhecido como TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA.

SINTOMAS

Quem quer que tenha assistido ao filme se lembrará que Miranda, em sua sede de poder e reconhecimento, possui uma personalidade na qual estão presentes os seguintes sintomas:

1) sentimento grandioso da própria importância ( exagera suas realizações e talentos, espera ser reconhecida como superior e possui realizações que considera incomensuráveis);
(2) fantasias de sucesso ilimitado, poder, inteligência, beleza e capacidade de manipulação;
3) crença de ser "especial" e única, além de somente pode ser compreendida e associar-se a outras pessoas especiais ou de condição elevada;

(4) exigência de admiração excessiva por parte de outras pessoas;
(5) sentimento de intitulação, ou seja, expectativas irracionais de receber um tratamento especialmente favorável ou obediência automática às suas expectativas;
(6) é exploradora em relacionamentos interpessoais, isto é, tira vantagem de outros para atingir seus próprios objetivos
(7) não possui empatia: reluta em reconhecer ou identificar-se com os sentimentos e necessidades alheias;
(8) freqüentemente sente inveja de outras pessoas ou acredita ser alvo da inveja alheia
(9) apresenta constantes comportamentos e atitudes
arrogantes ou insolentes.

A despeito de termos a Bíblia que nos instrui acerca do amor, da benignidade e da mansidão, entre tantas outras virtudes; não é preciso muito esforço para que reconheçamos, AO INVÉS DELAS, as características ou os sintomas do TRANSTORNO DE PERSONALIDADE NARCISISTA naqueles que, um dia chegaram humildes, mas hoje são, de fato, arrogantes e presunçosos "donos de igrejas".

Que tenhamos discernimento para reconhecermos esses tais, e não deixarmos nos enredar pelo suntuoso aparato que apresentam, firmando-nos na cruz de Cristo, único lugar onde é possível gloriarmo-nos. E gloriarmo-nos unicamente no Senhor.

Soli Deo Gloria

Tony Ayres

5 comentários:

  1. Graça e paz Tony.
    Às vezes esse transtorno de personalidade é descoberto tarde demais.
    Eu conheço uma psicoterapeuta que me disse que os pastores, antes de serem consagrados, deveriam passar por alguns testes para ver se podem ou não assumir uma igreja, pois o que ela tem visto de pastores doentes por aí é algo fora do normal. E o pior, ela não é evangélica.
    Que o Senhor nos ajude.
    Fique na Paz!
    Pr. Silas

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  2. Tony,

    Parabéns por mais um belo artigo que retrata nossa realidade evangélica pela visão de um psiquiatra cristão. A megalomania dos nossos líderes é uma tragédia.

    Abraços.

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  3. Pr. Silas:

    Você abordou uma questão importantíssima. Concordo plenamente com essa psicoterapeuta a qual se refere. O que ela afirma é uma realidade, infelizmente.

    Os seminários e institutos bíblicos deveriam mesmo adotar testes psicológicos para aferir a personalidade de seus candidatos.

    A igreja precisa de homens equilibrados e comprometidos totalmente com a Palavra.

    Ainda bem que este ainda existem.

    Um abraço!

    Tony

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  4. Gutierres:

    Obrigado por suas palavras. De fato, você resumiu tudo com poucas palavras: "A megalomania dos nossos líderes é uma tragédia".

    Um abraço,

    Tony

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  5. Estou pesquisando sobre o assunto, e por esse motivo chegei ao cohecimento deste artigo. Creio, que a geração de líderes Cristão sofre desta doença nos mais diversos estágios. Fico a me perguntar a força da influência das famílias, na vida destes jovens líderes.
    Vejo uma geração de líderes doentes e feridos em seus relacionamentos. Jovens que lutam pela sobrevivência, carecem da graça e misericórdia de Deus; e principalmente, precisam reconhecer suas feridas que os levam a competir excessivamente por um espaço, por um lugar mais confortável, mesmo que para isso agridam, mascarem e liderem com mãos de ferro.
    Só a graça! Só a graça de Jesus.
    Sou um jovem líder que amo a igreja e luto com as pressões de ser e fazer.
    pr Geniuton

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