Todos nós já experimentamos em nossa vida, em alguma ou diversas ocasiões, a dolorosa sensação de angústia; que nos apavora e amedronta.
Mas o que vem a ser a angústia, afinal?
Para Freud, o criador da psicanálise, a angústia é um estado afetivo, próprio da condição humana. Esse estado resulta de uma consciência que temos de um estado de desamparo a que estamos submetidos.
Esse estado de desamparo provoca em cada um de nós tensões muito dolorosas e intensas, as quais, em sua fase mais primitiva, constituem a raiz dos diferentes afetos e, particularmente, da angústia propriamente dita.
Segundo Freud, a manifestação mais primitiva do sentimento de angústia é a chamada angústia do nascimento, provocada pela separação e expulsão do novo ser do corpo de sua mãe.
Ele distingue com clareza dois tipos de angústia, assim descritos:
1. Angústia Real: é a reação à percepção de um perigo externo, ou seja, um dano previsto e esperado, uma atitude ligada ao reflexo de fuga. Pode ser, portanto, positiva.
2. Angústia Neurótica: é aquela que tem um caráter "flutuante", pois não se liga a nenhuma realidade concreta. A pessoa espera atentamente o aparecimento de qualquer situação que possa justificar tal angústia.
Como consequência, a angústia deixa de ser um sinal adaptativo, um modo de reação (como a angústia real) e se transforma em algo patológico, que seria uma "angústia derivada", cuja origem estaria em impulsos sexuais reprimidos.
O papel da psicanálise seria trazer o conteúdo reprimido no inconsciente de volta ao consciente, fazendo com que a pessoa descubra por si mesma e assuma sem traumas, o que esse estado oculta, desenvolvendo, para isso, mecanismos normais de adaptação.
Toni Ayres