Sua dúvida é bastante justificável por conta do uso comum e generalizado que esta palavra ganhou. É muito comum expressões do tipo: “Fulana é neurótica”; “Sou neurótica por sorvete!”; “Quero viver sem neuras!”, etc.
Entretanto, a mesma palavra sendo usada por um psiquiatra ou um psicoterapeuta deixa de ter o sentido comum acima exemplificado para ganhar o sentido de uma patologia psicogência (de origem nas emoções).
Na Psicanálise, Freud, em uma de suas tópicas, conceituou o nosso aparelho psíquico como contendo três instâncias (partes): o ego, o superego e o id.
O ego corresponde ao nosso lado racional, equilibrado, analista,sensato e realista.
O superego equivale ao nosso sistema de valores, às nossas “tabuinhas da lei”, que herdamos de nossos pais ou figuras parentais, que nos diz o que está certo e o que está errado; o que podemos e o que não podemos fazer. É o nosso código moral.
Já o id corresponde tanto ao nosso lado criança (que quer tudo, que deseja tudo aqui e agora e não mede consequências) como ao nosso lado instintual (onde se localizam as nossas pulsões eróticas).
A neurose constiui sempre um conflito, normalmente entre um desejo do id e um julgamento do superego. NORMALMENTE, É UM CONFLITO INCONSCIENTE (embora possa ser consciente também).
Exemplificando. Suponha que um homem cristão casado, bom marido e bom pai de família, ao conhecer uma mulher, nova em sua comunidade, de repente começa a sentir uma profunda atração por ela. O responsável por essa atração foi o seu id.
No entanto, sendo uma pessoa honesta e que ama sua esposa, ele pensa: “Não posso e não devo sentir atração por essa mulher, vou afastar-me dela!”.
Ora, se ele for uma pessoa equilibrada, tudo acabará aí e não haverá maiores consequências. Mas, se ele possuir uma estutura de caráter mais ou menos obssessiva; a atração sexual pela mulher continuará latejando dentro dele,assim como a censura do superego continuará a lhe dizer que não pode alimentar isso, pois é errado e é pecado.
Se o conflito não tiver solução, e continuar a guerra entre os desejos do id e as reprovações do superego, estará se cristalizando um conflito que se enquista dentro dele e estabelece,então, A NEUROSE, que obviamente, precisa ser trazida à tona e tratada.
Uma neurose NÃO TRATADA e enquistada por muito tempo acaba por fazer o próprio ego seu refém e, se não solucionada emocionalmente, começa a produzir somatizações (sintomas físicos) tais como: cegueira ou paralisia passageira, dores no estômago, taquicardia, dermatite, enxaqueca e muitos outros.
Como você pode perceber, uma neurose verdadeira é algo bem mais sério do que se imagina.
Toni Ayres
Graça e Paz, amigo blogueiro e irmão.
ResponderExcluirEstou precisando muito de sua ajuda, poderia dexiar seu mail em meu blog da União de Blog....
Desde já muito obrigada e que Deus te abençoe.
Desculpe, o comentário saiu como "anônimo". Sou a Pra. Tânia do seu grupo de amigo. Obrigada de novo.
ResponderExcluir