Uma questão muito
interessante no mundo das inter-relações pessoais é aquela que diz respeito a pessoas
maduras, de alguma forma traumatizadas por relacionamentos vivenciados ao longo
dos anos, que, de uma forma aparentemente inexplicável, agem contraditoriamente,
quando se vêm diante de uma possibilidade real de ser feliz, num segundo
casamento, por exemplo.
Em geral, esse universo
de pessoas é composto por indivíduos que vivenciaram muitos sofrimentos, às
vezes lutos, às vezes decepções por relacionamentos acabados; quando vislumbram
a possibilidade de voltarem a ser felizes.
Tais indivíduos, quando
percebem que encontraram um novo alguém especial, ficam tão embalados pelo
sonho de felicidade, que acabam ficando ansiosos demais, em virtude do excesso de
expectativas que lhe sobrevêm.
Tudo isso é um
mecanismo inconsciente, mas funciona mais ou menos, assim:
A pessoa começa a
sentir medo da própria felicidade que está sentindo, em razão do outro medo, que é de perder o objeto
amado (no caso, a outra pessoa), o que ela não suportaria. Então, a sua mente
inconsciente conspira contra ela e a ansiedade, gerada pelo medo de perder a
pessoa querida fica tão grande, que se torna insuportável.
Nesse ponto, a
fim de ver-se livre da ansiedade (lembre-se de que tudo isso é inconsciente),
ela acaba
boicotando a própria possibilidade de ser feliz, "dando um
jeito" de desagradar e magoar o objeto amado, e terminar, assim a relação,
para ver-se livre da terrível ansiedade. Mas, com isso, acaba perdendo também a
possibilidade de ser feliz.
Essa é a
descrição daquilo que os psicoterapeutas costumam chamar de auto-sabotagem.
As pessoas que se
perceberem vítimas dessa situação precisam procurar ajuda psicoterapêutica, a
fim de não inviabilizarem a própria felicidade.
Afinal, ser
feliz, é objetivo de todos nós.