22 fevereiro, 2013

A LOUCURA DE NIETZSCHE E O ATEÍSMO DE EX- CRISTÃOS

Friedrich Wilhelm Nietzsche, como bem sabem seus admiradores, nasceu no seio de uma família luterana em 15 de outubro de 1844. A família original (conforme nos ensina a Psicanálise) é o espelho que serve para moldar, positiva ou negativamente, a formação da identidade do indivíduo adulto.

Muito freqüentemente, quando essa família é bem estruturada, amorosa e acolhedora, a criança que dela promanar, se tornará um adulto psiquicamente saudável e capaz de experimentar uma existência livre de neuroses, apto a transpor os problemas de sua evolução existencial.

Nietzsche era filho de Karl Ludwig e seus dois avós eram pastores protestantes, fato que não garante; mas que valida a presunção de que tenha crescido num ambiente sadio, uma vez que ele próprio considerou seriamente a possibilidade de seguir a carreira de pastor. 

No entanto, em razão de influências posteriores, Nietzsche rejeitou a fé durante sua adolescência, e, ao invés de estudar Teologia, como havia pretendido, decidiu-se pela Filologia e pelas especulações filosóficas, tornando-se, talvez, o mais influente e destacado filósofo da era moderna. 

UM PREÇO A PAGAR

Cumpre-nos discutir ligeiramente, aqui, que quando o indivíduo rompe bruscamente com a sua formação original, indo na direção oposta; essa mudança pode não ser intimamente autêntica e, nesse caso, transforma-se numa fonte de neuroses, as quais, sendo na verdade frutos de catexias inconscientemente reprimidas, tornam-se patológicas, e adotam o mecanismo de defesa conhecido como NEGAÇÃO, para fazerem-se representar; além de sintomas somáticos que passam a interferir na saúde física de quem delas passa a ser portador.

O CASO DE NIETZSCHE

Evidentemente, este modesto psicanalista que escreve estas linhas não tem a pretensão de ser o dono da verdade. No entanto, tenho sérias razões para pensar que o que descrevi acima pode, com boa margem de possibilidade, ter sido o caso desse brilhante filósofo.

Três razões principais fazem-me pensar dessa forma:

1. A saúde frágil de Nietzsche, suas constantes dores de cabeça e outros sintomas que o afligiram desde a sua mudança radical, aliados à sua contínua inquietação constituem conhecidos e tradicionais sintomas somáticos de pacientes, vítimas da NEGAÇÃO. 

2. Um outro sinal muito evidente de quem adota a NEGAÇÃO como mecanismo de defesa é uma ira extremada e um ódio obsedante, dirigidos sempre ao objeto dessa negação (no caso de Nietzsche, com muita clareza, o cristianismo) que passa a atacar obssessivamente.

3. Finalmente, a possibilidade bastante provável de um conjunto de neuroses ser tão avassalador, que pode  transformar-se numa psicose. De acordo com o que conceituou Freud e o próprio Carl Gustav Jung, seu discípulo dissidente, a esquizofrenia é o último e derradeiro refúgio no qual a defesa do ego adoecido pode se abrigar. Todos sabemos que, infelizmente para a filosofia e para o próprio filósofo, Niezsche ficou louco, cerca de dez anos antes de morrer.

CONCLUSÃO

A razão de tudo o que descrevi acima tem um propósito.

Convidar os leitores deste blog a uma séria reflexão. Infelizmente, para nós, que participamos da blogosfera conhecida como cristã, dois ou três irmão em Cristo, também dizem que mudaram radicalmente em suas convicções e se auto-proclamam, agora, ateus convictos.

Desconfio desse ateísmo. Temo que ele seja também, uma vez mais, a repressão da fé sob o disfarce do mecanismo de defesa da NEGAÇÃO, haja vista os arrebatadores ataques que agora fazem ao cristianismo.

Finalizando, fecho esta postagem, destacando que o contrário da fé não é a descrença. O contrário da fé é o medo.

Tony Ayres
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13 comentários:

  1. Que ótimo texto! Conheço uma pessoa com características semelhantes. É uma situação triste mesmo. Um abraço.

    Salmos 14:1 “Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem".

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  2. Dizem que até para ser ateu, é necessário acreditar que não há existência superior a quem está descrendo. Se, como se sabe que ainda há muito a se descobrir pelo domínio cognitivo humano, de fora nós ao o que nos rodeia, é virtualmente impossível não atribuir algo como superior a este homem descrente. Daí, ele passa a "contar" com uma existência superior. Eis Deus. Caso, de fato, acreditar-se-ia que uma pedra é a coisa onipresente, onisciente, onipotente em questão, esta pedrinha é Deus. Deus é inegável e irrefutável. Está na programação cerebral humana. Toda diferença religiosa se dá em como interpretar esse fato, atrelado ao processo de descobrimento do desconhecido. Se Nietzsche só focou em descrer, ele deve ter adoecido de vaziez da alma.

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  3. Concordo com a questão da negação , mas esse incentivo á fé afirmando que quem não tem é medricas é simplesmente ridículo depois de uma construção de uma critica minimamente inteligente. Esse discurso só me parece que você e Nietzsche estão no mesmo jogo chamando de medricas/fracos alguém que não segue o que vos parece ser a redenção, a manifestação de coragem, força, afirmação ...

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  4. Texto ridículo. Absurdo! Você fez psicanpaise mesmo? Deve estar de brincadeira.

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  5. eu acho que qualquer tipo de creça, seja ela cristã, judaica, mussumana ou qualquer que seja a religião são muletas para alejados

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  6. a homanidade so estara livre de todas essas chagas, o dia que se liberta de todas religiões

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  7. as religiões são o cancer que corroi a verdadeira essencia de deus

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  8. o homem crio a escrita, e com ela as crenças que ja muito vinham sendo passadas verbalmente de pai para filho, e em cada passagem, se mondando, se mdificando de acordo com a nescidade vigente da epoca, a escrita a moldou para transforma algo, que deveria ser banido da conciessia humana para toda eternidade, o mal de toda exitenci humana, é e semple sera as religiões.

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  9. Eu até me proporia, como nietzscheano, a uma discussão contigo. No entanto, quando começo a ler seus seguidores com suas paráfrases bíblicas, exito. Há pertinência em sua suposição, o que de forma alguma quer dizer razão. Nietzsche, foi um homem, e o tentou sê-lo com toda força e inteligencia ao qual ele poderia fazê-lo; vítima, talvez, dos descritos sintomas... Ele se pôs à prova. É de fato um grande preço a pagar. Não há verdade na pessoa de Nietzsche, o que ele expõe é a insustentabilidade das verdades vigentes, não necessariamente se pondo como substituto. Há muito o que ser dito...

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  10. Olá, Tony!!

    O link recém adicionado ao final do post está dando erro, não consigo acessar...

    Abraços!

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  11. Olá, Dr. Tony, preciso muito de uma ajuda sua. Por qual e-mail eu poderia lhe pedir uma orientação? Preciso com certa urgência. Deus lhe abençoe.

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  12. Intrigante é que Nietzsche tão crítico dos valores morais, ficou louco supostamente em decorrência de um cangro de origem sífilica no cérebro, tendo adquirido a doença num bordel em sua juventude.
    Se opôs duramente ao Cristianismo e no início de sua "Loucura" começou a encarnar figuras de Dionísio e Cristo.
    E por fim, mesmo se declarando contra o anti-semistismo, sua filosofia do valor ao instinto em detrimento da razão, acabou por ser aproveitada pelos Nazistas.

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  13. A consciência pode ser anestesiada, nunca apagada. Nietzsche tentou enganar a si mesmo, de que era feliz, de que não tinha uma consciência que o acusava. Essa simples realidade o enlouqueceu.

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